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Quarta, 11 de Agosto de 2021
Milho abre a 4ªfeira praticamente estável na B3
Milho abre a 4ªfeira praticamente estável na B3 Fonte: Noticias Agrícolas

Após subir no pregão de ontem, os preços futuros do milho voltaram a sentir a pressão da colheita da safrinha e começaram a quarta-feira (11) operando muito próximos da estabilidade, recuando levemente na Bolsa Brasileira (B3) por volta das 09h21 (horário de Brasília). 

O vencimento setembro/21 era cotado à R$ 98,21 com queda de 0,09%, o novembro/21 valia R$ 98,76 com baixa de 0,04%, o janeiro/22 era negociado por R$ 100,19 com desvalorização de 0,21% e o março/22 tinha valor de R$ 99,69 com estabilidade. 

Mercado Externo 

Já os preços internacionais do milho futuro abriram as movimentações desta quarta-feira voltando a subir na Bolsa de Chicago (CBOT) por volta das 09h01 (horário de Brasília). 

O vencimento setembro/21 era cotado à US$ 5,55 com valorização de 6,50 pontos, o dezembro/21 valia US$ 5,59 com alta de 5,75 pontos, o março/22 era negociado por US$ 5,66 com ganho de 5,75 pontos e o maio/22 tinha valor de US$ 5,71 com elevação de 5,25pontos. 

Segundo informações do site internacional Successful Farming, o milho saltou nas negociações da madrugada, com o clima extremamente quente novamente atingindo as áreas de cultivo dos Estados Unidos. 

Os índices de calor estão iao redor dos 37 °C em um grande pedaço de terra que se estende do sudeste de Nebraska ao sul da Costa do Golfo do Texas e do leste ao norte de Ohio e ao sul de Michigan, mostram os mapas do Serviço Meteorológico Nacional. 

Além disso, pouca ou nenhuma chuva caiu em partes de Nebraska, Missouri e grande parte do sul de Iowa na semana passada, de acordo com a página de precipitação do NWS. 

Fonte: Noticias Agrícolas - Guilherme Dorigatti

Imagem: sanex.com.br

Quarta, 11 de Agosto de 2021
Preço do boi permanece acomodado com escala de abate confortável
Preço do boi permanece acomodado com escala de abate confortável Fonte: Canal Rural

O mercado físico de boi gordo registrou preços de estáveis a mais altos nesta segunda-feira. Segundo o analista de Safras & Mercado, Fernando Henrique Iglesias, novamente houve algumas
negociações acima da referência média. “No entanto, os preços estão acomodados em grande parte do país, muito próximos ao seu topo histórico“, disse Iglesias.

Os frigoríficos ainda desfrutam de uma posição confortável em suas escalas de abate, que ainda atendem entre cinco e sete dias úteis em média. A incidência de animais a termo e confinamento próprio fazem com que os frigoríficos de maior porte desfrutem de uma posição ainda mais confortável.

O desempenho das exportações de carne bovina na primeira semana de agosto merece destaque, contabilizando um ótimo resultado, uma sinalização de que a boa demanda chinesa persiste em relação à carne bovina brasileira.

Com isso, em São Paulo, Capital, a referência para a arroba do boi ficou em R$ 318 na modalidade à prazo, ante R$ 317 na segunda-feira. Em Goiânia (GO), a arroba teve preço de R$ 305, estável. Em Dourados (MS), a arroba foi indicada em R$ 314, ante R$ 313. Em Cuiabá, a arroba ficou indicada em R$ 308,00, estável. Em Uberaba, Minas Gerais, preços a R$ 314 a arroba, ante R$ 313.

Atacado
Já no mercado atacadista, os preços da carne bovina seguem firmes. Segundo Iglesias, a tendência é que as altas pontuais percam intensidade durante a segunda quinzena do mês, período que conta com menor apelo ao consumo. “O resultado das vendas durante o Dia dos Pais pode ser considerado satisfatório. O movimento de alta foi cerceado pela dificuldade do consumidor médio em absorver novos reajustes da carne bovina, mantendo o processo de migração com destino à carne de frango, proteína mais acessível”, assinalou Iglesias

O quarto dianteiro foi precificado a R$ 17 por quilo, alta de dez centavos. O quarto traseiro teve preço de R$ 21,25 por quilo, estável. Já a ponta de agulha foi precificada a R$ 17 por quilo, estável.

Fonte: Canal Rural - Agência Brasil

Imagem: campovivo.com.br

Quarta, 11 de Agosto de 2021
Fertilizante Agrícola: Biocarvão de estrume de gado pode ser a chave para a agricultura sustentável
Fertilizante Agrícola: Biocarvão de estrume de gado pode ser a chave para a agricultura sustentável Fonte: AF News Agrícola

A proposta orçamentária para 2022 do governo do presidente norte-americano, Joe Biden, propõe o montante de US$ 198 bilhões ao USDA (Departamento de Agricultura dos Estados Unidos), uma redução de cerca de US$ 17,4 bilhões em comparação a 2021. Os programas obrigatórios do governo podem perder US$ 20 bilhões, corte que dee ser compensado com exportações agrícolas e de alimentos mais fortes e também com o aumento de US$ 2,6 bilhões para despesas discricionárias, o que é uma boa notícia para a comunidade de pesquisa, incluindo universidades, empresas e laboratórios no país.

Os quase US$ 2,6 bilhões em gastos adicionais propostos aumentarão o nível de financiamento de todas as agências de pesquisa do USDA, como o NIFA (Instituto Nacional de Alimentos e Agricultura). O instituto é composto por órgãos federais e estaduais do sistema nacional de pesquisa, extensão e educação agrícola. O NIFA receberá US$ 1,96 bilhão em financiamento discricionário, quase US$ 385 milhões acima do orçamento do ano fiscal de 2021. De acordo com o NIFA, o orçamento de diferentes programas, como a AFRI (Iniciativa de Pesquisa em Agricultura e Alimentos), aumentariam mais de 60% (US$ 265 milhões) e a Pesquisa e Extensão em Agricultura Sustentável receberia um aumento de 50%, para US$ 60 milhões.

Os novos investimentos em pesquisa, tecnologias e padrões baseados na ciência dão força à missão do USDA de atender à crescente demanda doméstica e global de alimentos por dietas e proteínas diversificadas, também promovendo a segurança alimentar e o crescimento agrícola sustentável.

Para o USDA, o termo ‘agricultura sustentável’ significa aplicar práticas para satisfazer as necessidades humanas de alimentos e fibras, fazer o uso mais eficiente dos recursos, fornecer uma renda agrícola mais lucrativa, promover a qualidade ambiental, dos recursos naturais e melhorar a qualidade de vida para famílias e comunidades agrícolas. Exemplos dessas práticas incluem a adoção de fertilizantes de liberação lenta, como o biocarvão de resíduos agrícolas ricos em nutrientes e de estrume animal, que podem reduzir a poluição provocada pelo escoamento de fertilizantes ou pesticidas.

Biocarvão de Estrume de Gado

O manejo do estrume do gado pode ser vital na redução do uso de fertilizantes químicos e no aumento da produtividade agrícola, atendendo às necessidades agronômicas das culturas. O manuseio de estrume, incluindo coleta e tratamento, tem implicações importantes para o uso de recursos, produtividade agrícola e qualidade ambiental. Tradicionalmente, o estrume tem sido usado como fonte de nutrientes e fertilizante natural para a melhoria da saúde do solo e das plantas. Porém, é um recurso que deve ser usado com cuidado: o estrume fresco tem altos níveis de poluentes e patógenos, mas devido ao seu alto teor de nutrientes é um recurso valioso para a agricultura. O uso excessivo de esterco fresco pode levar à lixiviação de nutrientes (fósforo e nitrogênio) afetando rios e lençóis freáticos e comprometendo a qualidade da água.

É essencial fornecer nutrientes suficientes para o crescimento e a produção saudáveis de uma cultura, mas sem poluir o meio ambiente. Esses desafios ambientais exigem novas soluções. O biocarvão de esterco animal foi sugerido em mais de 600 estudos nas últimas duas décadas, como uma prática de agricultura sustentável para melhorar a qualidade do solo e solucionar questões ambientais, como o excesso de oferta de nutrientes (eutrofização) em cursos d’água. A eutrofização pode reduzir o oxigênio na água e aumentar o crescimento das plantas aquáticas, o que causa mudanças estruturais no ecossistema, principalmente aumentando o crescimento de algas e plantas marinhas e ameaçando a sobrevivência das espécies de peixes. A EPA (Agência de Proteção Ambiental dos EUA) relatou que a eutrofização pode custar mais de US$ 2,1 bilhões por ano aos Estados Unidos.

Como funciona o biocarvão?

O aquecimento do estrume na ausência de oxigênio (pirólise) decompõe o material em carvão de pirólise, óleo e gases, também conhecidos como biocarvão, bio-óleo e gás de síntese. Esses produtos renováveis têm várias aplicações como modelos de sustentabilidade. O biocarvão do esterco pode reduzir a necessidade de fertilização do solo e funcionar como um fertilizante de liberação lenta, capaz de reter nutrientes e carbono no solo por anos e liberar macronutrientes como nitrogênio, fósforo e potássio para o crescimento das plantas. Além disso, a capacidade aprimorada de retenção de água em solos corrigidos por biocarvão aumenta o rendimento da colheita por gota de água aplicada. A natureza porosa do biocarvão pode adsorver e imobilizar metais pesados, além de também reduzir sua absorção pelas plantas e subsequente ingestão por humanos e animais.

Várias empresas, fazendeiros e pecuaristas na Europa, Ásia e Austrália produzem biocarvão a partir de esterco animal que pode solucionar diversos desafios da sustentabilidade, incluindo manejo de esterco, uso excessivo de fertilizantes químicos, poluição das água por causa do descarte de dejetos da agricultura e da pecuária. O biocarvão à base de estrume é uma alternativa potencial para aumentar os benefícios da sustentabilidade nos cultivos e na gestão do agronegócio, além de ser uma boa recomendação de política em linha com a ordem executiva (EO 14008) publicada pelo presidente Biden em janeiro sobre o combate às mudanças climáticas, uma vez que promove a gestão de sistemas de carbono e esforços de mitigação de emissões de gases de efeito estufa.

Fonte: AF News Agrícola - Forbes Agro

Quarta, 11 de Agosto de 2021
Projeto quer proibir trigo transgênico no Brasil
Projeto quer proibir trigo transgênico no Brasil Fonte: Agrolink

Está em discussão na Comissão Técnica de Biossegurança (CTNBio), do Ministério da Ciência e Tecnologia, a liberação da primeira variedade de trigo transgênico no Brasil. Inicialmente a decisão de liberação ou não seria tomada em junho mas foi adiada. Em meio a protestos do setor tritícola, o órgão resolveu pedir mais informações.

A variedade HB4, da empresa argentina Bioceres, é geneticamente modificada (OGM)  e está em desenvolvimento há 18 anos. Na Argentina o cultivo esta liberado desde o ano passado. Além do Brasil países como Bolívia, Uruguai, Paraguai, Estados Unidos, Colômbia, Indonésia, África do Sul e Austrália discutem a liberação do cultivo.

Entre as características está a resistência à seca, o que poderia ser uma alternativa para a expansão do grão no Cerrado e Nordeste do país. Também é resistente a herbicidas à base de glufosinato de amônio. O defensivo é proibido na União Europeia pela toxicidade.

O Brasil pode proibir a variedade transgênica antes mesmo de sua aprovação. O deputado Federal Nilto Tatto (PT-SP) protocolou na Câmara dos Deputados, o PL 2755/21, que proíbe o plantio e a comercialização no país. A medida tem como objetivo combater o uso agrotóxicos na agricultura, reduzindo a contaminação dos alimentos, do meio-ambiente, dos trabalhadores e consumidores. 

Segundo o comunicado os malefícios do trigo transgênico não estão ligados à técnica de alteração genética, mas à maior tolerância aos venenos agroquímicos. “Se for liberado, o trigo terá altas concentrações de uma substância extremamente tóxica, podendo ser utilizado em produtos destinados à alimentação humana; derivados; processados e rações. Uma vez que o trigo é um grão consumido em larga escala no país, em especial na preparação de pães, massas e biscoitos, a medida certamente aumentará o consumo de veneno e as intoxicações por agrotóxicos em toda a população”, destaca.

Fonte: Agrolink - Eliza Maliszewski

Imagem: Marcel Oliveira

Terça, 10 de Agosto de 2021
Brasil alcança 150 novos mercados para produtos agropecuários
Brasil alcança 150 novos mercados para produtos agropecuários Fonte: Agrolink

Desde janeiro de 2019 o Brasil soma a conquista de 150 novos mercados abertos, em 43 países, para os produtos do agronegócio. Os acordos conduzidos pelo Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Mapa) levam em consideração parâmetros de sanidade e têm sido conduzidos em negociações bilaterais.

A abertura mais recente, neste mês de agosto, foi de pescados brasileiros para o México. No mês passado, houve a formalização de quatro novas possibilidades de acesso: sêmen de búfalos para a Turquia, sementes de melão para a Nicarágua, de café arábica para o Equador e de coco para a Costa Rica.

Do total dos 150 novos mercados, 74 são nas Américas, 57 na Ásia, 18 na África e um na Oceania. A abertura de mercados, no entanto, não significa a ampliação imediata do comércio. É preciso, ainda, um trabalho de preparação do produtor e do exportador para atender às demandas de cada um desses novos clientes, além do desenvolvimento de atividades de promoção comercial e de divulgação.

De janeiro a junho de 2021, as exportações brasileiras do agronegócio somaram US$ 61,49 bilhões, o que representou um crescimento de 20,8% em relação ao exportado no mesmo período em 2020. Trata-se de montante recorde para o primeiro semestre em termos de exportações do setor, uma vez que o maior valor já registrado para o período até então havia sido em 2020 (US$ 50,90 bilhões). O agronegócio representou 45,3% das exportações totais brasileiras no primeiro semestre de 2021.

Fonte: Agrolink - Eliza Maliszewski

Terça, 10 de Agosto de 2021
Brasil deve colher 253,984 milhões de toneladas de grãos na safra 2020/21 – Conab
Brasil deve colher 253,984 milhões de toneladas de grãos na safra 2020/21 – Conab Fonte: Safras & Mercados

    As condições climáticas registradas durante o ano safra 2020/2021 impactaram as lavouras e a nova estimativa da Companhia Nacional de Abastecimento (Conab) para a produção brasileira de grãos no período é de 253,984 milhões de toneladas, volume menor que a safra anterior em 1,2%.

     Apesar de ter havido aumento de área plantada em mais de 4%, a redução se deve, principalmente, à queda das produtividades estimadas nas culturas de segunda safra, justificada pelos danos causados pela seca prolongada nas principais regiões produtoras, bem como às baixas temperaturas com eventos de geadas ocorridas nos estados da Região Centro-Sul do país. Os dados estão no 11º Levantamento da Safra de Grãos 2020/2021, divulgado pela Companhia nesta terça-feira (10).

     Entre as culturas mais afetadas destaca-se o milho. A produção total deve chegar a 86,7 milhões de toneladas, sendo 24,9 milhões de toneladas na primeira safra, 60,3 milhões de toneladas na segunda e 1,4 milhão de toneladas na terceira safra. Apenas para a segunda safra do cereal, a queda na produtividade estimada é de 25,7%, uma previsão de 4.065 quilos por hectare. A redução só não foi maior porque os altos preços do grão impulsionaram um aumento de área plantada em 8,1%, chegando a 14,87 milhões de hectares. Além disso, Mato Grosso, principal estado produtor, foi o que menos registrou condições climáticas adversas durante o cultivo do cereal.

     Com a colheita encerrada, a soja apresenta uma elevação de 11,1 milhões de toneladas na produção desta safra. Desta forma, o Brasil se mantém como maior produtor mundial da oleaginosa com uma colheita recorde de 135,9 milhões de toneladas.

     Para o arroz, a produção neste ciclo teve crescimento de 5% em relação ao período anterior, chegando a 11,74 milhões de toneladas. Já em relação ao feijão, as atenções se voltam para a cultura de terceira safra, que está em fase inicial de colheita. A produção total é estimada em 2,94 milhões de toneladas, 8,8% menor que o obtido na safra 2019/2020, impactada pela seca nas principais regiões produtoras do país.

     Dentre as culturas de inverno, destaque para o trigo. Na atual safra a expectativa é que a produção seja de 8,6 milhões de toneladas, um novo recorde para o país caso confirmada a estimativa. Com o plantio já encerrado, o grão apresenta um expressivo crescimento na área de 15,1%, situando-se em 2,7 milhões de hectares. Os preços elevados no mercado internacional nos últimos anos incentivaram a maior procura pelos produtores. Aliado à valorização externa, o alto custo do milho no cenário nacional também incentivou o cultivo do trigo, por ser um possível substituto para ração animal. Caso a estimativa de colheita seja confirmada, esta será a maior produção já registrada no país. No entanto, as condições climáticas das lavouras podem influenciar nos resultados. As consequências das geadas registradas nas principais regiões produtoras nas últimas semanas ainda serão quantificadas pela Conab.

Panorama de mercado

     No âmbito do mercado externo, o algodão em pluma segue com cenário positivo no mercado internacional. Neste levantamento, a Companhia elevou a previsão do volume exportado da fibra na safra 2020/2021 em 4,69%, em relação à estimativa anterior. Por outro lado, foram reduzidas as previsões do volume exportado de milho e de soja.

     Para a oleaginosa, mesmo com o aumento da produção, foi observado ao longo do ano baixo percentual comercializado até o momento. Com isso, as exportações anteriormente estimadas em 86,69 milhões de toneladas passaram para 83,42 milhões de toneladas. No caso do cereal, a partir dos efeitos do clima na produção e da reversão do destino de contratos de exportação para o mercado doméstico, a expectativa é de queda nas exportações em 20%, o que corresponde a 23,5 milhões de toneladas ao final da safra. Por outro lado, a projeção de importação manteve-se inalterada em 2,3 milhões de toneladas.

     Quanto ao trigo, para esta nova safra a Conab espera aumento de produção aliado ao incremento do consumo interno em 3,74%. O cenário é favorável, de modo que os estoques de passagem estarão em nível mais confortável. A previsão é que fechem o ano em 1.793,9 mil toneladas, volume próximo ao observado em safras anteriores a 2019/2020. As informações partem da assessoria de imprensa da Conab.

Fonte: Safras & Mercado - Arno Baasch

Terça, 10 de Agosto de 2021
Produtor gaúcho deve ter margens menores na próxima safra, apontam entidades
Produtor gaúcho deve ter margens menores na próxima safra, apontam entidades Fonte: Canal Rural

A consolidação dos dados coletados pelos painéis do programa Campo Futuro aponta que as margens de lucro obtidos pelos produtores gaúchos na safra 2020/2021 foram históricas, mas não devem ser mantidas para a próxima. O levantamento é feito pela Confederação da Agricultura e Pecuária do Brasil (CNA), em parceria com a Federação da Agricultura do Estado do Rio Grande do Sul (Farsul) e o Centro de Estudos Avançados em Economia Aplicada (Cepea).

O trabalho consiste na análise das informações obtidas a partir da realidade produtiva apresentada pelos produtores. Os painéis aconteceram em Bagé, Camaquã, Carazinho, Cruz Alta, Tupanciretã, e Uruguaiana para as culturas de soja, milho, trigo e arroz. O economista da Farsul, Ruy Silveira Neto, integra a equipe técnica que realiza o estudo.

“A partir dos resultados dos painéis vimos que os custos aumentaram bem mais que a inflação oficial do país. Porém, a trajetória do aumento de preços e a recuperação da produtividade frente a seca do ano passado fez com que a receita bruta fosse alta e as margens fossem bem largas para safra 2020/2021”, avalia Neto. “Atualmente, nós vemos que os custos seguem a trajetória de aumento, principalmente concentrada no ano de 2021, enquanto os preços já apresentam uma tendência de estabilidade. O que pode ocasionar, no futuro, que o custo comece a convergir para perto da receita e as margens fiquem cada vez mais estreitas até a próxima safra de 2022”, acrescenta.

No caso da soja, principal cultura no estado, os custos relativos aos insumos tiveram uma redução na comparação entre as safras 2019/2020 e 2020/2021. Mesmo assim, as sementes registraram um aumento de 38%. Conforme Neto, isso aconteceu porque os valores de sementes, especialmente as Intactas, estão relacionados com a taxa cambial. Outros itens também tiveram forte alta como Operação Mecânica (20%); Juros de Capital de Giro (14%); Custo Operacional Total, que também considera a depreciação de equipamentos, por exemplo (13%); Custo Geral, valores relativos à administração da propriedade, contabilidade, energia elétrica, alimentação de funcionários (44%); e Frete (53%).

A lavoura de soja, no total, ficou 13% mais cara na relação entre as duas safras mais recentes. E os custos seguem aumentando. Se na última, para cobrir todos os custos, o saco da soja deveria ser comercializado por, no mínimo R$ 67, atualmente esse valor saltou para R$ 85. A safra de milho recuperou a perda da produtividade na comparação com 2019/2020, mas ainda está distante do potencial.

“Mesmo não tendo uma produtividade excepcional, é a cultura que melhor responde em relação à margem bruta”, comenta Neto. A principal razão está na alta de 72% no preço do grão. Entretanto, os custos de produção mantêm o movimento de elevação. Desse modo, o valor mínimo do saco para cobrir os custos que eram de R$ 34,9 na última safra têm que cobrir R$ 44,5 atualmente.

Fonte: Canal Rural

Imagem: Pixabay

Terça, 10 de Agosto de 2021
Brasil importa mais agroquímicos no 1º semestre
Brasil importa mais agroquímicos no 1º semestre Fonte: Agrolink

O Brasil importou 272.218 toneladas de agroquímicos no 1º semestre de 2021, de acordo com relatório da Abiquim (Associação Brasileira da Indústria Química). O resultado representa um aumento de 0.8% na comparação com as compras brasileiras de defensivos agrícolas no exterior nos seis primeiros meses de 2020, quando foram importadas 270.100 toneladas, segundo levantamento publicado no portal especializado Agropages (China).

Em dólares, as importações brasileiras de pesticidas somaram USD 2,068 bilhões no 1º semestre de 2021, de acordo com o relatório de acompanhamento da Abiquim. O valor significou uma baixa de 2,4% na relação com as compras externas brasileiras de fitossanitários, que totalizaram USD 2,118 bilhões entre janeiro e junho de 2020.

Já as exportações de agroquímicos produzidos no Brasil foi imensamente inferior, somando 21.566 toneladas no 1º semestre deste ano, o equivalente a USD 149,761 mil. As cifras representaram uma queda de 11,8% sobre as 19.285 toneladas vendidas pelos brasileiros para mercados estrangeiros, que foram equivalentes a USD 142.055 mil. Em dólares o aumento foi de 5,4%, com a valorização da moeda brasileira, o Real, frente a moeda norte-americana.
 
No total geral de produtos químicos para todas as finalidades, o Brasil importou US$ 25 bilhões no 1º semestre, aumento de expressivos 27,8% em relação ao igual período de 2020 – o maior valor até então registrado nesse período. A Abiquim afirma que isso ocorre em função do contexto das perspectivas positivas de desempenho da economia brasileira para o ano, com a retomada mais sólida de várias atividades que ainda sentiam severos impactos da pandemia. 

Para o Presidente-Executivo da Abiquim, Ciro Marino, os resultados do primeiro semestre são simultaneamente encorajadores, uma vez que confirmam as expectativas quanto ao nível de retomada das trocas comerciais, mas gravemente alarmantes, uma vez que ainda são enormes os desafios na agenda de competitividade para transformar o potencial de investimentos do setor em projetos a serem implementados no curto e médio prazos. 

“Indiscutivelmente, o mercado interno é um ativo estratégico para o Brasil e somente por meio da aceleração das reformas estruturantes, do fortalecimento da competitividade e de um sistema de defesa comercial robusto e eficaz no combate contra práticas predatórias e desleais é que conseguiremos maximizar a utilização do parque industrial já instalado e captar novos investimentos produtivos, trazendo mais empregos e renda para o Brasil nesse novo momento econômico em que já começa a ganhar forma como será o mundo pós pandemia”, destaca Ciro.

Fonte: Agrolink - Leonardo Gottems

Imagem: José Fernando Ogura/AEN

Terça, 10 de Agosto de 2021
Riscos fiscais levam BC a adotar política mais contracionista
Riscos fiscais levam BC a adotar política mais contracionista Fonte: Noticias Agrícolas

Em meio à perspectiva de uma recuperação econômica robusta no segundo semestre, os riscos fiscais e a piora recente em componentes inerciais dos índices de preços levaram o Banco Central a adotar uma política monetária mais contracionista. A avaliação consta na ata da última reunião do Comitê de Política Monetária (Copom) do Banco Central (BC), divulgada hoje (23).

No encontro da semana passada, o Copom elevou a taxa básica de juros da economia, a Selic, de 4,25% para 5,25% ao ano e já sinalizou que deve fazer um ajuste da mesma magnitude na próxima reunião, em setembro, mantendo o ciclo de elevação da taxa de juros para patamar acima do neutro, “para que se obtenha projeções em torno das metas de inflação no horizonte relevante”. O juro neutro é aquele adequado para estimular a economia sem gerar instabilidade na inflação ao longo do tempo.

“O comitê ponderou que os riscos fiscais continuam implicando um viés de alta nas projeções. Essa assimetria no balanço de riscos afeta o grau apropriado de estímulo monetário, justificando assim uma trajetória para a política monetária mais contracionista [de conter o avanço da inflação] do que a utilizada no cenário básico”, diz a ata.

Para decidir sobre a elevação da Selic, o comitê estabeleceu um cenário básico para a inflação, com as projeções em torno de 6,5% para 2021, 3,5% para 2022 e 3,2% para 2023. Esse cenário supõe trajetória de juros que se eleva para 7% ao ano, em 2021 e 2022, e reduz-se para 6,5% ao ano em 2023. Nesse cenário, as projeções para a inflação de preços administrados são de 10% para 2021 e 4,6% para 2022 e 2023. O Copom adotou ainda uma hipótese neutra para a bandeira tarifária de energia elétrica, que se mantém em Vermelha - patamar 1, em dezembro de cada ano.

A Selic é o principal instrumento usado pelo Banco Central para alcançar a meta de inflação. A elevação da Selic, que serve de referência para as demais taxas de juros no país, ajuda a controlar a inflação, porque a taxa causa reflexos nos preços, já que juros mais altos encarecem o crédito e estimulam a poupança, contendo a demanda aquecida.

Riscos

Para o BC, o cenário básico para a inflação envolve fatores de risco em ambas as direções. “Por um lado, uma possível reversão, ainda que parcial, do aumento recente nos preços das commodities internacionais em moeda local produziria trajetória de inflação abaixo do cenário básico. Por outro lado, novos prolongamentos das políticas fiscais de resposta à pandemia de covid-19 que pressionem a demanda agregada e piorem a trajetória fiscal podem elevar os prêmios de risco do país”, avaliou o Copom.

“Apesar da melhora recente nos indicadores de sustentabilidade da dívida pública, o risco fiscal elevado segue criando uma assimetria altista no balanço de riscos, ou seja, com trajetórias para a inflação acima do projetado no horizonte relevante para a política monetária”, completa a ata.

De acordo com o documento, a inflação ao consumidor continua se revelando persistente e os últimos indicadores divulgados mostram composição mais desfavorável de preços, como a “surpresa com o componente subjacente da inflação de serviços [em meio à reabertura do setor] e a continuidade da pressão sobre bens industriais, causando elevação dos núcleos”. “Além disso, há novas pressões em componentes voláteis, como a possível elevação do adicional da bandeira tarifária e os novos aumentos nos preços de alimentos, ambos decorrentes de condições climáticas adversas. Em conjunto, esses fatores acarretam revisão significativa das projeções de curto prazo”, diz a ata.

Nesse sentido, o Copom considera que, neste momento, a estratégia de ser “mais tempestivo” no ajuste da política monetária é a mais apropriada para assegurar a convergência da inflação para as metas de 2022 e 2023. “Sem prejuízo de seu objetivo fundamental de assegurar a estabilidade de preços, essa decisão também implica suavização das flutuações do nível de atividade econômica e fomento do pleno emprego”, diz.

Recuperação da economia

De acordo com a ata, os últimos dados sobre a evolução da atividade econômica do país continuam evoluindo positivamente. Para o Copom, o segundo semestre do ano deve mostrar uma retomada robusta da atividade, na medida em que os efeitos da vacinação sejam sentidos de forma mais abrangente.

Por outro lado, embora a ociosidade da atividade como um todo evolua rapidamente para retornar ao nível do fim de 2019, “o comitê considera que a pandemia ainda segue produzindo efeitos heterogêneos sobre os setores econômicos e, em particular, sobre o mercado de trabalho, com consequências para a dinâmica recente e prospectiva da inflação”.

Fonte: Noticias Agrícolas - Andreia Verdélio

Imagem: Marcello Casal Jr.

Terça, 10 de Agosto de 2021
Estudo mostra como clima impactará a soja
Estudo mostra como clima impactará a soja Fonte: Agrolink

Um estudo desenvolvido no Brasil buscou avaliar como as cultivares de soja reagem às mudanças climáticas e traçou a produção da oleaginosa entre 2040 e 2069. Intitulado “Impact assessment of soybean yield and water productivity in Brazil due to climate change”, foi realizado por Evandro Silva, engenheiro agrônomo, doutorando do PPG Engenharia de Sistemas Agrícolas da Esalq e conduzido em parceria com pesquisadores do Instituto Federal do Mato Grosso, da Embrapa e da Universidade Federal de Santa Maria (USFM/RS). A orientação foi do professor Fabio Marin, do departamento de Engenharia de Biossistemas da Esalq.

Foram conduzidos nove experimentos em várias localidades do país, com várias cultivares de soja em sistema de sequeiro. A partir de modelos matemáticos, foram simuladas as respostas dessas culturas em condições pré-estabelecidas e a produtividade da soja para 16 zonas agroclimáticas (CZs) estrategicamente selecionadas para representar a produção brasileira. “Nossa intenção foi prever respostas da cultura às estratégias de manejos diversas. Será que os produtores rurais brasileiros vão conseguir fornecer soja para o mundo nas próximas décadas?”, destaca o pesquisador.

No estudo foram isolados os fatores meteorológicos, sendo que os experimentos foram conduzidos de forma a não ter interferência de pragas, doenças ou deficiências de nutrientes. A ideia era estimar o comportamento da soja em determinadas condições e tipos de manejo.

Foram simulados os cenários que estimaram como seria a produção de soja entre 2040 e 2069. “Avaliamos como o clima vai impactar na cultura da soja a partir de vinte modelos climáticos globais desenvolvidos em diversos centros de pesquisas ao redor do mundo e além desses também utilizamos dois cenários de concentração futura de CO2”, aponta. 

A área sojícola brasileira foi mapeada e os resultados indicam, de forma geral, que haverá uma redução do ciclo da soja em decorrência do aumento da temperatura de 2ºC em média e diminuição do volume de chuva em torno de entre 4,5 e 7,9%. “Os resultados indicam maior risco de quebra de safra, mas ao mesmo tempo, observamos aumento de produtividade com consumo menor de água pela planta, ou seja, são plantas mais econômicas em termos de consumo hídrico”, aponta Silva.

Fonte: Agrolink - Eliza Maliszewski