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Quinta, 23 de Setembro de 2021
Governo suspende PIS/Cofins na importação de milho para desonerar custo do grão no mercado interno
Governo suspende PIS/Cofins na importação de milho para desonerar custo do grão no mercado interno Fonte: Ministério da Agricultura e Pecuária

O Governo Federal suspendeu a cobrança de PIS e Cofins na importação de milho até 31 de dezembro deste ano. O objetivo é desonerar o custo de aquisição externa com foco no aumento da oferta interna buscando reduzir a pressão de preços e os custos dos criadores de animais, já que o grão é importante insumo na alimentação de bovinos, suínos e aves. 

A medida consta na Medida Provisória Nº 1.071, publicada nesta quinta-feira (23) e foi proposta pela ministra Tereza Cristina (Agricultura, Pecuária e Abastecimento), em razão da quebra na produção de milho por causa da seca, e do cenário de aperto no abastecimento, o que provocou alta no preço do milho para os criadores de animais.

Segundo a MP, ficam reduzidas a zero, até 31 de dezembro de 2021, as alíquotas de contribuição incidentes na importação do milho. A Medida Provisória entra em vigor no quinto dia útil após a data de sua publicação.

A suspensão permitirá a compra de milho de outros mercados fora do Mercosul de maneira competitiva, melhorando o abastecimento interno e evitando reajuste nos preços das carnes para o consumidor. A expectativa é que a retirada da cobrança da tarifa represente redução de 9,25% no custo de importação ou R$ 9 por saca.

De acordo com o levantamento mais recente da Conab (setembro), a produção nacional de milho safra 2020/2021 deve chegar a 85,7 milhões de toneladas, uma redução de 16,4% em comparação ao ciclo anterior (102,5 milhões de toneladas), impactada por problemas climáticos.

Outra medida tomada, recentemente, pela Câmara de Comércio Exterior (Camex), foi a retirada do imposto de importação (8%), a Tarifa Externa Comum (TEC), do milho até o fim deste ano, e a facilitação para as compras de milho geneticamente modificado cultivado nos Estados Unidos. Ambas normativas foram propostas pelo Ministério da Agricultura.

Milho balcão

O Governo Federal também autorizou leilões públicos de compra ou de remoção de estoque de milho realizados pela Conab de forma a garantir a regularidade do abastecimento do cereal, beneficiando pequenos criadores de animais, inclusive aquicultores.

A previsão é adquirir até 110 mil toneladas para atender o Programa de Venda em Balcão (ProVB) até o final do ano. Os leilões deverão ter início este mês.

Com a publicação da Medida Provisória 1.064, em 17 de agosto deste ano, foi definida a compra, anual, de até 200 mil toneladas de milho, em condições de mercado, para atendimento ao Programa, por meio da Política de Formação de Estoques Públicos. O anúncio foi feito pelo presidente Jair Bolsonaro e pela ministra Tereza Cristina.

Fonte: Ministério da Agricultura e Pecuária - Inez De Podestà

Quinta, 23 de Setembro de 2021
Volume de carne bovina estocada preocupa mercado, diz Safras
Volume de carne bovina estocada preocupa mercado, diz Safras Fonte: Canal Rural

Segundo análise da consultoria, até a reabertura oficial para o mercado chinês, há um volume considerável de carne em câmaras e portos

O mercado físico de boi gordo registrou preços estáveis nesta quarta-feira, 22. Segundo o analista da Safras & Mercado, Fernando Henrique Iglesias, os frigoríficos foram bem-sucedidos em realizar negociações abaixo da referência média em alguns estados principalmente no Mato Grosso e em Goiás. Já em São Paulo, Minas Gerais e Mato Grosso do Sul, os preços se estabilizaram.

 “O cenário segue bastante complicado, com grande expectativa da retomada das compras chinesas. Desde o início do mês a situação segue com poucas alterações, mesmo com a OIE dando o caso como encerrado, mantendo o status sanitário brasileiro o embargo ainda não se reverteu. A logística ainda é uma preocupação recorrente, com volume relevante de carne estocada em câmaras frias e mesmo nos portos”, apontou Iglesias.

Com isso, em São Paulo, Capital, a referência para a arroba do boi ficou estável em R$ 304 na modalidade à prazo. Em Goiânia (GO), a arroba permaneceu em R$ 290. Em Dourados (MS), a arroba foi indicada em R$ 302, estável. Em Cuiabá, a arroba ficou indicada em R$ 283. Em Uberaba, Minas Gerais, preços a R$ 302, inalterada.

Atacado

Já no mercado atacadista, os preços da carne bovina seguem firmes. O ambiente de negócios ainda não sugere por espaço para maior reação dos preços no curto prazo. A preocupação ainda é com a possibilidade do estoque destinado à exportação seja disponibilizado no mercado doméstico, o que geraria maior pressão sobre os preços da carne e por consequência sobre as cotações do boi gordo.

O quarto dianteiro ainda é precificado a R$ 16,30. Ponta de agulha também permanece precificada a R$ 16,30, por quilo. Quarto traseiro ainda é precificado a R$ 21,50, por quilo.

Fonte: Canal Rural – Agência Safras

Imagem: Canal Rural

Quinta, 23 de Setembro de 2021
Copom eleva juros básicos da economia para 6,25% ao ano
Copom eleva juros básicos da economia para 6,25% ao ano Fonte: Agrolink

Em meio ao aumento da inflação de alimentos, combustíveis e energia, o Banco Central (BC) apertou ainda mais os cintos na política monetária. Por unanimidade, o Comitê de Política Monetária (Copom) elevou a taxa Selic - juros básicos da economia - de 5,25% para 6,25% ao ano. A decisão era esperada pelos analistas financeiros.

A taxa está no nível mais alto desde julho de 2019, quando estava em 6,5% ao ano. Esse foi o quinto reajuste consecutivo na taxa Selic. De março a junho, o Copom tinha elevado a taxa em 0,75 ponto percentual em cada encontro. No início de agosto, o BC passou a aumentar a Selic em 1 ponto a cada reunião.

Em comunicado, o Copom informou que deverá elevar novamente a Selic em um ponto percentual na próxima reunião, no fim de outubro. Com o teto da meta de inflação estourado em 2021, o órgão informou que trabalha para trazer a inflação de volta para o intervalo da meta em 2022 e, “em algum grau”, em 2023.

“O Copom considera que, no atual estágio do ciclo de elevação de juros, esse ritmo de ajuste [um ponto percentual por reunião] é o mais adequado para garantir a convergência da inflação para a meta no horizonte relevante e, simultaneamente, permitir que o Comitê obtenha mais informações sobre o estado da economia e o grau de persistência dos choques”, destacou o texto.

Com a decisão, a Selic continua num ciclo de alta. De julho de 2015 a outubro de 2016, a taxa permaneceu em 14,25% ao ano. Depois disso, o Copom voltou a reduzir os juros básicos da economia até que a taxa chegasse a 6,5% ao ano em março de 2018. A Selic voltou a ser reduzida em agosto de 2019 até alcançar 2% ao ano em agosto de 2020, influenciada pela contração econômica gerada pela pandemia de covid-19. Esse era o menor nível da série histórica iniciada em 1986.

Inflação
A Selic é o principal instrumento do Banco Central para manter sob controle a inflação oficial, medida pelo Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA). Em agosto, o indicador fechou no maior nível para o mês desde 2000 e acumula 9,68% em 12 meses, pressionado pelo dólar, pelos combustíveis e pela alta da energia elétrica.

O valor está acima do teto da meta de inflação. Para 2021, o Conselho Monetário Nacional (CMN) tinha fixado meta de inflação de 3,75%, com margem de tolerância de 1,5 ponto percentual. O IPCA, portanto, não podia superar 5,25% neste ano nem ficar abaixo de 2,25%.

No Relatório de Inflação divulgado no fim de junho pelo Banco Central, a autoridade monetária estimava que, em 2021, o IPCA fecharia o ano em 5,82% no cenário base. Mesmo com uma queda nos índices no segundo semestre, esse cenário considera o estouro do teto da meta de inflação em 2021.

A projeção está abaixo das previsões do mercado. De acordo com o boletim Focus, pesquisa semanal com instituições financeiras divulgada pelo BC, a inflação oficial deverá fechar o ano em 8,35%. A projeção oficial só será atualizada no próximo Relatório de Inflação, no fim deste mês.

Crédito mais caro
A elevação da taxa Selic ajuda a controlar a inflação. Isso porque juros maiores encarecem o crédito e desestimulam a produção e o consumo. Por outro lado, taxas mais altas dificultam a recuperação da economia. No último Relatório de Inflação, o Banco Central projetava crescimento de 4,6% para a economia em 2021.

O mercado projeta crescimento maior. Segundo a última edição do boletim Focus, os analistas econômicos preveem expansão de 5,04% do Produto Interno Bruto (PIB, soma dos bens e serviços produzidos pelo país) neste ano.

A taxa básica de juros é usada nas negociações de títulos públicos no Sistema Especial de Liquidação e Custódia (Selic) e serve de referência para as demais taxas de juros da economia. Ao reajustá-la para cima, o Banco Central segura o excesso de demanda que pressiona os preços, porque juros mais altos encarecem o crédito e estimulam a poupança.

Ao reduzir os juros básicos, o Copom barateia o crédito e incentiva a produção e o consumo, mas enfraquece o controle da inflação. Para cortar a Selic, a autoridade monetária precisa estar segura de que os preços estão sob controle e não correm risco de subir.

Fonte: Agrolink - Agência Brasil

Quinta, 23 de Setembro de 2021
Trigo transgênico na Argentina pode ser um “tiro no pé”, diz consultor
Trigo transgênico na Argentina pode ser um “tiro no pé”, diz consultor Fonte: Safras & Mercados

O aumento da produção de trigo transgênico pode ser na Argentina pode ser um tiro no pé da cadeia produtiva do país. Segundo o consultor Pablo Maluenda, que participou, nesta terça-feira, do 28o Congresso Internacional da Indústria do Trigo, realizado pela Associação Brasileira da Indústria do Trigo (Abitrigo), a Argentina deve destinar uma área entre 55 e 60 mil hectares ao grão geneticamente modificado. Isso permite estimar um potencial produtivo entre 200 e 250 mil toneladas.

“Sem dúvida o produto será rejeitado por muitos países e isso pode interromper as importações do produto argentino por alguns deles”, conforme Maluenda, o transgênico também é um ponto perigoso pois a restrição do cultivo não é simples. “A semente pode se espalhar facilmente pelo país e ‘contaminar’ outros cultivos”, disse.

O presidente do Sistema OCB, Márcio Lopes de Freitas, disse que o transgênico não é um problema só da Argentina. “O risco no Brasil também é grande. A semente pode entrar de forma clandestina, mas o Mapa e a defesa sanitária estarão atentos”, projetou.

Freitas disse que as empresas que detém a tecnologia têm que negociar com o consumidor final. “Só assim o produto será bem-vindo ao produtor. Hoje em dia, ele não está disposto a encarar essa ‘aventura’ do transgênico”.

O jornalista especializado em agronegócio e marketing, José Luiz Tejon, concorda que “a ciência tem que negociar com o comércio, com os consumidores, com a mídia”. Para ele, o tema é muito delicado, visto que o trigo é consumido praticamente in natura. “Sem a cadeia produtiva, duvido que esta tecnologia progrida”, enfatizou.

Fonte: Safras & Mercado - Gabriel Nascimento

Quinta, 23 de Setembro de 2021
CNA reitera pedido de suplementação de recursos para o seguro rural
CNA reitera pedido de suplementação de recursos para o seguro rural Fonte: Canal Rural

Se o valor de R$ 376 milhões fosse liberado, o setor alcançaria o volume de R$ 1,3 bilhão anunciado no Plano Agrícola e Pecuário para 2021

A Confederação da Agricultura e Pecuária do Brasil (CNA) reiterou o pedido de suplementação orçamentária no valor de R$ 376 milhões para o Programa de Subvenção ao Prêmio do Seguro Rural (PSR), feito à pasta na semana passada para o Ministério da Economia.

Nesta quarta-feira, 22, o diretor técnico da CNA, Bruno Lucchi e a deputada Aline Sleutjes (PSL-PR), presidente da Comissão de Agricultura, Pecuária, Abastecimento e Desenvolvimento Rural da Câmara dos Deputados, estiveram na pasta.

O orçamento de 2021 do PSR vem sofrendo sucessivos ajustes. No ano passado, a Agricultura anunciou R$ 1,3 bilhão para a safra 2020/21. No entanto, a aplicação dos recursos é feita durante o ano fiscal e depende de aprovação do orçamento anual pelo Congresso.

Inicialmente, o montante aprovado foi de R$ 976 milhões, mas cortes no orçamento reduziram o total a R$ 924 milhões. Destes, R$ 890 milhões já foram consumidos, conforme comunicado do Ministério da Agricultura.

Suplementação

Se liberado o valor de R$ 376 milhões, o setor alcançaria o volume de R$ 1,3 bilhão anunciado no Plano Agrícola e Pecuário para 2021.

 “O setor reconhece o compromisso do Governo Federal com a política de gestão de riscos nos últimos anos e nossa solicitação de suplementação orçamentária é justamente para não deixarmos desamparados os produtores que têm adotado os instrumentos de mitigação de riscos, em função dessa credibilidade”, afirmou Lucchi.

Na avaliação da deputada Aline Sleutjes, o Programa do Seguro Rural é uma política pública estruturante e por isso é importante trabalhar para fomentá-la.

“Minha missão, enquanto presidente da Comissão de Agricultura da Câmara Federal e vice líder do Governo no Congresso, é sensibilizar e defender as pautas que ajudam o agro e o Brasil. Estou feliz de ouvir do Ministério da Economia o compromisso de suplementar as dotações do programa ainda em 2021 assim que o Congresso analisar as matérias orçamentárias que estão no Legislativo”.

A assessora técnica da CNA, Fernanda Schwantes, ressaltou que a CNA tem defendido os incentivos à gestão de riscos para promoção do cultivo de milho 1ª safra e para minimizar pressões em torno da redução do uso de tecnologias em caso de frustração de safras e por renegociações de dívidas.

Fonte: Canal Rural

Imagem: Marcello Casal Jr.

Quinta, 23 de Setembro de 2021
Fatores Climáticos: La Niña pode atrasar chuva no Sudeste e Centro-Oeste
Fatores Climáticos: La Niña pode atrasar chuva no Sudeste e Centro-Oeste Fonte: AF News Agrícola

A primavera começa com um corredor de umidade da costa do Sudeste até o Norte do país, onde estão concentrados os maiores acumulados de chuva.

Devido à influência do La Niña, a precipitação entre o Sudeste e Centro-Oeste pode atrasar um pouco, mas a meteorologia diz que não será um atraso tão significativo quanto aquele observado no ano passado, mas serão chuvas irregulares.

A previsão do tempo destaca que nesta primavera as chuvas devem ficar acima da média em áreas do Espírito Santo, Mato Grosso, Matopiba e em algumas localidades no Norte.

Por outro, as precipitações devem ficar abaixo do esperado na região Sul, especialmente no estado gaúcho. Não haverá ausência de chuva, mas ela virá com menor volume.

Para a primavera, os maiores índices são esperados no norte de Mato Grosso, Goiás e Tocantins e áreas do Pará, podendo chegar a 950 mm para a nova estação. Para o Rio Grande do Sul, são estimados apenas 200 mm.

Nesta quinta, 23, uma nova frente fria leva chuvas para o Sul e Norte do Brasil. A meteorologia destaca, ainda, para um contraste térmico, onde a temperatura pode chegar a 3ºC em áreas do Sul, enquanto no Centro-Oeste os termômetros podem passar dos 40°C.

Fonte: AF News Agrícola - Giulia Zenidin

Quarta, 22 de Setembro de 2021
Dívida de empresa chinesa pode impactar agro brasileiro
Dívida de empresa chinesa pode impactar agro brasileiro Fonte: Agrolink

Nesta quarta-feira (22.09), a gigante imobiliária chinesa Evergrande anunciou um pequeno acordo com um credor local

 

O anúncio, na última segunda-feira, do gigante Evergrande, um dos maiores conglomerados empresariais da China, sobre a dificuldades de honrar seus pagamentos, fez com que as bolsas de valores de todo o mundo despencassem. Além de ser uma das grandes incorporadoras, eles também têm investimentos importantes nos setores de alimentação, bebidas e carros elétricos. Somado a isso, são donos do maior time de futebol da China, o Guangzhou, atual campeão da Liga Chinesa e o maior vencedor do campeonato nacional.

Fundada na década de 1990, Evergrande experimentou um crescimento frenético alimentado por um grande endividamento que agora ultrapassa US$ 300 bilhões. Os temores de falência da Evergrande e de um contágio à economia chinesa e mundial afetaram as Bolsas esta semana. Nesta quarta-feira (22.09), a gigante imobiliária chinesa Evergrande anunciou um pequeno acordo com um credor local, para evitar o calote dos juros de um título, e que deve aliviar a tensão na economia global. Em comunicado à Bolsa de Valores de Shenzhen (sul da China), sua subsidiária Hengda afirmou ter negociado um plano para pagar os juros de um título vencido, estimado em US$ 35,9 milhões.

De acordo com o artigo Possível calote da chinesa Evergrande pode impactar o agro brasileiro de Claudine Saldanha Cesar Pinheiro Machado, Doutora em agronegócios, economista e CEO da boutique financeira Pinheiro Machado, a empresa é tão importante que se estima que ela seja responsável por em torno de 2% do PIB atual chinês. Fato é que recentemente eles fizeram um empréstimo no valor de US$ 300 bilhões sendo a maioria desse dinheiro emprestado via o sistema financeiro, justificando investimentos na área do seu setor imobiliário. Esta movimentação já estava sendo bastante questionada e acompanhada pelos analistas. Há dúvidas acerca do potencial contágio que isso teria no próprio sistema financeiro da China e pelo tamanho da empresa no sistema financeiro global.

Como dizem os mais antigos, para entender o presente e o futuro temos que olhar para o passado.  Por exemplo, em 2008 o caso do Lehman Brothers, foi o prenúncio da grande crise financeira que resultou em grandes reflexos. O valor que estava envolvido na época era ligeiramente superior ao atual. Mas, para os analistas isso acende uma luz de alerta no mercado financeiro, principalmente pelos efeitos que isso vai causar em primeiro lugar num nível de atividade interna da China e, em segundo lugar, na possibilidade de para o sistema financeiro chinês e em consequência para o sistema financeiro Internacional.

Isso com certeza vai impactar no agro brasileiro de várias formas. Em primeiro lugar, um eventual default do Evergrande vai afetar a atividade econômica interna na China. E isso vai diminuir a demanda por commodities brasileiras. O mercado já vem assistindo a uma diminuição do apetite chinês, que já vinha restringindo a sua atividade e diminuindo as importações com vistas a garantir certos padrões ambientais para as olimpíadas de inverno que vão acontecer em Pequim, somente em fevereiro de 2022.

Muitos analistas já vinham avisando que a China estava fazendo estoques de commodities, em especial de minério de ferro, aço e produtos agrícolas, já com vistas a baixar um pouco a demanda por importação durante o início do próximo ano. Essa crise do Evergrande vem acirrar mais ainda essa diminuição da voracidade chinesa pelas commodities em geral e claro impactando no nível de demanda para o agronegócio brasileiro.

Um possível contágio para o sistema financeiro da China e em consequência para o sistema financeiro Internacional pode levar a uma nova crise Internacional como aquela que vivemos com a quebra do Lehman Brothers em 2008. Essa crise teria um impacto muito forte no nível da demanda, pelo menos nas commodities brasileiras.

Além dos efeitos diretos e indiretos que uma crise financeira pode causar em termos de limitações de crédito, falências, desemprego e reputação para atrair investimentos, existem fatores influenciados por questões culturais envolvendo a China e a Ásia do Leste. Estes locais tradicionalmente consomem uma gama maior de alimentos do que se consome nos países ocidentais, ou seja, a possibilidade de encontrar substitutos para os produtos alimentares brasileiros no mercado local é mais vasta na Ásia do que em outros países. Portanto, a paleta de alimentação deles é mais fácil de adaptar. Há um choque de demanda, como pode acontecer no caso do Evergrande.

Muitos analistas vêm questionando se o Evergrande seria um caso tão grave e, se o governo chinês nesse caso viria intervir para salvar o conglomerado. Não se pode esquecer que o governo chinês já vem conduzindo uma política de aumentar a regulação sobre esses grandes conglomerados e diminuir a influência tanto econômica quanto política que eles têm. Não está claro, ainda, se o governo vai ou não salvar o Evergrande. A maioria dos analistas imagina que eles vão ajudar os trabalhadores estimados em mais de 125 mil funcionários.

Neste momento, talvez ganhe algum tipo de ajuda para os trabalhadores, mas não para a empresa em si. É muito provável que por questões políticas internas a China deixe que o Evergrande quebre, faça o seu ajuste necessário no seu setor imobiliário, que não foi feito em outros lugares, e saia na frente nesse quesito e, aumente o controle do partido comunista chinês sobre certos setores da economia. Que ainda estavam na mão de grandes conglomerados.

É sempre importante lembrar que os chineses têm planos de lançar a sua moeda digital durante as olimpíadas de inverno de 2022. Isso pode ser uma oportunidade da China de prestar um auxílio financeiro direto para sua população sem a interferência do mercado financeiro, ou seja, é possível que a China abandone o mercado financeiro à sua própria sorte.

Como fica o câmbio?

Com relação ao câmbio é importante lembrar que, muito provavelmente, com o lançamento da moeda digital chinesa segure um pouco a desvalorização do yuan, que perdeu muito valor em relação ao dólar nos últimos dias com as notícias do Evergrande. Isso tem um impacto direto nas exportações brasileiras porque com o yuan mais fraco, o produto brasileiro fica mais caro para o consumidor chinês. Diminuindo ainda mais uma demanda que já vem se diminuindo nos últimos meses.

Para os produtores e operadores do agronegócio brasileiro o mais importante nesse momento é cautela. É importante ter na mesa um plano. É importante uma estratégia financeira para se proteger sobre uma eventual turbulência e começar a pensar em mercados alternativos para os seus produtos, caso a demanda chinesa não atenda a compra da produção brasileira, como vinha fazendo nos últimos anos. Uma estratégia de hedge e seguros nesse momento nos parece fundamental.

Fonte: Agrolink - Aline Merladete

Quarta, 22 de Setembro de 2021
Soja e milho seguem em queda no Brasil;
Soja e milho seguem em queda no Brasil; Fonte: Canal Rural

Boi: oferta não exportada pode pressionar arroba negociada no mercado interno

Milho: indicador do Cepea segue em queda

Soja: cotações têm nova baixa no porto de Paranaguá (PR)

Café: preços alcançam leve alta no Brasil e em Nova York

No exterior: mercados testam recuperação, mas voltam a recuar

No Brasil: menor pressão externa e precatórios fazem Ibovespa voltar acima dos 110 mil pontos

Agenda:

Brasil: dados das lavouras do Paraná (Deral)

Brasil: estimativa para a safra brasileira de café em 2021 (Conab)

EUA: construção de novas casas em agosto

Boi: oferta não exportada pode pressionar arroba negociada no mercado interno

De acordo com a consultoria Safras & Mercado, a suspensão das exportações de carne bovina à China segue em foco. Segundo o analista Fernando Iglesias, o expressivo volume estocado em câmaras frias ou nos portos pode pressionar negativamente os preços domésticos da carne. Dessa forma, isso ofereceria um elemento com forte potencial de queda para a arroba.

Na B3, as cotações dos contratos futuros do boi gordo seguiram com leve valorização nos vértices de 2021, enquanto que para 2022 as altas mais consistentes. O ajuste do vencimento para setembro passou de R$ 302,50 para R$ 302,55, do outubro foi de R$ 307,85 para R$ 307,90 e do novembro foi de R$ 317,05 para R$ 317,40 por arroba.

Milho: indicador do Cepea segue em queda

O indicador do milho do Cepea, calculado com base nos preços praticados em Campinas (SP), chegou ao terceiro dia de baixa. A cotação variou -0,79% em relação ao dia anterior e passou de R$ 92,81 para R$ 92,08 por saca. Portanto, no acumulado do ano, o indicador teve uma alta de 17,08%. Em 12 meses, os preços alcançaram 55,57% de valorização.

Na bolsa brasileira, a B3, a curva de contratos futuros do milho apresentou apenas leves variações, com altas predominando nas pontas mais curtas e quedas nas mais longas. O ajuste do vencimento para novembro foi de R$ 92,77 para R$ 92,67, do janeiro de 2022 ficou estável em R$ 94,08, do março foi de R$ 93,82 para R$ 93,85 e por fim, do maio saiu de R$ 89,23 para R$ 89,73 por saca.

Soja: cotações seguem Chicago e têm desvalorização

O indicador da soja do Cepea, calculado com base nos preços praticados no porto de Paranaguá (PR), assim como no caso do milho, chegou ao terceiro dia consecutivo de baixa. A cotação variou -0,93% em relação ao dia anterior e passou de R$ 173,64 para R$ 172,02 por saca. Desse modo, no acumulado do ano, o indicador teve uma alta de 11,77%. Em 12 meses, os preços alcançaram 19,03% de valorização.

Na bolsa de Chicago, as cotações dos contratos futuros da soja tiveram recuperação parcial das quedas observadas nos dois pregões anteriores. Ainda assim, os preços parecem não ter força para voltar a superar o patamar de US$ 13 por bushel. O vencimento para novembro subiu 0,92% na comparação diária e passou de US$ 12,624 para US$ 12,74 por bushel.

Café: preços alcançam leve alta no Brasil e em Nova York

De acordo com a Safras & Mercado, as cotações do café no Brasil tiveram uma leve alta, seguindo a recuperação parcial de Nova York. No sul de Minas Gerais, o arábica bebida boa com 15% de catação passou de R$ 1.065/1.070 para R$ 1.070/1.075, enquanto que no cerrado mineiro, o bebida dura com 15% de catação foi de R$ 1.070/1.075 para R$ 1.075/1.080 por saca.

Na bolsa de Nova York, as cotações do café arábica fecharam em leve alta e reagiram positivamente à redução da estimativa da safra brasileira de 2021 da Companhia Nacional de Abastecimento (Conab). O vencimento para dezembro, o mais negociado atualmente, teve valorização de 0,41% na comparação diária e passou de US$ 1,826 para US$ 1,8335 por libra-peso.

No exterior: mercados testam recuperação, mas voltam a recuar

As bolsas norte-americanas operaram grande parte do dia em alta, testando uma ligeira melhora em relação à forte queda do dia anterior. Porém, no final do pregão, a pressão de venda voltou a ganhar força e os principais índices fecharam o dia com novas baixas, mesmo que bem menores que na última segunda-feira, dia 20.

Apesar da expectativa de que o governo chinês deva socorrer a empresa Evergrande, umas das maiores incorporadoras do país, a incerteza penaliza os ativos globais pelo risco de contágio. Além disso, os investidores esperam hoje, quarta-feira, 22, a decisão de política monetária do Federal Reserve sobre a retirada de estímulos em 2021.

No Brasil: menor pressão externa e precatórios fazem Ibovespa voltar acima dos 110 mil pontos

Com exterior menos pressionado e aparente acordo em relação à situação dos gastos com precatórios, o Ibovespa apresentou recuperação parcial. Dessa forma, o principal índice de ações da bolsa brasileira avançou 1,29% na comparação diária e ficou cotado aos 110.249 pontos. Enquanto isso, o dólar comercial caiu 0,84% e passou de R$ 5,331 para R$ 5,286.

O presidente do Senado Federal, Senador Rodrigo Pacheco (DEM-MG), disse nesta terça-feira, 21, que irá apresentar ao Congresso Nacional uma proposta de solução para o pagamento dos precatórios previstos para 2022. Essas dívidas judiciais estão pressionando o Teto dos Gastos do ano que vem e geraram polêmica entre Executivo, Legislativo e Judiciário para resolver o problema.

Fonte: Canal Rural –Felipe Leon com Agência de Notícias

Imagem: www.gov.br

Quarta, 22 de Setembro de 2021
Trigo fecha em baixa em Chicago com dólar forte e fatores técnicos
Trigo fecha em baixa em Chicago com dólar forte e fatores técnicos Fonte: Safras & Mercados

A Bolsa de Mercadorias de Chicago (CBOT) para o trigo encerrou com preços significativamente mais baixos. O mercado acentuou as perdas registradas mais cedo, pressionado pela firmeza do dólar frente a outras moedas. Além disso, fatores técnicos contribuíram para a queda.

O Departamento de Agricultura dos Estados Unidos (USDA) divulgou relatório sobre a evolução do plantio das lavouras de trigo de inverno. Até 19 de setembro, a semeadura estava apontada em 21%. Em igual período do ano passado, o plantio estava em 19% e a média dos últimos cinco anos é de 18%. O mercado apostava em número de 22%.

No fechamento de hoje, os contratos com entrega em dezembro de 2021 eram cotados a US$ 6,90 1/4 por bushel, baixa de 10,50 centavos de dólar, ou 1,49%, em relação ao fechamento anterior. Os contratos com entrega em março de 2022 eram negociados a US$ 7,01 por bushel, recuo de 10,50 centavo de dólar, ou 1,47%, em relação ao fechamento anterior.

Fonte: Safras & Mercado - Gabriel Nascimento

Quarta, 22 de Setembro de 2021
Comissão de Assuntos Econômicos do Senado aprova BR do Mar
Comissão de Assuntos Econômicos do Senado aprova BR do Mar Fonte: Portal DBO

Idealizado pelo Ministério da Infraestrutura, o PL visa a flexibilização do afretamento de embarcações estrangeiras para serem usadas na cabotagem

O projeto do governo de incentivo à navegação de cabotagem, chamado de BR do Mar, avançou no Senado.

A proposta foi aprovada nesta terça-feira, 21, pela Comissão de Assuntos Econômicos (CAE) da Casa, sob relatoria do senador Nelsinho Trad (PSD-MS), e tem como um dos pilares a flexibilização do afretamento de embarcações estrangeiras para serem usadas na cabotagem.

Idealizado pelo Ministério da Infraestrutura, o PL pretende flexibilizar essas regras para aumentar a oferta de navios e, portanto, a concorrência, baixando os custos desse tipo de navegação.

O BR do Mar prevê que as empresas de navegação poderão, depois de um prazo de transição, alugar embarcações a casco nu (alterando a bandeira estrangeira do navio para brasileira) sem ter navios brasileiros próprios.

Esse cenário de liberação total, no entanto, vai acontecer somente a partir de 2027, de acordo com o texto de Trad, que esticou esses prazos em relação ao que foi proposto pelo governo.

Já em relação ao aluguel de navios a tempo – quando a bandeira estrangeira é mantida, reduzindo os custos -, a proposta prevê mais hipóteses em relação às normas atuais.

No entanto, para acessar esses novos formatos, o negócio só poderá afretar navios que sejam de subsidiária estrangeira pertencente a uma empresa brasileira de navegação. Para o governo, isso dá mais segurança de que haverá frota disponível para a cabotagem no Brasil.

Apesar de manter essas regras gerais no texto, Trad precisou costurar alterações e incluir na proposta sugestão da senadora Kátia Abreu (PP-TO), que defende um tipo de abertura do aluguel de embarcações estrangeiras diferente da formatada pelo Ministério da Infraestrutura e critica o modelo criado pela pasta.

Segundo apurou o Broadcast Político (sistema de notícias em tempo real do Grupo Estado), a modificação foi acertada previamente com integrantes da pasta.

Diante desse cenário, Trad aceitou em novo parecer incluir, de forma parcial, uma regra sugerida pela senadora, flexibilizando ainda mais a entrada de embarcações a tempo no Brasil. Atualmente, o afretamento nessa modalidade é bem restrito.

A lei atual define que uma das hipóteses para afretar dessa forma é que não exista ou não tenha à disposição uma embarcação de bandeira brasileira do tipo e porte adequados para o transporte pretendido – isso é verificado na chamada “circularização”, uma espécie de consulta ao mercado.

Pelo novo texto, nesses casos, a regulamentação do afretamento não poderá limitar o número de viagens a serem realizadas. Kátia argumenta que a restrição torna o mercado menos competitivo. Mas, para o governo, esse tipo de liberalização não incentiva que as empresas tenham embarcações próprias.

No primeiro relatório apresentado, Trad afirmou que não poderia acolher a emenda de Kátia com a justificativa de que o mercado de cabotagem não poderia operar à mercê da volatilidade dos fretes e da falta de previsão quanto à disponibilidade de embarcações na costa brasileira.

Já no novo parecer, o relator aceita incorporar a regra proposta pela senadora, mas com uma restrição. Será possível permitir o número ilimitado de viagens, desde que a autorização para o afretamento vincule uma embarcação específica. O senador argumentou que essa prática evita a abertura indiscriminada para navios estrangeiros e, ao mesmo tempo, “promove a competição, flexibiliza e desburocratiza os afretamentos a tempo, sem a necessidade de constantes e sucessivas circularizações”, disse ele.

Mesmo com esse ajuste no relatório, Kátia afirmou nesta terça-feira que o BR do Mar ainda mantém distorções que, segundo ela, precisam ser sanadas durante os próximos passos do projeto no Senado. Regimentalmente, a proposta ainda precisa passar pelas comissões de Agricultura e Reforma Agrária (CRA), de Constituição e Justiça (CCJ) e de Infraestrutura (CI) antes de ir à votação no plenário.

“Votarei a favor do relatório de Trad pois teve muitos avanços, mas registro que lá na frente ainda vou continuar lutando”, disse a senadora.

Fonte: Portal DBO