Durante a solenidade de lançamento da Expointer na manhã desta quinta-feira (10/8), o governador Eduardo Leite e o secretário da Agricultura, Pecuária, Produção Sustentável e Irrigação, Giovani Feltes, anunciaram a destinação de R$ 86,9 milhões para projetos de irrigação e distribuição de água por meio de poços artesianos. Os recursos fazem parte de ações estruturantes do programa Supera Estiagem.
Os dois editais referentes à iniciativa serão publicados na sexta-feira (11/8) no Diário Oficial do Estado, e poderão ser consultados na íntegra no site da Seapi.
Na ocasião, Leite apresentou números que quantificam as perdas sofridas pela agropecuária no Rio Grande do Sul devido à estiagem. Os dados apontam o Estado como o mais atingido pela situação climática nas últimas duas décadas, conforme estudos realizados pelo Banco Mundial, pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) e pelo Departamento de Economia e Estatística da Secretaria de Planejamento, Governança e Gestão (DEE-SPGG).
“O Rio Grande do Sul foi o Estado com maior variabilidade da produção em decorrência das estiagens. De 1995 a 2019, a consequência foi uma perda econômica de R$ 41,3 bilhões”, lembrou Leite. “Então, é algo que afeta profundamente a nossa economia e que, portanto, precisa do olhar atento do governo. Para isso, criamos o Supera Estiagem, com várias ações alinhadas para o enfrentamento do problema.”
“A irrigação é uma técnica apontada como solução para alcançar a boa produtividade em todos os períodos do ano, principalmente no verão e em tempo de estiagem. Como forma de estimular os investimentos e aumentar a área irrigada, o Estado está oferecendo incentivo financeiro direto aos produtores rurais”, explicou Feltes.
Os novos editais do programa vão destinar R$ 66,7 milhões para distribuição de água por meio da perfuração de poços artesianos. Todos os 497 municípios gaúchos serão contemplados via convênio, possibilitando que cada localidade tenha ao menos um poço, sendo também possível que eventuais recursos residuais sejam aproveitados para perfuração de uma segunda unidade.
Além disso, os recursos individuais serão disponibilizados a depender do tipo de rocha que necessita ser perfurada no município. O edital prevê a possibilidade de duas categorias, com valores de R$ 117 mil ou R$ 215 mil, destinadas conforme a exigência. No escopo da ação, incluem-se perfuração, compra da bomba, revestimento e outorga para uso da água. Em contrapartida, cada cidade deverá firmar uma declaração de compromisso (que envolve a reserva e a distribuição da água) e, ao final, prestar contas comprovando a execução do serviço.
Já para projetos de irrigação, o governo do Estado destinou uma subvenção de R$ 20,2 milhões. Nesse caso, os recursos poderão ser solicitados pelos próprios produtores rurais, como pessoa física, para projetos que se encaixem em duas categorias: implantação ou ampliação de sistemas de irrigação; e construção, adequação ou ampliação de reservatórios de água.
Nesse cenário, o montante por produtor será o correspondente a 20% do valor do projeto, podendo chegar a até R$ 15 mil por requerente. A seleção e aprovação das propostas será realizada de forma cronológica, sendo limitada pela disponibilidade orçamentária da ação. Além disso, os projetos enviados poderão ser financiados tanto por instituições de crédito quanto por recursos próprios do beneficiário.
A previsão é de que cerca de 1.350 produtores rurais sejam atendidos pelos recursos, com uma estimativa de R$ 100 milhões em investimentos realizados por meio dos projetos atendidos. Com isso, o governo espera que a área irrigada aumente entre 5 mil e 6 mil hectares.
Apresentação do Programa Supera Estiagem
Fonte: Seapi
A vocação do Rio Grande do Sul para o agronegócio e a sua capacidade de inovação dividirão o mesmo espaço na 46ª Expointer. O evento, considerado a maior feira agropecuária a céu aberto da América Latina, foi lançado oficialmente nesta quinta-feira (10/8), com a presença do governador Eduardo Leite, de secretários estaduais e representantes de entidades copromotoras. A cerimônia de lançamento ocorreu na Nau Live Spaces, em Porto Alegre.
A Expointer 2023 ocorrerá de 26 de agosto a 3 de setembro, no Parque Estadual de Exposições Assis Brasil, em Esteio. Neste ano, a feira terá como foco a importância da cultura da inovação para o campo. Durante nove dias, o evento mostrará ao público quais são as perspectivas sobre o futuro do setor. A qualidade da produção rural gaúcha, a expertise para desenvolver técnicas que aumentam a produtividade no campo, o maquinário avançado e os animais diferenciados são alguns dos atrativos da Expointer – que proporciona lazer, comércio e diversos tipos de competição.
Durante a cerimônia desta quinta, Leite destacou a capacidade da feira de se reinventar a cada ano. “A Expointer ocorre há muitas décadas. Porém, cada edição é totalmente nova, porque a inovação, a ciência e os novos equipamentos fazem com que, a cada ano, a nossa produção no campo seja diferente – e, consequentemente, a feira também”, afirmou.
Para o governador, além de reforçar a identidade e as tradições gaúchas, a Expointer cria um ambiente propício para projetar o amanhã. “É o momento de valorizarmos a nossa cultura e a conexão que o gaúcho tem com o campo, sua vontade de trabalhar e sua disposição de empreender e gerar riqueza”, destacou. “É também a hora de promover o encontro de todos os elos dessa grande cadeia produtiva. Trata-se, enfim, de uma oportunidade para olhar para trás e admirar o tanto que somos capazes de produzir como povo, mas, principalmente, para projetar e apresentar o futuro.”
O titular da Secretaria da Agricultura, Pecuária, Produção Sustentável e Irrigação (Seapi), Giovani Feltes, ressaltou a relevância das entidades representativas do agro para a realização do evento. “Os copromotores e as várias entidades do agro no Rio Grande do Sul são fundamentais para o fortalecimento do setor primário. Todos colaboram para que a feira produza efeitos sociais e econômicos significativos”, salientou.
A subsecretária do Parque Estadual de Exposições Assis Brasil, Elizabeth Cirne-Lima, comentou as melhorias realizadas no espaço que receberá a feira. “Tenho certeza de que todos irão encontrar um parque diferente. Há muitas novidades e uma infraestrutura trabalhada e revitalizada. É uma grande emoção entregar esse evento, que é feito a muitas mãos. A Expointer é o maior exemplo de que o futuro nos une, pois junta a cidade e o campo para mostrar a força do Rio Grande do Sul e do agro”, comemorou.
Durante o evento, a secretária de Comunicação, Tânia Moreira, apresentou a campanha da Expointer 2023, ao lado de Beto Philomena, sócio-diretor da Matriz Comunicação, empresa responsável pela ação publicitária. A peça busca mostrar a contribuição da inovação para o agro gaúcho. Com o slogan “O que mais cresce no campo é a cultura da inovação”, o material explora como as novas tecnologias estão tornando as culturas cada vez mais produtivas.
“Quando imaginávamos o futuro, quase sempre surgia a imagem de uma grande metrópole, com prédios arrojados e carros voando. Dificilmente se pensava em produtores e produtoras rurais utilizando a tecnologia com equipamentos de ponta. Mas o cenário mudou, pois a cultura que mais cresce no campo é, sem dúvida, a da inovação. Por isso, esse é o tema da campanha”, explicou Tânia.
Durante o evento, também foram exibidos depoimentos dos representantes das entidades copromotoras da Expointer: o prefeito de Esteio, Leonardo Pascoal; o presidente da Federação da Agricultura do Rio Grande do Sul (Farsul), Gedeão Pereira; o presidente da Federação dos Trabalhadores na Agricultura do RS (Fetag), Carlos Joel da Silva; o presidente da Federação Brasileira das Associações de Criadores de Animais de Raça (Febrac), João Francisco Wolf; o presidente do Sistema Ocergs-Sescoop/RS (Ocergs), Darci Hartmann; e o presidente do Sindicato das Indústrias de Máquinas e Implementos Agrícolas no RS (Simers), Claudio Bier.
Sobre a 46ª Expointer
A 16 dias do evento, a expectativa do governo do Estado é manter, ou até superar, o sucesso da última edição – que bateu recordes de público e de faturamento, atraindo mais de 750 mil pessoas e movimentando valores acima de R$ 7 bilhões.
Leite lembrou circunstâncias peculiares que contribuíram para os resultados do ano passado. “Cada edição tem o seu contexto. O ano de 2022 foi o primeiro sem nenhuma restrição depois da pandemia, e isso gerou uma série de consequências, aumentando a presença de público. Não há como prever se teremos o mesmo efeito neste ano, mas a expectativa é de atingir e até superar os números do ano passado, por conta da movimentação dos setores e de condições econômicas favoráveis no Estado e no país”, afirmou.
Nesta edição, o Pavilhão da Agricultura Familiar contará com 380 expositores, número 10% maior que o do ano passado. Além disso, há 3.480 animais inscritos para participar da feira. A programação está sendo fechada e será disponibilizada no site da Expointer.
Além disso, diversas melhorias deixarão a feira com cara nova. No Parque Assis Brasil, ocorreu pavimentação das ruas, reforma do pavilhão de bovinos de corte e ovinos, cobertura da pista de provas e de treino do Cavalo Crioulo, colocação de mais baias e reformas no camping para receber os associados, melhorias no abastecimento de água, reforço de rede elétrica e preparo de nova área de estacionamento.
Ingressos
O parque vai funcionar das 8h às 20h30 para entrada de pedestres e veículos. Os valores dos ingressos não sofreram reajuste em relação a 2022. Custarão R$ 16 (inteira) e R$ 8 (meia-entrada). Crianças de até 6 anos, acompanhadas dos pais ou responsáveis, têm entrada gratuita. Idosos com 60 anos ou mais e pessoas com deficiência pagam meia. O estacionamento para visitantes custará R$ 40.
A venda de ingressos de forma on-line para visitação à feira já está disponível neste link. Também haverá a venda presencial, que ocorrerá apenas durante os dias do evento, na bilheteria do parque (portão 3).
Governo destina cerca de R$ 87 milhões para apoiar produtores rurais
Durante o lançamento da Expointer, o governo do Estado anunciou também novas medidas de apoio aos produtores rurais. Serão lançados dois editais destinando, ao todo, R$ 86,9 milhões para projetos de irrigação e de distribuição de água por meio de poços artesianos. Os recursos fazem parte de ações estruturantes do programa Supera Estiagem, que visa mitigar as consequências desse evento climático extremo no Estado.
Desse total, R$ 66,7 milhões serão aportados para distribuição de água por meio da perfuração de poços artesianos, e R$ 20,2 milhões, para projetos de irrigação. As duas medidas serão publicadas na sexta-feira (11/8) no Diário Oficial do Estado, e os editais poderão ser consultados na íntegra no site da Seapi.
O edital de distribuição de água deve contemplar todos os municípios gaúchos, possibilitando que cada localidade tenha ao menos um poço. Os valores serão disponibilizados às prefeituras por meio de convênios. Já no caso do edital da irrigação, o incentivo financeiro será oferecido diretamente aos produtores rurais, cobrindo até 20% do valor do projeto. A previsão é de que a ação beneficie cerca de 1.350 produtores rurais e aumente a área irrigada do Estado entre 5 mil e 6 mil hectares.
Fonte: Seapi
Lançado nesta sexta-feira (11), o novo Programa de Aceleração do Crescimento (PAC) contempla, pela primeira vez, de forma direta, a agropecuária brasileira. Além da retomada de investimentos na Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária (Embrapa), o Ministério da Agricultura e Pecuária (Mapa) também contará com investimentos para recuperação e ampliação de estradas vicinais que, além de melhorar o escoamento da safra, vão beneficiar o transporte nas zonas rurais.
“Mais uma vez, na prática, o presidente Lula demonstra que, para ele, a eleição acabou e reconhece a importância da agropecuária brasileira. Depois de ter feito o maior Plano Safra da história, ter dado condições para aberturas de mercados, agora lança o PAC retomando investimentos na inovação e pesquisa, por meio da Embrapa e, pela primeira vez, contempla o Mapa com investimentos diretos no setor”, destacou o ministro da Agricultura e Pecuária, Carlos Fávaro.
Na área de Inovação e Pesquisa, do eixo Educação, Ciência e Tecnologia, são previstos centros de pesquisa agropecuária, equipamentos para pesquisa agropecuária para todos os estados brasileiros e infraestrutura para organizações estaduais de pesquisa agropecuária. Veja aqui
Já a novidade é a participação direta do Mapa no PAC com um programa de recuperação e ampliação das estradas vicinais que poderá atender mais de 11 mil km nas cinco regiões do Brasil. As áreas a serem beneficiadas levam em consideração o Índice de Vulnerabilidade de Transporte (IVT) e a alta produção agrícola das microrregiões.
Fonte: Mapa
A Comissão de Turismo da Câmara dos Deputados promove audiência pública na quarta-feira (16) sobre a criação da zona franca da uva e do vinho.
O pedido para realização do debate foi apresentado pelo deputado Carlos Gomes (Republicanos-RS). Ele é autor do Projeto de Lei 1378/19, que propõe a criação da Zona Franca da Uva e do Vinho, com a aplicação de um regime tributário especial incidente sobre a produção de vinhos em 23 municípios da Serra Gaúcha, no Estado do Rio Grande do Sul.
Foram convidados para o debate, entre outros:
A audiência pública ocorre às 15 horas, no plenário 5. Confira a pauta completa.
Fonte: Agência Câmara de Notícias
A Farsul divulgou, nesta quinta-feira (10/08), os resultados das exportações gaúchas do mês de julho. Conforme o Relatório de Comércio Exterior do Agronegócio, em comparação com junho de 2023, houve um aumento de 4% no valor das exportações, mas uma queda de 2% no volume exportado pelo agronegócio gaúcho.
Na relação com o mesmo período de 2022, houve queda de 4% no valor exportado (US$ 1,2 bilhão em 2023, contra US$1,3 bilhão em 2022) e uma diminuição de no volume (1,5 milhão de toneladas em 2023 contra 1,6 milhão de toneladas em 2022). O agronegócio respondeu por 69% do valor total exportado pelo estado, e 88% do volume. O acumulado do ano é de US$ 8,1 bilhões, valor 1% superior ao período no ano passado. Em volume, no acumulado, houve queda de 2%, totalizando 11,7 milhões de toneladas.
Os principais parceiros comerciais do Rio Grande do Sul no período foram a Ásia (sem o Oriente Médio), com US$ 565 milhões e 853 mil toneladas, e a Europa, que atingiu US$ 301 milhões, sendo US$ 249 milhões para a União Europeia. Em seguida temos o Oriente Médio com US$ 87 milhões, América do Norte com US$ 106 milhões, América do Sul com US$ 80 milhões, África com US$ 59 milhões, Oceania com US$ 2 milhões e América Central e Caribe com US$ 32 milhões.
Quanto aos países, a China aparece em primeiro lugar com US$ 331 milhões e participação de 26,7% no valor. Em segundo lugar temos Estados Unidos com 6,9%, Bélgica com 6,2%, Vietnã com 6,1% e Coreia do Sul com 4,7%.
As importações feitas pelo setor apontam que o Grupo Adubos (fertilizantes) e seus ingredientes passou de US$ 433 milhões em jul/22 para US$ 257 milhões em jul/23, queda de 41% no valor. Já no volume, passou de 566 mil toneladas para 741 mil toneladas, um aumento de 31%. No comparativo com o mês anterior, houve aumento de 41% no valor e 57% no volume.
Fonte: Imprensa Sistema Farsul
Uma pesquisa inédita realizada com produtores rurais de todas as regiões do Brasil traça um perfil completo da armazenagem de grãos dentro das propriedades rurais do país.
A pesquisa faz parte do “Diagnóstico da Armazenagem Agrícola no Brasil”, um amplo estudo da CNA sobre uma das principais atividades primárias da logística e que é fundamental para a competitividade dos produtores e do agro brasileiro. A pesquisa foi realizada pela Esalq-Log (USP).
Inédita, a pesquisa ouviu 1.065 produtores rurais, de todas as regiões do país, o que permitiu traçar o perfil da armazenagem no campo, o perfil de quem utiliza esse tipo de infraestrutura na fazenda, fora da fazenda, em silo bag, e recomendações desses usuários para incentivar e expandir o uso da armazenagem. Os questionários foram respondidos no final de 2022.
Abaixo os resultados inéditos da pesquisa:
- A maior parte dos produtores ouvidos diz que investiria em armazenagem se tivesse taxa de juros atrativa. 72,7% demonstrou interesse em investir na armazenagem por meio de um crédito com taxa de juros atrativas.
- A pesquisa revela também que a maior parte dos produtores rurais quer expandir a capacidade estática de armazenagem. 54,0% dos produtores disseram ter interesse para comportar o aumento da produção própria, 15,9% para atender terceiros e produção própria e 30,1% não tem interesse.
- As regiões com maior interesse em expandir a capacidade estática de armazenagem são o Norte (82,7%), Centro-oeste (78,4%) e Matopiba (73,3%).
- Uma das principais constatações da pesquisa é que a armazenagem traz ganhos econômicos ao produtor rural.
- Quando questionados sobre o ganho econômico médio com o uso do armazém, nas últimas três safras, comparado ao preço médio na época de colheita, 40,8% teve ganho entre 6% e 20%.
- Os volumes da safra de soja e da segunda safra de milho tendem a ter um benefício econômico em uma janela de comercialização tardia, consequência da dinâmica dos reajustes de preços.
- Outro principal ganho está relacionado à redução no custo do frete, já que no pico do escoamento da safra brasileira de grãos, o valor do frete aumenta, diante da alta demanda.
Outros dados da pesquisa:
- Dos 1.065 participantes, 61,0% não têm infraestrutura de armazenagem na propriedade. 19,8% possuem armazém do tipo silo, convencional ou graneleiro;
- A capacidade média total dos armazéns no Brasil é de 159.385 mil sacas de grãos. Se analisarmos por região, o Centro Oeste comporta 214.592 mil sacas, seguido pelo Matopiba (Maranhão, Tocantins, Piauí e Bahia) com capacidade de armazenar 201.551 mil sacas e a região Sul com 141.565 mil sacas;
- 41,2% dos produtores armazenaram acima de 75,0% da sua produção de grãos em infraestrutura própria no ano de 2021. E 57,7% deles disseram que utilizam armazém do tipo silo;
- Em relação ao tempo médio de armazenagem na própria infraestrutura, 42,2% responderam que guardam a produção de 4 até 6 meses e 22,5% de 7 até 9 meses. Na região Centro-Oeste, 54,0% produtores responderam que armazenam sua produção em um período de 4 a 6 meses;
- O padrão mais típico do tempo médio de ocupação dos armazéns com grãos em 2021 no Brasil é de 7 a 9 meses. A média Brasil é de 31,6% de frequência. Entretanto, 29,3% dos produtores disseram armazenar os grãos de 4 a 6 meses e 23,8% de 10 a 12 meses.
- No total, 84,7% dos produtores ocupam os armazéns de 4 meses a 12 meses para evitar o período de pico da safra. Isso demonstra a relevância de se ter armazém para esperar a melhor janela de tempo/oportunidade para escoar a safra (fugindo dos altos custos de transportes observados no período de pico de escoamento da safra).
- Considerando a armazenagem própria, 24,1% apontaram não ter observado perdas de produção e 20,1% responderam ter tido perdas de 0,11% a 0,25% por mês armazenado (dado considerado irrisório, menor que 1%).
- Em algumas situações, o produtor pode receber um bônus ou prêmio por possui infraestrutura de armazenagem própria. Segundo a pesquisa, 67,7% dos produtores não recebe nenhum tipo de bônus ou prêmio e 23,1% recebe até 5% no preço do produto;
- No item sobre as principais dificuldades com a gestão da armazenagem própria, os produtores elencaram a falta de profissionais qualificados (24,8%), perdas físicas e de qualidade do grão (16,5%), gestão da umidade (7,8%) e alto custo de aquisição e necessidade de capital de giro (7,3%);
- Em 2021, 66,4% dos produtores que não possuíam infraestrutura de armazenagem contrataram serviços de terceiros. As regiões com maiores taxas de contratação foram Centro-Oeste (86,5%), Sul (77,4%), Norte (64,9%) e Matopiba (59%).
- Outra estatística levantada diz respeito a distância média percorrida entre a fazenda do produtor e o armazém contratado para entrega do produto. A média nacional é de 35,1 quilômetros. O estado do Piauí foi o que apresentou a maior média de distância percorrida (110 km) e o Rio Grande do Sul a menor (16,1 km).
Importante:
- O silo bolsa é um sistema de armazenamento de grãos e silagem muito utilizado pelos produtores. E apesar disso, não havia qualquer dado sobre o seu uso no campo. De acordo com a pesquisa, 26,8% utiliza o silo bag para armazenar até 10,0% da produção, 22,4% entre 11% a 25% e outros 22,4% armazenam entre 26% a 50%;
- Considerando a perda média (quebra-técnica) na armazenagem própria utilizando o silo bolsa (% por mês armazenado), 24,5% respondeu que tem perda de 0,11% até 0,25%.
- Para preencher o silo bolsa, 82,5% dos produtores utilizam o equipamento de “embolsadora de grãos” próprio e 8,3% contratam serviços de terceiros;
- Os 1.065 produtores rurais também foram questionados sobre o conhecimento das linhas de crédito para armazenagem. 35,7% conhecem o Programa para Construção e Ampliação de Armazéns (PCA) e 25,9% não conhecem as linhas;
Fonte: Assessoria de Comunicação CNA
A Confederação da Agricultura e Pecuária do Brasil realiza, no próximo dia 19 de agosto, a etapa do júri popular do Prêmio CNA Brasil Artesanal, concurso que escolherá o melhor azeite de oliva extra virgem. O evento acontece em Brasília.
A degustação será realizada das 9h às 16h, na área da Cafeteria Jardim Bom Demais, no Jardim Botânico de Brasília, próximo ao estacionamento principal. Cada pessoa provará o azeite sem saber a marca e dará uma nota por meio de codificação individual. Serão oferecidas 10 marcas, divididas em duas categorias (cinco de cada) – Blend, que mistura duas ou mais cultivares de olivas, e Monovarietal, elaborado com apenas uma variedade.
“O processo de seleção dos azeites na etapa de júri popular se dará pela degustação das amostras, sem identificação, por provadores não treinados, que irão avaliar de acordo com uma escala hedônica de um a nove”, destaca a assessora técnica da CNA, Fernanda Regina.
As amostras finalistas degustadas pelo júri popular foram selecionadas por um júri técnico, composto por 10 especialistas. Eles avaliaram, de 17 a 21 de julho, as 58 marcas inscritas no concurso. Todo o processo obedeceu a normas internacionais e foi realizado também às cegas e com o mesmo sistema de votação.
Após o júri popular, haverá a última etapa do concurso, com base na análise das histórias dos azeites finalistas. Os primeiros colocados vão receber prêmios em dinheiro, certificados e selos.
O Prêmio CNA Brasil Artesanal – Azeite de Oliva é promovido pela Confederação da Agricultura e Pecuária do Brasil (CNA) em parceria com a Empresa de Pesquisa Agropecuária de Minas Gerais (Epamig), a Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária (Embrapa) e a Universidade Federal de Ciências da Saúde de Porto Alegre (UFSPA).
Serviço:
O que: Prêmio Brasil Artesanal – Edição Azeite
Quando: 19 de agosto (sábado)
Horário: 9h às 16h
Onde: Jardim Botânico de Brasília – Cafeteria Jardim Bom Demais, espaço que compõe o Centro de Visitantes, próximo ao estacionamento principal
Fonte: Assessoria de Comunicação CNA
Os ovinos são a maioria na Expointer 2023. São 980 animais de 15 raças, um aumento de 9,87% em relação a 2022, quando a feira teve 892 animais inscritos. “Muitas raças têm destaque nesta feira: o Texel e o Texel Colorido em primeiro lugar, com maior número de animais, mas tem também o Dorper e White Dorper, que aumentaram sua participação neste ano e a Romney Marsh”, destaca o presidente da Associação Brasileira de Criadores de Ovinos (Arco), Edemundo Gressler. Ele afirma que estes números retratam o bom momento das exposições deste ano de 2023.
Cássio Miolo, da cabanha Fortaleza do Seival, de Candiota, participa da Expointer desde 2001. Neste ano vai estar com 12 animais da raça Texel. “Tudo indica que será uma feira maravilhosa em negócios e o Texel hoje é a vitrine da ovinocultura”, avalia Cássio. Entre os ovinos, a raça Texel e Texel Colorida está em maior número no Parque, com 235 e 110 animais inscritos, respectivamente.
Outras raças que são destaque na feira, com aumento significativo na participação são a Dorper e a White Dorper. A Dorper teve um aumento de 123,68%, passando de 38 animais em 2022 para 85 nesta feira. E a White Dorper aumentou ainda mais, 500%, passando de um inscrito no ano passado para seis animais neste ano.
“Nós acreditamos que este aumento na participação ocorreu porque nós organizamos junto com a Associação Brasileira de Criadores de Dorper e White Dorper (ABC DORPER) uma etapa ranqueada do julgamento do Dorper, o que atraiu criadores do Paraná, que estão vindo participar da feira em Esteio”, avalia o criador Marco Aurélio Sanchotene, da Dorper Obelisco de Dom Pedrito. Para a Expointer deste ano estão inscritos quatro animais. “O Dorper tem crescido no Rio Grande do Sul em função da produção de carne, o pessoal está buscando uma melhor qualidade de carcaça, um melhor rendimento de carcaça”, afirma Sanchotene.
A única nova raça ovina presente na feira é a Merino Australiano Naturalmente Colorido, com um exemplar de um criador de Glorinha. Esta raça se destaca na produção de lã fina, com qualidade, sedosidade e suavidade.
O presidente da Arco destaca que a participação na Expointer é sempre um momento de mostrar o que a ovinocultura tem de melhor. “Nós vamos mostrar o que o criador vem fazendo, a qualidade dos seus animais, os investimentos em genética, e também o trabalho desenvolvido pelas associações, que representam a força do coletivo”.
A participação dos equídeos
Os equídeos vêm logo depois dos ovinos e tem 819 animais inscritos de 11 raças, registrando um aumento de 1,24%. A maior representação é dos cavalos crioulos, que registraram um aumento de 23%, passando de 391 em 2022 para 431 neste ano.
“Nós teremos em torno de 700 animais dentro do Parque de Exposições Assis Brasil, entre a morfologia, o 42º Freio de Ouro, a 2ª Supercopa Freio do Proprietário e a 1ª Supercopa Paleteadas, além dos leilões”, destaca Eduardo Azevedo, executivo técnico da Associação Brasileira de Criadores de Cavalo Crioulo (ABCCC).
Segundo ele, foram feitas muitas melhorias no parque, como a pista coberta, o aumento do pavilhão com mais 100 cocheiras para o Freio de Ouro e novos banheiros no camping. “Nós estamos fazendo de tudo para receber da melhor forma os nossos expositores e associados. E a nossa expectativa é de uma grande Expointer”.
Entre os equídeos, uma nova raça volta ao Parque depois de 34 anos. É o jumento Pêga, com 10 animais inscritos. Os maiores criadores desta raça estão concentrados em São Paulo e Minas Gerais.
Os bovinos de corte
Depois de ovinos e equídeos, os bovinos de corte estão em terceiro lugar em número de inscritos, com 15 raças e 617 animais, 38 animais a menos do que em 2022.
A raça com maior participação é a Braford, que conta com 94 animais, um a mais do que em 2022. Ela é uma cruza de Hereford com Zebu e se caracteriza pela rusticidade, alta fertilidade, bom temperamento e carne de alta qualidade.
Fonte: Seapi
A estimativa para a produção de grãos na safra 2022/23 é de 320,1 milhões de toneladas, um incremento de 17,4%, o que representa um volume de 47,4 milhões de toneladas a mais que o volume colhido no ciclo passado. Os dados estão no 11º Levantamento da Safra de Grãos divulgado nesta quinta-feira (10) pela Companhia Nacional de Abastecimento (Conab). Esse resultado é reflexo da combinação dos ganhos de área e de produtividade das lavouras. Enquanto a área apresenta uma alta de 5% em relação à safra 2021/22, chegando a 78,3 milhões de hectares, a produtividade média registra uma elevação de 11,8%, saindo de 3.656 quilos por hectare para 4.086 kg/ha.
“Esse valor de 320,1 milhões de toneladas se deve, principalmente, ao avanço da colheita do milho segunda safra que vem apresentando produtividades superiores às inicialmente previstas, aliado ao melhor desempenho das culturas ainda em campo. Portanto, reforça o recorde da safra brasileira de grãos”, explica o presidente da Conab, Edegar Pretto.
A colheita do milho segunda safra segue avançando e ultrapassa 64,3% da área plantada, como indica o Progresso de Safra publicado pela estatal nesta semana. Se confirmado, o volume estimado para a segunda safra de milho ultrapassa as 100 milhões de toneladas, a maior produção já registrada na série histórica. Para a terceira safra, embora existam registros de pontos de estiagem em Alagoas e no nordeste da Bahia, as chuvas regulares de modo geral favorecem o bom desenvolvimento das lavouras. Com o bom desempenho, a colheita total do cereal está projetada em aproximadamente 130 milhões de toneladas, 16,8 milhões de toneladas a mais do que na temporada passada.
Para o algodão, a Conab prevê uma produção de 7,4 milhões para o produto em caroço, o equivalente a 3 milhões de toneladas de pluma. A colheita, iniciada em junho, fechou em julho com cerca de 30%, um atraso em relação à safra anterior, quando no mesmo período atingia 49,3%. As condições climáticas vêm favorecendo as lavouras, que apresentam um bom desenvolvimento.
Já o feijão deve ter uma colheita 2,6% superior ao resultado obtido no ciclo 2021/22, estimada em 3,07 milhões de toneladas. Na terceira safra, as condições climáticas vêm favorecendo o desenvolvimento das lavouras, onde prevalecem os estádios de floração, enchimento de grãos e maturação.
Produtos da safra de verão, soja e arroz têm produção estimada em 154,6 milhões de toneladas e 10,03 milhões de toneladas, respectivamente. No caso da oleaginosa, destaques para o Mato Grosso, maior produtor do grão no país, com 45,6 milhões de toneladas, e para a Bahia, estado com a com a maior produtividade com 4.020 kg/ha, resultado do bom pacote tecnológico e condições climáticas extremamente favoráveis. Para o arroz, mesmo com o clima mais favorável, a redução observada na produção se deve ao plantio de uma área 8,5% inferior.
Dentre os produtos de inverno, a semeadura das culturas foi praticamente finalizada em julho. Principal cultura cultivada, o trigo registra um crescimento na área plantada de 11,2%, chegando a 3,4 milhões de hectares. Com isso, a produção está estimada em 10,4 milhões de toneladas, volume semelhante ao obtido na safra anterior.
Mercado – Neste levantamento, a Conab mantém a projeção de exportações recordes não só para soja em grãos, mas também para farelo e óleo. Para o produto em grão é esperado que sejam embarcadas aproximadamente 95,64 milhões de toneladas, 17 milhões a mais que em 2022. As estimativas também apontam que 21,83 milhões de farelo e 2,60 de óleo tenham como destino o mercado internacional. Diante deste cenário, os estoques finais da oleaginosa devem ficar em torno de 7,17 milhões de toneladas.
Estimativa recorde também para as exportações de milho. Com a demanda externa pelo cereal brasileiro aquecida, a projeção é que 50 milhões de toneladas sairão do país. Confirmado o resultado, o volume exportado pelos agricultores brasileiros na safra 2022/23 será maior que as exportações realizadas pelos Estados Unidos. Ainda assim, a produção recorde do grão permite que haja uma recuperação de 30% nos estoques ao fim do atual ano safra, sendo estimados em 10,5 milhões de toneladas.
Com mais de 70% da safra de algodão comercializada, é esperada que as vendas da pluma ao mercado externo cheguem a 1,7 milhão de toneladas. Em julho deste ano, as exportações do produto atingiram 72,6 mil toneladas, de acordo com dados do Ministério do Desenvolvimento, Indústria, Comércio e Serviços (MDIC). Esse volume só é inferior a 2020, quando foram exportadas 77,3 mil toneladas. Para o estoque final da atual safra, a expectativa da Conab é ficar em torno de 1,95 milhão de toneladas, crescimento de 49,4% em relação à temporada anterior.
Mais detalhes sobre as principais culturas cultivadas no país podem ser acessados nos arquivos do 11º Levantamento da Safra de Grãos 2022/2023, disponíveis no site da Companhia.
Fonte: Conab
ARTIGO – Presidente da Frente Parlamentar da Agropecuária (FPA), deputado Pedro Lupion (PP-PR)
Publicado no Jornal Gazeta do Povo – 10/08/2023
Visito e participo, todos os anos, da Agroleite. Acontece agora, em agosto, na cidade de Castro, a capital do leite, aqui no Paraná. É uma das maiores feiras do setor. Reúne expositores, empresas e produtores com inovações para a área.
Aqui, pude atestar, mais uma vez, ao lado de lideranças como o ex-prefeito de Castro, e hoje deputado estadual, Moacir Fadel, a força do cooperativismo brasileiro.
Sou cooperado de duas cooperativas. Sempre fui cooperativista, e integro a Frente Parlamentar do Cooperativismo desde que cheguei ao Congresso Nacional, em 2019.
Para quem não está familiarizado, é um modelo de negócios diferente, baseado em cooperação voluntária de grupos e/ou indivíduos com objetivos comuns. Os membros se fortalecem coletivamente, passam a ter força para buscar benefícios aos seus negócios. O crescimento do todo passa a gerar ainda mais oportunidade e renda aos indivíduos unidos.
Cooperativas agrícolas têm destaque no Paraná: Castrolanda, Capal, Frísia, Cocamar, Integrada, entre tantas outras. E mostraram isso internacionalmente, ao integrarem a lista do Monitor Cooperativo Mundial, que ranqueia os melhores resultados no mundo.
A primeira do nosso estado a aparecer na lista é a Coamo, 7° lugar no faturamento per capita.
Além dela, Cocamar (73ª), Copacol (83ª), Agrária (108ª), Integrada (114ª), Castrolanda (115ª), Frimesa (119ª), Frísia (139ª) e Coopavel (147ª) também são citadas.
Aqui no Paraná, estado fortemente agropecuário, 85% do faturamento cooperativo vem daquelas agroindustriais, que crescem em média 20% por ano.
Dados da Organização das Cooperativas do Paraná (Ocepar) estimam que, hoje, nossas cooperativas exportam para 150 países.
Tal evolução gera impacto na economia brasileira. Em 2022, as cooperativas paranaenses faturaram R$ 186 bilhões, quase um terço do total obtido pelo cooperativismo em todo o Brasil – R$ 600 bi.
Fica o nosso aplauso por esse belo trabalho, capitaneado pelo Sistema Ocepar, na figura de seu presidente, José Roberto Ricken.
Aqui no Paraná, estado fortemente agropecuário, 85% do faturamento cooperativo vem daquelas agroindustriais, que crescem em média 20% por ano
De volta à Agroleite, a maior parte das discussões abordam a crise que vive o setor leiteiro.
Há algumas semanas, temos denunciado com a nossa Frente Parlamentar da Agropecuária, que presido, a concorrência desleal do leite importado da Argentina e do Uruguai.
De um lado, produtores brasileiros encaram carga tributária pesada, juros altos, dificuldades logísticas e falta de apoio governamental. Do outro, Argentina e Uruguai respaldam seus produtores com subsídios e incentivos fiscais, financiamento à exportação, entre outros métodos predatórios. Isso para não falar nas suspeitas de prática de dumping – de que estariam exportando para cá leite a preços abaixo do que praticam em seus mercados, para prejudicar o produtor brasileiro.
Somos autossuficientes na produção. Não precisamos importar. Não somos contra o Mercosul, ou contra o livre mercado entre países do bloco, mas concorrência desleal precisa ser denunciada.
Não podemos deixar que predadores tentem destruir um setor que gera tantos empregos e oportunidades e que têm papel fundamental na alimentação de milhares de pessoas.
Já estivemos com a Câmara de Exportações, Ministros de Estado, Itamaraty e Vice-Presidente da República. Alertamos para a situação e exigimos medidas que garantam o preço ao produtor.
Boa notícia é ver na Agroleite o ministro da Agricultura e Pecuária, Carlos Fávaro, anunciar recursos de R$ 200 milhões para a compra de leite em pó, a fim de melhorar o preço dos produtos. Resta saber se essa medida bastará para melhorar a renda dos produtores.
Na próxima semana, teremos uma grande mobilização do setor em Brasília. Pressão para buscarmos soluções no governo federal, em defesa do leite brasileiro.
Fonte: Agência FPA