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Quarta, 06 de Outubro de 2021
Agropecuária brasileira pode ajudar no combate ao aquecimento global, diz ministra
Agropecuária brasileira pode ajudar no combate ao aquecimento global, diz ministra Fonte: Ministério da Agricultura e Pecuária

CNA apresentou propostas do agro para COP 26. No evento, ministra destacou que o agro brasileiro é portador de soluções que conciliam segurança alimentar, crescimento econômico e preservação ambiental

A Confederação da Agricultura e Pecuária do Brasil (CNA) apresentou nesta terça-feira (5) um posicionamento frente às negociações da 26ª Conferência das Partes sobre Mudanças Climáticas (COP26 - Glasgow), que terá início em outubro.

O documento apresenta cinco pontos considerados relevantes, do ponto de vista do setor agropecuária brasileiro, no processo de negociação do novo acordo climático: definições objetivas sobre mercado de carbono; adoção do plano de ação para agricultura resultado das negociações de Koronívia; financiamento para cumprimento do Acordo de Paris; mecanismos focados em adaptação; e produção e preservação pautadas pela ciência e legalidade.

A  ministra Tereza Cristina (Agricultura, Pecuária e Abastecimento) participou do evento e ressaltou que o agro é capaz de atuar na descarbonização ativa e no enfrentamento do aquecimento global, porém as ações e planos acordados não devem perder de vista a competitividade da agricultura e pecuária e o papel do agro na segurança alimentar mundial.

“Na COP-26, temos a oportunidade, por meio dos resultados das negociações, de estabelecer condições objetivas para que o agro possa contribuir não apenas com a mitigação de emissões de gases do efeito estufa e a descarbonização das cadeias produtivas, mas também endereçar nossas necessidades de adaptação aos impactos da mudança do clima”, afirmou a ministra.

Tereza Cristina disse ainda que o “Brasil e sua agricultura tropical têm um papel a desempenhar como portadores de soluções que conciliam segurança alimentar, crescimento econômico inclusivo e conservação ambiental”.

O coordenador de sustentabilidade da CNA, Nelson Ananias Filho, ressaltou que o setor já vem empregando esforços para cumprir as metas do Acordo de Paris e que a agenda prevista na COP 26 deve reconhecer o setor agropecuário como UMA solução ao alcance dessas metas. “Se por um lado os produtores mostram-se prontos para atender o desafio de contribuir para o alcance dos compromissos nacionais junto ao acordo do clima, por outro lado espera o reconhecimento da atividade agropecuária como solução aos desafios de um mercado consumidor cada dia mais exigente quanto à produção sustentável”, disse, ao apresentar o documento da Confederação. 

Também participaram da apresentação do documento o secretário-executivo do Mapa, Marcos Montes; o presidente da CNA, João Martins; o ministro do Meio Ambiente, Joaquim Álvaro Pereira Leite; e o chefe da Área de Mudança do Clima do Ministério das Relações Exteriores, André Maciel.

Fonte: Ministério da Agricultura e Pecuária

Imagem: CNA/Wenderson Araujo/Trilux

Quarta, 06 de Outubro de 2021
Soja: Mercado tímido e cauteloso em Chicago nesta 4ª após as altas da sessão anterior
Soja: Mercado tímido e cauteloso em Chicago nesta 4ª após as altas da sessão anterior Fonte: Noticias Agrícolas

Depois das altas intensas da sessão anterior, os futuros da soja operam estáveis na Bolsa de Chicago nesta manhã de quarta-feira (6). Por volta de 7h50 (horário de Brasília), as cotações subiam entre 1 e 1,25 ponto, com o novembro sendo cotado a US$ 12,51 e o maio a US$ 12,80 por bushel. 

Entre os derivados, as altas no óleo de soja continuam nesta sessão, porém, de forma bem mais contida, perto de 0,5%, o mesmo que pode ser observado no farelo. Hoje, os futuros do petróleo testam uma correção no WTI, caindo 0,47%, mas sobe mais de 1% no brent negociado na Bolsa de Londres. O gás natural, de subir quase 10% na sessão anterior, tinha pequeno ganho de 0,3%. 

Ao Notícias Agrícolas, o analista Maurício Muruci, da consultoria Safras & Mercado, afirmou que diante do atual quadro global de oferta e demanda mundial das matrizes energéticas, os preços do barril do petróleo pode chegar aos US$ 100,00 depois de dezembro. 

A quarta-feira é de aversão ao risco no financeiro, com bolsas em queda mundo a fora e o dólar index subindo quase 0,7%. 

Entre os fundamentos da soja, o momento também é de pressão com o bom avanço da colheita americana e do plantio brasileiro. 

Fonte: Noticias Agrícolas - Carla Mendes

Quarta, 06 de Outubro de 2021
Futuros do milho abrem a 4ªfeira retomando altas na B3
Futuros do milho abrem a 4ªfeira retomando altas na B3 Fonte: Noticias Agrícolas

A quarta-feira (06) começa com os preços futuros milho buscando operar na parte positiva na Bolsa Brasileira (B3) ganhando força por volta das 09h14 (horário de Brasília).

O vencimento novembro/21 era cotado à R$ 90,69 com ganho de 0,52%, janeiro/22 valia R$ 90,90 com elevação de 0,49%, o março/22 era negociado por R$ 91,40 com alta de 0,58% e o maio/22 tinha valor de R$ 87,80 com estabilidade.

Para o analista de mercado da Brandalizze Consulting, Vlamir Brandalizze, o dólar em alta tentou ajudar os investidores a criarem um suporte na B3.

“A B3 está ao redor dos R$ 90,00 e o mercado de porto na faixa de R$ 85,00 não tem negócios de exportação. O mercado também continua recebendo milho importado e os grandes consumidores das rações seguem de fora”, pontua Brandalizze.

Mercado Externo

A Bolsa de Chicago (CBOT) iniciou as atividades desta quarta-feira voltando a subir para os preços internacionais do milho futuro após registrar quedas no pregão de ontem.

Por volta das 09h05 (horário de Brasília), o vencimento dezembro/22 era cotado à US$ 5,40 com valorização de 2,75 pontos, o março/22 valia US$ 5,48 com alta de 2,75 pontos, o maio/22 era negociado por US$ 5,53 com elevação de 2,75 pontos e o julho/22 tinha valor de US$ 5,53 com ganho de 2,75 pontos.

Segundo informações do site internacional Successful Farming, os futuros dos grãos ficaram ligeiramente mais altos durante a noite, já que os investidores avaliam os sinais da demanda contra a pressão da colheita.

Os exportadores anunciaram na segunda-feira vendas de 426.800 toneladas de milho para o México para entrega no ano comercial de 2021-2022 que começou em 1º de setembro, disse o USDA (Departamento de Agricultura dos Estados Unidos).

“A demanda global por produtos agrícolas está sustentando os preços. Ainda assim, a colheita dos Estados Unidos continua mantendo um controle sobre os ganhos de preços”, pontua o analista Tony Dreibus. 

Fonte: Noticias Agrícolas - Guilherme Dorigatti

Quarta, 06 de Outubro de 2021
Contratação de crédito rural sobe 37% em 3 meses de Plano Safra
Contratação de crédito rural sobe 37% em 3 meses de Plano Safra Fonte: Safras & Mercado

     Nos três primeiros meses de operação do Plano Safra 2021/2022, os produtores rurais, cooperativas e agroindústria contrataram R$ 97,75 bilhões para financiar a atividade agropecuária, florestal, aquícola e pesqueira. O valor representou incremento de 37% em relação ao mesmo período do ano anterior, distribuídos em mais de 668 mil contratos (+3%).

     Os números estão no balanço do crédito rural divulgado, nesta terça-feira (5), pela Secretaria de Política Agrícola (SPA) do Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Mapa). 

     Os financiamentos em investimentos registraram o maior crescimento em relação ao mesmo período do plano anterior (59%), com R$ 29,49 bilhões e 329 mil contratos firmados. Com maior valor liberado, as operações de custeio alcançaram perto de R$ 52,69 bilhões e 333 mil contratos, incremento de 27% e 6%, respectivamente.

     Nas outras finalidades, há procura por financiamentos de comercialização (+34% ou R$ 8,28 bilhões) e industrialização (+42% ou R$ 7,2 bilhões). 

     Regiões do país

     De acordo com o estudo da SPA, os produtores rurais da Região Sul, historicamente, são os que mais contratam financiamentos. Até o momento, foram R$ 36,90 bilhões e mais de 277 mil contratos, o que representa, respectivamente, 38% e 42% do total nacional.

     O balanço do crédito rural mostra a forte demanda por financiamentos rurais na Região Norte (aumento de 64% no valor e de 46% no número de contratos) e Nordeste, 34% no valor, embora a quantidade de contratos tenha sofrido redução de 5%.

     Programas de investimento

     Entre os programas de investimentos na atual safra, o Moderfrota alcançou a maior parcela dos recursos programados (66%), seguido do Procap-Agro (50%) e de outras linhas/programas (45%).

     O diretor do Departamento de Crédito e Informação do Mapa, Wilson Vaz de Araújo, destaca que não há escassez de recursos de investimento na atual safra e o saldo disponível desses recursos, no conjunto das instituições financeiras, é de 60%.

     Fontes de recursos

     As fontes de recursos mais utilizadas pelas instituições financeiras na contratação do crédito aos produtores e às suas cooperativas de produção, entre julho a setembro, foram os Recursos Obrigatórios (R$ 28,63 bilhões, alta de 71%), a Poupança Rural Controlada (R$ 21,97 bilhões ou +5%) e a Poupança Rural Livre (R$ 17,91 bilhões ou +129%). Essas fontes somaram 69% de participação no valor dos financiamentos rurais.

     A LCA (Letras de Crédito do Agronegócio), com recursos não controlados, foi a única fonte que teve um decréscimo no valor (-46%) das liberações comparativamente à safra passada, o que representou R$ 4,03 bilhões.

Fonte: Safras & Mercado - Dylan Della Pasqua

Quarta, 06 de Outubro de 2021
Saiba qual bactéria serve como inoculante para silagem
Saiba qual bactéria serve como inoculante para silagem Fonte: Agrolink

Buscando preservar o máximo possível da nutrição da silagem para os animais, o uso de bactérias como inoculantes vêm sendo estudado por muitos pesquisadores da área. Nesse cenário, Nathaly Carpinelli, coordenadora técnica da Nutricorp, trouxe algumas informações de estudos realizados pelo Dr. Philip Jones, que é gerente de pesquisa em microbiologia no Reino Unido e vem pesquisando e informando muitos produtores sobre o tema. 

A primeira batcéroa da qual ela fala é a Lactobacillus plantarum, para eficiência de fermentação, e a segunda Lactobacillus buchneri, para deterioração aeróbica. "A maioria dos inoculantes aplicam grande número de cepas de bactérias, especialmente selecionadas, dominando a população natural e conduzindo uma fermentação adequada, rapidamente", afirma Nathaly. 

Mas, como ela continua e ressalta, nem todos os inoculantes são igualmente bons. Grande parte dos inoculantes possui Lactobacillus plantarum, mas o fato é que a maioria das cepas existentes nele acabam por não funcionar bem quando utilizadas em um pH de gramíneas frescas ou milho, por exemplo.  

"Pensando nessa questão, os inoculantes ECOSYL, trazem em sua estrutura L. plantarum cepa MTD/1, uma cepa incomum, com características únicas. Dessa forma, esse inoculante deverá agir também em situações onde encontramos uma faixa ampla de pH da silagem, que vai de números acima de 6,8 e abaixo de 4, e sem a necessidade de uma cepa auxiliar para iniciar a fermentação, promovendo multiplicação de do início ao fim do processo", explica. 

No entanto, se o produtor tiver problema na silagem em virtude da deterioração aeróbia, por causa do tipo de cultura, má consolidação, manejo do silo, ou baixa remoção de alimento em ambientes com altas temperaturas, é preciso buscar alternativas para alterar o perfil de ácido da fermentação da silagem. "Para estas situações, ECOCOOL, possui a cepa PJB/1, Lactobacillus buchneri, que converte um pouco de ácido lático produzido pelo Lactobacillus plantarum em ácido acético,  inibindo assim o crescimento de leveduras e mofos que causam deterioração aeróbica, quando a silagem é exposta ao ar", finaliza. 

Fonte: Agrolink - Leonardo Gottems

Imagem:  Cristina Brito/Embrapa

Quarta, 06 de Outubro de 2021
Brasil precisa debater autossuficiência na produção de fertilizantes, diz Alexandre Garcia
Brasil precisa debater autossuficiência na produção de fertilizantes, diz Alexandre Garcia Fonte: AF News Agrícola

Segundo o comentarista, o presidente Jair Bolsonaro está preocupado com os impactos no mercado de fertilizantes que são importados.

Em conversa com o presidente da República, o Canal Rural Alexandre Garcia, disse que Bolsonaro está preocupado com a questão dos fertilizantes importados.

“A China está com problemas nos produtos fosfatados e nitrogenados e isso pode trazer uma série de problemas. Primeiro para o uso interno desses produtos. Depois há a questão do preço e terceiro uma questão que pode ter um uso político, pois ano que vem é ano de eleição e se agro se der mal é um grande ponto de apoio do presidente”, diz Garcia.

Na avaliação do comentarista, o cenário conturbado na oferta de fertilizantes mostra que o Brasil deve ter mais autonomia na produção do insumo. “Um país desse tamanho com tantas riquezas, tanto mineral, será que não temos jazidas de nitrogênio, fósforo e potássio? Será que procuramos o suficiente? É preciso debater a autossuficiência dos fertilizantes para que o agro continue com sua autoprodutividade”, finaliza.

Fonte: AF News Agrícola - Giulia Zenidin

 

Quarta, 06 de Outubro de 2021
Florestas plantadas no Brasil somam 9,3 milhões de hectares em 2020
Florestas plantadas no Brasil somam 9,3 milhões de hectares em 2020 Fonte: Canal Rural

As áreas com cobertura de eucalipto corresponderam a 80,2% das florestas plantadas para fins comerciais no país

 

A área estimada de florestas plantadas no Brasil totalizou, em 2020, 9,3 milhões de hectares, dos quais 70,6% concentrados nas regiões Sul e Sudeste.

As áreas com cobertura de eucalipto corresponderam a 80,2% das florestas plantadas para fins comerciais no país. Enquanto 44,3% das áreas de eucalipto concentraram-se na região Sudeste, na região Sul observou-se predominância de florestas de pinus, correspondentes a 84,6% do total.

Os dados são da pesquisa Produção da Extração Vegetal e da Silvicultura (Pevs 2020), divulgada nesta quarta-feira, 6, no Rio de Janeiro, pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).

Em 2020, o estudo identificou registro de produção primária florestal em 4.868 municípios, que, juntos, somam R$ 23,6 bilhões em valor de produção, o que representou crescimento de 17,9% em relação a 2019. Esse resultado reflete a recuperação do setor, que, em 2019, recuou 2,7%, interrompendo uma série de três anos de crescimento.

Segundo o IBGE, a silvicultura ampliou sua participação no valor da produção primária florestal (79,8%) frente ao extrativismo vegetal (coleta de produtos em matas e florestas nativas), que passou a responder por 20,2% desse total. A participação dos produtos madeireiros segue preponderante no setor da silvicultura, representando 90,1% do valor da produção florestal.

Carvão vegetal

Entre os produtos madeireiros da silvicultura houve crescimento do valor da produção em todos os grupos, sendo mais acentuado no carvão vegetal (37,8%). A madeira em tora aumentou 18,3%, com destaque para a madeira destinada à fabricação de papel e celulose que cresceu 25,6%. A lenha teve aumento de 6,3%.

Enquanto os produtos madeireiros respondem pela quase totalidade do valor da produção da silvicultura, na extração vegetal esse grupo representa 60,3%, seguido pelos alimentícios (31,6), ceras (5,3%), oleaginosos (2,2%).

Segundo o levantamento, entre os produtos extrativos não madeireiros, o açaí, com R$ 694,3 milhões, e a erva-mate, com R$ 559,7 milhões, são os que mais geram valor de produção.

Produção nacional

As regiões Sul e Sudeste concentram grande parte da produção florestal do país. Juntas, elas responderam por 69,6% do valor da produção nacional, impulsionadas, principalmente, pelo setor de florestas plantadas. Minas Gerais continua registrando o maior valor da produção para esse segmento, atingindo R$ 6 bilhões em 2020, o que significa 32,1% do valor da produção nacional da silvicultura, seguido pelo Paraná, com R$ 4,2 bilhões.

“Entre os municípios, Telêmaco Borba (PR) apresentou o maior valor da produção florestal primária em 2020, com R$ 568 milhões, assumindo a primeira posição no ranking nacional. Das 20 municipalidades do país com os maiores valores de produção florestal, 17 sobressaem na exploração de florestas plantadas, e as demais, no extrativismo. Cruz Machado (PR), além da silvicultura, destacou-se na extração de erva-mate, e Limoeiro do Ajuru (PA), além do extrativismo madeireiro, distinguiu-se na extração de açaí. Colniza (MT) foi destaque na extração da madeira em tora”, informou o IBGE.

Fonte: Canal Rural

Imagem: Divulgação/CNA

Quarta, 06 de Outubro de 2021
Prorrogação do Funrural pode colocar em risco a recuperação da contribuição
Prorrogação do Funrural pode colocar em risco a recuperação da contribuição Fonte: Agrolink

O Supremo Tribunal Federal (STF) adiou o julgamento sobre a constitucionalidade do Fundo de Assistência ao Trabalhador Rural (Funrural), assunto que estava marcado para entrar na pauta das discussões do supremo nesta quarta-feira (6). Com relação ao Empregador Rural pessoa física, a retirada do Funrural na ordem do dia pode colocar em risco a recuperação das contribuições já pagas, segundo avalia Fernanda Tarsitano, advogada do Martinelli Advogados, escritório especializado em questões tributárias ligadas ao agronegócio.

De acordo com as informações enviadas pela assessoria de imprensa do Martinelli Advogados, há mais de dez anos o produtor rural pessoa física e os responsáveis pela retenção têm acompanhado o vai e vem dos processos que legitimam ou não o pagamento das contribuições que compõem o fundo. O julgamento conta atualmente com dez votos já proferidos, sendo cinco votos favoráveis aos contribuintes e cinco votos favoráveis ao Fisco. O último voto a ser proferido é do Ministro Dias Toffoli, e a retirada do caso da pauta de julgamento atrasa a definição tão esperada sobre a questão.

Fernanda explica que a volta da discussão sobre o Funrural devido pelo empregador rural pessoa física, já validado pelo STF em 2017, poderia gerar uma nova discussão, caso ocorra uma reversão do entendimento. “Apesar de positiva, eventual decisão favorável do Supremo poderia ensejar novas discussões objetivando a recuperação de valores pagos em 2018 no Programa de Regularização Tributária Rural (PRR), época em que o entendimento era desfavorável”, avalia.

A advogada do Martinelli completa que sobre esse último cenário, considerando que o parcelamento (PRR) ocorreu em fevereiro de 2018, é importante que os contribuintes eventualmente afetados pela reversão de jurisprudência fiquem atentos ao decurso do prazo prescricional de cinco anos para a repetição dos valores pagos no passado. “sendo o caso, ingressem com medida interruptiva de prescrição, dada a possibilidade de atrasos na finalização do julgamento da Ação Direta de Inconstitucionalidade (ADI 4395)”, recomenda a advogada.

Vai e vem do Fundo

Só para entender o andamento das discussões, o Funrural em questão está baseado na Lei 10.256/2001, que trouxe a cobrança de 2,5% sobre a renda bruta proveniente da comercialização da produção rural das agroindústrias e de 1,8% dos produtores rurais pessoas físicas. “A contribuição nada mais é do que o “INSS” do setor rural, por atender questões previdenciárias e de seguridade social”, explica Fernanda.

Nas últimas duas décadas, contestações têm sido realizadas por empresas do agro e o Funrural já entrou e saiu da composição da carga tributária do setor algumas vezes. O STF iria julgar o Funrural devido pelas agroindústrias pela primeira vez. Por outro lado, o Funrural dos empregadores rurais já foi analisado pelos Ministros em outras oportunidades.

Em 2010, lembra Fernanda, a contribuição do empregador rural pessoa física, devida com base em lei anterior à Lei 10.256/2001, foi considerada inconstitucional após uma ação movida por um frigorífico. Isso gerou uma falsa sensação de desnecessidade de recolhimento do tributo, o que fez com que muitos produtores rurais deixassem de pagá-la. “Porém, em 2017, ao analisar a mesma contribuição, desta vez devida com base na Lei 10.256/2001, o STF validou a questão e julgou constitucional o Funrural do empregador rural pessoa física”, explica a advogada.

Possibilidade de reembolso

O advogado Breno Cônsoli afirma que uma dúvida que tem circulado no ambiente jurídico das empresas do agro, por exemplo, é que se o Funrural fosse julgado improcedente, como seria o reembolso referente ao pagamento dos últimos cinco anos. “O Funrural confundiu o agro como um todo porque ele é complexo tecnicamente, com uma linha do tempo muito longa”, observa.

O advogado recorda que, em relação ao Funrural do empregador rural pessoa física, na ocasião em que o STF legitimou a obrigatoriedade do Funrural, em 2017, logo no ano seguinte houve a criação do Programa de Regularização Tributária Rural (PRR), que instituiu - pela lei 13.606 - o parcelamento dos débitos devidos em anos anteriores. Caso o STF altere seu entendimento, os valores pagos nesse parcelamento podem ser recuperados pelos contribuintes, desde que respeitado o prazo de 5 anos contados do pagamento. Nesse caso, o advogado alerta sobre a eventual necessidade de ingresso de medida judicial para interromper o decurso desse prazo e evitar que ele se esgote antes que o Supremo finalize o julgamento. Cônsoli diz ainda que outro ponto que deveria ser colocado na pauta, caso as discussões não fossem adiadas, seria a sobre a sub-rogação do imposto, ou seja, no elo de uma cadeia produtiva, quem arcaria com o Funrural? A resposta, segundo ele, teria que sair desse debate.

Votos contra e a favor

Se o STF julgar de forma favorável ao Fisco: por maioria de votos, a contribuição social em questão terá sua constitucionalidade confirmada pelo Supremo, bem como haverá a declaração da constitucionalidade da responsabilidade da sub-rogação devida pelos adquirentes.

Caso o julgamento seja favorável aos contribuintes: por maioria de votos, os empregadores rurais pessoas físicas e os adquirentes responsáveis pela retenção estarão diante de uma verdadeira alteração de jurisprudência, a qual, embora favorável, permitirá a recuperação dos valores pagos no Programa de Regularização Tributária Rural (PRR) em 2018 em razão do entendimento desfavorável firmado à época.

Senar

Outro assunto que entraria na pauta do STF seria a obrigatoriedade sobre o pagamento ao Serviço Nacional de Aprendizagem Rural (Senar) pelos produtores rurais empregadores. O Senar foi criado em 1991 com o objetivo de organizar, administrar e executar, em todo território nacional, a formação profissional rural e a promoção social de jovens e adultos que exerçam atividades no meio rural.

No último ano, no entanto, o montante captado não foi completamente aplicado. De acordo com dados fornecidos pelo próprio Senar, em 2020 a instituição obteve uma sobra de caixa de R$ 40 milhões. A arrecadação do Senar, de acordo com a própria entidade, foi de R$ 146 milhões no período. 

Fonte: Agrolink - Aline Merladete

Quarta, 06 de Outubro de 2021
Inflação medida pelo IGP-DI caiu 0,55% em setembro
Inflação medida pelo IGP-DI caiu 0,55% em setembro Fonte: Agência Brasil

O Índice Geral de Preços – Disponibilidade Interna (IGP-DI) caiu 0,55% em setembro, após redução de 0,14% em agosto. No ano, acumula alta de 15,12% e, em 12 meses, de 23,43%. Em setembro do ano passado, o índice havia subido 3,3% e acumulava alta de 18,44% em 12 meses. Os dados foram divulgados hoje (6) pelo Instituto Brasileiro de Economia da Fundação Getulio Vargas (FGV Ibre).

O IGP é a média dos índices de preços ao produtor (IPA), ao consumidor (IPC) e de custo da construção civil (INCC). Segundo o instituto, o indicador revela as fontes de pressão inflacionária e a evolução dos preços de produtos e serviços mais relevantes para esses três grupos.

Segundo o coordenador dos Índices de Preços do FGV Ibre, André Braz, a queda no IGP-DI foi influenciada pela diminuição no preço de commodities.

“A queda de 22,11% registrada no preço do minério de ferro influenciou novamente o resultado da inflação ao produtor, que recuou de 0,42% em agosto para a queda de 1,17% em setembro. Afora o comportamento do minério, os preços de outras commodities importantes também apresentaram quedas, como milho (5,26% para -5,10%), bovinos (-0,24% para -2,69%) e soja (4,25% para -0,32%)”.

Componentes

Entre os componentes do IGP-DI, o Índice de Preços ao Produtor Amplo (IPA) apresentou queda mais intensa em setembro. A taxa passou de menos 0,42% em agosto para menos 1,17%, no mês passado. Por estágios de processamento, o grupo bens finais desacelerou de 2,19% em agosto para 1,26% em setembro, puxados pelos alimentos in natura, cuja taxa passou de 8,09% para 2,22% na passagem do mês. O índice de bens finais, que exclui os alimentos in natura e combustíveis para o consumo, variou 1,15% em setembro, depois da alta de 1,64% em agosto.

A taxa do grupo bens intermediários passou de 1,84% para 1,91% em setembro, com o aumento no subgrupo combustíveis e lubrificantes para a produção, cuja taxa passou de 0,53% em agosto para 1,87%. O índice de bens intermediários, que exclui combustíveis e lubrificantes para a produção, desacelerou para 1,91% em setembro, depois da alta de 2,05% no mês anterior. Já o estágio das matérias-primas brutas caiu 5,75% em setembro, depois da queda de 4,17% em agosto. O grupo foi puxado pelo minério de ferro (21,39% para 22,11%), milho em grão (5,26% para 5,10%), soja em grão (4,25% para 0,32%) e bovinos (0,24% para 2,69%). Pelas altas, o FGV Ibre destaca a mandioca (4,14% para 6,71%) e a cana-de-açúcar (0,87% para 1,45%).

O Índice de Preços ao Consumidor (IPC) subiu 1,43% em setembro, depois da alta de 0,71% em agosto. Dentro do IPC, cinco das oito classes de despesa componentes tiveram acréscimo na taxas de variação: habitação (0,59% para 2,59%), educação, leitura e recreação (1,03% para 2,90%), transportes (0,69% para 1,50%), comunicação (0,05% para 0,39%) e despesas diversas (0,18% para 0,30%).

O instituto destaca a alta de eletricidade residencial, cuja variação passou de 0,93% em agosto para 8,52% em setembro, passagem aérea (7,25% para 22,70%), gasolina (1,14% para 3,38%), telefonia, internet e TV por assinatura (-0,19% para 1,04%) e serviços bancários (0,15% para 0,27%).

Tiveram queda na taxa de variação os grupos saúde e cuidados pessoais (0,49% para 0,14%), alimentação (1,25% para 1,09%) e vestuário (0,38% para 0,28%), puxados por artigos de higiene e cuidado pessoal (1,16% para -0,01%), hortaliças e legumes (4,25% para 2,51%) e acessórios do vestuário (0,82% para -0,01%).

Os dados do FGV Ibre apontam que o núcleo do IPC registrou taxa de 0,46% em setembro, ante 0,53% no mês anterior, e o índice de difusão mostrou que a proporção de itens com taxa de variação positiva ficou em 65,48%, 12,58 pontos percentuais abaixo do registrado em agosto, quando o índice foi de 78,06%.

O último componente do IGP-DI, o Índice Nacional de Custo da Construção (INCC) variou 0,51% em setembro, depois da alta de 0,46% em agosto. Materiais e equipamentos desaceleraram de 1,01% para 0,71%; serviços foram de 0,47% para 0,35% e a mão de obra não variou em agosto e subiu 0,37% em setembro.

Fonte: Agência Brasil - Akemi Nitahara

Imagem: Marcello Casal Jr.

Terça, 05 de Outubro de 2021
RS tem seguro de pecuária inédito no mundo
RS tem seguro de pecuária inédito no mundo Fonte: Imprensa Sistema Farsul

     Foi assinado no início da tarde desta segunda-feira (4/10), na sede da Farsul, o seguro do rebanho bovino gaúcho para caso de ocorrência de focos de febre aftosa. Trata-se do primeiro seguro de pecuária contra a febre aftosa em todo o mundo, conforme o representante da seguradora Fairfax, Ricardo Sassi.
Segundo ele, o cálculo para o valor do seguro gaúcho levou em conta diversos fatores como o georreferenciamento de propriedades, e a qualidade do trabalho de defesa agropecuária realizado no estado. O presidente da Farsul, Gedeão Pereira, destacou a importância do produtor para comunicar qualquer suspeita de doença. "O seguro vai contribuir para que o produtor, que é o primeiro fiscal, tenha a tranquilidade necessária para agir com rapidez e chamar a autoridade sanitária para fazer o diagnóstico", afirmou Gedeão Pereira.
     O presidente do Fundesa, Rogério Kerber, falou sobre as mudanças de cenário desde 2001, quando houve o último foco no estado. "É uma condição totalmente diferente que temos hoje, com um serviço veterinário oficial preparado e estrutura para um rápido diagnóstico e ação para a contenção de eventuais focos". Kerber pontuou também que o setor tem esse desafio, de conscientizar o produtor sobre a importância de notificação de suspeitas e de controle de ingresso de pessoas e animais nas propriedades.
Com a assinatura do seguro, o produtor gaúcho está protegido para o caso de ocorrência de febre aftosa, com a necessidade de indenização por abate sanitário. O valor do prêmio (que o Fundesa pagará anualmente à seguradora) é de R$ 3,98 milhões. Já a franquia é de R$ 15 milhões e o valor segurado, além da franquia é de R$ 300 milhões de reais.

Fonte: Imprensa Sistema Farsul com informações do Fundesa