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Segunda, 08 de Outubro de 2018
Queda no dólar tirou sustentação do preço farelo de soja neste começo de outubro
Queda no dólar tirou sustentação do preço farelo de soja neste começo de outubro

A queda do dólar na primeira semana de outubro pressionou para baixo os preços da soja grão e do farelo de soja no mercado brasileiro.

Segundo levantamento da Scot Consultoria, em Paranaguá-PR, a saca de 60kg está cotada em R$94,00, frente aos R$98,00 por saca no final de setembro último.

O farelo de soja tem sido negociado, em média, por R$1.440,60 por tonelada em São Paulo, sem o frete, queda de 0,5% em relação ao fechamento do mês anterior.

Com relação ao farelo, apesar do recuo na cotação, o insumo está custando 31,1% mais que no mesmo período de 2017.

Considerando a praça de São Paulo, atualmente são necessárias 9,5 arrobas de boi gordo para a compra de uma tonelada de farelo.

Com a queda no preço do farelo e o boi gordo firme, a relação de troca melhorou 1,3% em outubro, na comparação mensal.
No entanto, frente ao mesmo período do ano passado, o poder de compra do pecuarista diminuiu 22,5%.

Em curto e médio prazos, o câmbio seguirá como principal fator de interferência nos preços da soja e farelo de soja no Brasil, em reais. Os resultados das eleições terão papel fundamental nesta questão.

No mercado internacional, o avanço da colheita e situação das lavouras nos Estados Unidos deverão ditar o rumo dos preços nos próximos meses.

Fonte: Scot Consultoria/ Notícias Agrícolas.
 

Segunda, 08 de Outubro de 2018
ólar tem forte queda com resultado do 1º turno e é negociado ao redor de R$ 3,75
ólar tem forte queda com resultado do 1º turno e é negociado ao redor de R$ 3,75

Na última sessão, antes do primeiro turno, o dólar fechou em queda de 1,01%, vendida a R$ 3,8547.
O dólar opera em forte queda nesta segunda-feira (8), após os resultados das eleições realizadas no domingo.

Às 14h48, a moeda norte-americana caía 2,49%, vendida a R$ 3,7589. Na mínima até o momento, atingiu R$ 3,7095 (menor cotação desde agosto), e na máxima, R$ 3,7809.

O resultado das eleições causou euforia entre os investidores, levando o principal índice da bolsa brasileira, a B3, a subir mais de 5%, acima de 86 mil pontos. As ações ordinárias e preferenciais da Petrobras chegaram a subir 12%.

O dólar turismo era negociado a R$ 3,91, sem considerar a cobrança de IOF (tributo).

"Parte da animação do mercado advém na renovação do Congresso. Essa renovação, independentemente da sigla partidária, dá esperança ao povo", disse à Reuters o diretor de operações da Mirae, Pablo Syper, para quem, no entanto, a volatilidade deve continuar alta até o desfecho das eleições, com as pesquisas ainda ditando o humor do mercado.

O mercado doméstico operava na contramão do exterior, onde o dólar subia ante a cesta de moedas e ante as divisas de países emergentes.
O Banco Central ofertou e vendeu integralmente nesta sessão 7,7 mil swaps cambiais tradicionais, equivalentes à venda futura de dólares. Desta forma, rolou US$ 2,310 bilhões do total de US$ 8,027 bilhões que vence em novembro. Se mantiver essa oferta diária e vendê-la até o final do mês, terá feito a rolagem integral.

Na última sessão, antes do primeiro turno, o dólar fechou em queda de 1,01%, vendido a R$ 3,8547. Na semana passada, o dólar acumulou queda de 4,53%. Já no ano, a moeda tem valorização acumulada de 16,33%.

Ajustes nas perspectivas

Desde agosto, a moeda norte-americana vinha se mantendo acima de R$ 4, em meio a incertezas sobre o cenário eleitoral e também ao cenário externo mais turbulento, o que fez aumentar a procura por proteção em dólar.

A expectativa de que a cautela iria predominar nos mercados foi substituída por ajuste de posições nos últimos pregões, em meio ao resultado das últimas pesquisas eleitorais antes do 1º turno.

O mercado prefere candidatos com viés mais reformista e entende que aqueles com viés mais à esquerda não se enquadram nesse perfil. E, com o resultado das eleições, o mercado entende que o país poderá ser governado por alguém com o perfil adequado à sua preferência.

As flutuações costumam ocorrer conforme cresce a procura pelo dólar ou oferta: se os investidores veem um futuro mais incerto ou arriscado, buscam comprar dólares como um investimento considerado seguro. E quanto mais interessados no dólar, mais caro ele fica.

Outro fator que pressiona o câmbio é a elevação das taxas básicas de juros nas economias avançadas como Estados Unidos e União Europeia, o que incentiva a retirada de dólares dos países emergentes. O mercado tem monitorado ainda a guerra comercial entre Estados Unidos e seus parceiros comerciais e a crise em países como Argentina e Turquia.

A projeção do mercado financeiro para a taxa de câmbio no fim de 2018 permaneceu em R$ 3,89 por dólar, segundo previsão de analistas de instituições financeiras divulgada por meio de boletim de mercado pelo Banco Central nesta segunda. Para o fechamento de 2019, ficou estável em R$ 3,83 por dólar.

Fonte: G1


 

Sexta, 05 de Outubro de 2018
Soja esboça reação no Brasil
Soja esboça reação no Brasil

Os preços da soja no mercado físico do Brasil tiveram um dia de leve recuperação nesta quinta-feira (05.10). “Mas ainda muito longe do que desejam os vendedores e longe dos níveis recentes em que se encontrava, como mostram os gráficos”, afirma o analista da T&F Consultoria Agroeconômica, Luiz Fernando Pacheco.

A pesquisa diária do Cepea (Centro de Estudos Avançados em Economia Aplicada) registrou alta de 0,88% nos terminais portuários, elevando o preço para R$ 94,72/saca, mas ainda mantendo perdas em outubro de 0,94% em relação ao último dia de setembro. No interior, a alta foi de 0,14%, para R$ 87,51, mas mantendo perdas em setembro de 1,66%.

COMPLEXO

Ainda de acordo com a T&F Consultoria Agroeconômica, as exportações brasileiras de soja em grão no último mês de setembro somaram 4,61 milhões de toneladas. O resultado eleva o acumulado do ano (janeiro a setembro de 2018) para 69,20 milhões de toneladas, contra 61,16 milhões de toneladas no mesmo período do ano passado, um crescimento de 13,15%.

“As exportações de farelo de soja em setembro foram de 1,29 milhão de toneladas, elevando o acumulado do ano (janeiro a setembro de 2018) para 13,5 milhões de toneladas. Isso é cerca de 16,94% a mais do que as 11,16 milhões de toneladas exportadas no mesmo período do ano passado. Já as exportações de óleo de soja foram de 84,60 mil toneladas, elevando o acumulado do ano para 1,20 milhão de toneladas no período (janeiro a setembro de 2018), um crescimento de 21,21% o período”, conclui o analista da T&F Luiz Fernando Pacheco.

Fonte: Agro Link
 

Sexta, 05 de Outubro de 2018
Boi: Baixa oferta e forte ritmo de exportações mantêm preços firmes
Boi: Baixa oferta e forte ritmo de exportações mantêm preços firmes

Neste início de outubro, a menor oferta de animais para abate e as exportações da carne em ritmo intenso têm mantido as cotações do boi gordo firmes, segundo pesquisadores do Cepea. O Indicador do boi gordo ESALQ/BM&FBovespa registra média de R$ 150,55 nestes primeiros dias do mês, sendo a maior, em termos nominais, desde outubro de 2016. Já em termos reais, ou seja, considerando-se a inflação, a média atual é a maior desde março de 2018, quando foi de R$ 152,43 (os valores foram deflacionados pelo IGP-DI de agosto/18). Os embarques de carne bovina in natura, por sua vez, atingiram o novo recorde de 150,66 mil toneladas em setembro, 4,3% superior ao de agosto/18 e 34,6% acima do de setembro/17, de acordo com dados da Secex.

Fonte: Cepea

 

Sexta, 05 de Outubro de 2018
Brasil deve investir em sustentabilidade, diz especialista
Brasil deve investir em sustentabilidade, diz especialista

“A agricultura alimenta mais de 7 bilhões de pessoas no mundo, mas também é causa de impactos ambientais"
É imperativo que o Brasil invista na agricultura sustentável e principalmente na redução da emissão de gases de efeito estufa. Essa afirmação é do Secretário de Inteligência e Relações Estratégicas da Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária (Embrapa), Renato Rodrigues, que salientou as necessidades de aliar uma alta produtividade com o cuidado com o meio ambiente.

“A agricultura alimenta mais de 7 bilhões de pessoas no mundo, mas também é causa de impactos ambientais. Ela é responsável por 25% a 33% de todas as emissões de gases de efeito estufa; essa é uma atividade que ocupa grande parte da superfície de terra do planeta, usa defensivos agrícolas e fertilizantes nitrogenados, muitas vezes de forma irresponsável”, informa.

Para diminuir esse índice, o especialista afirmou que o País já vem tomando medidas que o colocam no caminho da sustentabilidade, como o compromisso voluntário assumido junto à Convenção de Mudança do Clima e criação Planos Setoriais de Mitigação e Adaptação à Mudança do Clima. Além disso, o Brasil assumiu durante o acordo de Paris que promoveria a redução das emissões de gases de efeito estufa em 37% abaixo dos níveis registrados em 2005, até 2025, alcançando 43% em 2030.

 

“Nesse âmbito, há uma revolução acontecendo na agricultura brasileira. A integração Lavoura-Pecuária-Floresta (ILPF) se consolidou como a principal tecnologia para promover a mitigação das emissões de gases de efeito estufa. Trata-se de uma estratégia que visa a produção sustentável, integrando atividades agrícolas, florestais e pecuárias realizadas na mesma área”, comenta.

 

Além disso, ele citou números da própria Embrapa que indicam que os ILPF eram adotados em 4 milhões de hectares em 2010 e hoje contemplam cerca de 14 milhões de hectares. “Há muito a fazer, mas a experiência atual mostra que a participação da agricultura brasileira não está apenas em produzir alimentos, mas também em contribuir com um planeta mais sustentável”, conclui.

Fonte: Agro Link


 

Sexta, 05 de Outubro de 2018
Banco Mundial corta pela metade previsão do PIB brasileiro em 2018
Banco Mundial corta pela metade previsão do PIB brasileiro em 2018

Previsão para o crescimento da economia brasileira em 2018 caiu de 2,4% - estimativa divulgada em junho - para 1,2%
Brasília – O Banco Mundial cortou pela metade a previsão de crescimento da economia brasileira em 2018 e agora prevê expansão de 1,2% neste ano. A instituição também reduziu a expectativa de expansão do Produto Interno Bruto (PIB) em 2019. Em relatório divulgado nesta sexta-feira, 5, a instituição avalia que a situação geral do Brasil “parece preocupante, com considerável incerteza política”.

A previsão para o crescimento da economia brasileira em 2018 caiu de 2,4% – estimativa divulgada em junho – para 1,2%, conforme números da atualização do cenário macroeconômico do Banco Mundial divulgados nesta manhã. Para 2019, a previsão de crescimento do PIB foi reduzida com menor intensidade: de 2,5% para 2,2%.

Economistas da instituição internacional dizem que há três principais motivos que explicam a piora do quadro econômico: “a persistência de um grande e aparentemente intratável déficit fiscal, falta de uma significativa reforma previdenciária e o crescimento da incerteza política relacionada às eleições de outubro”.

Além dos três problemas internos, o organismo avalia que o cenário externo também prejudica o Brasil “com a recente apreensão no mercado internacional de capitais”.

Somados, os problemas domésticos e o cenário externo “resultaram em um crescimento ainda mais modesto, com a atual previsão de 1,2% para 2018”.

Apesar da piora do cenário, o relatório do Banco Mundial lembra que a situação dos vizinhos é ainda pior.

“É esperado que o Brasil se saia melhor que a vizinha Argentina, mas mesmo assim bem abaixo das previsões iniciais”, diz o relatório, ao lembrar que o Banco Central previa expansão do PIB de 2,6% em 2018, mas reduziu a previsão para 1,6% após a paralisação dos caminhoneiros.

A Argentina deverá voltar à recessão neste ano, com contração do PIB de 2,5%. Em junho, o Banco Mundial previa crescimento de 1,7% para a economia vizinha.

Fonte: Exame


 

Quinta, 04 de Outubro de 2018
Agricultores voltam a ter prejuízos com granizo no interior de Santa Cruz
Agricultores voltam a ter prejuízos com granizo no interior de Santa Cruz

Lavouras de tabaco ficaram com as folhas danificadas pelas pedras de gelo que caíram na noite dessa terça-feira.

O granizo voltou a causar prejuízos para os agricultores do interior de Santa Cruz do Sul. Após uma forte queda no fim da manhã dessa terça-feira, 2, o fenômeno aconteceu de novo por volta das 23h50. De acordo com o coordenador da Defesa Civil de Santa Cruz, tenente José Joaquim Dias Barbosa, o fenômeno na noite passada caiu por toda a região entre Alto Paredão e São Martinho. Foram registrados estragos apenas nas lavouras. Já em casas e galpões, não houve registro de destelhamentos.
A propriedade do agricultor Aloísio Gais, em Quarta Linha Nova Baixa, foi uma das atingidas. Na lavoura de tabaco, as folhas ficaram bastante danificadas. Ele registrou as pedras de gelo acumuladas 13 horas depois da queda do granizo. De acordo com Rogério Henrique Gais, filho de Aloísio, a estimativa do prejuízo ainda não foi feita pela Afubra. Ele calcula, porém, que a perda tenha sido de, em média, nove a dez folhas por pé.

Fonte: Agro link
 

Quinta, 04 de Outubro de 2018
Dólar opera em alta e volta a ser negociado acima de R$ 3,90
Dólar opera em alta e volta a ser negociado acima de R$ 3,90

O dólar opera em alta nesta quinta-feira (3), em dia de fraqueza para as moedas emergentes e com os investidores de olho nas pesquisas eleitorais às vésperas do 1º turno.
Às 14h34, a moeda norte-americana subia 1,10%, vendida a R$ 3,9296. Na máxima do dia até o momento chegou a R$ 3,9337, e na mínima, a R$ 3,8792.

Na sessão anterior, o dólar encerrou o dia negociado a R$ 3,8867, acumulando queda de 3,74% em 3 pregões. No ano, porém, ainda há alta de 17,3%.

Uma nova pesquisa Datafolha é esperada para esta quinta-feira.
Cenário externo

No exterior, o dia era era negativo para mercados emergentes, após aumento nos rendimentos dos títulos dos Estados Unidos ter reduzido a atratividade de moedas de outros países.

"Um Federal Reserve que está elevando os juros para impedir o superaquecimento da economia dos EUA está restringindo as opções de países onde as condições financeiras estão se apertando e as tensões comerciais se intensificando", disse à Reuters Kevin Logan, economista do HSBC.

Perspectivas

A projeção do mercado financeiro para a taxa de câmbio no fim de 2018 caiu de R$ 3,90 para R$ 3,89 por dólar, segundo o boletim Focus do Banco Central divulgado na segunda. Para o fechamento de 2019, avançou de R$ 3,80 para R$ 3,83 por dólar.

Desde agosto, o dólar vinha se mantendo acima de R$ 4, em meio a incertezas sobre o cenário eleitoral e também ao cenário externo mais turbulento, o que faz aumentar a procura por proteção em dólar.

A expectativa de que a cautela iria predominar nos mercados antes do primeiro turno foi substituída por ajuste de posições nos últimos pregões, em meio a novas pesquisas eleitorais e especulações sobre o desfecho das eleições.

O mercado prefere candidatos com viés mais reformista e entende que aqueles com viés mais à esquerda não se enquadram nesse perfil.

As flutuações atuais ocorrem principalmente conforme cresce a procura pelo dólar ou oferta: se os investidores veem um futuro mais incerto ou arriscado, buscam comprar dólares como um investimento considerado seguro. E quanto mais interessados no dólar, mais caro ele fica.

Outro fator que pressiona o câmbio é a elevação das taxas básicas de juros nas economias avançadas como Estados Unidos e União Europeia, o que incentiva a retirada de dólares dos países emergentes. O mercado tem monitorado ainda a guerra comercial entre Estados Unidos e seus parceiros comerciais e a crise em países como Argentina e Turquia.

Fonte: G1
 

Quinta, 04 de Outubro de 2018
Safras projeta exportação recorde de soja em 2019/20, a 79 mi toneladas
Safras projeta exportação recorde de soja em 2019/20, a 79 mi toneladas

As exportações de soja do Brasil deverão repetir no ano comercial 2019/20, que vai de fevereiro de 2019 a janeiro de 2020, os mesmos 79 milhões de toneladas do ciclo anterior, um volume recorde, projetou nesta quinta-feira a Safras & Mercado.

"Sem um acordo entre Estados Unidos e China, as exportações brasileiras de soja devem continuar muito fortes na nova temporada (safra 2018/19). Tal fato irá 'enxugar' a oferta do mercado interno, apertando os estoques, mesmo com a tendência de uma nova safra recorde", explicou em nota o analista Luiz Fernando Roque, referindo-se à temporada em fase de plantio.

A disputa comercial entre EUA e China se acentuou neste ano, desembocando na aplicação por Pequim de uma taxa de 25 por cento sobre a soja norte-americana. A medida levou importadores chineses a intensificarem as compras da oleaginosa do Brasil, o maior exportador global da commodity.

Conforme a consultoria, em meio à forte demanda chinesa, os estoques finais do Brasil em 2019/20 deverão cair 31 por cento, passando para 98 mil toneladas, volume ínfimo perto do tamanho da safra brasileira, projetada na temporada que está sendo semeada em cerca de 120 milhões de toneladas.

A Safras projeta ainda um esmagamento de 40 milhões de toneladas de soja no ano comercial 2019/20 e de 41,8 milhões em 2018/19, representando um recuo de 4 por cento entre uma temporada e outra.

DERIVADOS

A consultoria estima uma produção de farelo de soja de 30,47 milhões de toneladas em 2019/20, 4 por cento menos na comparação anual. As exportações do derivado deverão cair 22 por cento, para 13,5 milhões de toneladas.

A produção de óleo de soja deverá ficar em 7,96 milhões de toneladas, enquanto as exportações do produto, em 620 mil toneladas, disse a Safras.

Fontes:
Reuters / Noticias Agrícolas
 

Quarta, 03 de Outubro de 2018
Trigo: momento de monitorar as doenças de espiga
Trigo: momento de monitorar as doenças de espiga

Safra de trigo entra na reta final na Região Sul, momento que pode definir os resultados da lavoura
A safra de trigo entra na reta final na Região Sul, momento que pode definir os resultados da lavoura, com produtores em alerta para as variações climáticas da primavera. A fase de espigamento aumenta a sensibilidade das plantas, com maior risco para doenças de espiga e problemas na pré-colheita.  O tema “Proteção de Plantas” foi discutido durante o 5º módulo da capacitação Embrapa e Sistema OCB (Organização das Cooperativas do Brasil), realizado de 25 a 27/09, na Embrapa Trigo, em Passo Fundo, RS.

Um dos principais obstáculos à alta produtividade de trigo na Região Sul do Brasil é a ocorrência de um grande número de doenças de origem fúngica, favorecidas pelo clima subtropical úmido, com primavera quente e chuvosa que, geralmente, coincide com o espigamento das plantas na lavoura. Doenças de difícil controle, como a giberela e a brusone, deixam produtores e assistência técnica em alerta para prevenir danos no momento que pode definir a produtividade e a qualidade das lavouras.

No Paraná, o trigo está em fase de maturação, com 60% das lavouras apresentando o chamado “grãos leitoso” (Deral, set2018). De forma geral, o risco de doenças de espiga já passou, principalmente com a brusone que costuma atacar nas regiões mais quentes. “O trigo sofreu muito com a seca ainda na implantação da lavoura. A falta de chuva também exigiu grande esforço no controle de insetos, que afetaram o desenvolvimento inicial”, conta o engenheiro agrônomo Luciano Scheibel, do departamento técnico da Frísia, cooperativa com sede em Carambeí, PR. “As colheitas começaram agora na região de Ponta Grossa, mas a expectativa é chegar aos 4 mil quilos de trigo por hectare na média entre os cooperados”, conta Scheibel.

No Rio Grande do Sul, 27% das lavouras de trigo entraram na fase do espigamento (Emater/RS, set2018). Com a elevação das temperaturas e maior ocorrência de chuvas, existe o risco do trigo ser contaminado pelo fungo causador da giberela desde o espigamento até a fase final de enchimento de grãos.  Para minimizar os danos com giberela, a pesquisadora Maria Imaculada Pontes Moreira Lima recomenda acompanhar diariamente as previsões climáticas: “A ocorrência de giberela depende de precipitações pluviais elevadas, ou seja, dias consecutivos de chuva. Temperaturas entre 20 e 24ºC, típicas de primavera, deixam a porta aberta para a doença”, alerta a pesquisadora, lembrando que o controle com o uso de fungicidas não tem eficiência por completo, resolvendo em 50 a 70% no combate ao fungo em aplicações preventivas. “Se chover logo após a aplicação, a chuva lava o defensivo e deixa o trigo desprotegido novamente”, diz Imaculada.

Controle no momento certo

A principal dúvida dos profissionais no campo é quanto ao controle das doenças no momento certo. Para o pesquisador João Leodato Nunes Maciel, acompanhar o clima é o ponto de partida para o monitoramento de doenças, já que a combinação de temperatura e umidade são determinantes para ocorrer a infecção. “É preciso entender que não estamos falando apenas ao volume das precipitações, mas relacionando a umidade ao período de molhamento da planta, ou seja, o tempo em que as espigas ficam molhadas, favorecendo a instalação dos fungos”, esclarece Maciel, lembrando que este é um dos motivos para a não recomendação das aplicações calendarizadas de fungicidas que podem ser realizadas antes do fungo atacar ou depois do dano acontecer.

Para ajudar na tomada de decisão sobre o adequado uso de fungicidas, a Embrapa Trigo e a Universidade de Passo Fundo desenvolveram o SISALERT (Sistema de previsão de risco de epidemias de doenças de plantas), uma plataforma que coleta dados meteorológicos de curto prazo para simular o risco de epidemias de brusone e de giberela no trigo, a partir de informações inseridas pelo usuário, como local e data de espigamento da lavoura. O acesso é gratuito através do site www.sisalert.com.br.

Germinação na espiga

O final do ciclo do trigo também é afetado pelo risco de chuva na colheita que pode resultar na germinação dos grãos ainda na espiga. Este fenômeno é mais frequente nas regiões mais quentes, onde as temperaturas elevadas diminuem a dormência dos grãos. Além de diminuir o rendimento, a germinação afeta diretamente o PH do trigo, reduzindo a qualidade tecnológica e o valor comercial dos grãos.

Segundo o pesquisador João Leonardo Pires, muitas coisas estão envolvidas com o processo da germinação pré-colheita em trigo. Começando com a suscetibilidade genética da cultivar, passando pela morfologia e estrutura da espiga, pelo estágio de maturação da lavoura e, finalmente, pelas condições de ambiente. Porém, acima de tudo, está o controle fisiológico associado com a dormência (período que as sementes, ainda que sob condições ótimas de temperatura, de umidade e de luz, não germinam). Todavia, as condições de ambiente, particularmente de temperatura, durante a fase de enchimento de grão, exercem uma forte influência na duração do período de dormência. Portanto, a interação entre as características genéticas das cultivares e as condições de ambiente, principalmente meteorológicas, é que define a ocorrência ou não e a magnitude do problema de germinação pré-colheita em trigo.

A recomendação do pesquisador Eduardo Caierão, é escolher cultivares mais tolerantes à germinação pré-colheita e às doenças relacionadas ao clima, além de escalonar a semeadura, observando sempre o zoneamento agrícola que estabelece as épocas de semeadura com menor risco para cada município. Mas a recomendação só é válida na implantação da lavoura, a partir de agora o produtor precisa monitorar o desenvolvimento da lavoura, o risco de doenças e acompanhar as previsões climáticas até a colheita. “Em caso de previsão de excesso de chuva próximo à colheita, a antecipação da operação, levando em consideração os aspectos fisiológicos da planta, é uma das estratégias para evitar a germinação pré-colheita. Por vezes, vale a pena colher o trigo com maior umidade ao invés da lavoura ficar sujeita a mais chuvas na maturação. Entretanto, é preciso considerar as questões práticas da colheita, como a debulha mecânica, e os custos da secagem dos grãos. O produtor deve avaliar em faixas de lavoura se o trigo já pode realmente ser colhido e considerar a relação custo/benefício da antecipação”, alerta Eduardo Caierão. Ainda, mediante ocorrência de germinação pré-colheita, a recomendação é separar os grãos germinados dos não germinados para evitar a desqualificação de todo o lote colhido.