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Terça, 14 de Janeiro de 2020
Apesar de contabilizar uma receita de US$ 96,79 bilhões, exportações do agro caem 4,3% em 2019.
 Apesar de contabilizar uma receita de US$ 96,79 bilhões, exportações do agro caem 4,3% em 2019. Fonte: AF News Agrícola

As exportações do agronegócio brasileiro encerraram 2019 com valor acumulado de US$ 96,79 bilhões, 4,3% a menos que em 2018, quando a soma foi de US$ 101,17 bilhões. Os números estão em relatório divulgado pelo Ministério da Agricultura (Mapa). A pasta justificou o resultado na queda do índice de preços de exportação do setor.

“Tal redução ocorreu em função da queda do índice de preço das exportações do agronegócio brasileiro, que caiu 6,9% em 2019. Essa queda foi compensada pela elevação de 2,7% no índice de quantum das exportações, ou o equivalente ao incremento de 2,7% no volume exportado em 2019”, diz o relatório.

Ainda assim, o agro conseguiu aumentar sua participação nas exportações do Brasil, de 42,3% do total em 2018 para 43,2% em 2019. De acordo com o Ministério, foi possível porque o recuro no setor foi menor que o do resultado geral. No ano passado, os embarques totais do Brasil renderam US$ 224 bilhões, 6,4% menos que no ano anterior.

Responsável pelo relatório, a Secretaria de Comércio e Relações Internacionais do Ministério avaliou que o desempenho negativo do complexo soja foi determinante do desempenho do setor, compensando resultados positivos de outras cadeias produtivas do agronegócio. Somados os embarques de grão, óleo e farelo, o faturamento caiu de US$ 40,70 bilhões para US$ 32,64 bilhões de 2018 para 2019.

“Esta diminuição de cerca de US$ 8 bilhões em valores absolutos nas exportações do setor foi responsável pela queda global das exportações do agronegócio no ano de 2019, ainda que outros setores tenham obtido resultado absoluto positivo, abrandando a redução das exportações do agronegócio no ano”, diz o Mapa.

Principal produto de exportação do agronegócio brasileiro, a soja em grão respondeu por quase um terço dos embarques. Mas o volume caiu 11,1% no comparativo de 2019 com 2018, de 83,2 milhões para 74 milhões de toneladas. A receita foi 21,1% menor, passando de US$ 33,04 bilhões para US$ 26,112 bilhões de um ano para outro. As vendas de farelo caíram 12%, de US$ 6,62 bilhões para US$ 5,83 bilhões, e as de óleo de soja foram 32,1% inferiores caindo de US$ 1,03 bilhão para US$ 696 milhões.

“A peste suína africana foi um dos principais fatores responsáveis pela redução das exportações brasileiras de soja em grão. Tradicionais países importadores de soja, como a China, tiveram seus rebanhos suínos afetados pelo vírus causador da peste suína, o que afetou a demanda de soja em grão brasileira”, diz o documento.

Carnes

Com destaque para a China, o mercado de carnes terminou 2019 com resultado positivo, informou o Ministério da Agricultura. Se a epidemia de peste suína africana (PSA) afetou a demanda por grãos, por um lado, estimulou a procura por proteína animal, de outro. O volume embarcado de carnes de frango, bovina e suína foi de 6,965 milhões de toneladas, 5,8% a mais que em 2018, com um faturamento 12,5% superior, de US$ 16,523 bilhões.

“A China aumentou muito as aquisições de carnes do Brasil em 2019, tornando-se a maior compradora de carnes bovina, de frango e suína brasileiras. As exportações de carnes para a China subiram de US$ 2,59 bilhões em 2018 para US$ 4,52 bilhões em 2019 (+74,4%). Com esse crescimento, a participação da China nas aquisições de carnes do Brasil subiu de 17,7% para 27,4%”, diz a pasta.

No total, o Brasil embarcou 4,121 milhões de toneladas de carne de frango em 2019 (+2,6%), com receita de US$ 6,895 bilhões (+7,7%). De carne bovina, o volume foi de 1,846 milhão (+12,5%), faturando US$ 7,567 bilhões (+15,6%). Na carne suína, as 737 mil toneladas (+16%) renderam US$ 1,589 bilhão (+33%).

Outro destaque positivo, segundo o Ministério da Agricultura, foi a exportação de milho, que chegou ao recorde de 43,25 milhões de toneladas, 88,5% a mais que o volume registrado em 2018. A receita foi de US$ 7,344 bilhões, um aumento de 87,4%.

“A safra de milho recorde na safra 2018/2019, de 100 milhões de toneladas ou quase vinte milhões de toneladas superior à safra 2017/2018, gerou um excedente exportável de milho de praticamente vinte milhões de toneladas em relação à quantidade exportada em 2018”, analisa a pasta.

Entre os produtos florestais, o volume foi de 24,914 milhões de toneladas (+1,6% em relação a 2018), com faturamento de US$ 12,899 bilhões (-7,6%). As vendas externas de celulose atingiram 15,221 milhões de toneladas (+0,2%) com receita de US$ 7,497 bilhões (-9,4%).

“Não obstante o volume recorde, a queda do preço médio de exportação da celulose em 9,6% impediu a obtenção de um novo recorde no valor exportado. Outros dois produtos do setor também registraram queda das exportações: madeiras e suas obras (US$ 3,42 bilhões; -7,1%) e papel (US$ 1,98 bilhões; -0,9%)”, diz o relatório.

A Ásia foi a principal região de destino dos produtos da agropecuária brasileira no ano passado. Mesmo com uma queda de 6,9% no valor das exportações em relação a 2018, que reduziram a participação no total de 50,9% para 49,6% de um ano para outro. Em seguida, aparecem a União Europeia, com 17,3% de participação e o Oriente Médio, com 7,9%. Individualmente, a China se manteve como principal parceira comercial do agro, respondendo por 32% do total, seguida pelo Estados Unidos, com 7,4% de participação.

 Importações e saldo

O Brasil também reduziu as importações de produtos do agronegócio em 2019. O valor caiu de US$ 14,04 bilhões para US$ 13,77 bilhões (-1,9%), de acordo com o Mapa. Foram registradas compras menores de produtos como trigo, etanol e leite em pó e aumento em itens como arroz, papel e salmão - com resultado na contramão dos pescados em geral.

O saldo comercial do agronegócio, medido pela diferença de valor entre as vendas externas e as compras do exterior, encerrou o ano passado positivo em US$ 83,02 bilhões. Em 2018, essa conta havia resultado em um superávit de US$ 87,130 bilhões.

Fonte: AF News Agrícola

Terça, 14 de Janeiro de 2020
Quem são os 20 maiores compradores do agro brasileiro.
Quem são os 20 maiores compradores do agro brasileiro. Fonte: Agrolink

A China se manteve na liderança do ranking dos 20 maiores compradores de produtos agropecuários brasileiros em 2019, de acordo com a Secretaria de Comércio e Relações Internacionais do Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Mapa). Esses mercados absorveram 75,3% dos US$ US$ 96,8 bilhões exportados pelo Brasil em mercadores de origem agrícola.

Os cinco maiores compradores do agro brasileiro no ano passado, conforme nota divulgada pelo Mapa, foram China, Estados Unidos, Países Baixos, Japão e Irã. 

Embora tenha se mantido na liderança do ranking, a China reduziu suas compras em 12,5% no ano passado. O valor total adquirido pelos chineses caiu US$ 35,44 bilhões, em 2018, para US$ 31,01 bilhões em 2019.

Segundo o Mapa, a queda ocorreu em função do declínio do volume importado de soja em grão. Em 2018, a China importou do Brasil 68,56 milhões de toneladas da oleaginosa; em 2019, a quantidade diminuiu para 57,96 mi de t em 2019. Ou seja, houve uma redução de 10,6 mi de t nas importações chinesas do produto.

Com o menor volume, o valor adquirido de soja em grão diminuiu de US$ 27,23 bilhões, em, 2018 para US$ 20,50 bilhões em 2019. Conforme o Mapa, a queda nas compras chinesas da brasileira grãos teve como um dos principais fatores a peste suína africana (PSA), que provocou uma drástica redução do plantel de suínos do país asiático, com reflexos na demanda pelo grão.

O mercado chinês também reduziu as compras de farelo de soja. As exportações do produto para o país diminuíram 12%, passando de US$ 6,62 bi, em 2018, para US$ 5,83 bi, em 2019. Já as vendas externas de óleo de soja declinaram 32,1%, saindo de US$ 1,03 bi, em 2018, para US$ 696 milhões em 2019.

Em compensação, assinala o Mapa, houve crescimento das exportações de inúmeros outros produtos, que atenuaram, em parte, a queda das exportações de soja em grãos: carne bovina in natura (US$ 2,68 bilhões; +80,1%); carne de frango in natura (US$ 1,23 bilhão; +53,7%); algodão não cardado nem penteado (US$ 816,93 milhões; +56,1%); carne suína in natura (US$ 611,77 milhões; +101,4%); açúcar de cana em bruto (US$ 384,26 milhões; +77,8%); fumo não manufaturado (US$ 382,67 milhões; +135,8%).

EUA e Japão

Os Estados Unidos ficaram na segunda posição, com aquisições de US$ 7,18 bilhões (+6,4%). Entre os principais produtos importados do agronegócio brasileiro, o país aumentou as importações de celulose (US$ 1,19 bilhão; +14,7%); café verde (US$ 903,46 milhões; +17,0%); álcool etílico (US$ 627,59 milhões; +22,6%); madeira perfilada (US$ 350,19 milhões; +3,1%); carne bovina industrializada (US$ 313,52 milhões; +21,2%).

Na relação dos 20 principais importadores do agronegócio brasileiro, sublinha o Mapa, três países tiveram crescimento das aquisições acima de dois dígitos: Japão (US$ 3,34 bilhões; +57,3%); México (US$ 1,29 bilhão; +41,3%); e Rússia (US$ 1,27 bilhão; +20,3%).

“No caso do Japão, as exportações de milho foram as responsáveis pelo incremento de dois dígitos nas exportações do agronegócio brasileiro. Em 2018, o Brasil exportou US$ 40,67 milhões em milho para o Japão (238 mil toneladas). Já no ano de 2019, as exportações de milho subiram para US$ 1,15 bilhão ou o equivalente a 6,9 milhões de toneladas do cereal”, observa a nota do Mapa.

Ainda conforme o ministério, o incremento das exportações de milho também foi responsável pelo aumento das exportações ao México. As vendas externas de milho para o México subiram de US$ 19,4 milhões em 2018 (129 mil toneladas) para US$ 320,0 milhões em 2019 (1,9 milhão de toneladas).

Já para a Rússia, o produto que teve maior contribuição para o crescimento das exportações brasileiras do agronegócio foi a carne bovina in natura. As exportações do produto subiram de US$ 11,48 milhões em 2018 para US$ 212,59 milhões em 2019.

Fonte: Agrolink

Segunda, 13 de Janeiro de 2020
Prazo da consulta pública sobre revisão do programa de erradicação da aftosa termina no dia 16.
Prazo da consulta pública sobre revisão do programa de erradicação da aftosa termina no dia 16. Fonte: Portal DBO

Saiba o que o governo está tentando ajustar para que o movimento de suspensão da vacinação contra a doença siga em frente em todo o País. Confira na linha do tempo a história da erradicação da febre nos rebanhos brasileiros

Termina no dia 16 de janeiro o prazo para o envio de propostas à consulta pública de revisão do Programa Nacional de Erradicação e Prevenção da Febre Aftosa (PNEFA).

 

O objetivo da consulta é atualizar a legislação em relação às mudanças do Código de Animais Terrestres da Organização Mundial de Saúde Animal (OIE) e adequá-la ao processo de retirada gradual da vacinação contra a doença no Brasil. A última revisão das normas sobre febre aftosa ocorreu em 2007.

Entre as normas que serão atualizadas estão o controle sobre os produtos de origem animal e as restrições à movimentação dos rebanhos entre as áreas

Também deverão ser inseridos novos conceitos presentes do código da OIE, como a zona de contenção, que permite ao país, caso ocorra um foco da doença, isolar a área afetada mantendo a condição sanitária, a comercialização e a movimentação dos rebanhos no restante do país.

O chefe da Divisão de Febre Aftosa do Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Mapa), Diego Viali dos Santos, alerta para “a importância da participação de todos os segmentos envolvidos no PNEFA, para que a retirada da vacinação contra a aftosa no Brasil possa avançar”.

As sugestões, tecnicamente fundamentadas, deverão ser encaminhadas via Sistema de Monitoramento de Atos Normativos (Sisman), da Secretaria de Defesa Agropecuária (SDA), por meio do endereço: https://sistemasweb.agricultura.gov.br/sisman/

Para ter acesso ao Sisman, o usuário deverá fazer cadastro prévio no Sistema de Solicitação de Acesso – SOLICITA, do Mapa, pelo endereço: https://sistemasweb.agricultura.gov.br/solicita/

 

Linha do Tempo
1895

Primeiro registro oficial de febre aftosa no Brasil na região do Triângulo Mineiro, Minas Gerais, em consequência a importações de animas da Europa;

1909

Criação do Ministério da Agricultura; 

1950

Realização da Primeira Conferência Nacional de Febre Aftosa e implantação do Primeiro Programa de Combate à Febre Aftosa implantado no Brasil; 

1951

Criação do Centro Pan Americano de Febre Aftosa (Panaftosa) sediado no Brasil, em decorrência do reconhecimento da necessidade de ações conjuntas entre os países do Continente americano no combate à doença; 

1963

O Governo Federal instituiu, no âmbito do Ministério da Agricultura, a Campanha de Combate à Febre Aftosa – CCFA;

1968

Criado o Projeto Nacional de Combate à Febre Aftosa dando início ao controle sistemático da doença por meio da implantação de infraestrutura laboratorial, treinamento de pessoal e conscientização dos produtores; 

1972

Criada a Comissão Sul-Americana para Luta Contra Febre Aftosa – COSALFA, uma importante estratégia integradora, de gestão e intervenção regional na luta contra a febre aftosa;

1992

Implantação do Programa Nacional de Erradicação da Febre Aftosa, com mudanças importantes nas bases estratégicas do programa, prevendo a ampla participação social, regionalização no combate à doença, vacinação sistemática de bovinos e búfalos e outras medidas; 

1998

Primeiro reconhecimento de zona livre de febre aftosa com vacinação, pelo então Escritório Internacional de Epizootias – OIE, envolvendo os estados do Rio Grande Sul, Santa Catarina e Paraná; 

2006

Última ocorrência de febre aftosa no Brasil, no Mato Grosso do Sul;

2007

Reconhecimento internacional da primeira zona livre de febre aftosa sem vacinação, contemplando o estado de Santa Catarina; 

2017

O Mapa publica o Plano Estratégico do PNEFA, entre suas medidas, prevendo a suspensão completa da vacinação no país e o reconhecimento internacional de país livre de febre aftosa sem vacinação até 2023. O plano está atrasado em relação à proposta inicial.

 

Fonte: Portal DBO

Segunda, 13 de Janeiro de 2020
Soja inicia semana com leves baixas em Chicago nesta 2ª e foca acordo China x EUA.
Soja inicia semana com leves baixas em Chicago nesta 2ª e foca acordo China x EUA. Fonte: Noticias Agrícolas

A semana começa com todos os olhos do mercado da soja voltados para assinatura do acordo entre China e Estados Unidos prevista para o dia 15. Ainda assim e apesar das boas expectativas, o mercado opera em campo negativo nesta segunda-feira (13), atuando com leves baixas. 

Por volta de 7h50 (horário de Brasília), as cotações perdiam pouco mais de 3 pontos nos vencimentos mais negociados, levando o março a US$ 9,42 o e o maio, US$ 9,55 por bushel, ambos contratos bastante importantes para a formação dos preços da soja brasileira. 

O mercado terminou a última semana com a chegada dos últimos boletins do USDA (Departamento de Agricultura dos Estados Unidos) trazendo alguma "desconfiança"aos traders. E a instituição já se posicionou sobre a revisão de alguns números em cinco estados, o que poderia, eventualmente, provocar alguma mudança no direcionamento das cotações. 

No entanto, com a delegação chinesa chegando a Washigton nesta segunda para uma provável assinatura da fase um do acordo nos próximos dias, o foco do mercado se mantém sobre as relações comerciais entre as duas maiores economias do mundo. 

As maiores especulações ainda se dão sobre o real volume de soja que a China comprará dos EUA depois da assinatura do acordo. 

Fonte: Noticias Agrícolas

Segunda, 13 de Janeiro de 2020
AgRural eleva projeção de safra de soja do Brasil.
AgRural eleva projeção de safra de soja do Brasil. Fonte: Agrolink

AgRural eleva projeção de safra de soja do Brasil.

A consultoria AgRural elevou as projeções para a produção de soja do Brasil na safra 2019/20, agora estimada em 123,9 milhões de toneladas, ante 122,2 milhões na previsão de dezembro, segundo boletim divulgado nesta segunda-feira.

A consultoria divulgou também seu primeiro levantamento semanal sobre a colheita da oleaginosa, no qual aponta que produtores colheram 0,4% da área cultivada no Brasil na safra 2019/20 até a última quinta-feira.

O ritmo, puxado pelo Mato Grosso, está levemente abaixo da média de cinco anos para o período, de 0,7%, e do registrado há um ano, de 2,1%.

“Essa área já colhida está restrita a Mato Grosso, onde as máquinas passaram por 1,5% da área. O plantio da segunda safra de milho ainda é pontual, já que neste primeiro momento os produtores semeiam a safrinha de algodão nas áreas colhidas com soja”, afirmou a AgRural.

Áreas pontuais de soja começaram a ser colhidas também no Paraná, no sudoeste e oeste do Estado, mas ainda não chegam a ser representativas.

“Devido ao atraso na semeadura, a colheita paranaense só deve ganhar mais ritmo em fevereiro”, disse a consultoria.

O atraso na semeadura na maioria dos Estados, em razão de chuvas irregulares entre setembro e novembro, faz com que os números de produtividade e produção ainda estejam sujeitos a “mudar bastante”, acrescentou a AgRural, ressaltando que Mato Grosso deve ter produtividade recorde devido ao clima favorável.

MILHO

A AgRural também revisou a estimativa para a primeira safra de milho do centro-sul do Brasil na temporada 2019/20, para 20,1 milhões de toneladas, ante 21,3 milhões de toneladas estimadas em dezembro.

O corte deve-se ao tempo quente e seco que castigou as lavouras do Rio Grande do Sul, cuja produção é estimada agora em apenas 4,3 milhões de toneladas - a menor desde 2011/12.

“Como as chuvas continuam abaixo do necessário no Estado, novos cortes poderão acontecer em fevereiro”, acrescentou a consultoria.

A produção total de milho do Brasil na safra 2019/20 foi estimada pela AgRural em 98,5 milhões de toneladas, contra 100 milhões de toneladas em 2018/19.

Fonte: Agrolink

Segunda, 13 de Janeiro de 2020
‘Brasil, maior exportador de milho do mundo, vai ter falta do grão em 2020’.
 ‘Brasil, maior exportador de milho do mundo, vai ter falta do grão em 2020’. Fonte: Canal Rural

Incerteza sobre clima na segunda safra, quadro de oferta e demanda apertado, exportações aquecidas e procura por etanol de milho criam um cenário difícil para criadores, diz Faesc.

O Brasil se tornou em 2019 o maior exportador de milho do mundo, superando inclusive os Estados Unidos, com embarques de 44,9 milhões de toneladas, um crescimento de 88% em relação ao ano anterior. Para a Federação da Agricultura e Pecuária do Estado de Santa Catarina (Faesc), o marco pode ser visto de duas maneiras distintas: a primeira se trata da boa remuneração aos produtores de grãos; a outra, é o encarecimento dos custos para os criadores de aves e de suínos.

“É uma situação que tem dois lados, enquanto beneficia o plantador de milho, ameaça acarretar sérios prejuízos para as cadeias produtivas da proteína animal e para o parque agroindustrial”, analisa o vice-presidente da Faesc Enori Barbieri.

A entidade faz um alerta para os criadores do estado, já que acredita que pode faltar milho no estado. Segundo a Faesc, a cotação do grão na Bolsa de Mercadorias & Futuros (BMF) já ultrapassa R$ 50 por saca.

Para a federação, a insuficiência de milho acontecerá em decorrência de fatores naturais, como seca, queimadas, atraso no plantio e redução de área cultivada, e econômicos, por conta do aumento das exportações do grão em face da situação cambial favorável. 

“A tendência é de quadro de oferta apertado em relação à demanda. Por isso, o mercado brasileiro de milho inicia 2020 com perspectiva de preços firmes pelo menos para este primeiro semestre”, diz a Faesc em comunicado. 

Barbieri expõe que a situação cambial estimula a venda externa e a exportação, enxuga o mercado interno e, portanto, o milho fica mais escasso e mais caro. “Ficou difícil segurar o produto no país com a cotação internacional e, por isso, a fuga de grãos continua”. 

Neste ano, a produção brasileira de milho está estimada em 104,135 milhões de toneladas, com queda de 3% em relação ao resultado de 2019, de 107,375 milhões de toneladas.

Com isso, Barbieri assinala que a situação será difícil em 2020. “Já deve faltar milho no primeiro semestre. O cenário é preocupante porque, da demanda total, 96% destinam-se à nutrição animal, principalmente dos plantéis de aves e suínos”, comenta

Possíveis soluções

A saída, destaca a entidade, será ampliar as importações de milho da Argentina – que produz 50 milhões de toneladas e tem baixo consumo interno. O entrave fica por conta do presidente da Argentina, Alberto Fernández, que decidiu tributar as exportações agrícolas, fato que encarecerá o preço final do grão.

Além disso, deve prosperar a chamada Rota do Milho, que ligará o oeste de Santa Catarina, grande produtor de aves e suínos, com a região produtora de milho Paraguai. O país produz 5,5 milhões de toneladas, mas pode chegar a 15 milhões com o estímulo das importações brasileiras, acredita a Faesc.

Dependência perigosa

O mercado interno ficará dependente da segunda safra, a ser colhida em julho, que responde por 70% da produção total de milho. A safra dependerá totalmente do clima e, se as chuvas não forem suficientes, o quadro de oferta e demanda ficará extremamente desequilibrado. A agroindústria espera que a segunda safra de milho garanta o abastecimento no segundo semestre, regularizando o cenário de oferta.

Em resumo, explica Barbieri, o Brasil ficará dependente de três variáveis incontroláveis: o clima para a safrinha, o clima para a safra norte-americana e o fluxo de exportações no segundo semestre. 

Em face da estiagem, produtores de milho do Rio Grande do Sul já registram perdas de até 15%. Por outro lado, a seca que atinge o Paraná atrasará em 30 dias a colheita e a segunda safra somente será colhida em julho. 

“Para agravar, 5 milhões de toneladas serão transformados em etanol de milho no centro-oeste do Brasil, o que reduzirá ainda mais a disponibilidade do grão neste ano”, afirma o comunicado.

Fonte: Canal Rural

Segunda, 13 de Janeiro de 2020
Carne bovina: exportação deve subir mais de 10% em 2020, diz Abrafrigo.
Carne bovina: exportação deve subir mais de 10% em 2020, diz Abrafrigo. Fonte: Canal Rural

A Associação Brasileira de Frigoríficos (Abrafrigo) estima que em 2020, as exportações de carne bovina aumentem pelo menos 10%, contra alta de 13% no ano passado. Segundo a entidade, a China deve ser o maior motivo desse incremento, já que a demanda do país foi responsável pelos embarques brasileiros recordes no ano passado, fato que deve se repetir neste ano.

 “A China importou 120 mil toneladas a mais do que em 2018, pagando os melhores preços do mercado internacional para o produto brasileiro – na média US$ 4.511 por tonelada no ano passado contra US$ 4.075 por tonelada em 2018”, relembra a Abrafrigo.

A associação afirma que as exportações totais em 2019 alcançaram 1,8 milhão de toneladas em volume e US$ 7, 5 bilhões na receita, batendo o recorde de 2014, quando a receita atingiu a US$ 7,2 bilhões e a movimentação foi de 1,5 milhão de toneladas.

Com a crise provocada pela peste suína africana, a China comprou, através da cidade estado de Hong Kong e do continente, o total de 837,5 mil toneladas no ano passado, contra 717,4 mil toneladas em 2018, o que significou 44,1% das exportações do Brasil. 

Depois da China, o Egito foi quem mais importou a carne bovina brasileira, com 164,1 mil toneladas (-9,3%). Na terceira posição ficou o Chile, com 108,60 mil toneladas (-5,5%); na quarta, os Emirados Árabes com 71,6 mil toneladas (+94,4%) e na quinta, a Rússia, com 69,1 mil toneladas (+821%). O Irã ocupou a sexta posição, com 63,2 mil toneladas movimentadas (-24,7%).

Por estado, São Paulo foi quem mais movimentou o produto para o exterior, com 21,9% do total exportado, seguido do Mato Grosso, com 19,7% e de Goiás, com 13,7%. Mato Grosso do Sul veio em seguida com 11% e Rondônia ficou em quinto com 10%. 

Para 2020, a Abrafrigo acredita que as condições favoráveis ao Brasil no mercado internacional devem permanecer, com a China mantendo um patamar elevado de importações, e agora com um novo componente que são as queimadas que atingem Austrália, um dos maiores players do setor no mundo, e ainda com as atraentes cotações do dólar no Brasil para os exportadores.

Fonte: Canal Rural

Sexta, 10 de Janeiro de 2020
Destaques da Economia Brasileira (de 06 a 10/01).
Destaques da Economia Brasileira (de 06 a 10/01). Fonte: AF News Agrícola

Nesta semana entrou em vigor a nova regra dos juros do cheque especial no Brasil, reduzindo a taxa para um limite de 8%. No mercado de trabalho, a construção civil ganhou destaque, já que a projeção este ano é de empregar 150 mil pessoal, um grande avanço comparado aos últimos anos. Na economia internacional, o Banco Mundial reduziu a previsão de crescimento global para 2020, mas isso não irá afetar todos os países, especialmente os desenvolvidos. Já os países subdesenvolvidos como o Brasil, devem ser afetados por essa nova projeção. Confira os destaques da economia:

Economia Brasileira

Pedidos de recuperação judicial caem em 2019: Segundo levantamento da Boa Vista, o número de empresas que recorreram à Justiça para reorganizarem seus negócios caiu 10,7% em 2019, um sinal de melhora para a economia brasileira. Os pedidos de falência, por sua vez, registraram no ano um leve recuo de 0,3% em relação a 2018. Apesar da queda tímida, foi o terceiro ano consecutivo de redução do número de falência. As chamadas "pequenas empresas" – com faturamento entre R$ 2,4 milhões e R$ 16 milhões – foram responsáveis por 94,2% dos pedidos de falências e 93,6% dos pedidos de recuperação judicial. Curiosamente, o maior pedido de recuperação judicial da história aconteceu em 2019: o da Odebretch.

Nova regra do cheque especial em vigor: Começam a valer a partir desta semana as novas regras do cheque especial no país. Agora, haverá um limite de 8% para a taxa mensal de juros do cheque especial – além da permissão de cobrança de tarifa pelos bancos para disponibilizar esse crédito. A cobrança dessa tarifa só será permitida nesse primeiro momento para novos contratos. Para quem já tem cheque especial, a mudança passará a valer a partir de 1º de junho. Essas mudanças foram definidas em novembro pelo Banco Central. Antes, não havia um limite para a taxa do cheque especial. Essa medida deve beneficiar a economia brasileira.

Construção civil deve gerar 150 mil empregos: Segundo dados da Câmara Brasileira da Indústria da Construção (CBIC), o setor de construção civil tem boas perspectivas para 2020: a perspectiva é de crescimento de 3% no ano, o que representa um potencial para criação de 150 mil postos de trabalho formais até dezembro. Em 2019, o crescimento ficou em 2% – uma criação de 100 mil postos de trabalho. Trata-se de um bom sinal para o setor, que observou uma queda de 30% na capacidade de geração de riqueza entre os anos de 2014 e 2018.

Bolsonaro estuda novo Bolsa Família: De acordo com o porta-voz da Presidência, Otávio Rêgo Barros, Jair Bolsonaro planeja reformular o Bolsa Família – e já conversa com o ministro da Casa Civil, Onyx Lorenzoni, sobre o tema. Em bate-papo com jornalistas, Rêgo Barros destacou que 21% dos brasileiros são sustentados pelo programa e detalhou alguns objetivos da reformulação. "Visamos recuperar alguns aspectos que ficaram para trás nos programas assistencialistas de governos passados, privilegiando mérito, imaginando possibilidades de saída dessas pessoas do programa a partir de que elas evoluam como cidadãos", afirmou. O novo programa deve ser rebatizado: Bolsa Brasil aparece como possível sugestão.

Agronegócio e Balança Comercial

A Conab publicou esta semana (08) que a estimativa de produção da safra de grãos para 2019/20 é de 248 milhões de toneladas, aumento de 2,5% ou 6,1 milhões de toneladas a mais do que na safra anterior. Para a soja, a projeção ficou em 122,2 milhões de toneladas. O milho com 26,6 milhões de tons. Já o trigo, que teve seus números reduzidos, agora conta com 5,15 milhões de toneladas. O feijão e o arroz apresentaram redução de áreas e consequentemente na produção. Estima-se que a safra 2019/20 de arroz fique em 10,5 milhões de toneladas. (Veja mais sobre este assunto aqui).

A Secex divulgou neste início de ano, os resultados da balança comercial de dezembro/19 e também, o total da exportação e importação movimentado pelo Brasil no ano anterior.

Dezembro/2019: No mês, a exportação alcançou cifra de US$ 18,155 bilhões. Em relação a dezembro de 2018, as exportações registraram retração de 10,6%, e em relação a novembro de 2019, diminuição de 1,7%, pela média diária.

As importações totalizaram US$ 12,555 bilhões. Sobre igual período do ano anterior, as importações apresentaram diminuição de 7,4%, e sobre novembro de 2019, decréscimo de 15,6%, pela média diária.

O saldo comercial do mês apresentou superávit de US$ 5,599 bilhões, valor 17,0% inferior, pela média diária, ao alcançado em igual período de 2018, US$ 6,428 bilhões.

Acumulado de Janeiro-Dezembro/2019: No acumulado de 2019, as exportações apresentaram valor de US$ 224,018 bilhões. Sobre 2018, as exportações registraram queda de 7,5%, pela média diária, quando totalizou US$ 239,264.

As importações somaram US$ 177,344 bilhões, diminuição de 3,3%, pela média diária, sobre o mesmo período do ano anterior, US$ 181,231 bilhões.

A corrente de comércio alcançou cifra de US$ 401,363 bilhões, representando redução de 5,7% sobre o mesmo período anterior, pela média diária, quando totalizou US$ 420,495 bilhões.

Com relação à exportação de produtos básicos, houve diminuição da receita de soja em grãos(-21,3%), minério de cobre (-15,7%), farelo de soja (-12,9%), petróleo em bruto (-7,1%).

Exportações de Dezembro/19: No mês, as exportações por fator agregado alcançaram os seguintes valores: básicos (US$ 10,050 bilhões), manufaturados (US$ 6,037 bilhões) e semimanufaturados (US$ 2,069 bilhões). Sobre o ano anterior, diminuíram as exportações de produtos semimanufaturados (-25,0%), manufaturados (-17,7%) e básicos (-1,7%).

No grupo dos básicos, quando comparado com dezembro de 2018, caíram as vendas principalmente de minério de cobre (-41,3%, para US$ 185 milhões), café em grãos (-31,4%, para US$ 398 milhões), soja em grãos (-23,8%, para US$ 1,3 bilhão), minério de ferro (-22,6%, para US$ 1,5 bilhão) e farelo de soja (-5,7%, para US$ 562 milhões).

Mercado Internacional

Banco Mundial reduz previsão de crescimento global ao mínimo desde a crise: A economia mundial cresce no ritmo mais lento desde que saiu da Grande Recessão. O Banco Mundial estima que a expansão em 2019 tenha sido de apenas 2,4%, o que é o dado mais baixo em uma década, de acordo com sua série estatística. E as perspectivas para este ano não melhoram muito. A instituição presidida por David Malpass prevê um crescimento de 2,5%, dois décimos a menos do que nos prognósticos de junho. Este agravamento das perspectivas foi maior na zona do euro: de 1,4% para 1% em 2020.

A guerra comercial entre os Estados Unidos e a China e o enfraquecimento dos investimentos prejudicaram a economia global e a fizeram crescer em 2019 abaixo do esperado, diz o Banco Mundial no relatório Perspectivas Econômicas, divulgado na noite desta quarta-feira. Os 2,4% de aumento no ano passado representam dois décimos a menos do que essa organização internacional previra apenas seis meses antes. O FMI já havia alertado em outubro que 2019 seria o ano de menor crescimento no mundo desde a Grande Recessão.

A revisão é mais severa com os países emergentes, especialmente os da América Latina. A redução das expectativas na Argentina leva o Banco Mundial a esperar uma contração da economia de 1,3% —um corte de 3,5 pontos. No México, a redução é de oito décimos e no Brasil, de cinco.

Essa situação global, no entanto, não afeta da mesma maneira todo o mundo. A revisão global de dois décimos para baixo em 2020 apresenta disparidades regionais. Nos EUA, o prognóstico melhora em um décimo para este ano —1,8%— e para 2021 se situa em 1,7%. Na zona do euro, porém, a previsão para 2020 (1%) cai quatro décimos em relação à de meados do ano passado e se mantém a mesma para o próximo ano (1,3%). Conteúdo veiculado ao El País – Economia.

Fonte: AF News

Sexta, 10 de Janeiro de 2020
Estiagem deve seguir até fevereiro.
Estiagem deve seguir até fevereiro. Fonte: Agrolink

Depois de dias com temperaturas beirando os 40 graus no Rio Grande do Sul, no final da tarde desta quinta-feira (9) a chuva retornou à algumas regiões do Estado mas em volume insuficiente para conter a estiagem. A maior intensidade foi registrada no Norte. Em Vacaria foram, em média, 130 mm e na região de Passo Fundo, de 30 a 70mm. Na região de Santa Maria foram 50mm em 1 hora. Chegaram a circular imagens do céu carregado nas regiões Sul e Centro-Sul, mas o índice pluviométrico ficou abaixo dos 10 mm.

No último levantamento da Defesa Civil já eram 18 municípios com decreto de situação de emergência e o número deve subir nos próximos dias. O órgão já recebeu 25 pedidos.  No Vale do Rio Pardo os prejuízos se aproximam de R$ 300 milhões. Em todo o Estado há perdas em milho, soja, feijão, tabaco, gado leiteiro, além de falta de água.

O cenário não é favorável. Ainda de acordo com a Defesa Civil a estiagem deve seguir durante todo o mês de fevereiro, com chuvas mais expressivas retornando somente em março.

Fonte: Agrolink

Sexta, 10 de Janeiro de 2020
Estiagem no RS e BA deve reduzir safra brasileira de soja.
Estiagem no RS e BA deve reduzir safra brasileira de soja. Fonte: Safras & Mercados

Os produtores brasileiros de soja deverão colher 123,589 milhões de toneladas em 2019/20, com crescimento de 3,6% na comparação com o ano anterior, quando a safra ficou em 119,306 milhões de toneladas. A projeção faz parte do mais recente levantamento de SAFRAS & Mercado.

     No relatório anterior, divulgado em dezembro, SAFRAS apostava em produção de 125,465 milhões de toneladas.

     SAFRAS trabalha com área de 37,032 milhões de hectares, com aumento de 1,8% sobre o ano anterior e batendo novo recorde. No ano passado, a área ocupou 36,384 milhões de hectares. A produtividade está estimada em 3.354 quilos por hectare, superando o rendimento médio de 3.296 quilos obtido no ano passado.

     Segundo o analista de SAFRAS, Luiz Fernando Roque, foram feitos ajustes negativos nas produtividades médias esperadas para os estados do Rio Grande do Sul e Bahia. Já o estado do Pará recebeu um ajuste positivo em seu potencial produtivo.

     A baixa umidade registrada na segunda quinzena de dezembro e início de janeiro em algumas microrregiões importantes do RS trouxe problemas para o desenvolvimento das plantas. “As lavouras mais precoces foram as que mais sofreram. Parte das perdas é irreversível, mas se o clima melhorar nas próximas quatro semanas pode haver certa recuperação”, disse Roque.

     Já na Bahia, a melhora climática das últimas três semanas, com registro de maior volume de precipitações, trouxe recuperação para parte das lavouras afetadas pela baixa umidade de novembro e primeira quinzena de dezembro. “Apesar disso, parte do potencial produtivo foi reduzido, e somente uma regularidade climática nos próximos 60 dias pode trazer uma nova recuperação”, alerta o analista.

Fonte: Safras & Mercado