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Quinta, 10 de Setembro de 2020
Produtor rural não é o responsável pela alta dos preços, diz superintendente da CNA
Produtor rural não é o responsável pela alta dos preços, diz superintendente da CNA Fonte: Portal do Agronegócio

O superintendente técnico da CNA, Bruno Lucchi, esclarece os principais pontos relacionados ao comportamento dos preços de alguns alimentos em 2020. Segundo ele, a alta observada nos produtos agropecuários não pode ser atribuída ao produtor rural

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 “Podemos afirmar que a maioria das atividades agropecuárias recuperou os preços dos seus produtos. No entanto, esses aumentos têm sido acompanhados pela alta no custo de produção, o que demonstra que o produtor não está tirando vantagem sobre os outros elos da cadeia”.

Nesta entrevista, ele destaca o compromisso do setor agropecuário em garantir a oferta de comida para a população durante a pandemia. Veja os principais trechos abaixo.

Por que os preços de alguns alimentos subiram?

As atividades agropecuárias são caracterizadas por ciclos de produção, que vão de meses a anos. Isso é de extrema importância para entendermos o comportamento dos preços dos produtos agropecuários e os fundamentos da relação entre oferta e demanda. Vejamos o exemplo da carne bovina. A oferta de animais diminuiu bastante por conta do desestímulo à produção no passado. De 2015 a 2019, a arroba valorizou 5,9%, enquanto a inflação geral subiu 20,9% e a média do custo de produção de recria e engorda de animais no País subiu 32%, e para a cria esta elevação passou dos 50%.

Com menor margem de lucro, boa parte dos produtores rurais decidiu pelo abate de fêmeas, tanto jovens quanto matrizes, para financiar o caixa da atividade, reduzindo naturalmente a disponibilidade de bezerros, o que consequentemente impacta na oferta de carne aos consumidores. Neste ano, a redução de oferta, bem como o maior intervalo nas escalas de abate, forçou a valorização no preço da arroba que, diferente das projeções iniciais, atingiu R$ 230 em agosto, alta de 48% em um ano. Mas, por outro lado, tivemos aumento dos custos de produção. O preço do bezerro pelo indicador Cepea/Esalq/USP subiu 60,5% de agosto de 2019 para o mês passado. O milho subiu 55% no mesmo período. E mesmo com melhores estímulos de preço ao produtor, a estimativa da produção de carne do Brasil para este ano é 5% menor.

O produtor tem alguma responsabilidade pelo aumento dos preços?

Não. Podemos afirmar que a maioria das atividades agropecuárias recuperou os preços dos seus produtos. No entanto, esses aumentos têm sido acompanhados pela alta no custo de produção, o que demonstra que o produtor não está tirando vantagem sobre os outros elos da cadeia. Muitos produtores têm trabalhado com margens negativas, mas não pararam de trabalhar, mesmo na pandemia. O compromisso dele neste tempo todo foi garantir o abastecimento da população. O setor agropecuário chamou para si a responsabilidade de garantir a oferta de alimentos. Nenhum dos rumores de desabastecimento se confirmou. As propriedades adotaram medidas de segurança sanitária para não interromper o processo produtivo, mesmo com aumentos significativos nos custos de produção tanto na produção primária quanto na agroindústria.

O que justifica esses aumentos? Fatores de mercado? Sazonalidade? Exportações?

A relação entre oferta e demanda pode impactar o mercado e provocar a alta dos preços dos alimentos. Tivemos também uma sazonalidade negativa para vários produtos. Os preços no mercado internacional também podem influenciar as cotações domésticas. No caso do arroz, por exemplo, a demanda se apresentou elevada durante os meses de março e abril em função da pandemia. Historicamente, esses deveriam ser os piores meses de preço em função da safra. No entanto, houve quebra na produção de importantes países produtores, como Índia e Tailândia, o que resultou na ampliação acentuada do preço no mercado internacional. No acumulado até agosto, o preço médio do arroz no cenário internacional se elevou em 29%.

Como a pandemia influenciou neste cenário?

Estamos pagando a conta da Covid agora. Não apenas o produtor, mas todos os elos da cadeia produtiva. Por isso, medidas como a retirada do imposto de importação para alguns alimentos pode afetar a oferta de alimentos no médio e no longo prazo. Seria uma intervenção artificial que nesse momento pode gerar desestimulo a intensificação do processo produtivo, comprometendo o aumento da produção tanto dos produtos agrícolas quanto da pecuária. É uma visão imediatista que pode comprometer seriamente a produção de alimentos.

Cada cultura (arroz, feijão, oléo de soja, soja, milho) é um caso que deve ser analisado à parte?

Cada uma tem suas peculiaridades. Não podemos atribuir o mesmo comportamento a todas. Mas de uma forma geral, os custos de produção subiram para a maioria destas culturas.

Há alguma previsão deste cenário de alta ceder?

Acreditamos que os preços irão se adequar assim que os efeitos sazonais de produção passarem, bem como a regularização de oferta, via novos estímulos a produção. Na pecuária bovina, por exemplo, a oferta de animais para abate provavelmente aumentará a partir do último trimestre do ano em função da melhoria do maior processo de intensificação e devido a melhoria das condições das pastagens. A produção de leite, uma das mais afetadas pela pandemia, deve ter a produção acelerada em setembro em algumas regiões também em função do início das chuvas e melhor remuneração do produto. Tudo isso pode sinalizar redução dos preços aos consumidores, pois teremos aumento na oferta desses produtos.

Mesmo com a pandemia, o setor não parou de produzir para garantir o abastecimento, principalmente para o mercado interno. Mas as exportações também tiveram crescimento neste ano. O aumento da demanda internacional pode causar risco de desabastecimento?

Quanto às exportações, o aumento da demanda internacional e o dólar favoreceram as vendas externas, que são essenciais para a economia e para a geração de divisas para o País. Entretanto, a elevação dos preços internamente não está necessariamente ligada às exportações porque o mercado interno consome a grande parte do que produzimos. O que vai para fora são os excedentes.

O setor, mesmo na pandemia, foi o que mais gerou empregos em 2020. Isso confirma o compromisso do produtor rural com a sociedade?

Sem dúvida. A prova disso foi o saldo positivo de 62.663 vagas de trabalho abertas pelo setor em 2020, o que mostrou a necessidade de mais trabalhadores para garantir a produção. Foi o setor com o melhor desempenho, em um momento que outros segmentos fecham as portas. E o setor agropecuário ainda tem a tecnologia como pilar principal de sua competitividade frente aos outros países produtores de alimentos. Os lucros são reinvestidos na própria fazenda para ter mais ganhos em produção e produtividade, assegurando assim, a oferta de alimentos ao país. Um dos feitos do setor, que deixou de ser importador de alimentos há quatro, cinco décadas, para se tornar um dos maiores fornecedores mundiais de alimentos, foi garantir alimentos a preços acessíveis para as famílias brasileiras.

 Fonte: Portal do Agronegócio

Quarta, 09 de Setembro de 2020
Ministra pede cota zero para importação de 400 mil t de arroz
Ministra pede cota zero para importação de 400 mil t de arroz Fonte: Noticias Agrícolas

A Câmara de Comércio Exterior (Camex) deverá analisar pedido para zerar temporariamente a taxa de importação de arroz para uma cota de 400 mil toneladas do produto até o final do ano, disse a ministra da Agricultura, Tereza Cristina, à CNN Brasil, na véspera.

Uma reunião extraordinária da Camex foi convocada para esta quarta-feira, segundo informação do site da câmara interministerial.

O movimento do governo vem em meio a um significativo aumento recente de preços de alimentos básicos no Brasil, incluindo o arroz, cuja cotação atingiu patamar recorde.

O presidente Jair Bolsonaro chegou a afirmar na semana passada que pediria "patriotismo" aos donos de supermercados para evitar aumentos de preços aos consumidores.

Na terça-feira, ele disse que tem pedido aos lojistas que produtos essenciais sejam vendidos com margem de lucro "próxima de zero".

Em entrevista à CNN Brasil na noite de terça-feira, a ministra Tereza Cristina disse que sua pasta tem monitorado os estoques de produtos agrícolas.

"Nossa grande preocupação é que não faltem alimentos nos supermercados", afirmou ela, ao citar mudanças na demanda devido a novos hábitos alimentares dos brasileiros durante a pandemia de coronavírus, com muitas pessoas ficando em casa após quarentenas decretadas por governos e prefeituras para reduzir a disseminação da doença.

A estatal Companhia Nacional do Abastecimento (Conab) também atribuiu o aumento dos preços à maior demanda em meio à pandemia e outros fatores, como preços internacionais já elevados antes mesmo da Covid-19 e a desvalorização do real frente ao dólar, assim como a expressiva exportação de janeiro a julho.

A ministra garantiu que a próxima safra de arroz, que começa a ser plantada agora, ajudará a reduzir os problemas de oferta.

"Esse arroz ele começa a ser colhido em janeiro, em meados de janeiro ele já está sendo colhido, e nós teremos uma safra bem maior... ano que vem teremos um estoque bem maior de arroz", afirmou.

O Ministério da Agricultura disse no final de agosto que avaliava a possibilidade de isentar temporariamente de tarifas importações de arroz, milho e soja de países que não são membros do Mercosul para equilibrar o mercado doméstico e impedir aumentos de preços.

Govrno planeja zerar tarifa para importar alimentos, diz Estadão

Preocupado com o efeito do aumento de preços dos alimentos na popularidade do presidente Jair Bolsonaro, o governo quer zerar as tarifas de importação de alguns itens da cesta básica para facilitar a entrada dos produtos estrangeiros. Ontem, ao falar sobre a variação do preço do arroz - que disparou nas últimas semanas, com o pacote de cinco quilos chegando a custar R$ 40 em alguns sites (normalmente, é vendido a cerca de R$ 15) -, Bolsonaro disse que o governo prepara medidas para encarar a inflação dos alimentos e "dar uma resposta a esses preços que dispararam nos supermercados".

No Palácio do Planalto foi instalado um gabinete para informar o presidente sobre a variação dos preços dos produtos. Esse trabalho já estava sendo feito pelos ministérios da Economia e da Agricultura, mas Bolsonaro pediu para acompanhar mais de perto as oscilações dos preços, já que é cobrado pela rede de informações - principalmente nos grupos de WhatsApp.

Como o Estadão mostrou, o aumento das importações de alimentos por parte da China e a desvalorização do real ante o dólar encareceram os produtos básicos no País - e levou também a uma queda de braço entre os supermercadistas e a indústria de alimentos sobre o repasse do aumento de custos para os consumidores.

A alta acontece justamente no momento em que o auxílio emergencial, pago a desempregados e trabalhadores informais e responsável pelo aumento da popularidade do presidente durante a pandemia, foi reduzido à metade, de R$ 600 para R$ 300.

No fim do mês passado, já preocupado com o aumento dos preços, o Ministério da Agricultura defendeu zerar as taxas de importação do arroz, trigo e soja. A alíquota de importação de países de fora do Mercosul é de 12%, no caso do arroz, e de 8%, para soja e milho. A medida, porém, precisa do aval da Secretaria-Executiva da Câmara de Comércio Exterior (Camex). Não há data de quando o tema será tratado.

Esses produtos têm pouca importação no Brasil - a ideia é justamente tirar a taxa para que aumente a compra enquanto os preços internos estão altos. De janeiro a julho, a soja foi o produto número um em exportações, com vendas que somam US$ 23,795 bilhões (19,7% do total exportado). As importações do produto, no entanto, somaram apenas US$ 119,17 milhões (0,1% do total importado).

O Brasil importou US$ 78,13 milhões em milho (0,09% das importações totais) e exportou US$ 1,251 bilhão (1,04% das exportações). Em relação ao arroz, as importações somaram US$ 8,65 milhões (0,01% do total), enquanto as exportações não passaram de US$ 108,83 milhões (0,09%).

Na reunião ministerial de ontem, este foi o principal assunto da pauta. O presidente disse que, embora tenha preocupação, não vai "dar canetada" - no sentido de uma intervenção nos preços (mais informações nesta página). Segundo Bolsonaro, no seu governo "não tem fiscal do Sarney" porque isso não deu certo no passado e não daria agora, em referência ao grupo de donas de casa mineiras criado em 1983, três anos antes do lançamento do Plano Cruzado pelo presidente José Sarney (PMDB).

Naquele ano, o governo congelou os preços e passou a divulgar a "tabela da Sunab", publicada nos jornais e fixada nos supermercados, mostrando quanto cada coisa deveria custar. Bolsonaro lembrou que, já no governo dele, houve problemas com o preço da carne, mas que, depois, as coisas se acertaram.

"Tenho apelado para eles (donos de supermercados), ninguém vai usar a caneta Bic para tabelar nada, não existe tabelamento, mas pedindo para eles que o lucro desses produtos essenciais nos supermercados seja próximo de zero. Acredito que nova safra começa a ser colhida em dezembro, janeiro, de arroz em especial, a tendência é normalizar o preço", disse o presidente, em vídeo postado nas redes sociais.

Na última semana, em viagem ao interior de São Paulo, Bolsonaro já havia falado sobre um "apelo" aos comerciantes e chegou a pedir "patriotismo". No vídeo, o presidente disse que está pedindo apoio a intermediários e donos de grandes redes de supermercados para evitar a alta do valor dos alimentos básicos

Reunião

Nesta quarta-feira, representantes da Associação Brasileira de Supermercados (Abras) têm reunião com o governo, em Brasília, para discutir o assunto. A associação deve apresentar um panorama geral sobre a inflação dos alimentos e tratar de eventuais medidas que possam reduzir o preço dos produtos nas gôndolas. A expectativa é de que o encontro reúna representantes do Ministério da Economia, Agricultura e Palácio do Planalto.

A inflação oficial no País até julho é de 0,46%. Mas uma pesquisa realizada pelo Departamento Intersindical de Estatística e Estudos Socioeconômicos (Dieese) mostra que o custo da cesta básica para o consumidor já subiu bem mais do que a inflação em 16 capitais.

As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

 Fonte: Noticias Agrícolas

Quarta, 09 de Setembro de 2020
Governo vai fiscalizar lavouras com seguro rural
Governo vai fiscalizar lavouras com seguro rural Fonte: Agrolink

A Companhia Nacional de Abastecimento (Conab) vai fiscalizar as propriedades rurais beneficiadas pelo Programa de Subvenção ao Prêmio do Seguro Rural (PSR) via governo federal. Serão vistoriadas cerca de 1300 lavouras até o final do ano.

O Ministério da Agricultura envia à Conab uma lista com as apólices beneficiadas no PSR que devem ser auditadas in loco. Em todas as vistorias os técnicos percorrem lavouras, pastos e florestas e é feita a marcação de coordenadas geográficas, registros fotográficos e emissão do Laudo de Fiscalização.

O objetivo é confirmar se os dados declarados na contratação do seguro rural batem como se de fato o produtor contratou a apólice de seguro; se cultivou a cultura na área indicada na apólice, observando a existência ou os vestígios; e se confirma o recebimento da subvenção federal por meio do desconto financeiro para a aquisição da apólice de seguro. 

As propriedades ficam nos estados da Bahia, Goiás, Minas Gerais, Mato Grosso, Mato Grosso do Sul, Paraná, Rio Grande do Sul, Santa Catarina, São Paulo e Tocantins. O diretor de Gestão de Riscos da Secretaria de Política Agrícola do Mapa, Pedro Loyola, ressalta que é importante o produtor permitir o acesso e fornecer as informações solicitadas pelos técnicos. “Em caso de recusa, a operação pode ser cancelada e o produtor ficar impedido de participar do Programa”, explica. 

O PSR oferece ao agricultor a oportunidade de obter auxílio financeiro e contratar uma apólice de seguro para sua lavoura com custo reduzido. O objetivo do seguro é reduzir as perdas do produtor, em caso de quebra de safra, ao recuperar o capital investido na sua lavoura. 

 Fonte: Agrolink

Quarta, 09 de Setembro de 2020
BR do Mar: governo lança site sobre projeto de incentivo à cabotagem
BR do Mar: governo lança site sobre projeto de incentivo à cabotagem Fonte: Canal Rural

Com o programa, seria possível ampliar volume de contêineres transportados por ano, saindo de 1,2 milhão de TEUs (unidade equivalente a 20 pés), em 2019, para 2 milhões de TEUs, em 2022

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Com o objetivo de esclarecer dúvidas sobre o programa de incentivo à cabotagem, o BR do Mar, o Ministério da Infraestrutura lançou nesta quarta-feira, 9, um hotsite para o assunto. O governo enviou no início de agosto um projeto de lei ao Congresso para viabilizar o BR do Mar, que aguarda votação.

Um dos pilares do programa é flexibilização do afretamento de embarcação estrangeira para a cabotagem, com objetivo de aumentar a frota disponível para o modal. O site conta com vídeos, explicação sobre o programa, o projeto de lei, notas técnicas e entrevistas sobre o assunto, além de uma relação de entidades e empresas que apoiam o texto enviado pelo ministério ao Parlamento.

Na relação estão, por exemplo, a Frente Parlamentar da Agropecuária e a Associação Brasileira de Terminais Portuários (ABTP).

Para o governo, com o BR do Mar, será possível ampliar o volume de contêineres transportados por ano, saindo de 1,2 milhão de TEUs (unidade equivalente a 20 pés), em 2019, para 2 milhões de TEUs, em 2022. Segundo a Infraestrutura, o projeto também vai possibilitar a ampliação em 40% da capacidade da frota marítima dedicada à cabotagem nos próximos três anos, excluindo as que operam no petróleo e derivados.

 Fonte: Canal Rural

Quarta, 09 de Setembro de 2020
Reforma tribuária pode elevar impostos em até 25% na agropecuária
Reforma tribuária pode elevar impostos em até 25% na agropecuária Fonte: Portal DBO

É isso o que pode ocorrer caso um dos três projetos que vêm sendo discutidos em Brasília ganhe força, embora todos afetem o setor e impactam o campo

Ainda não está batido o martelo, mas a carga de tributos na agropecuária poderá variar de 12% a 25%, no mínimo, se as propostas de reforma tributária atualmente em discussão se mantiverem como vêm sendo apresentadas. Em Brasília, para análise no Congresso Nacional, há três projetos. Embora um deles seja radical, extinguindo incentivos fiscais ao setor, todos impactam as cadeias de produção de alimentos.

“O agro é o setor da economia que mais sofrerá com a reforma tributária”, afirma o advogado tributarista Fábio Pallaretti Calcini, sócio do escritório Brasil Salomão e Matthes Advocacia e professor de Direito da Fundação Getúlio Vargas (FGV), em São Paulo.

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“Até agora, a produção no campo era entendida como essencial, pois se relaciona com a produção de alimentos. Portanto, não poderia ser taxada, mas estimulada e fomentada”, diz Calcini.

Com as reformas propostas a lógica passa ser outra. Caem os subsídios e incentivos fiscais na aquisição de insumos agrícolas, como fertilizantes e agroquímicos, e entra o aumento de tributos na cadeia. “Os olhos se voltam para o agro, não como um setor de importância para o abastecimento do País, mas como uma nova fonte de recursos”, diz ele.

Entenda o que está em jogo

Desde a Constituição de 1988, o Brasil não passa por grandes mudanças em seu sistema sistema tributário. O que mais se viu, até então, segundo Calcine, foi a criação de novas taxas e impostos. Com diferentes abordagens, as reformas propostas têm algo em comum: a unificação de impostos. “É uma evolução? Sim, é uma evolução, mas do jeito que está a reforma trará muitos impactos negativos para o agro”, diz Calcini.

As propostas que estão sendo discutidas  já foram apresentadas no Portal DBO (click no link) e nos próximos dias as suas peculiaridades serão explicadas. Acompanhe. Os três projetos foram elaborados pela Câmara dos Deputados, Senado Federal e Governo. Mas, de modo geral, as propostas da Câmara e Senado criam o Imposto sobre Bens e Serviços (IBS) e a proposta do executivo cria a Contribuição Social sobre Operações com Bens e Serviços (CBS).

São elas:

Proposta de Emenda à Constituição (PEC) 45/2019, defendida pela Câmara do Deputados
PEC 110/2019, do Senado
Projeto de Lei 3.887/2020, do governo federal

 

A dura vida tributária brasileira

De acordo com levantamento feito pelo Tesouro Nacional, a carga tributária brasileira representou 33,17% do Produto Interno Bruto (PIB) no ano passado. Em valores, significa que dos R$ 7,3 trilhões do PIB de 2019, R$ 2,4 bilhões foram em recolhimento de impostos. É o maior volume de carga tributária dos últimos dez anos, segundo o órgão.

“E são recursos ainda mal gastos pelo governo, muitas vezes com serviços ainda de péssima qualidade”, diz Calcini.

Para as empresas, e aquelas que atuam no setor não estão fora, há uma imensa dificuldade na identificação dos impostos que são de fato devidos. Isso porque, hoje, todas as esferas do governo (federação, Estados e municípios) têm uma certa autonomia sobre os impostos. Atualmente, há 63 impostos, taxas e contribuição em vigor no País. Uma conta básica mostra o tamanho da tarefa na sua administração. No ano passado, as empresas gastaram cerca de 63 dias (uma média de 1.501 horas) apenas para cumprir todas as regras tributárias, segundo o relatório Doing Business, do Banco Mundial.

A burocracia tributária é um dos principais fatores que leva o Brasil a ficar na 124ª posição no ranking de economias calculado pelo órgão internacional. O Brasil está logo à frente do Paraguai e da Argentina, mas atrás de Senegal, Uganda e Gana. E acredite, está atrás de Cisjordânia e Faixa de Gaza, localizadas em áreas complexas e tomadas por conflitos de guerra entre israelenses e palestinos. A região ocupa a 117ª posição.

 Fonte: Portal DBO

Quarta, 09 de Setembro de 2020
Agro tem se comunicado cada vez mais com o urbano, diz ABMRA
Agro tem se comunicado cada vez mais com o urbano, diz ABMRA Fonte: Agrolink

O desafio é grande, mas a comunicação do agronegócio leva cada vez mais informação à sociedade, seja com ações, campanhas e trabalhos que mostram o nível de tecnologia do campo, com o propósito de criar empatia e confiança, além de conectar o consumidor com o produtor rural – ao mesmo tempo em que desmistifica a produção agrícola.

A comunicação valoriza o trabalho dos milhões de produtores rurais, que trabalham de sol a sol para alimentar o presente e o futuro, assim como mostra à sociedade o trajeto dos alimentos até chegar à mesa, reforçando que o campo movimenta a economia do país e é essencial no dia a dia das pessoas. Esse trabalho é um dos pilares da atuação da Associação Brasileira de Marketing Rural e Agronegócio (ABMRA), entidade que há mais de quatro décadas realiza várias iniciativas para fomentar e promover o conhecimento da disciplina do Marketing nas empresas, nas agências e juntos aos profissionais de comunicação e marketing das diversas cadeias do agronegócio, fomentando, valorizando e defendendo a comunicação e o marketing do agro, tendo como referência a transmissão de informações transparentes e verdadeiras para a sociedade urbana.

É preciso acreditar no trabalho de relações públicas como ferramenta essencial para contribuir com o entendimento do agronegócio por toda a sociedade. Estabelecendo um diálogo aberto e responsável com o público urbano, é possível contribuir para a demonstrar o valor do setor produtivo. Para Daniela Ferreroni, diretora da ABMRA, mais do que falar de um produto ou de uma marca, é preciso explicar o benefício que determinada tecnologia gera àtoda a sociedade. "Participar de organizações como a ABMRA e apoiar discussões de grupos é outro ponto importante para avançar no diálogo do campo com a população urbana. Levar a mensagem certa do campo para a cidade passa por questões setoriais importantes, como a segurança alimentar da população, a geração de empregos e renda, o investimento em pesquisas e novas tecnologias, entre outras pautas positivas que precisam ser apoiadas por todos os que estão comprometidos com o sucesso do agronegócio no país", ressalta Daniela.

Kelly Nakaura, diretora de tecnologia & inovação da ABMRA, entende que as empresas podem (e devem) seguir com seus esforços individuais de promoção da imagem do agronegócio a partir de suas ações de comunicação e propaganda. No entanto, o grande salto impulsionador virá da organização coletiva em torno do interesse comum em clarificar, informar e educar a sociedade a respeito do agronegócio. "Neste sentido, o primeiro passo é estabelecer contato entre empresas num ambiente em que prevaleça a discussão e troca de ideias em benefício do todo. Vejo as associações com um papel relevante de prover este ambiente, organizar discussões e planos de ação e proporcionar a ampliação do networking entre os profissionais do setor".

A população reconhece que as pessoas vivem mais e com mais qualidade, com a ingestão de alimentos saudáveis e seguros. Carlos Alberto da Silva (Carlão da Publique), diretor de produção agropecuária da ABMRA, ressalta o importante papel de levar informações confiáveis à população. "É preciso um longo trabalho da cadeia produtiva em 'tornar comum' à sociedade que ela come bem, vive cada vez mais, morre cada vez mais tarde, tem cada vez mais saúde. Isso ocorre por causa do avanço da medicina e da segurança alimentar propiciada pelos produtores rurais e pela agroindústria. Estas duas áreas, produção e indústria, também precisam comunicar melhor o que fazem de bom", lembra Carlão.

Essa soma de esforços é essencial para o agronegócio realizar movimentos de grande impacto, com consistência e continuidade, que ajudem a desconstruir a imagem negativa e construir a imagem positiva do campo. "Também nesta missão de fortalecer a imagem do agro brasileiro, vejo espaço para a ABMRA, como a entidade que detém e promove a expertise de marketing do setor.  E que pode fomentar esta organização e união entre as diversas empresas associadas, com o objetivo maior de comunicar, promover, informar a sociedade urbana sobre o setor que representa quase um quarto da econômica brasileira", conclui Kelly Nakaura.  

 Fonte: Agrolink

Sexta, 04 de Setembro de 2020
Empresa agro é certificada com selo Green Bond
Empresa agro é certificada com selo Green Bond Fonte: Agrolink

O Grupo Ecoagro uma consultoria especializada em operações financeiras, em parceria com a empresa de agricultura regenerativa orgânica, Rizoma Agro, anunciaram a primeira emissão do mundo a ser certificada como Green Bond. Os chamados “Selos Verdes” são títulos de dívida voltados à captação de recursos para investimentos em projetos de sustentabilidade e mitigação das mudanças climáticas.  

A atividade praticada pela Rizoma Agro, focadas em práticas de produção que sequestram carbono, melhoram a resiliência ambiental e o incremento de matéria orgânica no solo. A captação advinda da emissão dos CRAs, no total de R$ 25 milhões, tem como objetivo financiar a expansão dessas práticas.

Para a conquista do selo foi avaliada uma área de 1.200 hectares de produção regenerativa orgânica, além de um silo para secagem de grãos e armazenamento no estado de São Paulo. A operação contou com protocolo agrícola desenvolvido pela Climate Bonds Initiative aplicado pela primeira vez em um projeto no setor de Agricultura. O Bureau Veritas auditou os critérios determinados e suas evidências para a prática de agricultura de baixo carbono.

“Essa modalidade de captação poderá acelerar uma verdadeira mudança de paradigma na agricultura, com um modelo de produção que alia viabilidade econômica, preservação de recursos naturais e melhoria nos indicadores ambientais”, aposta Pedro Paulo Diniz, sócio-fundador da Rizoma Agro. 

Fonte: Agrolink

Sexta, 04 de Setembro de 2020
Soja: produção na América do Sul deve crescer 6% em 20/21, diz Datagro.
Soja: produção na América do Sul deve crescer 6% em 20/21, diz Datagro. Fonte: Canal Rural

De acordo com a consultoria, os preços elevados da oleaginosa devem levar a aumentos de área no Brasil, na Bolívia e no Paraguai

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A safra de soja 2020/2021 da América do Sul, que começará a ser plantada nas próximas semanas, deve atingir um recorde de 203,19 milhões de toneladas, segundo a consultoria Datagro. O resultado representaria aumento de 6% ante a temporada 2019/20, estimada pela consultoria em 190,90 milhões de toneladas.

A área colhida deve alcançar 61,26 milhões de hectares, 2% acima da última temporada, enquanto a produtividade média deve ficar em 3.317 quilos por hectare, ante 3.185 kg/ha na safra 2019/20.

O coordenador da Datagro Grãos, Flávio França Júnior, disse, em nota, que os preços remuneradores da soja devem levar a incrementos de área no Brasil, na Bolívia e no Paraguai. Já Argentina e Uruguai tendem a repetir a área plantada.

No Brasil, maior produtor de soja da América do Sul, a área plantada e colhida em 2020/21 deve crescer 3%, para 37,99 milhões de hectares. Caso a intenção de plantio seja confirmada, seria o 14º ano consecutivo de elevação. A produção é estimada em 131,69 milhões de toneladas, patamar recorde e incremento de 5% ante o resultado anterior (125,95 milhões de toneladas).

 “Os fatores predominantes de estímulo para os produtores continuarem o avanço da cultura no país são: lucratividade bruta positiva obtida pelo décimo quarto ano seguido e expectativa de lucratividade também positiva para 2021”, disse França Júnior, na nota.

Na Argentina, segundo maior produtor de soja da região, a colheita deve chegar a 55 milhões de toneladas, ante 49,80 milhões de toneladas no ciclo anterior. A área plantada deve ficar estável em 17,50 milhões de hectares, e a consultoria estima área colhida de 17,20 milhões de hectares, “com reflexos do pessimismo dos produtores ante as políticas estabelecidas pelo novo governo, especialmente tributação e contingenciamento das exportações”.

Fonte: Canal Rural

Sexta, 04 de Setembro de 2020
Milho: B3 segue subindo nesta 6ªfeira após 3 dias de baixas
Milho: B3 segue subindo nesta 6ªfeira após 3 dias de baixas Fonte: Noticias Agrícolas

A sexta-feira (04) segue altista para os preços futuros do milho na Bolsa Brasileira (B3). As principais cotações registravam movimentações positivas entre 0,46% e 2,35% por volta das 11h49 (horário de Brasília).

O vencimento setembro/20 era cotado à R$ 56,49 com alta de 1,51%, o novembro/20 valia R$ 56,09 com valorização de 2,35%, o janeiro/21 era negociado por R$ 56,25 com ganho de 1,81% e o março/21 tinha valor de R$ 55,15 com elevação de 0,46%.

De acordo com análise da Agrifatto Consultoria, os contratos do cereal brasileiro retomam altas após três dias consecutivos de recuo na Bolsa Brasileira. “O movimento de desvalorização do milho no Brasil segue de olho no dólar e na maior receptividade dos vendedores em realizar negócios”.

Mercado Externo

Os preços internacionais do milho futuro também se mantêm em alta nesta sexta-feira na Bolsa de Chicago (CBPOT). As principais cotações registravam movimentações positivas entre de até 1,75 pontos por volta das 11h44 (horário de Brasília).

O vencimento setembro/20 era cotado à US$ 3,44 com queda de 0,50 pontos, o dezembro/20 valia US$ 3,55 com valorização de 1,75 pontos, o março/21 era negociado por US$ 3,66 com elevação de 1,25 pontos e o maio/21 tinha valor de US$ 3,72 com ganho de 1,25 pontos.

Segundo informações do site internacional Farm Futures, os futuros do milho subiram com o clima quente e seco esta manhã, causando mais danos à safra estressada pelo calor e danificada pelo vento.

O Monitor de Secas da Universidade de Nebraska relatou secura exacerbada no Cinturão do Milho ontem. As condições de seca e/ou estiagem subiram 0,16% em relação à semana anterior, com os maiores aumentos nos “estados I”, onde são produzidos os maiores volumes de milho.

Cerca de 26% de Illinois está enfrentando condições de seca moderada, um aumento de 22% em relação à semana passada por causa do clima quente e seco persistente. Iowa viu um aumento de 8% nas classificações de seca severa para 37%.

“As estimativas de rendimento e produção total da safra para milho continuam caindo junto com os níveis de umidade do solo, já que quase 77% do país está passando por algum nível de seca. Os mercados se acalmaram com as altas recentes nos últimos dois dias, à medida que os comerciantes, fazendeiros e comerciantes aguardam estimativas modificadas do próximo relatório WASDE do USDA, que será lançado na próxima sexta-feira”, aponta a analista Jacqueline Holland.

Fonte: Noticias Agrícolas

Sexta, 04 de Setembro de 2020
Produção e venda de máquinas tem queda
Produção e venda de máquinas tem queda Fonte: Agrolink

A Associação Nacional dos Fabricantes de Veículos Automotores (ANFAVEA) divulgou nesta sexta-feira (4) os números referentes ao setor, que inclui máquinas agrícolas e rodoviárias. No levantamento este foi o segmento menos prejudicado na pandemia graças ao bom desempenho do agronegócio brasileiro.

As vendas internas apresentaram leve recuo de 2,7% em agosto, mas no acumulado do ano elas atingiram 28,5 mil unidades, 1,8% a mais que o mesmo período de 2019.  Em relação a agosto do ano passado foi registrada alta de 4,8%. O mês fechou com 4,2 mil unidades comercializadas.

Por outro lado, a queda acumulada de 33,9% nas exportações prejudicou a produção, que encolheu 21,5% nos oito primeiros meses deste ano. Em agosto queda de 0,1%, com US$ 667,7.

A produção no mês teve queda considerável de 15% em relação a julho e de 22,1% em relação a agosto do ano passado. Foram produzidas 4,4 unidades. “Isso não acende uma luz amarela porque o agronegócio é forte e está ávido pelo consumo. Empresas tiveram problemas com fornecedores e algumas unidades trabalham com menos capacidade devido a pandemia”, destaca o vice-presidente da Anfavea, Alexandre Bernardes.

Fonte: Agrolink