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Segunda, 22 de Junho de 2020
Defensivos Agrícolas:
Defensivos Agrícolas: Fonte: AF News Agrícola

Apesar de alguns adjuvantes prometerem diversas soluções na aplicação de defensivos, há uma considerável distância entre as promessas e suas reais funções. Os adjuvantes agrícolas são ferramentas benéficas que estão à disposição dos agricultores, estes produtos permitem driblar os fatores que prejudicam a aplicação de defensivos agrícolas. Confira:  

A história dos adjuvantes agrícolas teve início no século 18, quando resinas de pinheiro, farinha de trigo, melaço e açúcar foram utilizados para promover modificações físicas e químicas nas caldas de pulverização, que nesta época eram à base de cal, enxofre, cobre e arseniatos, e assim melhorar o controle de pragas.

O Brasil, junto a toda América Latina e à Ásia, é considerado um mercado “inexplorado” e com um enorme potencial para crescer, no mercado dos adjuvantes. A América do Norte controla 40% do mercado.

Adjuvantes são quaisquer substâncias ou compostos sem função de controle de pragas ou doenças. Portanto, não devem ser aplicados sozinhos. Os adjuvantes devem ser acrescidos na calda de pulverização com objetivo de facilitar a aplicação, aumentar a eficácia ou diminuir riscos de contaminação humana e ambiental por deriva.

Estes produtos podem ser considerados como ativadores e têm como objetivo melhorar diretamente a atividade do defensivo agrícola, principalmente pelo aumento da taxa de absorção. Os adjuvantes ativadores incluem os surfatantes, óleos vegetais, óleos de sementes metilados, óleos minerais, derivados de silicones, bem como fertilizantes nitrogenados.

Os adjuvantes também podem ser denominados como úteis. Estes atuam como facilitadores do processo de pulverização por meio da redução dos efeitos negativos da pulverização e não influenciam diretamente na eficiência do defensivo.

Na maioria das vezes, nem os próprios fabricantes têm noção da funcionalidade de seus adjuvantes, podendo haver equívocos na informação contida na bula ou no rótulo dos produtos. Sabendo disto, algumas instituições públicas de pesquisa e ensino (IAC, Unesp Botucatu e Jaboticabal, Uenp, UFU, entre outras) junto à iniciativa privada (Sabri Sabedoria Agrícola, Forplant, entre outras) têm sido pioneiras no desenvolvimento de métodos para avaliar adjuvantes. Pois, apesar de amplamente usados com agroquímicos, os adjuvantes não possuem uma legislação específica, não existindo uma metodologia particular para sua avaliação.

A sustentabilidade econômica, ambiental e social no uso de defensivos agrícolas na agricultura depende de pesquisas, da transferência de informações e do treinamento dos indivíduos envolvidos no processo de pulverização, pois não há aplicação 100% se o profissional responsável não é capacitado.

 Fonte: AF News

Segunda, 22 de Junho de 2020
Governo chinês trabalha para ampliar relações comerciais com Brasil após pandemia.
Governo chinês trabalha para ampliar relações comerciais com Brasil após pandemia. Fonte: Portal DBO

No próximo mês autoridades e empresários chineses irão fazer uma reunião online com o Brasil para tratar de assuntos relacionados a investimentos e obras de infraestrutura

O embaixador da China no Brasil, Yang Wanming, disse nesta sexta-feira, 19 de junho, que a retomada do crescimento pela China abre ampla janela de oportunidades comerciais entre seu país e o Brasil. De acordo com ele, o governo chinês trabalha para ampliar as relações comerciais com o Brasil após a pandemia do coronavírus.

Yang participou de uma transmissão ao vivo organizada pelo Grupo de Líderes Empresariais (Lide). Ele fez uma previsão muito otimista sobre o que vê em relação ao futuro das relações comerciais entre Brasil e China, que já duram 46 anos, e que têm muita margem para serem ampliadas.

 “A demanda chinesa e a oferta brasileira de carnes, grãos e de oportunidades na área da infraestrutura mostra a complementaridade entre os dois países“, disse o embaixador.

Yang disse durante a live que no mês que vem autoridades e empresários chineses vão fazer uma reunião online com o Brasil para tratar de assuntos relacionados a investimentos e obras de infraestrutura.

O embaixador ressaltou também que o Brasil é para a China um importante parceiro tecnológico e que seu país deseja ampliar relações bilaterais no campo da tecnologia com o mercado brasileiro. “Não podemos deixar de fora a tecnologia 5G”, disse Yang.

 Fonte: Portal DBO

Segunda, 22 de Junho de 2020
PIB recua 6,1% no trimestre encerrado em abril, diz FGV.
PIB recua 6,1% no trimestre encerrado em abril, diz FGV. Fonte: Agência Brasil

O Produto Interno Bruto (PIB), que é a soma de todos os bens e serviços produzidos no país, teve queda de 6,1% no trimestre encerrado em abril deste ano, na comparação com o trimestre finalizado em janeiro.

O dado é do Monitor do PIB, divulgado hoje (22) pela Fundação Getulio Vargas (FGV), no Rio de Janeiro.

Segundo a FGV, nesse período, apenas a agropecuária teve crescimento (1,9%).

A indústria e os serviços anotaram quedas. A indústria recuou 9,1%, com destaque para a indústria da transformação, que caiu 12,5%.

Já os serviços diminuíram 10,7%. As maiores perdas foram observadas nos outros serviços, que diminuíram 22,1%.

Nessa categoria, se enquadram setores como alimentação fora de casa, alojamento e serviços domésticos, entre outros.

Efeitos da covid-19

Segundo o coordenador da pesquisa, Claudio Considera, esses setores foram os que mais sentiram o impacto da covid-19.

Na comparação com o trimestre encerrado em abril de 2019, a queda chegou a 4,9%. Considerando-se apenas o mês de abril, a retração foi ainda maior: -9,3% na comparação com março deste ano e -13,5% na comparação com abril do ano passado.

“O dado de abril mostra que, a retração recorde da economia, não apenas no PIB, porém disseminada em diversas atividades e componentes da demanda, é a pior da história recente. A indústria e o setor de serviços, que respondem por aproximadamente 95% do valor adicionado total da economia, também tiveram os maiores recuos de sua série histórica iniciada em 2000, assim como o consumo das famílias e a formação bruta de capital fixo”, afirma Considera.

 Fonte: Agência Brasil

Sexta, 19 de Junho de 2020
Governo anuncia renegociação de financiamentos para atingidos pela seca.
Governo anuncia renegociação de financiamentos para atingidos pela seca. Fonte: Canal Rural

Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Mapa), anunciou nesta quinta-feira, 18, uma nova resolução que autoriza a renegociação de financiamentos com recursos do Fundo de Terras e da Reforma Agrária (FTRA) para os agricultores familiares que tiveram prejuízos em decorrência de seca ou estiagem. A Resolução 4.823, do Banco Central do Brasil, também altera as regras para contratação das operações de crédito no âmbito do Terra Brasil – Programa Nacional de Crédito Fundiário (PNCF).

 Com a aprovação da resolução pelo Conselho Monetário Nacional (CMN), em sessão extraordinária realizada na última quarta-feira, 17, as instituições financeiras operadoras dos recursos do FTRA nos municípios que decretaram situação de emergência ou estado de calamidade pública pela seca ou estiagem estão autorizadas a renegociar as parcelas de principal e juros vencidas e vincendas no período de 1º de janeiro de 2020 a 29 de dezembro de 2020, mantendo os encargos financeiros de normalidade e os rebates e bônus de adimplência pactuados. A renegociação pode sere feita para até um ano após o vencimento final do contrato.

Sobre os ajustes às normas do Fundo de Terras e da Reforma Agrária, a resolução substitui a “Proposta de Financiamento” pela elaboração de um “Projeto Técnico de Financiamento”, que integrará itens como aquisição de terra, assistência técnica, infraestrutura e custeio produtivo. O Projeto também deverá incluir laudo de viabilidade econômica e capacidade de pagamento, seguindo a lógica já existente para créditos rurais.

A mudança deve diminuir os retrabalhos originados da má qualificação da demanda, permitindo a redução das etapas de análise e a realização da gestão de riscos agropecuários e climáticos, com a melhoria no planejamento das atividades agropecuárias do produtor e a viabilidade produtiva da propriedade rural.

Com a alteração, será exigido maior empenho, horas de trabalho e despesas obrigatórias às empresas de Assistência Técnica e Extensão Rural (Ater), responsáveis por auxiliar o agricultor na elaboração do novo formato de projeto. Por isso, de acordo com o novo texto, o valor destinado à Ater, passa a ser de até R$10 mil, divididos em até cinco parcelas anuais.

Outro ajuste anunciado está relacionado ao valor para investimentos básicos e produtivos, que, no âmbito do Fundo de Terras, se encontrava restrito a R$ 27,5 mil. Na nova resolução, houve o aumento desse teto, que, agora pode chegar a 50%do valor total do financiamento por beneficiário. A medida visa permitir maior flexibilidade no planejamento das atividades e os investimentos necessário para viabilizar a aquisição do imóvel rural com o crédito.

Também houve uma atualização da taxa de juros para a linha de financiamento PNCF Empreendedor, de 5,5% para 4,0%, visando equiparar o percentual às possíveis taxas do Pronaf.

A nova proposta de resolução faz parte de uma série de medidas tomadas pelo Mapa, por meio da Secretaria de Agricultura Familiar e Cooperativismo (SAF), que visam desburocratizar, dar maior agilidade, eficiência e segurança jurídica, bem como ampliar o acesso dos agricultores familiares ao crédito rural, no âmbito do Fundo de Terras e da Reforma Agrária.

O Terra Brasil – Programa Nacional de Crédito Fundiário (PNCF) é uma política pública federal que possibilita o acesso à terra e a investimentos básicos aos agricultores sem terra ou com pouca terra, por meio de financiamento.

Fonte: Canal Rural

Sexta, 19 de Junho de 2020
Oferta do trigo no Brasil é reduzida, mas não há risco de desabastecimento.
Oferta do trigo no Brasil é reduzida, mas não há risco de desabastecimento. Fonte: Safras & Mercado

Os cenários de oferta e demanda do trigo seguem influenciando os preços no mercado interno. O plantio no Paraná e no Rio Grande do Sul está atrasado na comparação com o ano passado. Na Argentina, os trabalhos estão adiantados. O quadro, porém, deve ser invertido no médio prazo, com boas projeções para o Brasil e previsões de clima desfavorável na Argentina.

Além disso, o dólar em alta segue aumentando os custos de importação do trigo. Isso fez com que os moinhos brasileiros reduzissem significativamente suas operações. Não há, porém, temores de desabastecimento.

Paraná

O Departamento de Economia Rural (Deral), da Secretaria de Estado da Agricultura e do Abastecimento do Paraná, informou, em seu relatório semanal, que o plantio da safra 2020 de trigo do estado atinge 82% da área estimada de 1,090 milhão de hectares, contra 1,028 milhão de hectares em 2019, alta de 6%.

Segundo o Deral, 85% das lavouras estão em boas condições 12% em situação média e 3% em condições ruins. As lavouras se dividem entre as fases de germinação (7%), crescimento vegetativo (90%) e floração (3%).

Rio Grande do Sul

O plantio de trigo atinge 43% da área, estimada em 915.712 hectares. Na semana passada, os trabalhos atingiam 32%. Em igual período do ano passado, o implante cobria 50% da área. A média para os últimos cinco anos é de 49%. Todas as lavouras estão em fase de germinação ou desenvolvimento vegetativo.

Argentina

O plantio de trigo atinge 58,1% da área na Argentina. Segundo a Bolsa de Cereais de Buenos Aires, os trabalhos estão 8,5 pontos adiantados em relação ao ano passado. Os argentinos deverão semear 6,7 milhões de hectares. Até o momento, os trabalhos cobrem 3,89 milhões de hectares.

Fonte: Safras & Mercado

Sexta, 19 de Junho de 2020
Pandemia põe à prova resiliência do agro.
Pandemia põe à prova resiliência do agro. Fonte: Agrolink

Apesar da crise causada pelo novo coronavírus, produção agropecuária é o único setor a aumentar receita

A pandemia do novo coronavírus deu uma rasteira em praticamente todos os setores da economia brasileira. Comércio, indústria e serviços têm se virado como podem para seguir de portas abertas. Nesse cenário, a produção agropecuária também se viu obrigada a pôr à prova sua resiliência. E com um papel decisivo da organização de todos os elos da cadeia produtiva, aliado ao fato de se enquadrar na categoria de produtos essenciais, até o momento, o balanço de aprendizados tem sido positivo.

Os números do agro ilustram bem esse cenário. Enquanto o Produto Interno Bruto (PIB) da indústria (-1,4%), serviços (-1,6%) e demais segmentos econômicos apresentaram desempenho negativo no primeiro trimestre de 2020, a agropecuária fechou com alta de 0,6%. Na geração de empregos, somente no Paraná, o agro abriu 2,9 mil postos de trabalho de janeiro a abril, enquanto comércio, indústria e serviços demitiram, juntos, mais de 25 mil pessoas.

Para especialistas, a explicação para o agro nadar contra a corrente envolve aspectos relacionados tanto à oferta quanto à demanda. “Quando olhamos pelo lado da oferta, a produção das atividades agropecuárias se dá em ambientes abertos e de uma forma mais dispersa pelo país, não estando concentrada nos centros urbanos como ocorre com outros setores”, reflete o professor de economia agrícola da Fundação Getúlio Vargas (FGV), Felippe Serigati.

Sobre a demanda, o agro conta com mais uma vantagem, de produzir, em geral, bens de primeira necessidade. “Apesar da restrição da circulação de pessoas em algumas regiões ou da contração de renda nos domicílios, a demanda por alimentos é mais inelástica. Mesmo que haja alguma mudança no consumo de algum produto, como pães especiais e iogurtes, a demanda geral do setor fica mais preservada. As pessoas seguem comendo o pão mais simples e tomando leite. Algo que é diferente nos setores da indústria e serviço, por exemplo”, compara o professor.

Raízes no campo

Esses resultados positivos nos primeiros meses do ano estão bem enraizados em histórias que vêm do campo. Nas propriedades rurais da família de Tabata Stock, na região de Guarapuava, no Centro-Sul do Paraná, a rotina da produção de grãos e pecuária segue a todo vapor. Nos últimos meses, foram contratados quatro novos funcionários, além de estarem com uma vaga aberta para mecânico agrícola. “Como diz a hashtag do momento, o agro não para. Não podemos focar nossas energias só nas perdas e dificuldades, precisamos focar no trabalho”, prioriza Tabata.

Nas quatro propriedades, a família hoje tem um total de 19 colaboradores. Segundo Tabata, ainda não houve impactos diretos do novo coronavírus na rotina da propriedade, mas existe a expectativa de que eles possam respingar nos próximos meses. “Investir e seguir em frente para nós não é apenas uma aposta. Somos trabalhadores rurais mais do que para plantar, colher e ter receita. O nosso vínculo com a terra e com o ser humano é muito maior. Nosso vínculo é alimentar nossa nação, segurar o PIB. Sabemos que o agronegócio é o oxigênio do Brasil”, enfatiza a produtora rural.

As atividades também seguem a todo vapor no Oeste do Paraná. No município de Quatro Pontes, Ademir Griep, que atua com lavouras, suinocultura e avicultura, está em meio à ampliação e reforma de seus três aviários. “Essas obras estão exigindo um gasto um pouco maior, mas já estavam projetadas desde janeiro e nós seguimos com os planos”, compartilha Griep.

O investimento será em torno de R$ 300 mil para cada aviário. Os barracões, que antes tinham 130 por 14 metros, passarão para 150 por 14 metros. Antes, o alojamento era para 22,5 mil aves por barracão, no sistema de lonas amarelas e pressão negativa com sombrite (iluminação natural e artificial). Agora, serão instalados mais quatro exaustores, passando a 12 por aviário, capacidade para alojamento de 31 mil aves por barracão no sistema dark (apenas iluminação artificial). O primeiro alojamento pós-reforma aconteceu no dia 9 de junho.

Robustez estruturada

Luiz Eliezer Ferreira, técnico do Departamento Técnico e Econômico (DTE) do Sistema FAEP/SENAR-PR, lembra que a capacidade do agronegócio de seguir em movimento é algo que reflete o esforço de diversos elos da cadeia nas últimas décadas. Cabe um destaque para o papel do Sistema FAEP/SENAR-PR na representatividade e formação nas últimas décadas. “O setor agropecuário não teve esses resultados bons no início do ano por causa dos números ruins de outros setores. Esses dados na contramão da crise refletem a competência do próprio agro, que tem avançado de forma estruturada, com uma organização histórica da cadeia produtiva”, analisa o técnico.

Além de segurar o tombo da economia, os efeitos do desempenho da agropecuária se espalham por outros segmentos, como aponta Ferreira. É o caso da agroindústria do Paraná. “Nos nossos levantamentos junto à Copel [Companhia Paranaense de Energia] pudemos constatar que, na indústria, a demanda por eletricidade teve uma queda abrupta em grandes cidades do Paraná. Por outro lado, nas regiões onde há agroindústrias, não só ocorreu manutenção do consumo de energia como até mesmo aumento, o que reflete expansão na produção”, revela Ferreira.

Versatilidade: mais um antídoto à crise

Cabe ponderar que existem segmentos que estão sofrendo com a crise do novo coronavírus, como o dos biocombustíveis e das fibras destinadas ao setor têxtil. No entanto, os produtores que não tiveram impactos significativos na demanda por seus produtos conseguiram produzir bem e irradiar esses resultados para outras etapas da cadeia produtiva. Algo que fica bastante evidente na cadeia de proteínas animais.

A cooperativa Frimesa, com sede em Medianeira, reúne a produção de cooperativas da região Oeste do Paraná e atua no mercado de suíno e leite. A crise do coronavírus obrigou a fazer mudanças em relação aos protocolos de funcionamento para evitar a propagação da doença. A empresa afastou das funções presenciais cerca de 500 funcionários do grupo de risco e contratou praticamente o mesmo número para repor a linha de produção.

Entre os 8 mil trabalhadores que seguem atuando presencialmente na fábrica, diversas medidas de segurança foram tomadas, como maior distanciamento entre as pessoas e higienização ainda mais rigorosa nas dependências da fábrica. “Pela adoção de protocolos de segurança, é natural que se tenha diminuição na velocidade de uma linha e que isso reduza a produção. Mas isso foi contornado com a criação de mais turnos de trabalho e estamos conseguindo atender a demanda”, comenta Elias Zydek, diretor-executivo da Frimesa.

Até o momento, as estratégias têm dado resultado. Nos primeiros cinco meses de 2020, a Frimesa teve um aumento de faturamento em torno de 20% comparado com o mesmo período do ano passado. “O principal motivo foi o incremento nas exportações, em torno de 30% no volume de cortes de carne suína. Isso, mais a estabilidade dos preços internos e a alta de 38% nos preços externos, contribuiu para esse bom resultado”, analisa Zydek.

O executivo destaca que o agronegócio paranaense tem uma característica crucial para seguir produzindo em momentos de crise: a versatilidade. Em horas como essa, quando ocorrem mudanças repentinas no perfil de consumo, o agro paranaense dá provas concretas do seu poder de adaptação e transformação.

“Nós tivemos que, em questão de dias, duplicar a linha de fatiados, porque vivemos um momento em que está se comprando muito ingredientes para cozinhar em casa. Em compensação, a demanda por produtos em peças inteiras teve queda expressiva. Essa versatilidade nos processos industriais, ou seja, a capacidade para se adaptar com rapidez é fundamental”, descreve o executivo.

Empregado em plena crise

Foi exatamente da agroindústria que Gabriel Silveira Sousa, 27 anos, recebeu nos últimos dias uma ótima notícia. Médico veterinário recém-formado de Bagé, no Rio Grande do Sul, Sousa acabou de ser contratado pela Cooperativa Lar, em Santa Helena, no Oeste do Paraná. O profissional vai trabalhar com a parte de matrizes e pretende seguir carreira na área de avicultura.

Enquanto falava com a reportagem do Boletim Informativo pelo telefone, fazia os últimos preparativos na casa nova. “Eu não conhecia essa região, mas como surgiu a oportunidade, resolvi aceitar o desafio e me mudar. Vou trabalhar com a parte de bem-estar das matrizes, recria, sanidade, controle de qualidade, genética, nutrição e tudo o que envolve a produção de fêmeas e machos que serão transferidos para o incubatório. É onde tudo começa”, compartilha Sousa.

Aprendizado continua

O professor da FGV, Felippe Serigati, diagnostica que esses primeiros meses do ano trouxeram aprendizados positivos a todas as cadeias produtivas, incluindo o agronegócio. “Estamos aprendendo ao longo do processo, quase como uma questão de sobrevivência. Óbvio que no início esses novos comportamentos precisam ser tomados de uma forma mais atabalhoada, é natural. Só que existe uma coisa chamada curva de aprendizado e nós estamos aprendendo”, aponta o economista.

Serigati sinaliza para a necessidade de se apegar a esses aprendizados e colocar as lições do que deu certo nesse período para o futuro. “A sociedade como um todo teve que apagar uma série de incêndios. Infelizmente, vamos carregar algumas cicatrizes desse processo, mas está longe de ser algo 100% perdido. Estamos aprendendo muito. E quando nós pudermos voltar à normalidade, seja qual for, certamente a gente vai carregar uma fração desses aprendizados e incorporá-los no nosso dia a dia”, prevê.

Contratações e investimentos milionários

Na cooperativa C.Vale, com sede em Palotina, no Oeste do Paraná, houve a criação de 1.166 novas vagas de empregos entre 2019 e 2020, principalmente para atuação na área de processamento de frangos e peixes. Além disso, a organização deu continuidade a projetos de investimentos milionários que vão gerar mais de 2 mil vagas. “Nós já tínhamos dado início a dois empreendimentos quando a pandemia começou: a reativação de um frigorífico da Averama em Umuarama [em parceria com a Pluma Agroavícola] e a construção de um hipermercado em Assis Chateaubriand, uma obra de R$ 49 milhões”, compartilha Alfredo Lang, presidente da cooperativa.

Para Lang, esse bom momento vivido pelo agronegócio está nos ventos soprados pelo mercado externo, especialmente com a alta do dólar. Mas um entrave pode prejudicar novos investimentos. “Outros investimentos nós seguramos, mas não exatamente devido à pandemia. Acontece que a taxa Selic caiu bastante e os juros para investimentos ficaram caros demais. Só iremos começar novos projetos quando as taxas caírem para níveis que viabilizem o investimento”, enfatiza Lang.

O Sistema FAEP/SENAR-PR, o Sistema Ocepar (Organização das Cooperativas do Paraná), a Secretaria de Agricultura e Abastecimento do Paraná (Seab), sindicatos rurais e outras entidades representativas do agronegócio encaminharam ao governo federal um pedido nesse sentido. A redução das taxas de investimento consta no documento de sugestões, enviado no final de fevereiro, para serem incorporadas no Plano Agrícola e Pecuário (PAP). Leia mais sobre esse os detalhes do Plano Safra no Boletim Informativo.

Fonte: Agrolink

Sexta, 19 de Junho de 2020
Destaques da Economia (15 a 19/06)
Destaques da Economia (15 a 19/06) Fonte: AF News Agricola

A recuperação econômica do Brasil ante a pandemia do coronavírus poderá ser mais demorada quando comparada a outros países. Por esta e outras razões que vem impactando a economia brasileira, é que mais uma vez a projeção dos números do Produto Interno Bruto (PIB) brasileiro, foi ajustada para menos e a nova estimativa é de uma queda de 6,51% no resultado deste ano. No mercado externo, alguns CEOS de grandes empresas norte-americana participaram de uma pesquisa em relação a retomada da economia, que foi estimada por estes para somente 2022. Confira:

Economia Brasileira

Cotação do Dólar: Por volta das 11h40 desta sexta-feira (19), a cotação do dólar era de R$ 5,3669 com uma ligeira queda de 0,08% ante o fechamento do dia anterior que foi de R$ 5,3715. Na variação a alta é de 6,37% comparado com o indicador da sexta passada (12), quando a moeda-americana registrava R$ 5,0454 no câmbio. Entre os fatores associados a sua valorização, está a aversão ao risco de uma segunda nova onde de disseminação do coronavírus, especialmente nos países em que as atividades econômicas estão sendo retomadas.

Retomada do Brasil deve ser mais lenta que em 90% dos países: Segundo pesquisa do Ibre/FGV que cruza previsões do FMI com o Boletim Focus, do Banco Central, a recuperação econômica após a pandemia do novo coronavírus será especialmente difícil para os brasileiros. Nove em cada dez países devem atravessar a crise melhor do que o Brasil. A expectativa é que, com o impacto das medidas de isolamento implementadas para conter a Covid-19, o Produto Interno Bruto do país desabe em 2020 e tenha uma recuperação tímida em 2021. Entre os sul-americanos, apenas a Venezuela terá um resultado pior. "O Brasil vive uma crise de saúde e uma crise política ao mesmo tempo, isso não tem paralelo internacional", avalia o pesquisador Marcel Balassiano.

Mercado prevê queda de 6,51% no PIB: A projeção do mercado financeiro sobre o Produto Interno Bruto (PIB) brasileiro em 2020 caiu pela 18ª vez seguida, segundo relatório divulgado pelo Banco Central. A expectativa dos economistas passou de retração de 6,48% para queda de 6,51% neste ano. Para 2021, foi mantida a projeção de crescimento de 3,5%. O dado oficial mais recente, divulgado pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), aponta queda de 1,5% do PIB no primeiro trimestre de 2020, na comparação com o quarto trimestre de 2019 — resultado que ainda não reflete totalmente os efeitos econômicos do avanço da pandemia.

Prévia do PIB cai 9,73% em abril: O Banco Central informou que seu Índice de Atividade Econômica (IBC-Br), uma espécie de "prévia" do PIB, caiu 9,73% em abril — mês inteiramente afetado pelas medidas de isolamento social no Brasil. O número foi calculado com ajuste sazonal, uma espécie de "compensação" para comparar períodos distintos. Segundo o Banco Central, trata-se da maior queda do indicador desde o início de sua série histórica, em janeiro de 2003. Em março, o IBC-Br teve retração de 6,16% na comparação com fevereiro. Antes disso, o maior tombo (-3,96%) havia ocorrido em maio de 2018, em meio à paralisação dos caminhoneiros.

Brasil lidera redução salarial na América Latina: Segundo pesquisa do Page Group divulgada com exclusividade pela EXAME, mais de 10 milhões de brasileiros já tiveram redução de jornada e salários ou suspensão de contrato durante a pandemia do coronavírus. Assim, o país aparece como líder na redução salarial na América Latina. No Brasil, 11,8% apontaram a redução no salário como medida para enfrentar a crise, enquanto na América Latina ela é adotada por 7,1%. A redução de jornada, por sua vez, representa 7,8% das respostas contra 4,2% na região.

Agronegócio Brasileiro e Balança Comercial

De acordo com o Ministério da Indústria, Comércio Exterior e Serviço, dos resultados na 2ª semana de Junho de 2020, a balança comercial registrou superávit de US$ 1,599 bilhão e corrente de comércio de US$ 6,309 bilhões, resultado de exportações no valor de US$ 3,954 bilhões e importações de US$ 2,355 bilhões. No mês, as exportações somam US$ 8,094 bilhões e as importações, US$ 4,774 bilhões, com saldo positivo de US$ 3,32 bilhões e corrente de comércio de US$ 12,868 bilhões. No ano, as exportações totalizam US$ 92,611 bilhões e as importações, US$ 73,72 bilhões, com saldo positivo de US$ 18,891 bilhões e corrente de comércio de US$ 166,332 bilhões.

Nas exportações dos produtos agrícolas, a Secex informou que:

As exportações de café torrado contabilizaram um volume de 36,138 mil toneladas nos primeiros cinco dias úteis de junho, com um incremento de 19,31% comparado a semana anterior, mas com queda de 24,89% diante do volume reportado no mesmo período do mês passado. A média diária registrada ficou em 7,22 mil tons nesta segunda semana de junho.

A soja em grãos obteve um volume 2,98 milhões de toneladas na segunda semana de junho, com queda de 10,46% comparado a semana passada e inferior em 13,30% ante o volume registrado na segunda semana de maio. A média diária contabilizada ficou em 597,00 mil tons.

Na exportação do milho, a Secex informou a movimentação de apenas 1,37 mil toneladas, sendo um volume extremamente menor aos 38,61 mil tons registrados na semana anterior. Na média diária o indicador ficou em 0,27 tons, uma redução de 96,45% diante do volume diário de 7,72 mil tons noticiados na semana anterior.

Economia Mundial

Retomada econômica só a partir de 2022, apostam CEOS das principais empresas americanas: A retomada da economia mundial ao patamar atingido antes da pandemia do novo coronavírus só deve acontecer a partir de 2022. É o que apostam 85% dos CEOs das 500 maiores corporações dos Estados Unidos, segundo pesquisa realizada pela revista americana Fortune, que elabora anualmente um ranking das principais empresas do país.

De acordo com o levantamento, apenas 14% dos gestores acreditam que o cenário econômico voltará ao normal no ano que vem ou antes. Mais da metade crê na recuperação no primeiro trimestre de 2022 em diante, enquanto 27% não esperam o reaquecimento das atividades antes de 2023.

Cerca de um quarto dos entrevistados ressaltou que o home office deve ser adotado em definitivo para boa parte dos funcionários. Esse grupo afirmou que 90% dos empregados de suas empresas nunca deve retornar ao ambiente de trabalho usual. Em torno de 37% confiam no regresso aos escritórios no próximo ano.

Para três quartos dos CEOs, a crise provocada pela pandemia vai acelerar a transformação tecnológica de suas empresas. A maioria também acredita que ela estimulará uma mudança ao chamado "capitalismo stakeholder", que foca nos interesses de toda a comunidade impactada, direta ou indiretamente, por determinada companhia - desde acionistas e executivos a clientes e funcionários.

Os entrevistados ainda apontaram o que deverá sofrer mudanças pós-pandemia. A maioria crê que as viagens de negócios nunca mais vão voltar aos níveis anteriores e serão substituídas por videoconferências. Mais de 70% concordaram que o nacionalismo vai crescer, o que impactará cadeias globais de suprimento. Percentual ainda maior entre os gestores opina que técnicas de vigilância governamental tendem a se tornar mais comuns ao redor do mundo.

O levantamento da Fortune também destacou lições aprendidas pelos gestores nessa crise. "Trabalhar de casa funciona", "um negócio não pode esperar pela transformação que sabe que é necessária" e "o significado do mundo é essencial" foram algumas frases sublinhadas. As consultas aos CEOs ocorreram nas duas últimas semanas de abril (ÉPOCA).

Fonte: AF News Agricola

Quinta, 18 de Junho de 2020
Decifrando o Plano Safra 2020/2021: entenda os destaques do novo programa
Decifrando o Plano Safra 2020/2021: entenda os destaques do novo programa Fonte: Canal Rural

Promessa de apoio a pequenos e médios produtores foi cumprida com mais recursos e melhores condições, mas grandes foram beneficiados com maior queda nos juros

Volume de recursos

Volume de recursos e equalização das taxas confirmam promessa da ministra da Agricultura, Tereza Cristina, de mais recursos e melhores condições de financiamento para pequenos e médios produtores
Para os médios produtores, o valor para custeio do Pronamp passou de R$ 23,8 bilhões para R$ 29,4 bilhões, alta de 23,5%; destaque para aumento de 47,5% para juros equalizados
Para os pequenos produtores, o volume total de custeio do Pronaf passou de R$ 18,3 bilhões para R$ 19,4 bilhões, crescimento de 6,1%; aumento de 30,5% para microprodutores e 0,6% para pequenos produtores a juros equalizados
Em relação aos grandes produtores, o volume para custeio passou de R$ 127,3 bilhões para R$ 130,6 bilhões, alta de 2,6%; queda de 12,5% a juros equalizados
Comentaristas Ivan Wedekin e Benedito Rosa elogiam volume de recursos, taxas de juros e coerência do Plano Safra 2020/2021, mas lembram que é preciso diminuir burocracia

A ministra prometeu apoio aos pequenos e médios produtores com mais recursos e melhores condições de financiamento. Essa promessa pode ser verificada nos volumes de recursos e na equalização das taxas, porém, em relação aos juros, houve maior queda para grandes produtores.

O volume de recursos para custeio dos médios produtores (Pronamp) cresceu 23,5%, para R$ 29,4 bilhões, com destaque para o aumento de 47,5% a juros equalizados. Para o custeio de pequenos produtores (Pronaf), houve aumento de 6,1% no volume, com R$ 19,4 bilhões para este ano, em alta de 30,5% a juros equalizados para a Faixa 1 (microprodutores) do programa.

Em relação ao custeio dos grandes produtores, houve alta de 2,6% para R$ 130,6 bilhões, porém, com queda de 7,5% dos recursos controlados e de 12,5% a juros equalizados. Esses dados estão em linha com a promessa da Ministra Tereza Cristina.

Taxa de juros

Ranking de maiores quedas das taxas de juros em investimento:

Moderinfra e Moderagro de 8% para 6%
PCA de 6% a 7% para 5% a 6%
Programa ABC de 5,25% a 7% para 4,5% a 6%
Inovagro de 7% para 6%
Pronamp de 7% para 6%
Moderfrota de 8,5% para 7,5%

Ranking de maiores quedas das taxas de juros em custeio e comercialização:

Grandes produtores de 8% para 6%
Pronamp (médios) de 6% para 5%
Pronaf (pequenos) de 3% a 4,6% para 2,75% a 4%

Em relação às taxas de juros para investimento, os programas que tiveram maior redução de taxas foram o Moderinfra e o Moderagro, com taxas de 6% ao ano. Em segundo lugar, o PCA, com taxas que vão de 5% a 6% ao ano. Em seguida, o Programa ABC, com juros de 4,5% a 6% ao ano, o Inovagro e o Pronamp, com 6% ao ano. Por fim, a menor queda foi registrada no Moderfrota, com taxas em 7,5% ao ano.

Considerando as taxas de juros para custeio e comercialização, a maior queda foi registrada para os grandes produtores, que passaram de juros de 8% para 6% ao ano. Em segundo lugar, o Pronamp, no qual a taxa passou de 6% para 5%. E, por fim, o Pronaf, onde foi de 3% a 4,6% ao ano para 2,75% a 4% ao ano.

Ainda que as taxas para grandes produtores tenham apresentado as maiores quedas, é importante ressaltar que os juros cobrados no Pronaf são os que mais se aproximam da taxa Selic, que ficou em 2,25% ao ano, em decisão anunciada nesta quarta-feira, 17, pelo Copom.

Comentaristas do Canal Rural elogiam volume de recursos e taxas de juros, mas lembram que é preciso diminuir burocracia

Os comentaristas do Canal Rural Ivan Wedekin e Benedito Rosa elogiaram o Plano Safra 2020/2021. Wedekin destacou as reduções das taxas de crédito rural, a competitividade das taxas de juros para investimentos e o grande volume de recursos destinado a essas linhas, de forma que ficaram até acima das expectativas. Rosa lembrou que o plano está coerente com as diretrizes do governo. A redução dos subsídios oferecidos aos grandes produtores se dá com a transferência de recursos para os pequenos e médios, disse. Ele também destacou o grande esforço do governo em aumentar o volume de subvenção para o seguro rural.

Em relação aos pontos negativos do programa, Ivan Wedekin afirmou que o Brasil precisa de uma reforma microeconômica em relação ao crédito rural, pois, segundo ele, o produtor paga caro por “uma série de penduricalhos” vinculados ao sistema. Nesse sentido, medidas do Banco Central como a digitalização da intermediação financeira devem ajudar. Adicionou ainda que é preciso simplificar a burocracia para a tomada de crédito.

Benedito Rosa concordou que é preciso facilitar o acesso ao crédito do produtor e que também seria importante que o governo não levasse as negociações até muito próximo do anúncio do Plano. Segundo ele, um anúncio no início do ano traria mais tranquilidade e segurança para o produtor decidir seus investimentos.

Fonte: Canal Rural

Quinta, 18 de Junho de 2020
Mapa diz que trabalha para aumentar assistência à agricultura familiar.
Mapa diz que trabalha para aumentar assistência à agricultura familiar. Fonte: Agência Brasil

A ministra da Agricultura, Pecuária e Abastecimento, Tereza Cristina, disse hoje (18) que a assistência técnica aos agricultores familiares continuará sendo foco da pasta. Segundo ela, o ministério está trabalhando para aumentar o percentual de assistência dada aos produtores rurais, em frentes que vão além do Plano Safra. 

A declaração foi dada durante uma live para debater Agricultura Familiar no Plano Safra – Avanços para o Desenvolvimento e a Segurança Alimentar.

“Temos compromisso cada vez maior com esse segmento da agricultura. Queremos todos inseridos na base produtiva de nosso país, para que possam crescer”, disse a ministra. Ela acrescentou que a assistência técnica “continuará sendo nosso foco. Vamos sempre perseguir isso, não só no plano safra. Estamos trabalhando para aumentar o percentual de assistência técnica aos produtores rurais”.

A ministra disse corroborar de um sonho manifestado pelo ex-ministro da pasta Roberto Rodrigues durante a live, no sentido de agrupar diversas cooperativas de crédito rural “em um único banco gigantesco e poderoso”. Em sua participação, Rodrigues destacou a relevância das políticas de crédito cooperativo “no sentido de dar proximidade entre credores e produtores rurais”. 

"Juntando todas [cooperativas de crédito para produtores rurais], teríamos o sexto maior banco do Brasil. Este é um sonho que tenho”, revelou.

“Seu sonho não é muito diferente do meu. Vamos trabalhar para realizar esse sonho”, disse a ministra, que se comprometeu a apresentar a proposta ao ministro da Economia, Paulo Guedes.

O Plano Safra 2020-2021 foi lançado ontem (17) em cerimônia no Palácio do Planalto, com previsão de R$ 236,3 bilhões em apoio para a produção agropecuária nacional, valor R$ 13,5 bilhões maior do que o apresentado no plano anterior. 

Segundo o ministério, os pequenos produtores rurais terão R$ 33 bilhões para financiamento pelo Programa Nacional de Fortalecimento da Agricultura Familiar (Pronaf), com juros de 2,75% e 4% ao ano, para custeio e comercialização, respectivamente.

Já aos médios produtores rurais serão destinados R$ 33,1 bilhões, por meio do Programa Nacional de Apoio ao Médio Produtor Rural (Pronamp), com taxas de juros de 5% ao ano (custeio e comercialização). Para os grandes produtores, a taxa de juros será de 6% ao ano.

Contag

O anúncio de ontem (17), no entanto, não agradou a Confederação Nacional dos Trabalhadores Rurais Agricultores e Agricultoras Familiares (Contag). De acordo com a entidade, era esperado o anúncio de um Plano Safra específico para valorizar a agricultura familiar, que responde por mais de 70% dos alimentos que chegam à mesa dos brasileiros.

De acordo com o presidente da Contag, Aristides Santos, os lançamentos específicos do Plano Safra da Agricultura Familiar são históricos, do governo Fernando Henrique Cardoso ao governo Michel Temer. “Desde o seu primeiro ano de mandato, o governo Bolsonaro mudou essa estratégia, como se fôssemos uma só agricultura. O que não é verdade”, disse Santos por meio de nota. 

Apesar do aumento de recursos, a Contag havia reivindicado R$ 40 bilhões para o Pronaf Crédito. “Apenas o valor para custeio atendeu à demanda da Contag para a agricultura familiar”, informou a entidade.

Segundo a Contag, as taxas de juros do Pronaf, que ficarão entre 2,75% ao ano  para o Mais Alimento e 4% ao ano para as demais linhas de crédito, está “bem acima” do que era esperado, que era algo entre 0% e 2%. “Enquanto os juros para os grandes produtores diminuíram de 8% para 6% ao ano, para os familiares passou de 3% para 2,75%, ou seja, redução de apenas 0,25%”, disse Aristides Santos, acrescentando que “de um modo geral” a agricultura familiar sai insatisfeita com o Plano Safra anunciado. 

“Precisávamos de mais recursos para investimento e taxas de juros menores, para que os agricultores e agricultoras familiares consigam se recuperar dos efeitos da pandemia [do novo coronavírus (covide-19)]. Houve perda de produção e de renda com a suspensão das feiras livres, da venda para o PAA e Pnae, entre outros prejuízos”, disse o presidente da confederação.

O secretário de Política Agrícola, Eduardo Sampaio, disse que, se necessário para atender à demanda de agricultores familiares, o governo fará novos remanejamentos de recursos, de forma a atender ao Pronaf. “Esse é um tipo de remanejamento positivo. Acredito que [a atual previsão de recursos] vai dar para atender a demanda, mas poderemos fazer outros remanejamentos durante o Plano Safra, porque esse é um público que não pode ficar de fora, para que não tenhamos problemas. E a gente conta com as cooperativas para aplicar esses recursos”, disse Sampaio.

“Queremos atender ao máximo as cooperativas. Nada contra o sistema financeiro, mas são as cooperativas [as entidades] que estão mais próximas e que falam a linguagem do agricultor familiar”, complementou.

Moradia rural

O secretário da Agricultura Familiar e Cooperativismo do Mapa, Fernando Schwanke, disse que a redução de 4,6% para 4% da taxa de juros para moradias rurais representa “uma mudança importante”. “A expansão do acesso ao crédito a jovens filhos de agricultores, para construírem suas casas e ficarem no campo”.

Schwanke informou que pretende lançar em breve um edital de chamamento público para residência profissional agrícola, de forma a apoiar profissionais com competências para atuação na área de ciências agrárias e afins, visando a inserção deles no mercado de trabalho. O programa pretende ajudar 1.500 jovens estudantes e recém-formados nesses cursos, com idade de 15 anos a 29 anos de idade.

Fonte: Agência Brasil

Quinta, 18 de Junho de 2020
Expointer: feira é confirmada para 26 de setembro.
Expointer: feira é confirmada para 26 de setembro. Fonte: Agrolink

O secretário da Agricultura do Rio Grande do Sul, Covatti Filho, acaba de confirmar à nossa reportagem que a Expointer vai acontecer de 26 de setembro a 4 de outubro de 2020, no Parque de Exposições Assis Brasil, em Esteio (RS).

A feira, que é uma das mais importantes do país, estava prevista, inicialmente, para acontecer de 29 de agosto a 6 de setembro. Atualmente a região do parque encontra-se na bandeira laranja, que é de alerta para o coronavírus, distanciamento controlado e proibição de eventos com grande aglomeração, como é o caso da Expointer.

Covatti assegurou que todas as medidas de saúde e prevenção estão sendo tomadas para garantir o evento. “Já estamos fazendo, há três semanas, reuniões com a Secretaria da Saúde e, em cima disso, vamos chamar as entidades para fazermos os protocolos de segurança devido à pandemia. Vamos fazer uma feira primando pela saúde e segurança de todos”, destacou.

Na última edição o total de negócios cresceu 17,37%, com faturamento de R$ 2.6 bilhões, com destaque para máquinas e agricultura familiar. Outras importantes feiras do Brasil como a Agrishow (SP), a Tecnoshow (GO) e a Bahia Farm Show (BA) foram canceladas neste ano. A AgroBrasília (DF) acontecerá em plataforma virtual a exemplo da Agrotins (TO).

Fonte: Agrolink