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Sexta, 13 de Março de 2020
Destaques da Economia Brasileira (09 a 13/03).
Destaques da Economia Brasileira (09 a 13/03). Fonte: AF News Agrícola

Nunca na história o Brasil havia registrado 3 circuit brakers (quando o Ibovespa cai mais do que 10%) dentro da mesma semana. Nesta última, porém, o índice da B3 precisou tomar esta medida na segunda (09) por conta da guerra nos preços do petróleo e 2 circuit brakers em um único dia na quinta-feira (12), provocado pelo impacto da declaração de Trump em proibir as viagens da Europa para os EUA por 30 dias. O aumento dos casos confirmados de Coronavírus no Brasil e a classificação da OMS em declarar o coronavírus como pandemia, também movimentou de forma negativa todo o cenário econômico mundial. Por fim, a China declarou fim ao pico do surto do coronavírus, após ter uma queda drástica no aparecimento de novos casos. Confira os destaques da semana:

Economia Brasileira

Valor da Petrobras cai R$ 91 bi com crise do petróleo: A guerra de preços entre Arábia Saudita e a Rússia fez a cotação do petróleo desabar mais de 30% — o maior tombo já registrado desde a Guerra do Golfo — e atingiu em cheio a Petrobras. A estatal viu suas ações fecharem em queda de mais de 30% nesta segunda-feira e perdeu mais de R$ 91 bilhões em valor de mercado. O preço do petróleo pode dificultar a venda de ativos programada pela Petrobras e acarretar perdas com a queda no valor da gasolina. A crise também deve dificultar a exploração do pré-sal, já que o preço mínimo do barril para igualar custos e ganhos é de US$ 45. Com o barril da commodity abaixo de US$ 40, os campos de pré-sal não devem dar retorno suficiente para que sejam mantidos.

Bolsa tem 2 circuit breakers em um único dia: A Bolsa acionou duas vezes o chamado "circuit breaker" nesta quinta-feira: por volta das 10h20, quando o Ibovespa caía 11,65%, e novamente às 11h12, quando o índice registrava queda de 15,43%. O mecanismo paralisa o mercado automaticamente quando o principal índice da B3, o Ibovespa, cai mais do que 10%. O "circuit breaker" já havia sido acionado na quarta-feira e na segunda-feira, e foi a primeira vez na história que a medida se repetiu quatro vezes numa mesma semana. O catalisador foi a decisão de Donald Trump de proibir viagens da Europa para os Estados Unidos por 30 dias. O preço do dólar chegou a ultrapassar R$ 5 na abertura, mas a disparada perdeu força após atuação do Banco Central, que anunciou dois leilões extras de dólar em moeda à vista. Após ajustes, o Ibovespa encerrou o dia em baixa de 14,78%, aos 72.583 pontos.

Carga tributária bate recorde em 2019: Um estudo elaborado pelos economistas José Roberto Afonso e Kleber Pacheco de Castro aponta que a carga tributária brasileira alcançou um patamar recorde em 2019: 35,17% do PIB. O pico anterior era de 2008, com 34,76% do PIB. Em 2018, estava em 34,64% do PIB. O Imposto de Renda das empresas (IRPJ) respondeu por 40% do crescimento da carga tributária, enquanto o ICMS (tributo estadual), por quase 30%. Houve aumento tanto na União quanto nos estados e municípios, ainda segundo o estudo. A arrecadação dos municípios foi a que mais cresceu (12%, o dobro do percentual da União), mas esses entes têm peso menor no indicador.

Coronavírus assusta setor aéreo: Segundo a Abear (Associação Brasileira das Empresas Aéreas), os impactos do coronavírus sobre o setor de aviação representam uma crise séria, que exige ações do governo para amenizar os efeitos sobre as companhias. Para Eduardo Sanovicz, presidente da entidade, qualquer estimativa de prejuízo seria prematura. A Abear apresentou ao governo um pacote de propostas para atenuar a queda na demanda provocada pela pandemia do coronavírus. Entre os pedidos estão a redução de tributos sobre o querosene de aviação, sobre o leasing de aeronaves, sobre a folha de pagamento de funcionários e sobre as tarifas de aeronavegação e pouso.

Agronegócio e Balança Comercial

A Secex informou por meio do seu relatório semanal da balança comercial de que o agronegócio destinou ao mercado externo na 1ª semana de março um total de:

613,7 mil sacas de café em grãos (aumento de 3,48% comparada com a semana anterior);

2,445 milhões de toneladas de soja em grãos (aumento de 56,57% ante a semana anterior);

170,9 mil toneladas de açúcar em bruto (queda de 58,88% comparada com a semana anterior);

304,1 mil toneladas de milho em grãos (aumento significativo ante a semana anterior que não havia registrado nenhum volume). O total de milho exportado na primeira semana de março chegou próximo ao volume total exportado no mês de fevereiro (346 mil toneladas).

Conforme apresentado pela Secex, a primeira semana de março a balança comercial registrou superávit de US$ 1,040 bilhão e corrente de comércio de US$ 8,665 bilhões, resultados de exportações no valor de US$ 4,852 bilhões e importações de US$ 3,812 bilhões. No ano, as exportações somam US$ 35,709 bilhões e as importações, US$ 33,247 bilhões, com saldo positivo de US$ 2,462 bilhões e corrente de comércio de 68,956 bilhões.

Nas exportações, comparadas as médias da 1ª semana de março/2020 (US$ 970,5 milhões) com a de março/2019 (US$ 917,3 milhões), houve crescimento de 5,8%, em razão do aumento nas vendas de produtos semimanufaturados (+21,4%), básicos (+6,2%).

Nas importações, a média diária da 1ª semana de março/2020, de US$ 762,4 milhões, ficou 10,3% acima da média de março/2019 (US$ 691,2 milhões).

Mercado Externo

China declara fim do pico do surto de coronavírus: Em meio ao pânico global causado pela pandemia do novo coronavírus, uma boa notícia veio da China, país onde a doença surgiu em dezembro do ano passado: o país anunciou nesta quinta-feira, 12, que o pico de casos de COVID-19 já passou.

“Falando em termos gerais, o pico da epidemia passou na China“, disse Mi Feng, porta-voz da Comissão Nacional de Saúde. “O aumento de casos novos está caindo”.

Zhong Nanshan, o principal assessor médico do governo chinês, disse em uma coletiva de imprensa realizada ontem (12): “Meu conselho é conclamar todos os países a seguirem as instruções da OMS (Organização Mundial da Saúde) e intervir em escala nacional”, disse. “Se todos os países se mobilizarem, pode acabar até junho”. (Com informações da Reuters).

Enquanto na China, o número de infectados está caindo, mundo afora o número de casos confirmados do novo coronavírus está próximo de 128 mil.

 Fonte: AF News

Quinta, 12 de Março de 2020
Soja em Chicago cai mais de 1,5%, acompanhando mercado internacional.
Soja em Chicago cai mais de 1,5%, acompanhando mercado internacional. Fonte: Agrolink

Os contratos futuros da soja negociados na Bolsa de Mercadorias de Chicago (CBOT) fecharam a quinta-feira, 12, com preços em forte baixa. A consultoria Safras diz que o mercado sentiu o movimento de aversão ao risco por conta da pandemia do coronavírus, que trouxe um forte impacto nos preços do petróleo e provocou perdas acentuadas nos mercados acionários e de commodities.

A soja para maio fechou com desvalorização de 13,75 centavos de dólar, ou 1,57%, em relação ao fechamento anterior, a US$ 8,59 por bushel. A posição julho teve cotação de US$ 8,65 por bushel, retração de 14,75 centavos de dólar, ou 1,67% em relação ao fechamento anterior.

A fala do presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, indicando que poderá declarar emergência nacional por conta do surto do novo coronavírus, também influenciou negativamente, assim como o sentimento de uma fraca demanda para a oleaginosa norte-americana.

As exportações líquidas norte-americanas de soja, referentes à temporada 2019/2020, com início em 1º de setembro, ficaram em 302,8 mil toneladas na semana encerrada em 05 de março. O número representa uma retração de 12% frente à semana anterior e um recuo de 34% ante à média das últimas quatro semanas. O Japão liderou as importações, com 120 mil toneladas.

Para a temporada 2020/2021, são mais 1,4 mil toneladas. Os analistas esperavam exportações entre 150 mil a 750 mil toneladas, somando-se as duas temporadas. As informações foram divulgadas pelo Departamento de Agricultura dos Estados Unidos (USDA).

 Fonte: Agrolink

Quinta, 12 de Março de 2020
Preço da gasolina nas refinarias cai 9,5% e do diesel, 6,5%
Preço da gasolina nas refinarias cai 9,5% e do diesel, 6,5% Fonte: Agência Brasil

A crise econômica mundial causada pela pandemia do novo coronavírus e a disputa entre Rússia e Arábia Saudita sobre o nível de produção do petróleo fizeram baixar o preço dos combustíveis nas refinarias da Petrobras. Segundo a estatal, a gasolina teve redução de 9,5% e o diesel, de 6,5%. A informação foi divulgada nesta quinta-feira (12).

Os novos preços estarão em vigor a partir desta sexta-feira (13) nas vendas às distribuidoras, mas os valores finais aos motoristas dependerão de cada posto, que acrescem impostos, taxas e custos com mão de obra. Além disso, o mercado brasileiro é baseado na livre concorrência, fazendo com que cada empresa cobre o que achar melhor, segundo explica a Petrobras.

“Os preços para a gasolina e o diesel vendidos às distribuidoras têm como base o preço de paridade de importação, formado pelas cotações internacionais destes produtos mais os custos que importadores teriam, como transporte e taxas portuárias, por exemplo. A paridade é necessária porque o mercado brasileiro de combustíveis é aberto à livre concorrência, dando às distribuidoras a alternativa de importar os produtos. Além disso, o preço considera uma margem que cobre os riscos 9como volatilidade do câmbio e dos preços).”

De acordo com pesquisa semanal da Agência Nacional do Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis (ANP), entre os dias 1º e 7 de março, o preço médio ao consumidor no país, para a gasolina, era de R$ 4,531. Para o diesel, o preço médio era de R$ 3,661.

 Fonte: Agência Brasil

Quinta, 12 de Março de 2020
Dólar desacelera alta e opera abaixo de R$ 4,90 após leilões do BC.
Dólar desacelera alta e opera abaixo de R$ 4,90 após leilões do BC. Fonte: Safras & Mercados

    Após abrir os negócios no limite de alta, acima do patamar de R$ 5,00 pela primeira vez na história, o dólar comercial desacelerou a alta, mas mantém a forte valorização após o Banco Central (BC) intervir no mercado por três vezes ao longo da manhã por meio de leilões de venda de dólares no mercado à vista.

    “Os leilões do Banco Central ajudaram a segurar a moeda abaixo de R$ 5”, comenta o diretor da Correparti, Ricardo Gomes. Ele acrescenta que, em meio ao estresse global, “não há muito” o que a autoridade monetária fazer. “Eles mostraram o que podem fazer”, diz.

    Ao longo da manhã, foram realizados três leilões de venda de dólares no mercado à vista com a oferta de US$ 4,75 bilhões, no qual US$ 1,6 bilhão foram aceitos.

    Os ativos globais têm forte estresse na sessão com o mercado acionário acumulando fortes quedas e com negócios suspensos (circuit breaker) nos Estados Unidos e na bolsa brasileira, por duas vezes. Mais cedo, teve a decisão de política monetária do Banco Central Europeu (BCE), no qual não houve afrouxamento monetário, como é esperado.

    “O fluxo de notícias negativas continua impondo pressão nas bolsas de valores. O presidente [norte-americano, Donald] Trump não divulgou ontem as medidas prometidas para estimular a economia dos Estados Unidos para combater o coronavírus, mas suspendeu as viagens da Europa ao país, o que não foi bem recebido pelos investidores”, reforça o analista da corretora Mirae Asset, Pedro Galdi.

    Às 12h17 (de Brasília), o dólar à vista operava em alta de 3,36%,

negociado a R$ 4,8790 para venda, depois de oscilar na mínima de R$ 4,8500 (+2,75%) e máxima de R$ 5,0290 (+6,55%).

 Fonte: Safras & Mercado

Terça, 10 de Março de 2020
Desvalorização do Real é sério, diz Economista.
Desvalorização do Real é sério, diz Economista. Fonte: Agrolink

A desvalorização está muito além do normal. Pela Paridade de Poder de Compra, tomando por base o período de janeiro de 2009 até hoje, o Real deveria estar ao redor de R$ 3,70 por dólar para ser considerado normal. De acordo com  Argemiro Luis Brum, Professor Doutor em Economia Internacional, o problema da desvalorização do Real é sério, apesar de o ministro Guedes tentar defender o processo.

Os ganhos de curto prazo, com a melhoria dos preços na exportação, servem para o exportador direto, mas em termos gerais do país, com a crise mundial que se estabeleceu de forma mais aguda desde o ano passado, estamos vendendo menos e com preços médios menores. Já pensando no produtor de soja, por exemplo, o mesmo ganha no curto prazo com o câmbio, porém, as baixas em Chicago e nos prêmios retiram, no momento, parte deste ganho cambial.

Há um forte risco de o custo futuro de produção disparar, penalizando o agronegócio em geral. Afinal, todos os produtos consumidos no agro, de alguma forma, possuem algum componente importado, senão mais de um. E nossa realidade mostra que o preço da commodity baixa rapidamente quando o câmbio volta ao normal, enquanto os insumos dificilmente baixam de preço na mesma proporção.

As vezes nem mesmo baixam. Assim, esta instabilidade cambial é o pior dos mundos para o setor exportador/importador, pois não oferece segurança para os negócios futuros. "É importante destacar que o Real se desvaloriza não só pelos efeitos externos, que são importantes é verdade. Há também efeitos internos, particularmente com a forte saída de capitais externos também motivada pela instabilidade política provocada pelos posicionamentos do presidente Bolsonaro, o que deixa a equipe econômica em dificuldades seguidamente. Isso piora o quadro, pois não se vê perspectiva de mudança deste cenário interno no médio prazo, sem falar no fato de que a economia continua não deslanchando (PIB de apenas 1,1% no ano passado) e 2020 já é um ano praticamente perdido diante dos eventos externos e internos ocorridos até o momento e pelo fato de tudo parar a partir de julho devido às eleições municipais. Especialmente no que diz respeito ao Congresso Nacional", ressalta Argemiro. 

 Fonte: Agrolink

Terça, 10 de Março de 2020
Soja: Conab prevê quebra maior no RS, mas aumento de produção para o Brasil.
Soja: Conab prevê quebra maior no RS, mas aumento de produção para o Brasil. Fonte: Canal Rural

Entidade corta 1,2 milhão de toneladas do total de produção dos gaúchos, mas acredita que mesmo assim país colherá 124,2 milhões de toneladas, 1 milhão a mais ante fevereiro

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A produção brasileira de soja em 2019/2020 deverá atingir 124,2 milhões de toneladas, segundo o 6º levantamento da Companhia Nacional de Abastecimento (Conab). Isso representa um incremento de 1 milhão de toneladas ante a previsão realizada em fevereiro (123,2 milhões de toneladas). Vale ressaltar, que o aumento é esperado mesmo com a revisão para baixo da produção do Rio Grande do Sul.

As 124,2 milhões de toneladas de soja agora previstos pela Conab, representam um aumento de 8% sobre a temporada anterior, quando foram colhidas 115 milhões de toneladas e um recorde histórico para o país.

“A produção será um recorde na série histórica, sobretudo pelas melhores condições climáticas nesta safra, que apresentou um começo difícil, com a semeadura ocorrendo de maneira desuniforme em diversos estados produtores em virtude do atraso das chuvas”, afirma a entidade.

A entidade indica uma área plantada de 36,8 milhões de hectares, com um aumento de 2,6% sobre o ano anterior, quando foram semeados 35,8 milhões de hectares. A Conab trabalha com uma produtividade média nacional de 3.373 quilos por hectare, com ganho de 5,2% sobre o ano anterior.

 

Revisão no Rio Grande do Sul

O aumento na perspectiva de produção nacional acontece mesmo com a revisão para baixo da produção do Rio Grande do Sul. E, não foi uma revisão qualquer, afinal o estado deve produzir agora 16,8 milhões de toneladas. Ou seja, 1,2 milhão de toneladas a menos que as 18 milhões de toneladas previstas em fevereiro.

Se isso se confirmar, a quebra no estado se comparada as 19,1 milhões de toneladas da safra 2018/2019, será de 12%.

“No Rio Grande do Sul, fevereiro apresentou chuvas abaixo do esperado, agravando a situação das lavouras, que sofrem com estiagem desde o início de dezembro. Mais um agravante nessa situação foi a ocorrência de altas temperaturas, que contribuíram para a redução da produção, 12% abaixo da obtida em 2018/2019”, afirma a Conab.

Quem está compensando as perdas do RS

Entre os estados, a revisão da Conab apontou que os maiores incrementos na produção devem acontecer no Paraná, Minas Gerais e Mato Grosso, todos com mais de 500 mil toneladas a mais ante fevereiro. Dos 20 estados acompanhados, 12 tiveram suas perspectivas de safras revisadas para cima, somando mais de 2,1 milhões de toneladas (em fevereiro somavam 83,2 milhões de toneladas e agora em março somam 85,4 milhões de toneladas).

Mato Grosso lidera com a maior produção nacional na temporada e maior incremento em relação as previsões de fevereiro. Agora em março o estado teve sua produção revisada para 34,7 milhões de toneladas, 7,2% a mais ante as 32,4 milhões de toneladas de 2018/2019. Em fevereiro a perspectiva era de que o estado conseguisse produzir 34,2 milhões de toneladas.

A perspectiva para o Paraná também é um destaque e foi revista agora em março para 20,5 milhões de toneladas, um recorde absoluto. Esse total representa um aumento de 26,2% ante a safra 2018/2019, afetada por conta do clima.

“Nas lavouras do Paraná, as chuvas ocorreram de forma regular em quase todo o ciclo dessa cultura, porém, nas últimas duas semanas, houve déficit hídrico, que pode prejudicar o rendimento das lavouras em fase de frutificação. Cerca de metade das lavouras foram colhidas apresentando ótimas produtividades e qualidade de grãos”, afirma a entidade.

Os números de crescimento do Paraná de uma safra para a outra só não superam os de São Paulo, que deve produzir quase 30% a mais nesta temporada. A perspectiva de março da Conab aponta que o estado deverá produzir até 3,9 milhões de toneladas, ante as 3 milhões de toneladas do ano passado.

 Fonte: Canal Rural

Terça, 10 de Março de 2020
Arroz - Balanço Semanal
Arroz - Balanço Semanal Fonte: AF News Agrícola

O avanço na colheita do arroz no Rio Grande do Sul, tem provocado uma desvalorização do grão no mercado interno. Mesmo com a alta do dólar, com a oferta do produto aquecida, os preços recuaram na última semana. Confira:

Arroz Brasil

A cotação do arroz apresentou desvalorização na primeira semana de março provocada pelo avanço da colheita no Rio Grande do Sul, que de acordo com a Emater-RS já contabilizava 9% das áreas até o dia 05/03. Este número apresenta 4% de atraso nas tarefas de colheita ante o mesmo período da safra anterior.

Embora as estimativas da produção de arroz da safra 2019/20 tenha apresentado queda de 1,5% no último levantamento feito pela Emater, ficando em 7,4 milhões de toneladas. Os preços apresentaram desvalorização em função do aumento da disponibilidade do produto no mercado doméstico. A queda dos preços no mercado externo também influenciou na baixa.

Com isso, houve recuo de 1,43% no preço médio do arroz no Rio Grande do Sul, ficando em R$ 48,83/saca de 50 kg paga ao produtor FOB, na última sexta (06) considerando a variação semanal.

Em Santa Catarina os preços fecharam estáveis, enquanto que no Paraná, houve valorização de 2,58% na variação semanal, com o produto sendo cotado a R$ 64,91/saca de 60 kg FOB em 06.03.

Nos índices registrados pelo Cepea/Esalq, a média semanal praticada nos preços do arroz ficou em R$ 49,20/saca entre os dias 02 a 06 de março, com queda de 0,46% ante a semana anterior. A variação semanal porém, fechou com redução de 1,27% nos valores, passando de R$ 49,53/saca em 28.02 para R$ 48,90/saca em 06.03.

Por conta da elevação da temperatura média no Rio Grande do Sul, houve redução nas estimativas da produção da safra de arroz 2019/20 ao final do desenvolvimento da cultura.

Em março, a temperatura também tem permanecido acima da média, o que influencia na redução da produtividade do arroz que se encontra agora em fase final de cultivo.

Ainda assim, de acordo com a projeção atual das estimativas da Emater, a produtividade média do arroz está prevista em 7.839 kg/ha com aumento de 0,3% ante a estimativa inicial.

Já a área atual de cultivo, ficou abaixo do esperando caindo 1,8% do que o projetado inicialmente. De acordo com o levantamento, foram cultivados 944.038 hectares de arroz.

Com relação ao cultivo, no último relatório da Emater (05) 2% das áreas que ainda não foram colhidas estão em desenvolvimento vegetativo, 19% em floração, 34% na fase de enchimento de grãos e 36% está maduro e por colher.

Nas condições de lavoura, o arroz tem se apresentando em bom desenvolvimento e ótimas condições.

 Fonte: AF News

Terça, 10 de Março de 2020
Com dólar elevado, importações do trigo diminuem em fevereiro.
Com dólar elevado, importações do trigo diminuem em fevereiro. Fonte: Agrolink

Mesmo com a baixa oferta doméstica, as importações de trigo recuaram em fevereiro, devido à expressiva valorização de 4,9% do dólar frente ao Real e aos preços mais firmes na Argentina – que, vale lembrar, é a principal fornecedora do cereal ao Brasil. Conforme dados da Secex, em fevereiro, o Brasil importou 526,1 mil toneladas de trigo em grão, volume 18,8% inferior ao de janeiro/20 e 13,2% menor que o de fevereiro/19.

Desse total, 87,6% tiveram como origem a Argentina, 6,9%, os Estados Unidos, e 4,7%, o Paraguai. Para as farinhas, as aquisições no mercado internacional em fevereiro foram 11,5% inferiores às de janeiro, mas 11,6% maiores que as de fevereiro do ano passado, somando 28,2 mil toneladas.

Nesse cenário de baixa oferta interna e dólar elevado, os preços domésticos do trigo seguem firmes no Brasil. Segundo colaboradores do Cepea, compradores relatam ainda ter trigo armazenado, mas demonstram necessidade de novas aquisições para manutenção dos estoques até o início da próxima safra. Vendedores, por outro lado, estão retraídos, e aqueles ativos no mercado estão firmes nos valores pedidos. 

 Fonte: Agrolink

Terça, 10 de Março de 2020
Preços agropecuários registram leve alta de 0,8% em fevereiro.
Preços agropecuários registram leve alta de 0,8% em fevereiro. Fonte: Portal DBO

Os preços agropecuários, em média, variaram pouco entre janeiro e fevereiro de 2020. Especificamente, em fevereiro, o IPPA/Cepea (Índice de Preços ao Produtor de Grupos de Produtos Agropecuários) teve leve alta nominal de 0,8% frente a janeiro. O IPPA-Pecuária/Cepea voltou a crescer em fevereiro (2,6%), após ter recuado em janeiro pela primeira vez desde setembro do ano passado.

No mês, o índice da pecuária foi impulsionado pelas altas do boi gordo, do leite e dos ovos. Em sentido contrário, o IPPA-Hortifrutícolas/Cepea caiu 5,8% frente a janeiro, pressionando o índice geral. Nesse caso, as pressões de baixa vieram do tomate, da banana e da uva. Já o índice de grãos, IPPA-Grãos/Cepea, ficou estável entre janeiro e fevereiro (+0,1%).

As altas principalmente do milho e do algodão foram compensadas por uma leve redução no preço da soja (produto com o maior peso na formação do índice), causando a estabilidade observada. Na mesma comparação, o IPA-OG-DI Produtos industriais, calculado e divulgado pela FGV, reduziu 0,7% – logo, de janeiro para fevereiro, os preços agropecuários, embora tenham crescido pouco, subiram frente aos industriais da economia.

 Fonte: Portal DBO

Segunda, 09 de Março de 2020
Entenda como a queda no preço do petróleo pode afetar o agro brasileiro.
Entenda como a queda no preço do petróleo pode afetar o agro brasileiro. Fonte: Canal Rural

Uma forte tensão toma conta dos mercado neste início de semana. Na manhã desta segunda-feira, 9, os negócios na Bolsa de Valores do Brasil foram paralisados por 30 minutos, após o índice recuar mais de 10%. 

No cenário internacional, as bolsas também registraram um dia de queda. Os investidores reagem à decisão da Arábia Saudita de aumentar a produção de petróleo e dar descontos aos compradores. 

A atitude foi uma resposta à Rússia que não quis participar de um acordo, proposto na última semana, para cortar a produção de commodities em meio aos impactos do coronavírus na economia mundial. Em reação, os contratos futuros do petróleo caíram cerca de 30%, maior queda em quase 30 anos. 

Impactos no agronegócio brasileiro 

De acordo com o analista Tadeu Silva, da INTL FCStone, o agronegócio irá sentir os efeitos dessas medidas via demanda para biocombustíveis, mas ainda sim, será um dos menos impactados pela crise. 

Para o etanol de milho e cana, Silva explica que isso afeta a economia, e acende o alerta de como o governo pode lidar com a situação e a pressão pode ser ainda maior sobre o câmbio. 

“Outro ponto, é que os Estados Unidos é um país produtor baseado em produção de curto prazo, o que causa um maior endividamento dos produtores e isso deixa os custos de produção maior. Isso pode levar uma crise nos Estados Unidos e dificultar a aceleração da economia norte-americana”, diz ele. 

Milho e cana

Ainda de acordo com Silva, para o setor produtor de etanol de milho e cana, ‘vai ficar difícil, já que a concorrência neste mercado ficará maior’, diz ele. “A gasolina, pode ser reduzida em até R$ 0,20 e isso pode bater de frente com os custos de produção de quem produz. Os Estados Unidos que também é um grande produtor de milho e eles vão começar a ofertar mais milho no mercado internacional também por causa do preço baixo do petróleo”, afirma o analista.

 Fonte: Canal Rural