Tecnologia e Inovações

"Uber do Agronegócio"

O transporte de cargas de produtos agrícolas conta com cerca de 500 mil motoristas de caminhão nas estradas brasileiras. Há anos o formato de contratação deste serviço funciona da mesma maneira, mas uma empresa de tecnologia para transportes veio com o objetivo de mudar este cenário.

A Sotran, empresa criada em 1985 como uma transportadora, vem há alguns anos realizando pesquisas e desenvolvimento na área de tecnologia para transportes. Através disso, a empresa criou um aplicativo que conecta caminhoneiros, transportadores e empresas do agronegócio, para facilitar a contratação e remuneração dos motoristas que realizam o trabalho de fretes.

Chamado de Tmov, o aplicativo também conta com uma plataforma de pagamentos através de um cartão de débito e o sistema já tem mais de 35 mil usuários ativos. Desde 2016 a empresa vem se desenvolvendo neste mercado através de um aporte de um fundo de investimento norte-americano que fez com que a empresa mudasse de foco e investisse no aplicativo.

A Sotran revela que atualmente 65% dos 400 mil transportes feitos todo ano pela Sotran já são negociados pela plataforma da Tmov e o plano é chegar a 100%. De 500 mil caminhões cadastrados, hoje a Tmov tem 180 mil caminhoneiros cadastrados e faz 2 mil carregamentos por dia.

A projeção esperada de faturamento da Tmov é movimentar 1 bilhão de reais em pagamentos de frete nos próximos 12 meses – a margem de lucro não é divulgada pela companhia.

Um levantamento realizado pela ABAG (Associação Brasileira do Agronegócio), revela que o Brasil tem cerca de 2 milhões de caminhoneiros e cerca de 500 mil motoristas estão dedicados exclusivamente ao agronegócio.O mercado de transporte rodoviário de cargas, foco da Sotran, movimenta 400 bilhões de reais no país.

Um executivo da companhia, diz que o foco da empresa é trazer inovação ao setor já que “Nesse segmento, a tecnologia ainda está anos atrasada. Os contatos entre motoristas e empresas ainda é feito por telefone ou Whatsapp”. De acordo com a ANTT – Agência Nacional de Transportes Terrestres, o Brasil tem cerca de 150 mil transportadoras, com uma média de 7,6 caminhões.

Fonte: AF News

Agricultura de Precisão
Agricultura de Precisão<

A agricultura de precisão é uma forte aliada quando o assunto é aumento de produtividade e otimização das atividades nas lavouras. Ao longo dos anos, as grandes empresas do setor agrícola passaram a ver que o investimento não apenas em desenvolvimento de produtos, mas em tecnologias, podem favorecer os resultados nas propriedades, o que aumenta os lucros não somente do produtor, mas também dos seus fornecedores.

De olho neste novo cenário, a Yara, multinacional no setor de fertilizantes agrícolas, lançou há poucos dias no Brasil, uma ferramenta de agricultura de precisão chamada Atfarm, que possibilita aos agricultores monitorarem suas culturas e tomarem decisões com base em informações confiáveis e didáticas. 

Com o novo aplicativo, é possível programar o uso de fertilizantes de maneira mais assertiva, evitando desperdícios e reduzindo custos. A solução é de fácil acesso, já que qualquer agricultor que possua um computador poderá monitorar seus talhões e adubá-los em taxa variável de maneira mais eficiente. Além disso, através do aplicativo para smartphones ele pode monitorar seus talhões de qualquer lugar e checar os mapas de aplicação de fertilizantes criados. Isso é possível porque a aplicação disponibiliza imagens de satélite atualizadas frequentemente. O resultado é a maior produtividade, e por consequência, lucratividade.

O Líder do laboratório digital da Yara Brasil, Luis Moreira, esclarece que “Big Data, Internet das Coisas e a análise de dados vieram para ficar na realidade agrícola. Cada vez mais a agricultura digital revoluciona o setor, gerando benefícios para os agricultores e para a sociedade em geral. A era da agricultura 4.0 permite vantagens, como criar valor agregado ao produto, reduzir custos operacionais e agilizar a produção”, conclui.

Como o sistema funciona?

O Atfarm realiza uma combinação de captura de imagens e dados obtidos através da tecnologia dos satélites com o índice N-Sensor - algoritmo desenvolvido com a expertise da Yara em nutrição de plantas e décadas de testes em campo. O aplicativo encontra diferenças no crescimento das culturas – e, com base nisso, os agricultores podem gerar mapas de aplicação de fertilizantes nitrogenados em taxa variável e monitorar suas culturas a qualquer momento. Com o Atfarm, é possível identificar áreas do seu talhão que estão se comportando de maneira inesperada e programar antecipadamente a próxima inspeção, priorizando as áreas que exigem maior atenção. Os mapas de aplicação para adubação em taxa variável podem ser criados em poucos cliques e exportados para o maquinário e também podem ser visualizados no aplicativo para smartphones de qualquer lugar.

Com um pouco mais de habilidade, o usuário também pode desenhar seus talhões em poucos cliques, ou fazer o upload das imagens geradas através de arquivos shapefile (originados, por exemplo, pelo ArcGis). O monitoramento das culturas é feito por meio de imagens da sua biomassa, que estão sempre disponíveis e são atualizadas frequentemente (a cada 3 ou 5 dias) e ajudam o produtor a checar o vigor de suas culturas para planejar a adubação com mais precisão. A visualização dos talhões pelo índice N-Sensor do Atfarm permite averiguar diferenças na biomassa com mais segurança e mostra essas variações de maneira detalhada, mesmo em estágios de crescimento avançados. Portanto, o Atfarm auxilia o agricultor a tomar decisões melhores durante a safra e na detecção de anomalias de crescimento com antecedência

“O time do Atfarm está totalmente focado em ajudar os produtores brasileiros a monitorar suas culturas e aumentar sua produtividade”, diz Rodrigo Moraes, Diretor comercial de produtos digitais na Yara. “Nós aprendemos por meio de pesquisas e trabalhos em campo, como desenvolver a melhor solução digital para o agronegócio brasileiro e trabalhamos constantemente para otimizá-la. Estamos ansiosos para ver os benefícios que o Atfarm trará aos agricultores brasileiros”.

Fonte: AF News Agrícola

Agricultura de Precisão: Importância dos Mapas de Produtividade
Agricultura de Precisão: Importância dos Mapas de Produtividade<

O que são mapas de produtividade?

Os mapas de produtividade são mapas de pontos amostrais coletados nas lavouras, que contém informações sobre a quantidade colhida em determinada área no campo. A área de cada amostra pode ser definida de acordo com a velocidade de deslocamento da máquina, do tempo de coleta de cada ponto (geralmente entre 1 a 3 pontos por segundo) e da largura da plataforma.

A localização de cada ponto é georreferenciada com o auxílio de um GNSS ( sistema de navegação global por satélite) e possuem coordenadas (latitude e longitude) para correto posicionamento dentro da lavoura. Os pontos são classificados em diferentes escalas de cores, de acordo com a produtividade para a composição do mapa final.

Um dos componentes principais no monitoramento da produtividade é o sensor de fluxo de grãos, que possui associados aos seus sistemas outros sensores, como: de umidade, de inclinação, de levante da plataforma, entre outros. O sensor mais comum que mensura o produto sendo colhido é a placa de impacto, que é um tipo de sensor gravimétrico, além deste, temos os sensores por facho de luz, conhecidos como volumétricos.

Quais cuidados que devem ser tomados no monitoramento?

No momento de realização da coleta de dados nos pontos amostrais da propriedade, devem ser tomados alguns cuidados para que os resultados sejam o mais realista possível e erros como uma máquina descalibrada, podem interferir no resultado. Portanto, para a correta coleta de dados de produtividade em campo, deve-se calibrar a placa de impacto de acordo com a cultura que estamos colhendo.

A largura da plataforma também deve ser revista, de forma a evitar erros na colheita e na contagem dos grãos. A calibração de sensores do inclinômetro, umidade, temperatura e de levante da plataforma devem ser ajustados de acordo com a cultura e espaçamento.

O posicionamento das coordenadas geográficas no GPS deve ser conferido, para que um erro de localização não ocorra.

Como gerar recomendações com os mapas de produtividade?

Quando o assunto é adubação, as recomendações no método convencional se baseiam na média da necessidade de fertilizantes agrícolas de uma lavoura. O mesmo não acontece na agricultura de precisão, já que seu conceito está em justamente entender que cada talhão da propriedade possui diferentes relevos, composições nutricionais, entre outras características agrícolas pertinentes.

Sendo assim, a agricultura de precisão busca melhorar a gestão das lavouras, com o objetivo de aumentar a sua produtividade e otimizar os seus processos, como na utilização de insumos. Mas para isso, é necessário a aplicação dos mapas de produtividade, que irão apresentar quais as zonas com necessidades específicas de fertilizantes.

Alguns softwares de geração de mapas de produtividade em SIG (Sistema de Informação Geográfica), como o QGIS, trazem a possibilidade da criação do mapa de recomendação de adubação. Esses mapas de pixels, costumam possuir três informações básicas de acordo com cada pixel: latitude, longitude e dose. Ou seja, se o produtor utilizar o método de reposição de nutrientes, de somente aquilo que a cultura extrai do solo. A partir do momento que a máquina de adubação passar naquela coordenada geográfica, irá aplicar somente a dose necessária de fertilizante, reduzindo assim os excessos na aplicação, gerando economia nos insumos.

O que se deve ser considerado nesta reposição de nutrientes, é qual cultura será implantada na área após a adubação, tendo em vista que a próxima cultivar também irá extrair os nutrientesnecessários do solo para desenvolver o seu potencial produtivo, portanto, a sua necessidade deverá ser considerada e reposta no solo.

Portanto, embora os mapas de produtividade sejam de grande ajuda na otimização de resultados das lavouras, é necessário um mínimo de conhecimento das culturas que serão produzidas, para que a adubação se dê de forma adequada, é justamente por esta razão que os dados coletados não tem muita utilidade, caso não saibam ser bem interpretados, mas que fazendo a aplicação correta dessas informações, é possível aumentar a produtividade.

Fonte: AF News Agrícola

Agricultura de Precisão: Irrigação na agricultura através da Internet das Coisas (IoT).
Agricultura de Precisão: Irrigação na agricultura através da Internet das Coisas (IoT).<

A Internet das Coisas (IoT) vem sendo cada vez mais aprimorada para sua utilização nas atividades do campo. São inúmeros os implementos e sensores que já utilizam dessa tecnologia avançada para a otimização de tarefas que antes era feitas de forma manual e de demorada execução na lavoura. Atualmente, pesquisadores brasileiros e europeus, estão buscando através da IoT ligada a agricultura de precisão, uma solução para a gestão inteligente da irrigação da água. Confira:

Todos sabem que a água é um recurso natural essencial para o desenvolvimento da produção agrícola e sem água, não existiria alimentos. Cada vez mais, existe a necessidade do uso sustentável da água para o cultivo de alimentos e por esta razão, é que pesquisadores brasileiros e europeus, se juntaram para instalar sensores em experimentos-pilotos, a fim de construir uma plataforma computacional para a gestão inteligente da irrigação de precisão, baseada na internet das coisas (IoT, na sigla em inglês).

Os experimentos de agricultura de precisão estão sendo conduzidos no Brasil, Espanha e Itália pela empresa de pesquisa internacional Smart Water Management Platform (Swamp), aprovada na 4ª Chamada Coordenada Brasil-União Europeia em Tecnologias da Informação e Comunicação (TIC), em 2017.

Basicamente a plataforma com tecnologia de ponta, funciona com uma rede de sensores sem fio que coletam dados agronômicos e de umidade do solo, em diferentes áreas e profundidades, e avaliam, por exemplo, a necessidade de irrigação das plantas.

As informações coletadas via uso da agricultura de precisão são enviadas para computadores instalados nas propriedades agrícolas e de lá seguem para uma nuvem computacional, onde são armazenadas e processadas, com o objetivo de otimizar o processo de irrigação e o uso da água na agricultura.

Os primeiros experimentos já demonstraram a viabilidade e o potencial de reprodução do sistema no Brasil e no exterior. Para validar a tecnologia e analisar seu desempenho e escalabilidade, também houve uma simulação do uso de até 45 mil sensores para coleta de dados no campo e integração com outros modelos computacionais. Testes realizados nos três países apontaram, no entanto, a necessidade de modelos personalizados para o uso racional da água e a integração de diferentes tecnologias para que a aplicação da IoT seja adotada de forma generalizada na irrigação de precisão.

No Brasil, os pilotos estão localizados nas regiões Nordeste e Sudeste do País. No continente europeu, estão sendo realizados no norte da Itália, na região de Emilia-Romagna, e no sul da Espanha, em Cartagena. A pesquisa envolve 11 instituições, entre elas a Embrapa, a Universidade Federal do ABC (UFABC), a Universidade Federal de Pernambuco (UFPE), o Centro Universitário da Fundação Educacional Inaciana “Padre Sabóia de Medeiros” (FEI), a Universidade de Bologna, na Itália, a Intercrop, da Espanha, e a VTT Technical Research Centre, da Finlândia.

De acordo com o professor da UFABC Carlos Alberto Kamienski, líder da pesquisa no País, a iniciativa é inovadora e coloca o Brasil no mesmo nível de países líderes em tecnologia de IoT aplicada à agricultura de precisão. Há várias pesquisas em andamento no exterior, mas ainda não há uma plataforma disponível no mercado. A expectativa é que o Swamp gere resultados que possam ser usados por outras empresas para a oferta de serviços aos produtores rurais, com impactos significativos na redução de custo e energia, melhorando a produtividade agrícola com sustentabilidade.

Fonte: AF News

Aplicativo orienta a semeadura de verão.
Aplicativo orienta a semeadura de verão.<

A semeadura da soja tem início em outubro na região fria dos estados do RS e SC. Seguir o zoneamento agrícola pode reduzir perdas por adversidades climáticas ao longo da safra de verão e garantir a adesão aos programas de seguro rural no Brasil. O aplicativo ZARC – Plantio Certo permite acessar pelo celular a melhor data para plantio em cada município.

O Zoneamento Agrícola de Risco Agroclimático (ZARC) foi criado em 1996 como suporte às políticas de crédito e seguro rural. O estudo, coordenado pela Embrapa com apoio de diversas instituições públicas e privadas, permite verificar as melhores datas de plantio de mais de 40 culturas no Brasil. Por meio de quatro variáveis - município, tipo de solo, cultura e ciclo da planta - o sistema apresenta a época do ano mais indicada para a semeadura e as taxas associadas de risco de perdas – até 20%, 30% e 40%. 

A soja foi a primeira cultura de verão a contar com suporte do ZARC no Brasil. Hoje, o atendimento às recomendações do ZARC é obrigatório para o agricultor acessar os recursos do Programa de Garantia de Atividade Agropecuária (Proagro), do Proagro Mais e do Programa de Subvenção ao Prêmio do Seguro Rural (PSR). Atualmente, as seguradoras privadas também seguem as informações do ZARC para liberar a contratação do seguro.

Base de Dados

As informações contidas no ZARC são organizadas a partir da base de dados para cada cultura, como série histórica das últimas 30 safras, simulação de riscos e observações de mais de 3 mil estações meteorológicas distribuídas em todo o País.

De acordo com o agrometeorologista da Embrapa Trigo, Gilberto Cunha, o ZARC é atualizado todos os anos, acompanhando as melhorias do sistema de simulação de riscos, a ampliação da base de dados e o surgimento de novas tecnologias de produção. O pesquisador destaca que a tecnologia aplicada no campo hoje tem maior capacidade de resiliência em suportar os impactos do clima, mas não elimina totalmente os riscos de adversidades climáticas e o produtor rural precisa adotar o que existe de melhor no conhecimento disponível: “Não podemos comparar as frustrações de hoje com as perdas sofridas nas décadas de 1970, 80 e 90. O uso da tecnologia, atualmente, permite potencializar os bons rendimentos em anos favoráveis e atenuar os impactos negativos em situações adversas”.

Segundo Gilberto Cunha, tem aumentado a quantidade de chuvas no Sul do Brasil, favorecendo a exploração agrícola durante os meses de verão. Um exemplo é a produção de soja na Metade Sul do Rio Grande do Sul, que está há 8 anos sem perdas significativas por seca. 

Acesso mais fácil

Para verificar as melhores datas de semeadura, a assistência técnica e o produtor rural precisavam buscar as informações no site do Ministério da Agricultura através de uma série de planilhas que exigem intepretação do usuário. 

Para facilitar o acesso e a compreensão das informações contidas no zoneamento, a Embrapa Informática Agropecuária desenvolveu um aplicativo móvel, o ZARC-Plantio Certo, que permite consultar a base de dados de qualquer aparelho celular em sistema operacional Android. 

O ZARC-Plantio Certo está disponível gratuitamente na loja de aplicativos da Embrapa. 

Confira e entrevista com o pesquisador da Embrapa Trigo, Gilberto Cunha sobre a gestão de riscos na agricultura:

Quais os nossos desafios em gestão de riscos na agricultura?

Cunha - A disponibilidade de recursos naturais, algumas políticas públicas diferenciadas, a competência técnico-cientifica instalada no País e o empreendedorismo dos agricultores nos diferencia, por um lado, mas não nos assegura que não há necessidade de que estejamos atentos ao que está acontecendo no mundo e suas possíveis implicações de risco à atividade. Não podemos mais ignorar algumas mudanças ora em curso, tanto de ordem social quanto econômica, que mudam o perfil de consumo de alimentos no mundo e configuram um novo papel de protagonismo aos consumidores, as questões ambientais e de relações de trabalho que podem ser entraves na nossa pauta de exportação e a convergência de conhecimentos e tecnologias que pode influir sobre a geografia de produção, tanto dentro das fronteiras nacionais quanto em escala global, promovendo mudanças inesperadas. Precisamos intensificar de forma sustentável a nossa produção agrícola. E para isso a gestão de riscos na atividade não pode mais ser ignorada.

Qual o trabalho da Embrapa na área de gestão de riscos na agricultura?

Cunha – Entre as prioridades de pesquisa da Embrapa está o desenvolvimento de sistemas inovadores de gestão de riscos na agricultura, integrando riscos climáticos, tecnológicos, socioeconômicos, ambientais e de mercado. Paralelamente, também estamos buscando aprimorar continuamente o zoneamento de riscos climáticos que serve de apoio e fomento às políticas públicas, com foco na intensificação produtiva sustentável, por intermédio da geração de tecnologias inovadoras para a produção de alimentos em um cenário global sob riscos crescentes.

O ZARC é usado exclusivamente pelos operadores de políticas públicas?

Cunha – Essa é uma percepção equivocada que muita gente, por não conhecer a tecnologia, ainda compartilha. Eu diria que muito mais do que aos gestores públicos, o ZARC é imprescindível para os assistentes técnicos, produtores e empresários rurais, pois permite o conhecimento do risco inerente ao seu empreendimento. É uma poderosa ferramenta de gestão de riscos em agricultura. 

Qual o papel da Embrapa na implementação operacional do ZARC no Brasil?

Cunha – O uso do zoneamento agrícola de risco climático como ferramenta de suporte às políticas de credito e seguro rural no Brasil começou efetivamente em 1996. E coube à Embrapa, como instituição pública Federal realizar a coordenação desse trabalho na época, que envolveu diversas instituições públicas e privadas, localizadas nas diferentes unidades da Federação. Como exemplo apenas, participaram a Fepagro, no Rio Grande do Sul, a Epagri, em Santa Catarina, o IAPAR, no Paraná, o IAC e a Unicamp, em São Paulo, e assim por diante, abrangendo todo o Brasil. Definida a metodologia, os cultivos alvos, organizada a base de dados, rodadas as simulações e traçadas as cartas de risco, conforme o tipo de solo, o ciclo das cultivares e a época de semeadura, houve a etapa de validação dos resultados e de transferência dessa tecnologia aos usuários. Essa etapa inicial durou até o começo dos anos 2000. Depois o trabalho foi terceirizado pelo MAPA e, em 2015, retornou a coordenação à Embrapa.

Há quem diga que o uso do ZARC começou com o trigo. Isso é verdade?

Cunha – Sim. Isso é fato. O primeiro cultivo a ter sua política de crédito e seguro rural embasada num zoneamento de risco climático no Brasil foi o trigo, na safra de inverno de 1996. Até então os zoneamentos de aptidão de cultivo, que não quantificavam e nem levavam em consideração os riscos regionais associados, eram usados como referência nos livros de informações técnicas que são anualmente produzidos. Nós tivemos o privilégio de coordenar esse trabalho, que, por ser novo, na ocasião, suscitou muitos questionamentos, mas acabou, por ser cientificamente bem embasado, sendo aceito e vem sendo usado, com as suas atualizações anuais, desde então.

Para finalizar, por que a agricultura é uma atividade de risco?

Cunha –  A atividade agrícola hoje, em sendo caracterizada pelo uso intensivo de capital, não se pode ignorar que é praticada sob riscos iminentes. Incluam-se, além dos riscos relacionados com o clima, que dizem respeito aos riscos de produção, também os de mercado (preços) e os vinculados ao ambiente institucional (normativos, especialmente). E assim, sem qualquer margem para dúvidas, configura-se a gestão integrada de riscos como algo cada vez mais imprescindível nesse setor.

Fonte: Agrolink

Bayer lança plataforma para compra e venda de insumos e produção agrícola.
Bayer lança plataforma para compra e venda de insumos e produção agrícola.<

 “Agricultor terá acesso a produtos de diversas marcas e também poderá vender sua safra; objetivo é conectar compradores e vendedores do agronegócio.”

 A empresa alemã Bayer anunciou na manhã desta quinta-feira, 17, o lançamento do marketplace Orbia, plataforma de compra e venda de produtos voltados ao agronegócio. Nele, o produtor rural poderá adquirir insumos, ter acesso a serviços e vender a sua produção agrícola.

A iniciativa é fruto da joint-venture, ou parceria comercial, da companhia com a Bravium. O programa de fidelidade e a plataforma de compra de insumos, que compreendem a primeira fase do projeto, devem começar a funcionar a partir de 1º de novembro. A segunda fase, da plataforma de compra e venda de commodities, tem previsão de funcionamento em janeiro de 2020.

De acordo com o presidente da divisão agrícola da Bayer, Gerhard Bohne, com o acesso à internet, as gerações mais jovens vêm assumindo a frente dos negócios, gerando a necessidade de levar o ambiente de compras online para produtores e fornecedores da companhia. “Acompanhamos essa mudança, notando o mercado agrícola evoluir, e nos perguntamos onde poderíamos avançar com a rede AgroServices [antigo programa de relacionamento da marca com os clientes], para trazer benefícios e praticidade ao produtor”, contou.

A plataforma Orbia vai conversar com o Impulso Bayer, novo programa de relacionamento da marca. Os pontos conquistados pelos agricultores poderão ser utilizados no marketplace. “Funcionará como os programas de milhas das companhias aéreas”, disse Bohne.

Na plataforma, o agricultor terá acesso a produtos de diversas marcas, inclusive de concorrentes da Bayer, e poderá vender sua produção. A companhia destaca que responsabilidade dos anúncios será de seus respectivos fornecedores, com a iniciativa apenas conectando compradores e vendedores.

“Deixamos de ser um programa da Bayer e damos oportunidade para outros players que querem fidelizar seus clientes, com a vantagem de sermos o maior programa de relacionamento”, declarou o CEO da Orbia, Ivan Moreno. A Bayer conta com 140 mil produtores em sua base de dados, que representam 65% da área plantada no Brasil.

Como funciona?

“O produtor poderá comprar insumos na plataforma, ganhar pontos e trocar por serviços, como de certificação. Uma vez que ele tenha o grão certificado, ele poderá vender também na plataforma, para gerar crédito para a próxima safra”, disse Moreno. A ideia é que a empresa esteja presente em todas as fases.

Marcas interessadas em participar da plataforma devem se cadastrar no site e aguardar o contato da Bayer. A criação da loja virtual será gratuita e contará com ajuda da equipe da companhia, que receberá uma comissão em cima das vendas.

O produtor rural poderá visualizar preços somente após informar a sua localidade e as ofertas apresentadas a ele serão as dos distribuidores que têm permissão de atuação em sua região.

A empresa se dividirá em três frentes: programas de coalizão, que são os programas de ponto; plataforma de insumos, com a venda online de produtos e serviços de distribuidores e cooperativas; e plataforma de commodities, que permite a negociação online entre os compradores e vendedores.

Moreno destaca que a plataforma seguirá toda a legislação e compliance, sendo necessário a apresentação de receituário agronômico para adquirir um defensivo agrícola, por exemplo. Futuramente, caso o agricultor ainda não tenha decidido qual produto usar, ele poderá contatar engenheiros agrônomos cadastrados na plataforma e solicitar uma visita.

 

17 de outubro de 2019 às 10h42

Por José Florentino, de São Paulo

 

Fonte: Canal Rural

O que é Agricultura de Precisão?
O que é Agricultura de Precisão?<

A agricultura de precisão é uma forma de manejo não convencional nas atividades do campo, que considera que as lavouras não são uniformes. Ou seja, que a produtividade de uma área terá variações de acordo com o relevo, solo, disponibilidade de água e temperatura. Deste modo, é necessário se trabalhar com um sistema de gestão, que trate cada área de acordo com suas características, buscando aproveitar melhor aquela porção de área. Para isso, são usados diversos equipamentos, softwares e demais tecnologias, que irão otimizar os resultados da lavoura.

A agricultura de precisão não só ajuda na otimização dos resultados de produtividade, mas também na sustentabilidade como um todo, já que é capaz de minimizar os impactos e desperdícios, aumentando os ganhos na produção agrícola, de finanças e também, reduzindo os impactos ambientais provenientes das atividades agrícolas.

O objetivo principal da agricultura de precisão é dar suporte aos produtores rurais na coleta e interpretação dos dados obtidos na lavoura, buscando otimizar o manejo feito na propriedade.

O que muita gente ainda confunde, são quais as diferenças que a agricultura de precisão tem comparado à agricultura convencional.

Manejo Convencional x Agricultura de Precisão

A Agricultura de Precisão apresenta diversas vantagens em relação ao sistema convencional de manejo.

Na agricultura convencional o sistema entende que todas as áreas apresentam as mesmas características, e por esta razão é que os fertilizantes e insumos são aplicados igualmente em toda a área, com base em uma amostragem média para os talhões ou até para toda a fazenda.

Já na agricultura de precisão, o produtor conta com a ajuda de diversas informações que irão dar respaldo na tomada de decisão, permitindo aplicar somente o necessário em cada porção da propriedade. Deste modo, uma área que for mais rica em nutrientes, irá demandar uma menor quantidade de fertilizantes, assim como outra que tiver maior necessidade, será também, atendida com a quantidade suficiente para expressar o seu melhor potencial produtivo.

Vantagens e Desvantagens da Agricultura de Precisão

A principal vantagem da agricultura de precisão é justamente a otimização de resultados, sejam eles produtivos, financeiros ou de preservação ambiental, mas normalmente a sustentabilidade que o sistema oferece contempla os três pilares.

Vantagens: Através do conceito de não uniformidade da propriedade é possível se notar várias vantagens da agricultura de precisão, como: maior segurança na tomada de decisões, economia de insumos, que por consequência irá gerar uma economia financeira e de recursos. Com o uso dos dados coletados em campo, através dos equipamentos da agricultura de precisão, é possível fazer uma melhor gestão da propriedade, especialmente por conta da visualização detalhada da fazenda, o que irá acarretar na melhoria das atividades agrícolas.

Desvantagens: Embora as vantagens do sistema da agricultura de precisão sejam imensuráveis, a AP também tem suas limitações. Ainda existe falta de pessoas qualificadas para o processamento e análise dos dados coletados na propriedade, falta de difusão de conhecimento a respeito das tecnologias empregadas e também, falta de conhecimento técnico para transformar as informações em conhecimento útil aos produtores. Portanto, a agricultura de precisão nada serve se as informações não souberem ser interpretadas, já que parte do conceito é ajudar na gestão da propriedade e através disso, melhorando os seus resultados.

Como será no futuro?

Embora o custo de implantação de uma smart farm (fazenda inteligente) ainda seja distante da maioria da realidade dos produtores rurais do Brasil, onde 80% são provenientes da agricultura familiar, o uso das tecnologias voltadas para a agricultura de precisão estão cada vez mais comuns e esse é um dos fatores que mais contribuíram nos últimos anos para aumentar a produtividade das culturas agrícolas, especialmente das commodities, como soja, milho e cana-de-açúcar, qual o Brasil é um dos principais, se não maior, exportador global. Sendo assim, a integração deste sistema é de extrema importância e será cada vez mais comum.

Obtenha informações estratégicas para a melhor decisão de compra e venda de produtos agrícolas em AF News Agrícola.

Fonte: AF News

O que são fertilizantes organominerais?
O que são fertilizantes organominerais?<

A composição de um fertilizante organomineral possui uma parte orgânica, que pode ser obtida de diferentes maneiras, especialmente nas atividades agropecuárias, mas uma fonte comum é a fermentação do glutamato monossódico, além do dejeto de animais como o de aves e suínos.

A composição de matéria orgânica presente nos fertilizantes é importante para melhorar a fertilidade do solo e suas propriedades físicas, tendo em vista que é capaz de elevar a sua capacidade de retenção de água. Também promove a redução da densidade aparente do solo e o aumento da porosidade total do solo.

Além dos componentes orgânicos e minerais, os fertilizantes organominerais possuem teores equilibrados de aminoácidos e fito hormônios, que associados com os demais elementos, atuam como ativador enzimático, realizando o estímulo vegetal no metabolismo das plantas, o que vai proporcionar maior desenvolvimento vegetativo e radicular, não se esquecendo da estrutura de sustentação da planta e consequentemente capacidade de armazenamento nutricional.

O processo de fabricação tem todo um rigor na questão de qualidade e sanidade, de forma que o processo industrial forneça segurança e qualidade ao produto. Nesse processo, são utilizadas duas ou mais matérias primas orgânicas, acrescentando macro e micronutrientes primários e secundários.

O decreto que rege esta atividade relacionada a produção dos fertilizantes organominerais e seu padrão de qualidade é o n. 86.955, de 18 de fevereiro de 1982, que exige um acompanhamento de laboratório para a determinação da composição química para que o produto siga as condições prescritas por lei, como o carbono orgânico com total mínimo de 8%, umidade máxima de 30% e a capacidade de troca de CTC mínima de 8,0 cmolc kg-1. Essas especificações vão garantir aos organominerais a sua total eficácia e os resultados conforme o esperado.

Vantagens no uso de organominerais

Com os organominerais é possível tratar o solo de forma mais eficaz. Isso porque sua composição é completa, sendo considerada de alta qualidade e com os nutrientes necessários para um bom desenvolvimento da planta.

Dentre as suas vantagens está a facilidade de aplicação, que pode ser feita com o mesmo material de aplicação dos fertilizantes convencionais, bem como os mesmos equipamentos e procedimentos. Outra vantagem relevante é a redução de odores característicos dos resíduos de animais e da agroindústria.

Um benefício importante para a lavoura é a melhora na fertilidade do solo e nas suas propriedades físicas. Isso acontece devido ao organomineral elevar a capacidade de retenção de água e reduzir a densidade aparente do solo, aumentando sua porosidade. Por conta da ação das micelas húmicas coloidais há um aumento significativo na capacidade de troca catiônica – reduzindo a perda de nutrientes por lixiviação.

A melhor época para a utilização do organomineral é a mesma dos fertilizantes minerais – ou seja, no sulco do plantio. No Brasil, a maioria dos solos tem reação ácida, e requer uma calagem cerca de um a dois meses antes do plantio. Com esse tratamento o solo estará mais nutrido e com melhores condições para a rápida multiplicação dos microrganismos. Assim, a adubação com organominerais é intensificada, gerando resultados ainda melhores.

 Fonte: AF News

TECNOLOGIA E INOVAÇÃO NA AGROPECUÁRIA BRASILEIRA.
TECNOLOGIA E INOVAÇÃO NA AGROPECUÁRIA BRASILEIRA.<

Fala-se muito que o Brasil tem progredido pouco na área de ciência, tecnologia e inovação. Realmente o progresso é pequeno na maioria dos setores da economia. Não se tem a cultura de investimento em pesquisas nas indústrias. As empresas inovam pouco e perdemos competitividade perante nossos concorrentes. Mas será que isso ocorre também com a locomotiva econômica brasileira? A agropecuária inova pouco no Brasil?

O Brasil do “Jeca Tatu” vai aos poucos ficando somente no imaginário dos nostálgicos. Os números da agropecuária invadem o noticiário constantemente. Recordes de produções! Um setor pujante desfila orgulhosamente na Marquês de Sapucaí! Cidades inteiras brotam nos sertões do Brasil Central com IDHs (Índice de Desenvolvimento Humano) europeus. A agropecuária mantém positiva a balança comercial, os alimentos baratos e a segurança energética do país. Mantém-se como a principal responsável pela estabilidade da economia e a financiadora das políticas sociais.

Evidentemente há condições extremamente favoráveis para a produção, com abundância de água e luz. Mas de nada valeriam esses recursos se não houvesse um forte caráter inovador na agricultura brasileira. Foi o empreendedorismo do produtor brasileiro, apoiado pela rede de geração de tecnologias tropicais capitaneada pela Embrapa, que colocaram a agricultura de nosso país nos patamares que hoje experimentamos. Solos ácidos corrigidos, materiais genéticos adaptados e grande aparato tecnológico em máquinas, equipamentos e produtos tornaram áreas consideradas de baixo potencial em verdadeiros oásis de produção. Avançou-se na biotecnologia e incorporou-se tecnologias de gestão e de informação.

O sistema de plantio direto eliminou a erosão e abriu caminho para sistemas produtivos integrados, inovadores sistemas de agricultura de precisão racionalizam o uso dos recursos e o entendimento sobre os processos biológicos incorpora aos sistemas de produção estratégias decontrole biológico de pragas, fixação biológica de nitrogênio, bioativadores fertilizantes organominerais, enfim, aumentos de produtividade, com sustentabilidade e qualidade nos alimentos produzidos e com números decrescentes de desmatamento.

O agricultor brasileiro é um inovador nato! Aprendeu que a incorporação constante de tecnologias ao seu negócio é uma questão de sobrevivência. Nessa toada transformou sua fazenda em Empresa Rural. Em um ambiente altamente competitivo, sabe que somente inovando terá sucesso em remunerar seu capital imobilizado, com controle de custos e boa rentabilidade.

Mesmo com tantos avanços, ainda há muito espaço para evoluir. A adoção de tecnologias e a cultura da inovação não estão distribuídas uniformemente entre os produtores. Trazer essa discussão à tona e criar um canal de debate e troca de experiências constituem importantes estratégias para uma agropecuária cada vez mais inovadora, competitiva e sustentável!

Fonte: Renato Roscoe. Campo Grande News.