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Terça, 13 de Outubro de 2020
Mercado de Carnes
Mercado de Carnes Fonte: AF News Agricola

As exportações de carne bovina para a China podem ganhar novo impulso a partir do último bimestre deste ano. Confira:

O preço do boi gordo atingiu R$ 261,60 no indicador do Cepea na última sexta-feira, 9. Foi a primeira vez que a arroba superou esse valor na serie histórica. Durante o ano, a alta no valor do boi gordo chega a 26,4%. A tendência é que as cotações sigam elevadas neste fim de ano.

De acordo com o levantamento dos analistas, “Para o último bimestre a tendência do movimento de alta é ainda mais agressivo no mercado pecuário em função do auge da demanda no mercado interno. Além disso, as exportações tendem a ser mais agressivas nesse período em função das preparações da China para atender a demanda do seu principal feriado (ano novo lunar). A tendência é que o mercado de carnes repita a estratégia de compras realizado ano passado, com volumes expressivos”.

O estudo prevê que os pecuaristas devem aproveitar o bom momento para negociar os animais que atendem aos requisitos de exportação do mercado de carnes chinês. “Esse boi padrão China está muito demandado no mercado neste momento. Tivemos registro de negócios no interior de São Paulo de até R$ 265 reais a arroba, somando todas as bonificações”.

No mercado interno, os preços da carne bovina também atingem patamares recordes, e, na avaliação dos analistas, pode gerar impacto no consumo. “Resta saber qual que é a capacidade de absorção do consumidor brasileiro para novas altas no preço. Ao que tudo indica não há espaço para preços mais agressivos no mercado doméstico dado a toda situação econômica em função da pandemia” explica.

Análise da semana

O mercado do boi gordo começa a semana com estabilidade. Os frigoríficos operam com escalas de abates confortáveis (entre 4 e 5 dias úteis), dependendo da situação, com preços muito firmes na maioria das regiões do Brasil. “Apesar de incidentes de contratos a termo, utilização de confinamento próprio que beneficia os frigoríficos de maior porte, o mercado continua muito firme”, avalia.

 

Fonte: AF News Agricola

Terça, 13 de Outubro de 2020
FMI projeta queda de PIB do Brasil em 5,8% para 2020
FMI projeta queda de PIB do Brasil em 5,8% para 2020 Fonte: Canal Rural

Para 2021, a entidade prevê expansão econômica, mas revisou para baixo sua projeção de crescimento do Produto Interno Bruto brasileiro, de 3,6% para 2,8%

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A economia brasileira deve encolher 5,8% este ano, refletindo os impactos da pandemia do novo coronavírus, uma contração menor do que a de 9,1% prevista em junho, de acordo com o Fundo Monetário Internacional (FMI). No ano passado, o Brasil cresceu 1,1%.

Para 2021, o FMI prevê expansão econômica, mas revisou para baixo sua projeção de crescimento do Produto Interno Bruto (PIB) brasileiro, de 3,6% para 2,8%.

Segundo o relatório, pesquisas de gerentes de compras mostram que as empresas no Brasil expandiram sua produção sucessivamente em julho e agosto em comparação com o mês anterior, assim como empresas nos Estados Unidos, zona do euro e China.

“Para setembro, esses indicadores apontam atividade mais forte em fabricação, mas algum contratempo para os serviços, provavelmente refletindo o aumento de infecções”, diz o FMI.

Além disso, segundo o relatório, no Brasil “as premissas da política monetária são consistentes com convergência gradual da inflação em direção ao meio da faixa da meta”.

Segundo o FMI, o real enfraqueceu-se uma fez que o Brasil faz parte dos “países severamente afetados pela pandemia ou com uma posição externa ou fiscal vulnerável”, assim como a Argentina e a Turquia.

 

Fonte: Canal Rural

Imagem:  Agência Brasil

Terça, 13 de Outubro de 2020
Quem são os embaixadores do agronegócio? Conheça o trabalho dos adidos agrícolas
Quem são os embaixadores do agronegócio? Conheça o trabalho dos adidos agrícolas Fonte: Agrolink

Adidos agrícolas facilitam as negociações internacionais com diversos países e ajudam a posicionar o Brasil

Nas últimas décadas, o mundo se tornou uma rede complexa de relações comerciais entre diversos países. Esse movimento de aceleração da globalização econômica foi decisivo para o Brasil se tornar um dos maiores fornecedores de alimentos do mundo. Só que vender ao exterior é mais complexo do que fornecer aos mercados locais. É nesse ponto que entram os chamados adidos agrícolas, espécie de representantes do agro brasileiro no mundo.

Para entender essa mudança de percurso que ocorreu na agropecuária brasileira e a contribuição dos adidos nesse panorama, é preciso voltar ao Brasil da segunda metade dos anos 1990. O ranking de venda ao exterior do agro naquela época era formado por complexo soja, produtos florestais, café, complexo sucroenergético, fumo e carnes. A movimentação total chegava a US$ 23,3 bilhões. Após mais de 20 anos, em 2019, o valor deu um salto de 314% e bateu US$ 96,8 bilhões. O complexo soja se manteve na liderança, seguido por carnes, produtos florestais, milho, complexo sucroenergético, café, fibras e produtos têxteis. Somente as carnes, por exemplo, movimentaram US$ 1,5 bilhão em 1997, com salto para US$ 16,6 bilhões em 2019 (+947%). A soja também cresceu significativamente, de US$ 5,5 bilhões para US$32,6 bilhões (+486%). Tudo isso com participação direta do Paraná, maior produtor de frango do país, um dos maiores de suínos e o segundo maior de soja.

Para consolidar essa reviravolta foi preciso gastar muita sola de sapato, papel de passaporte e investimento financeiro por parte de entidades representativas de produtores rurais e de outros elos da cadeia produtiva. Muita energia foi despendida para o Brasil figurar como importante player nas negociações internacionais. A união do setor produtivo priorizou duas frentes: fazer os ajustes necessários internamente, da porteira até o porto; e concretizar os negócios lá fora.

Diagnóstico do cenário

Nesse sentido, é preciso olhar para o papel de entidades como a Federação da Agricultura do Estado do Paraná (FAEP), que sempre acompanhou de perto as negociações para o acesso a novos mercados. Muitos dos levantamentos, relatórios, reuniões e negociações que abriram portas às empresas do Estado tiveram como pontapé inicial prospecções feitas sob a batuta da entidade.

Antonio Poloni, hoje assessor da FAEP, ocupou a função de secretário estadual de Agricultura e Abastecimento nos anos 1990. Segundo ele, aquele foi um período intenso, de derrubada de barreiras sanitárias, promoção dos produtos agropecuários brasileiros e de conquista de novos mercados. Tudo isso por meio de missões, viagens e reuniões, muitas delas com a presença da FAEP. Em algumas ocasiões, no entanto, as comitivas brasileiras encontravam problemas em abrir portas ao diálogo.

“Em uma das viagens, estivemos na União Europeia. Fizemos uma reunião com 40 importadores de soja na embaixada do Brasil, em Paris [França]. Tivemos dificuldade de condução desse processo porque, até então, não tinha um representante brasileiro do agronegócio na embaixada. A partir de tropeços, acendeu a necessidade de apoio, alguém que nos ajudasse a organizar esse processo, para que as viagens e contatos gerassem ainda mais resultados”, lembra Poloni.

Necessidade de mudança

Com base nisso, a FAEP foi protagonista em colocar em pauta a necessidade de mudar a forma de diálogo do agronegócio brasileiro com outros países. O tema foi colocado ao governo brasileiro oficialmente em uma reunião entre a entidade paranaense e Reinhold Stephanes, então ministro da Agricultura (gestão 2007/10).

“Quase todos os ministros que me antecederam tentaram, mas a reação do Itamaraty era muito forte. Quando eu assumi o ministério, pensei: ‘agora é o momento’. Mas tive que convencer o presidente da república, afinal eu estava criando uma nova carreira”, recorda Stephanes.

Na década de 1970, quando Stephanes trabalhou em Brasília como funcionário do Ministério da Agricultura Pecuária e Abastecimento (Mapa), já havia identificado que os principais países com quem o Brasil mantinha relações tinham adidos agrícolas nas respectivas embaixadas. “Ainda não éramos essa potência agrícola que somos hoje, mas eu questionava por que a gente não tinha adidos”, lembra.

Decreto publicado

A função de adido agrícola foi aprovada pelo Decreto 6.464, publicado no Diário Oficial da União, em maio de 2008, após negociação entre o Mapa, por meio da Secretaria Executiva, e o Ministério das Relações Exteriores e o Ministério do Planejamento, Orçamento e Gestão (MPOG).

Os adidos surgiram apenas em 2011, mas logo começaram a ajudar o agronegócio brasileiro. Em 2010, antes de esses profissionais colocarem a mão na massa, o Brasil movimentou US$ 76 bilhões em produtos do agro. Já em 2011, o resultado foi de US$ 94 bilhões, aumento de 24%.

“Criamos num primeiro momento 12 [adidos]. Hoje são 24. Isso significa que os ministros que me sucederam viram que se trata de algo importante”, avalia Stephanes. “A partir da criação dos adidos agrícolas, a coisa mudou completamente. Fomos em uma missão à Rússia e quem organizou a nossa agenda, fez os contatos, foi o adido. Até porque eles são pessoas de carreira, que conhecem a fundo o agro brasileiro e mergulham na cultura, hábitos, especificidades de consumo, conjuntura econômica e outros detalhes locais importantes às negociações. É uma referência no exterior que nós temos. Foi uma das grandes vitórias com a participação da FAEP”, destaca Ágide Meneguette, presidente do Sistema FAEP/SENAR-PR.

Olhos dos adidos

A FAEP participou do 2º Encontro dos Adidos Agrícolas Brasileiros, em setembro deste ano, com os adidos. Ao todo, 21 profissionais fizeram resumos dos principais assuntos em discussão envolvendo produtos do agronegócio nos países em que atuam: Rússia, África do Sul, Canadá, China, Cingapura, Tailândia, Peru, Itália, Colômbia, Bélgica, Estados Unidos, México, Coreia do Sul, Indonésia, Japão, Argentina, Vietnã, Marrocos, Egito, Reino Unido e Índia.

Luiz Eliezer Ferreira, técnico do Departamento Técnico e Econômico (DTE) da FAEP, que acompanhou os encontros com cada adido, tratou de pontos centrais da relação do Paraná com os países, além de avaliar oportunidades e prospectar novos negócios. “Nosso interesse maior foi construir uma visão panorâmica das nações, com as principais dificuldades para acessar os mercados, possíveis adequações que nossa cadeia produtiva precisa promover, além de oportunidades para o agro parananese”, explica Ferreira.

Apetite asiático

O continente asiático tem uma alta demanda pelos produtos do agronegócio nacional. O principal parceiro comercial, a China, é destino de 44% de tudo que o Paraná exporta. Apesar disso, os compradores chineses têm uma pauta pouco diversificada, centrada no complexo soja, carnes e produtos florestais. Mesmo assim, é um país estratégico do ponto de vista comercial.

Depois de enfrentar uma crise sanitária com focos de Peste Suína Africana e, posteriormente, ter sido o epicentro da pandemia do novo coronavírus, o gigante asiático foi às compras para repor seus estoques de alimentos. Isso fez diversos produtos da pauta de exportação brasileira baterem recordes de embarques neste ano. As exportações de açúcar, por exemplo, cresceram 3.000% nos primeiros oito meses de 2020, na comparação com o mesmo período do ano anterior.

Do outro lado do Mar Amarelo está a Coreia do Sul, quinto principal cliente do Paraná. Com uma pauta de importação centrada no farelo de soja e nas carnes, 80% das importações coreanas de frango vêm do Brasil. Uma grande oportunidade que se reserva ao agro paranaense neste mercado é a provável liberação do comércio de suínos após o Estado obter o certificado internacional de área livre de febre aftosa sem vacinação. Hoje, a Coreia importa este tipo de carne apenas de Santa Catarina, único Estado brasileiro que possui este status sanitário.

Trata-se de um mercado significativo. A Coreia do Sul é o terceiro maior importador de carne suína do mundo, além de ser um mercado que paga bem por produtos que se enquadram na qualidade demandada. Segundo o adido brasileiro no país asiático, Gutemberg Barone, apesar de ser bastante exigente nos critérios sanitários, a Coreia do Sul tem uma situação pior do que a do Brasil internamente. “Não tem nem status reconhecido junto à OIE [Organização Mundial da Saúde Animal], mas cobram dos outros”, explica. Além disso, nos últimos anos houve casos de febre aftosa nos rebanhos coreanos, que levaram as autoridades a sacrificar milhões de animais.

Segundo Barone, existem as oportunidades para abertura de novos mercados na Coreia do Sul para queijos, sorvetes e também para tilápia, setor em que o Paraná se destaca como maior produtor nacional.

Ao seguir mais para o Sul no continente asiático, o Vietnã aparece como 22º maior parceiro comercial do Paraná, com demanda centrada no complexo soja e na carne suína, que tem no Brasil seu principal fornecedor. Recentemente, o país habilitou duas plantas paranaenses para o fornecimento de aves, sendo uma em Cascavel (Oeste) e outra em Jaguapitã (Norte).

Entre 2019 e 2020, nossas exportações de carne suína para os vietnamitas cresceram 316%, passando de US$ 6 milhões para US$ 25 milhões. A explicação está em um surto de peste suína africana que reduziu os rebanhos daquele país. Atualmente, está sendo negociada a entrada de bovinos vivos e melões brasileiros no mercado vietnamita.

África das oportunidades

As oportunidades de negócio para o continente africano estão concentradas, especialmente, nos dois extremos do continente. No Nordeste, o Egito já é um parceiro comercial consagrado do Paraná – 26º principal comprador de produtos paranaenses. Em uma de suas missões internacionais, em 2019, a própria ministra da Agricultura, Tereza Cristina, esteve no Cairo para conversar com autoridades locais sobre possibilidades de novos negócios. Há a expectativa, inclusive, da abertura aos lácteos brasileiros.

Um dos maiores interesses dos egípcios está na importação de carnes. O frango paranaense é bastante competitivo na terra das pirâmides, mesmo havendo uma taxação de 30% para as operações envolvendo o alimento. Outro destaque nas proteínas animais é a demanda por bovinos vivos, para serem abatidos internamente seguindo as tradições culturais locais. Negócios nessas áreas têm especial potencial de crescimento a partir do reconhecimento do Paraná como área livre de febre aftosa sem vacinação pela OIE.

Na Costa Noroeste da África, o Marrocos desponta com potencial de gerar novos negócios, principalmente pelo seu ritmo firme de crescimento entre 3% a 4% ao ano. Apesar de ser apenas o 90º na pauta de exportações do Paraná, há oportunidades em produtos de maior valor agregado. Rações para animais de companhia, frutas frescas e cafés especiais estão no radar dos marroquinos. Com forte vocação turística e uma classe média emergente, itens mais sofisticados de alimentação têm tido forte pressão na demanda pelo país.

No Extremo Sul do continente africano, a África do Sul é o 30º principal comprador de produtos paranaenses, com destaque para as proteínas animais. Pesa contra, no entanto, o protecionismo. O frango brasileiro, por exemplo, precisa pagar tarifa de 62% para ingressar no país. Há uma negociação em curso para promover acordos de livre comércio entre o Mercosul e a União Aduaneira da África Austral, que une outros quatro países (Namíbia, Botsuana, Lesoto e Suazilândia), que pode abrir portas para novos negócios.

Europa e América do Norte

Com a assinatura do acordo de livre comércio entre Mercosul e União Europeia, o agronegócio paranaense concentra expectativas em uma grande oportunidade para ampliar as exportações. Com a política de cotas e tarifas zero sobre 81,8% dos produtos agropecuários exportados pelo Mercosul, a estimativa é de que se abram mais portas para as proteínas animais, etanol e açúcar paranaenses. Em contrapartida, em um primeiro momento, os lácteos podem sofrer com o aumento das importações pelo Brasil. Após as fases de revisão jurídica e tradução, o acordo deve ser enviado para discussão entre os países-membros ainda em outubro deste ano. A previsão é que seja ratificado até o final de 2021.

Com a saída do Reino Unido da União Europeia, parte das expectativas se voltam aos britânicos. O setor de frutas desponta como uma grande oportunidade, assim como produtos regionais, orgânicos e com certificação sustentável. Ainda, há movimentação para abertura de mercado para carne suína, pescados, lácteos e ovos por meio de prelisting, ou seja, listas pré-autorizadas de estabelecimentos exportadores. Para os britânicos, a principal variável de compra é o preço, principalmente em relação às carnes.

Na América do Norte, o México aparece como 23º parceiro comercial dos paranaenses, com destaque para produtos florestais, seguido pelo complexo soja e carnes. No final do ano passado, o arroz brasileiro fez sua estreia no mercado mexicano, que domina a importação do produto na América Latina – o país compra mais de 800 mil toneladas de arroz por ano, o que corresponde a 80% do que são consumidos pelos mexicanos. Para a exportação do cereal pelo Brasil, há uma cota de 150 mil toneladas com tarifa entre 7,2% e 16,8%. O feijão também possui uma alta demanda de consumo no México, o que representa uma oportunidade interessante para o Paraná, maior produtor nacional do grão.

Ao Norte da fronteira, está o 2º maior comprador do Paraná, os Estados Unidos, cujas importações são centradas em produtos florestais, principalmente madeira, e café. De janeiro a agosto deste ano, as exportações paranaenses para os norte-americanos totalizaram US$ 513 milhões. Em relação à possibilidade de um acordo com o Mercosul, além da necessidade de pressão de empresas dos setores privados, há uma dependência muito grande do interesse político do Congresso norte-americano.

Principais atividades dos adidos

– melhorar condições de acesso de produtos do agro brasileiro nos mercados dos países e regiões em que atuam;

– prospectar novas oportunidades de negócio;

– fazer relatórios com análises sobre o mercado local e tendências de cada país;

– promover os produtos brasileiros do agro no mercado local;

– antecipar possíveis mudanças nas políticas sanitárias e fitossanitárias de outros países;

– indicar e facilitar contatos com especialistas, importadores e autoridades locais a brasileiros e a estrangeiros interessados em saber mais sobre nosso país.

 Decreto 6464 de 2008

Fonte: Agrolink

Sexta, 09 de Outubro de 2020
Recuperação judicial no campo: veja o que muda com novo entendimento do STJ
Recuperação judicial no campo: veja o que muda com novo entendimento do STJ Fonte: Canal Rural

Tribunal definiu que produtores rurais não precisam de registro na Junta Comercial para entrar com processo de recuperação judicial; entenda o panorama para futuras negociações

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A Confederação da Agricultura e Pecuária do Brasil (CNA) comemora uma vitória esperada por produtores rurais de todo o Brasil há anos. Quando o Superior Tribunal de Justiça (STJ)  decidiu na última terça-feira, 6, mais uma vez a favor aos produtores rurais pedirem recuperação judicial sem exigência de registro da Junta Comercial, a entidade enxergou como mais um passo para maior profissionalização da atividade agropecuária brasileira.

Esse sentimento de mudança definitiva ocorre porque, reforçando a decisão anterior do próprio STJ, o colegiado definiu que a comprovação deve ser feita apenas pela atividade rural e que não é necessário dois anos de inscrição na Junta Comercial.

A decisão por 4 votos a 1 em favor do recurso do Grupo ERS, uma banca de advogados representante de produtores rurais,  fixou tese e gera uma orientação que praticamente pacifica o assunto no âmbito do judiciário.

Para a CNA, a decisão do STJ foi recebida por muito entusiasmo, pois a entidade reconhece do direito do produtor rural Pessoa Física. “Com isso, vejo que o setor produtivo encaminha ainda mais para o profissionalismo e para a transparência, com a possibilidade do bom pagador conseguir melhores condições de financiamento”, explicou o consultor jurídico da CNA, Rodrigo Kaufman.

Segundo ele, o judiciário brasileiro sempre olhou para o empresário urbano, mas ao contrário desse tipo de profissional, o empresário rural nunca precisou ter esse registro para exercer a profissão.

“Nós achamos a decisão fundamental, pois ela reconhece uma tese que o produtor rural pede há muito tempo. O crédito rural das tradings sempre foi concedido a ele, sem a necessidade deste registro. Por isso, a grande tese que a CNA defendeu é que o produtor tem direito a recuperação judicial, independente da Junta Comercial. Havia um debate com os financiadores da atividade rural até o ano passado, sempre em clima amistoso de diálogo”, disse.

O especialista cita ainda o Projeto de Lei 6229, aprovado na Câmara e encaminhado ao Senado que atualiza a Lei de Falência,  adaptando-a ao cenário de calamidade pública da pandemia de coronavírus. Entre as maiores inovações, estão as possibilidades de financiamento na fase de recuperação judicial, de ampliação do parcelamento das dívidas tributárias federais e de apresentação do plano de recuperação pelos credores.

Pelo texto, se autorizado pelo juiz, o devedor em recuperação judicial poderá fazer contratos de financiamento, inclusive com seus bens pessoais como garantia, visando salvar a empresa da falência. Se a falência for decretada antes da liberação de todo o dinheiro do financiamento, o contrato será rescindido sem multas ou encargos.

Outra decisão relevante neste âmbito foi sobre a recuperação de produtos levados dos produtores rurais como forma de pagamento durante a suspensão da recuperação judicial. Segundo a decisão, ficou definido que “nenhum credor poderá tomar bens durante o processamento da recuperação judicial” e que “uma vez que apreendido, durante a suspensão da Recuperação Judicial, que ficou restabelecida, este credor tem o dever de restituir os ativos, no caso, os grãos arrestados e, se não os tiverem, o respectivo pagamento, levando-se em consideração o dia do depósito judicial, já que com o cumprimento da liminar de arresto assumiram os riscos respectivos”.

O resultado do julgamento, no entanto, não foi bem recebido em todas as partes da cadeia produtiva. Procurada pelo Canal Rural, a Associação Brasileira das Indústrias de Óleos Vegetais (Abiove), disse ter um entendimento diferente sobre os efeitos da decisão no STJ que, segundo ela, não pode considerada definitiva.

“A associação declara ser temerário e um retrocesso o encaminhamento das decisões sobre as negociações passadas e legitimamente pactuadas. Para a Abiove, a permissividade para o ingresso do produtor rural pessoa física sem registro nas Juntas Comerciais dificulta a fiscalização de suas atividades”, disse a entidade por meio de comunicado.

Entenda a decisão

Em seu parecer, o relator do processo, o ministro Marco Aurélio Belizze, destacou que ainda que relevante para o deferimento do pedido de recuperação judicial, como instituto próprio do regime empresarial, o registro na junta é absolutamente desnecessário para que o empresário rural demonstre a sua regularidade de exercício profissional de sua atividade podendo ser comprovada de outras formas.

De acordo com o advogado especialista em recuperação judicial e professor de direito empresarial, Saulo Mesquita, essa decisão é muito importante pois há divergência sobre o assunto nos tribunais, sobretudo em Mato Grosso e São Paulo. “O STJ ainda não julgou essa matéria em repetitivo, no entanto, não pacificou por completo essa matéria. Porém, quando se têm o entendimento de duas turmas a favor de um assunto, tudo indica que se vai conseguir pacificar a jurisprudência, dando a orientação para os tribunais de origem”, contou.

De fato,  24 horas após a decisão do STJ, os tribunais já começaram a aplicar o novo entendimento. De acordo com o advogado Alisson Franco, sócio da ERS Advocacia, nesta quarta-feira, 7, uma decisão no Tribunal de Justiça de Mato Grosso já reconheceu a tese do STJ.

 

Segundo Saulo Mesquita, havia um entrave para muitos produtores no pedido de recuperação judicial, já que a  Lei de Recuperação Judicial exige o registro da atividade na Junta Comercial. No entanto, é reconhecido que a profissão de produtor rural difere das atividades empresariais urbanas.

“Sabemos que a maioria dos produtores opera na Pessoa Física, porque oferece uma série de benefícios e o agro é uma atividade um tanto quanto familiar. Se fala muito de que seriam grandes grupos se aproveitando, mas sabemos que o agro não é feito de grandes conglomerados e sim de muitos pequenos produtores”, disse.

Esses pequenos produtores, na opinião do advogado, mesmo operando em Pessoa Física, têm uma atividade empresarial organizada, geram muitos empregos e geram renda. “Temos que lembrar que o agro é que movimenta o país”, completou.

“Eu vejo isso com bons olhos, mas há divergências. Outros especialistas acreditam que os credores podem ser pegos de surpresa, já que não há previsão na lei para recuperação judicial de produtor. Por outro lado, o Código Civil explica que o agronegócio merece um tratamento diferenciado. Ainda que os produtores não tenham o registro mercantil, eles têm uma atividade comercial organizada. Desde que ele comprove essa atividade comercial, eu não vejo motivo para que não seja acatada essa decisão”, concluiu.

Fonte: Canal Rural – Por Fabio Santos

Sexta, 09 de Outubro de 2020
Safra de tabaco 19/20 fecha em 633 mil toneladas
Safra de tabaco 19/20 fecha em 633 mil toneladas Fonte: Agrolink

Safra teve redução de 4,8% no Virgínia e 9,5% no Burley. Aumento de 7,3% no Comum

A Associação dos Fumicultores do Brasil (Afubra) divulgou, nesta sexta-feira (9), os números referentes à safra de tabaco 2019/2020. A produção, nos três Estados do Sul do Brasil teve recuo e fechou em 633.021 toneladas, sendo 564.962 toneladas na variedade Virgínia, 58.912 no Burley e 9.147 na variedade Comum. 

Na comparação com a safra anterior a queda foi de 4,8% no Virgínia e 9,5% no Burley e aumento de 7,3% na variedade Comum. Houve aumento de 7,3% na variedade Comum. A safra 18/19 havia somado 664.355 toneladas ou 31 mil toneladas a mais que nesta temporada.

Já a produtividade houve queda apenas no Rio Grande do Sul, na variedade Virgínia em 15,6%, passando de 2.244 kg/ha  na safra passada para 1.895 kg/ha. Também no estado gaúcho, na variedade Burley, houve aumento de 7,2%, passando de 1.971 kg/ha para 2.113 kg/ha. Os produtores catarinenses tiveram incremento de produtividade nas duas variedades: Virgínia, passando de 2.320 kg/ha para 2.456 kg/ha (5,9%), e no Burley, de 2.116 kg/ha para 2.146 kg/ha (1,4%). No Paraná, também houve aumento: no Virgínia, de 2.194 kg/ha para 2.336 kg/ha (6,5%), e no Burley, de 2.167 kg/ha para 2.346 kg/há (8,3%).

Com referência ao preço médio praticado na safra 2019/2020, o presidente da Afubra, Benício Albano Werner, destaca que foi um ano ruim para os fumicultores. “O reajuste nas tabelas das empresas fumageiras ficou entre 2 a 4%. Porém, na esteira, no momento da comercialização, numa média dos três Estados do Sul do Brasil, o preço praticado ficou em R$ 8,86 por quilo, ou seja, um aumento de apenas 0,34% em relação ao preço médio praticado na safra passada (R$ 8,83). Na variedade Virgínia, que responde por 564.962 toneladas, o preço médio ficou em R$ 8,98, um aumento de 0,64%, pois, na safra passada, o preço médio ficou em R$ 8,92 por quilo.Isso trouxe um prejuízo considerável aos fumicultores”,disse.

O ranking dos municípios com maior produção de tabaco, nos três estados do Sul do Brasil, também sofreu mudanças. O Paraná ultrapassou os gaúchos.  O maior produtor é São João do Triunfo (PR) com 2.347 kg/ha. Fechando os cinco primeiros colocados seguem Canguçu (RS), Itaiópolis (SC), Rio Azul (PR), Canoinhas (SC) e Venâncio Aires (RS).

.A estimativa de produção para a safra 2020/2021 será divulgada no fim do mês de outubro.

Fonte: Agrolink - Eliza Maliszewski

Sexta, 09 de Outubro de 2020
Comercialização antecipada de soja já passa da metade no Brasil
Comercialização antecipada de soja já passa da metade no Brasil Fonte: Safras & Mercado

A comercialização da safra 2020/21 de soja do Brasil envolve 52,9% da produção projetada, conforme relatório de SAFRAS & Mercado, com dados recolhidos até 9 de outubro. No relatório anterior, com dados de 4 de setembro, o número era de 49,3%.

     Em igual período do ano passado, a negociação envolvia 25,8% e a média para o período é de 25,4%. Levando-se em conta uma safra estimada em 132,171 milhões de toneladas, o total de soja já negociado é de 69,875 milhões de toneladas.

     A venda para 2019/20 subiu de 97,9% no início de setembro para 98,4%. A comercialização está acelerada na comparação com o ano anterior, quando o índice era de 92%, e também supera a média normal para o período, de 90,6%.

     Com a safra projetada em 125,339 milhões de toneladas, o total já negociado por parte dos produtores chega a 123,381 milhões de toneladas.

     O ritmo dos negócios foi acelerado neste ano por um quadro excepcional de rentabilidade para os produtores. Os preços domésticos duplicaram, impulsionados pelo dólar, por momentos favoráveis dos contratos futuros e pela forte demanda da China, principalmente no primeiro semestre do ano.

     Safras

     Com o plantio iniciando no Brasil, ainda que com atraso devido à falta de chuvas no Centro-Oeste, entidades vão atualizando seus quadros de oferta e demanda.

     A produção brasileira de soja deverá totalizar 133,673 milhões de toneladas na temporada 2020/21, com aumento de 7,1% na comparação com a temporada anterior, quando foram colhidas 124,845 milhões de toneladas. A projeção faz parte do primeiro levantamento de acompanhamento da safra brasileira de grãos, divulgado pela Companhia Nacional de Abastecimento (Conab).

     A Conab trabalha com uma área de 37,882 milhões de hectares, com elevação de 2,5% sobre o ano anterior, quando foram cultivados 36,949 milhões de hectares. A produtividade teve sua previsão elevada de 3.379 quilos para 3.529 quilos por hectare, com variação de 4,4%.

     Pelo lado da demanda, espera-se que as exportações em 2021 atinjam um número acima de 85 milhões de toneladas, aumento de 3,7% em relação à última previsão de exportações divulgada pela Conab para 2020, motivado pelo forte percentual comercializado, até o momento, e à elevada demanda internacional.

     A Associação Brasileira das Indústrias de Óleos Vegetais (Abiove) projeta a safra brasileira de soja em 131,7 milhões de toneladas para a temporada 2020/21. A previsão faz parte de levantamento divulgado pela entidade. Para 2019/20, a Abiove elevou sua previsão 125,5 milhões para 125,8 milhões de toneladas.

     As exportações estão projetadas em 81 milhões para 2020 e em 82 milhões de toneladas em 2021. O processamento está previsto em 44,6 milhões de toneladas para 2020 e em 45,5 milhões para 2021. Os estoques de passagem estão estimados em 569 mil toneladas para 2020 em 1,219 milhão de toneladas.

Fonte: Safras & Mercado - Dylan Della Pasqua

Sexta, 09 de Outubro de 2020
VBP cresceu R$ 100 bilhões em 5 anos
VBP cresceu R$ 100 bilhões em 5 anos Fonte: Agrolink

Soja, bovinos, milho e café foram os principais responsáveis por esses resultados da agropecuária

O Valor Bruto da Produção Agropecuária (VBP) de 2020 é 11,5% superior ao de 2019, saltando de R$ 723,4 bilhões para R$ 806,6 bilhões. O resultado foi obtido a partir das atualizações do levantamento da produção e dos preços dos produtos agropecuários pesquisados em setembro.

Em cinco anos, esse indicador aumentou em R$ 100 bilhões. O faturamento das lavouras aumentou 15%, atingindo R$ 543 bilhões e a pecuária, 4,9% alcançando R$ 263,6 bilhões. Soja, bovinos, milho e café foram os principais responsáveis por esses resultados da agropecuária.

Além desses produtos, outras lavouras apresentaram bom desempenho neste ano, como amendoim (28,5%), arroz (26,2%), cacau (18,7%), café (42,1%), feijão (13,4%), mamona (29,6 %), milho (16%), soja (30,3%), trigo (58%). Entre os produtos que não tiveram desempenho favorável destacam-se a banana, batata, tomate, uva e frango.

Um dos aspectos mais favoráveis foram os preços agrícolas. Entre eles se destacam as seguintes altas: banana (17,6% de aumento real em relação a 2019), café arábica (15,8%), feijão (17,4%), milho (16,2%), soja (21,8%), trigo (21%), bovinos (16,4%) e suínos (10,5%).

Outro aspecto importante ressaltado pela pesquisa são os resultados de milho e soja, que permitiram forte recuperação à região do Matopiba, - área que compreende os estados do Maranhão, Tocantins, Piauí e Bahia - que no ano passado foi bastante afetada pela seca em alguns locais. Houve, entre 2019 e este ano, forte incremento do VBP dessa região.

Os estados que puxam os valores da produção agropecuária brasileira são Mato Grosso (R$ 145,8 bilhões), Paraná (R$ 103,2 bilhões) e São Paulo (R$ 97,6 bilhões). Ainda formando os cinco maiores aparece Minas Gerais (R$ 86,9 bilhões) e Rio Grande do Sul (R$ 64,9 bilhões). O estado com a menor participação é o Amapá, com R$ 153.7 milhões.

Fonte: Agrolink - Eliza Maliszewski

Imagem: Marcel Oliveira

Sexta, 09 de Outubro de 2020
Agricultura de Precisão
Agricultura de Precisão Fonte: AF News Agricola

O uso desse novo formato ainda está em fase inicial, mas vários experimentos já estão sendo conduzidos pelo mundo afora. Veja mais:

Se um drone sozinho já foi associado a um filme de ficção científica, imagine um esquadrão desses aparelhos em diferentes formas e tamanhos povoando o espaço aéreo, executando tarefas como pulverização da lavoura, numa velocidade muito maior do que seria feito apenas por um.

O uso desse novo formato voltado para a agricultura de precisão ainda está em fase inicial, mas vários experimentos já estão sendo conduzidos pelo mundo afora e com aplicações diversificadas. No Brasil, a Embrapa Instrumentação (São Carlos – SP) iniciou os estudos numa área com grande potencial de uso – a agricultura de precisão.

O pesquisador Lúcio André de Castro Jorge conta que a “robótica de enxame” ou “inteligência de enxame” já é alvo de pesquisa no País, envolvendo grupo de produtores de café e área florestal.

“Em ambos os casos, a Embrapa foi demandada por produtores para realizar um estudo visando a escolha da melhor plataforma de drones para trabalho em comboio”, afirma o pesquisador, à frente da iniciativa.

Exemplo vem da natureza

Especialistas acreditam que a aplicabilidade da robótica de enxame na agricultura de precisão vai trazer mudança de paradigma e impacto considerável, pelas vantagens que o conjunto de drones vai oferecer, entre elas, a redução de tempo para executar as tarefas e a geração de dados para tomada de decisões. Eles estimam que operações usando a inteligência de enxames vão aumentar drasticamente na próxima década.

Lúcio Jorge, que estuda o uso de drones na agricultura, processamento de imagens captadas pelas câmeras embarcadas nos aparelhos, há mais de 20 anos, diz que o “bando” de drones será capaz futuramente de avaliar alvos para aplicação de insumos agrícolas, distribuir tarefas e executá-las praticamente sem intervenção humana.

O exemplo vem da natureza, de enxames de abelhas, bando de pássaros ou cardumes de peixes, que usam a inteligência coletiva para se comunicar e resolver tarefas.

“Vamos precisar dar apenas um comando para que o esquadrão se organize, assim como fazem os pássaros e de forma descentralizada”, explica.

Fonte: AF News Agricola

Quinta, 08 de Outubro de 2020
Técnica que ganhou Nobel pode revolucionar agricultura
Técnica que ganhou Nobel pode revolucionar agricultura Fonte: Agrolink

Edição genômica usada inicialmente contra doenças em humanos pode melhorar agricultura

O Prêmio Nobel de Química foi anunciado nesta quarta-feira (7) para duas pesquisadoras: a norte-americana Jennifer Doudna e a francesa Emmanuelle Charpentier. Elas foram responsáveis por desenvolver, em 2012, a técnica chamada CRISPR (do inglês Clustered Regularly Interspaced Short Palindromic Repeats), ou seja, Repetições Palindrômicas Curtas Agrupadas e Regularmente Interespaçadas. Esta é a primeira vez que duas mulheres ganham juntas o prêmio.

A ferramenta possibilita a edição de parte do DNA, o código genético de seres vivos. A ciência consegue retirar parte do código e emendar ele sem danos ou ainda substituir a parte indesejada por outra. A edição pode alterar o DNA de animais, plantas e microrganismos com extrema precisão e é considerada essencial para o tratamento de doenças hereditárias, como o câncer. Ela “corrige” o defeito genético para resgatar o quadro clínico  do paciente.

O CRISPR é amplamente difundido no mundo e usado em laboratórios e pesquisas. Na USP, por exemplo, a técnica é aplicada para editar genes de porcos para desenvolver órgãos que possam ser transplantados em humanos sem que haja rejeição.

Além da saúde humana a técnica revolucionou a agricultura. Pesquisadores já conseguiram desenvolver plantas capazes de resistir a mofo, pragas e seca, porcos que não contraem viroses e amendoins antialérgicos. As plantas melhoradas, mais produtivas, nutritivas e resistentes também são parte da técnica.

A ferramenta inclusive é considerada o “futuro do agro”, atribuindo características específicas aos alimentos conforme necessidade de consumo, contribuindo para uma nova geração de plantas e animais mais saudáveis. Um artigo publicado na revista científica norte-americana PNAS considerou o CRISPR como um aliado da transgenia. 

Em 2018 pesquisadores conseguiram reduzir a resistência a lagartas no algodão Bt na China. Neste ano pesquisadores da República Tcheca produziram com sucesso galinhas resistentes ao vírus da leucose aviária e nos Estados Unidos foram desenvolvidas variedades de mandioca livres de cianeto. Em Portugal foi possível aumentar o tamanho dos tomates em até cem vezes. Na Argentina a batata que não oxida. No Brasil a Embrapa em parceria com empresa já pesquisa o segmento focado em sementes de soja tolerantes ao estresse hídrico e resistentes a nematoides. Recentemente uma universidade gaúcha também anunciou que depositou patente de plantas de arroz altamente resistentes a herbicidas da família das Imidazolinonas, estratégia que seria mais eficiente no combate ao arroz vermelho.

Fonte: Agrolink - Eliza Maliszewski

Quinta, 08 de Outubro de 2020
Para Abiove, o Brasil fechará 2020 com o menor estoque de soja em grão da história
Para Abiove, o Brasil fechará 2020 com o menor estoque de soja em grão da história Fonte: Canal Rural

A Associação Brasileira das Indústrias?de?Óleos Vegetais (Abiove) divulgou, nesta quarta-feira, as estatísticas atualizadas do complexo soja para 2020 e as projeções de novos recordes de produção, processamento e exportações em 2021. O que chamou a atenção é que o país pode fechar o ano com o menor estoque de soja em grão da história.

De fato, todos já sabem que a safra 2019/2020 do Brasil foi bastante consumida não só internamente, mas internacionalmente. A prova é que a Abiove prevê um estoque final de apenas 569 mil toneladas do grão, ou seja, o menor patamar da história, ou desde que a entidade realiza o levantamento, em 2007.

Para entender como isso aconteceu vamos aos números. Segundo a Abiove, o Brasil abriu esta temporada 2019/2020 com 3,319 milhões de toneladas de soja em grão no estoque. Soma-se a isso a produção de 125,8 milhões de toneladas (um recorde histórico).

Desse total de 129,969, o país deve exportar 81 milhões de toneladas até o fim do ano (O recorde foi em 2018 quando vendeu 83,2 milhões de toneladas ao exterior), processar internamente 44,6 milhões de toneladas (um recorde também) e destinar 3,8 milhões de toneladas para sementes. Isso resulta em um estoque total final de 569 mil toneladas, 82,8% a menor que o estoque final de 2019.

 “As novas projeções indicam também que a indústria já se ajustou para atender o crescimento da demanda doméstica durante o período de entressafra de soja e manutenção das fábricas, com aumento das importações de grãos e óleo que devem atingir esse ano 850 mil e 150 mil toneladas, respectivamente”, diz a entidade.

 

Farelo e óleo

A produção de farelo de soja deve chegar a 33,9 milhões de toneladas em 2020 (novo recorde), alta de 1,54% ante as 33,4 milhões de toneladas de 2019.

Já para o óleo de soja, a entidade estima produção de 8,9 milhões de toneladas este ano (recorde também), alta de 2% ante as 8,7 milhões de toneladas de 2019.

Recordes devem continuar em 2021!

Se o cenário para 2020 trouxe recordes em quase todos os quesitos, para 2021, com os preços atuais da saca de soja, tudo indica ser um ano ainda melhor e cheio de novas marcas históricas.

Segundo a Abiove, o país deve produzir algo em torno de 131,7 milhões de toneladas de soja em grão em 2020/2021. A produção de farelo pode subir para 34,6 milhões de toneladas e para fechar, a produção de óleo pode chegar a 9,1 milhões de toneladas. Todos números recordes.

“A crescente demanda pelos produtos do complexo soja nos mercados interno e externo também contribuirá para o aumento de produção em 2020/2021. A projeção é de crescimento de 4,7% na produção, chegando a 131,7 milhões de toneladas de soja.

Fonte: Canal Rural - Daniel Popov