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Segunda, 24 de Maio de 2021
Mercado de Carnes: Consumo de carne no Brasil cai ao menor nível em 25 anos
Mercado de Carnes: Consumo de carne no Brasil cai ao menor nível em 25 anos Fonte: AF News Agricola

Preços de cortes bovinos disparam no mercado interno, na esteira de valores recordes da arroba do boi gordo. Confira:

A pandemia da Covid-19 provocou mudanças à mesa dos brasileiros, que cortaram o consumo de carne bovina para o menor nível em 25 anos, de acordo com dados do governo, que calcula a disponibilidade interna do produto subtraindo o volume exportado da produção nacional.

Não bastasse a perda de renda da população, os preços de cortes bovinos dispararam, na esteira de valores recordes da arroba do boi gordo, limitando o consumo interno, enquanto a China importa como nunca carnes do Brasil.

Agora, cada brasileiro consome 26,4 quilos desta proteína ao ano, queda de quase 14% em relação a 2019 —quando ainda não havia crise sanitária. Este é o menor nível desde 1996, início da série histórica da Conab (Companhia Nacional de Abastecimento).

Só nos primeiros quatro meses do ano, o consumo per capita de carne bovina caiu mais de 4% em relação a 2020, estima a Conab.

"A questão da pandemia trouxe desemprego e perda de renda", disse à Reuters Guilherme Malafaia, pesquisador do setor de bovinos da Embrapa. "Isto empobreceu a população e também gerou perda de poder aquisitivo, enfraquecendo o consumo interno da proteína."

A alta da carne bovina levou o brasileiro a procurar opções mais baratas, incluindo frangos e suínos. Além disso, o consumo de ovos, que o Brasil quase não exporta, chegou ao maior nível em 20 anos.

Enquanto o Brasil fica mais pobre, uma doença que dizimou boa parte do rebanho suíno da China diminuiu a oferta de carne naquele país, levando-o a importar mais proteína de outros lugares.

Isto ajudou a fomentar uma inflação global dos alimentos, que também assola o Brasil.

Sergio de Zen, diretor de política agrícola da Conab, disse à Reuters que o mundo todo está pagando mais por comida. Ele acrescentou que a moeda fraca castiga o Brasil em especial, pois o câmbio desvalorizado aumenta os custos de produção aqui.

De acordo com o IBGE, o preço das carnes em geral subiu 35% no país nos 12 meses até abril, mais que cinco vezes o próprio IPCA no período.

No caso da arroba do boi, o preço subiu mais de 50% na comparação com o mesmo período de 2020, operando atualmente em cerca de 305 reais, um pouco abaixo da máxima história registrada em 2021, segundo dados do Cepea.

Os frigoríficos lidam ainda com uma cíclica diminuição da oferta de animais para abate.

Consumo de ovos aumentou durante a pandemia

Com a alta das carnes, algumas famílias agora comem mais ovos.

De olho na nova clientela, há maior procura por material genético para produzir ovos em pequena escala e vendê-los nas grandes cidades, diz Marcelo Miele, pesquisador para aves e suínos da Embrapa.

O preço do ovo não subiu como o do frango, cuja alta ficou em linha com a inflação de alimentos; e muito menos que o do suíno, que subiu bem acima dos alimentos por causa de um aumento da exportação para China, disse Miele.

No lado da oferta, a alta do preço das carnes no Brasil também reflete maiores custos de produção.

Para as empresas, a escassez de bovinos para abate causa uma ociosidade na indústria que seria entre 35% e 40%, estima Malafaia, com reflexos no suprimento doméstico. Se a empresa tem autorização para exportar, a preferência é abater e vender a clientes como a China, que pagam em dólares e cobrem os custos, disse.

Já do lado das aves e suínos, o vilão é o milho, que dobrou de preço no último ano e é o mais importante componente da ração. Mas mesmo com custos mais altos, os produtores de frango e suínos conseguiram aumentar a disponibilidade interna dos dois tipos de proteína.

Houve alta de 5% no consumo per capita de suínos e 6% no de frango em 2020, parte disso impulsionado pelo auxílio emergencial, disse Miele, citando dados da indústria e do IBGE.

"Com a pandemia, pensamos que haveria problemas de ruptura da cadeia", disse Miele referindo-se a frangos e suínos. "Mas pelo que aparece na estatística de consumo per capita, não foi isto que aconteceu."

Fonte: AF News Agricola - Giulia Zenidin

Imagem: Mercado de Carnes

Segunda, 24 de Maio de 2021
Brasil deverá ter moeda digital
Brasil deverá ter moeda digital Fonte: Agrolink

Nova moeda seria emitida pelo Banco Central como uma extensão da moeda física

O Banco Central do Brasil divulgou, nesta segunda-feira (24), as diretrizes para a criação de uma moeda digital no país que seria usada como a extensão da moeda física. Em nota, a instituição disse que “tem promovido discussões internas e com seus pares internacionais visando ao eventual desenvolvimento” da moeda. Afirmou que a moeda deve “acompanhar o dinamismo da evolução tecnológica da economia brasileira”.

Entre as diretrizes estão a ênfase na possibilidade de desenvolvimento de modelos inovadores a partir de evoluções tecnológicas, como contratos inteligentes (smart contracts), internet das coisas (IoT) e dinheiro programável; a previsão de uso em pagamentos de varejo; e a capacidade para realizar operações online e eventualmente operações offline.

A distribuição ao público será intermediada por custodiantes do Sistema Financeiro Nacional (SFN) e do Sistema de Pagamentos Brasileiro (SPB), sem remuneração às instituições. Também deverá ser garantida a “segurança jurídica em suas operações” e a “aderência a todos os princípios e regras de privacidade e segurança determinados, em especial, pela Lei Complementar nº 105, de 2001 (sigilo bancário), e pela Lei Geral de Proteção de Dados Pessoais”.

De acordo com o Banco Central, a tecnologia de criação da moeda deve “seguir as recomendações internacionais e normas legais sobre prevenção à lavagem de dinheiro, ao financiamento do terrorismo e ao financiamento da proliferação de armas de destruição em massa, inclusive em cumprimento a ordens judiciais para rastrear operações ilícitas”. A moeda também deve permitir pagamentos em outros países.

Na nota, o BC diz ainda que é preciso aprofundar a discussão com o setor privado antes de definir um cronograma de implementação da moeda. “O diálogo com a sociedade permitirá uma análise mais detalhada não apenas de casos de usos que possam se beneficiar da emissão de uma CBDC [sigla em inglês referente a Central Bank Digital Currencies, moedas digitais emitidas pelos bancos centrais], como também das tecnologias mais adequadas para sua implementação”.

* com informações da Agência Brasil

Fonte: Agrolink - Eliza Maliszewski

Sexta, 21 de Maio de 2021
RS volta a projetar crescimento do trigo
RS volta a projetar crescimento do trigo Fonte: Agrolink

Em Santa Catarina os esforços do Estado passam por subsídio de R$ 250,00 por hectare

De acordo com o presidente da Federação das Cooperativas Agropecuárias do Rio Grande do Sul (Fecoagro/RS) afirmou que deve ocorrer aumento de área do trigo no Rio Grande do Sul, em cerca de 10,5% em relação à temporada passada. As informações foram divulgadas pela TF Agroeconômica.  

“Segundo o mesmo, ‘(o trigo) aumentou basicamente em função das cotações do cereal, ou seja, os preços atrativos tornaram a atividade rentável e isto está levando o produtor de trigo a aumentar sua área no Rio Grande do Sul’. As indicações de moinhos para trigo gaúcho mantiveram-se em R$ 1.570,00/1.580,00 interior do estado. Vendedores cederam para alguns lotes, nestes R$ 1.580,00. Estima-se que tenham sido negociadas 8.000 toneladas”, comenta. 

Em Santa Catarina os esforços do Estado passam por subsídio de R$ 250,00 por hectare, com a comercialização parada. “Na alternativa para o milho, o Estado de Santa Catarina tem implementado vários programas, que vão desde o incentivo até o subsídio de produtores em culturas de inverno, como trigo, triticale e aveia. Em uma nova iniciativa, o governo está investindo R$ 5 milhões, onde produtores receberão um subsídio no valor de R$ 250,00 por hectare que comprovadamente forem plantados com trigo, triticale, centeio, aveia e cevada, em um limite de 10 hectares por produtor. Segundo o secretário do órgão, a intenção é aumentar em 20 mil hectares as áreas cultivadas”, indica.  

No Paraná, a chuva prevista para o final de semana deve acelerar o plantio. “O estado do Paraná deve receber chuvas no dia de amanhã e sábado (21 e 22/05), o que deve acelerar ainda mais o plantio de trigo a partir da semana que vem. No Estado, 26% das áreas foram semeadas, em um avanço de cerca de 17% em relação à semana passada. As lavouras boas, segundo o mesmo, são 71% do total, ante 30% da semana passada, em trigos que haviam sido plantados no ‘seco’. A estimativa, conforme já comentamos aqui, é que o Estado colha cerca de 3,8 milhões de toneladas”, conclui. 

Fonte: Agrolink - Leonardo Gottems

Sexta, 21 de Maio de 2021
Preços do arroz seguem em forte queda na 2ª quinzena de maio
Preços do arroz seguem em forte queda na 2ª quinzena de maio Fonte: Safras & Mercados

     Os preços do arroz em casca seguem em forte queda na segunda quinzena de maio. “Este cenário é decorrente da elevação na oferta do Rio Grande do Sul, maior produtor brasileiro, que deve somar 8,2 milhões de toneladas, com aumento de 4,3% frente à temporada anterior”, destaca o analista de SAFRAS & Mercado, Gabriel Viana.

     Na média do Rio Grande do Sul, principal referencial nacional, a saca de 50 quilos de arroz em casca encerrou o dia 19 de maio cotada a R$ 83,40, queda de 1,71% em relação à semana anterior. Também representava um recuo de 4,74% frente ao mesmo período do mês anterior e uma alta de 37,91% quando comparado ao mesmo momento do ano passado.

     “Quanto à demanda, compradores seguem adquirindo apenas volumes para a reposição de estoques”, releva o analista. “Sem que a exportação volte a ganhar força e escoe grandes volumes da produção doméstica como na temporada passada, o mercado deve manter o viés baixista pelos próximos meses”, aposta.

     Destaque internacional para a área cultivada com arroz na Argentina na safra 2020/2021, que foi estimada em 200 mil hectares, uma elevação de 5,3% sobre a temporada anterior, segundo dados de maio divulgados pelo Ministério da Agroindústria daquele país. O número ficou 1% superior ao mês passado.

     Já a produção foi estimada em 1,4 milhão de toneladas, um avanço de 16,7% sobre a temporada anterior. Frente ao mês passado, houve estabilidade. A área em 2019/20 somou 190 mil hectares e a produção atingiu 1,2 milhão de toneladas.

Fonte: Safras & Mercado - Rodrigo Ramos

Sexta, 21 de Maio de 2021
Milho: navio com 35 mil toneladas da Argentina descarrega em Paranaguá
Milho: navio com 35 mil toneladas da Argentina descarrega em Paranaguá Fonte: Canal Rural

Com a oferta interna bastante apertada, as importações do cereal crescem mais de 40% no primeiro quadrimestre deste ano, segundo dados da Secex

A oferta de milho no mercado brasileiro está escassa. Os efeitos são sentidos, principalmente, pelo setor de proteína animal, que assistiu o cereal subir mais do que as carnes nos últimos 12 meses. Dessa forma, é natural que a indústria busque alternativas de abastecimento.

Nesta sexta-feira, 21, um navio está descarregando cerca de 35 mil toneladas no Porto de Paranaguá, no Paraná, vindo de Rosário, na Argentina. De acordo com a Portos do Paraná, que administra Paranaguá, a operação acontece no berço 206, e a empresa responsável pela carga é a Cargill.

De acordo com o analista de mercado Enio Fernandes, da Terra Agronegócios, o Brasil deve importar 2 milhões de toneladas neste ano. “Nós não temos milho suficiente para chegar até a entrada da segunda safra. O grosso da safrinha só entrará em julho, então teremos um buraco no abastecimento”, diz.

Fernandes acredita que as importações devem crescer em maio. “Já deve ter um volume contratado que não chegou ao Brasil. Leva cerca de 30 dias para esse milho sair da Argentina e chegar ao Brasil”, comenta, acrescentando que as empresas precisam acelerar as compras.

Milho no acumulado do ano

A baixa oferta de melhor se deve, entre outros fatores, à exportação aquecida. De acordo com dados da Secretaria de Comércio Exterior (Secex), o Brasil embarcou 3 milhões de toneladas de milho no acumulado do ano até abril, quase 19% maior do que no mesmo período do ano passado. Em receita, o crescimento é de 30%, saindo de US$ 520,8 milhões para US$ 743,7 milhões.

Em volume, os três maiores compradores do milho brasileiro neste período foram Egito (770 mil toneladas), Vietnã (524,5 mil toneladas) e Irã (507 mil toneladas).

Percentualmente, as importações aumentaram mais do que as exportações nos quatro primeiros meses de 2021. Segundo dados, 758,4 mil toneladas, alta de 40,5% frente às 451,4 milhões de toneladas trazidas do exterior entre janeiro e fevereiro do ano passado. Em receita, a valorização foi de 48%, passando de R$ 69 milhões para R$ 133,4 milhões de toneladas.

O principal fornecedor de milho para o Brasil no quadrimestre foi o Paraguai, com 758 mil de toneladas. Na sequência, os Estados Unidos aparecem com 254 mil toneladas e a Argentina com 187,8 mil toneladas.

Os embarques dos Estados Unidos devem aumentar por causa da necessidade da indústria, segundo o analista de mercado. Porém, isso pode não durar muito. Ao comprar milho americano, o Brasil aquece a demanda, já pressionada pela China, e pode provocar altas em Chicago. “O preço pode subir, dificultando a importação pelo custo”.

Fonte: Canal Rural

Sexta, 21 de Maio de 2021
Soja volta a operar em queda na Bolsa de Chicago nesta 6ª com clima favorável nos EUA
Soja volta a operar em queda na Bolsa de Chicago nesta 6ª com clima favorável nos EUA Fonte: Noticias Agrícolas

O clima favorável para a safra 2021/22 dos Estados Unidos segue pressionando o mercado de grãos na Bolsa de Chicago e os futuros da soja voltam a operar do lado negativo da tabela nesta sexta-feira (21). Por volta de 7h55 (horário de Brasília), as cotações recuavam entre 9,75 e 15,75 pontos, levando o julho a US$ 15,17 e o novembro a US$ 13,57 por bushel. 

"Do lado da oferta, clima benéfico nos EUA traz redução do prêmio de risco para as cotações na CBOT. Do lado da demanda por parte da China, na soja, conitnua muito fraca, tanto para a soja braisleira, como também para a soja americana. O USDA não reporta novos negócios há, pelo menos, quatro semanas", explica a Agrinvest Commodities. 

As margens de esmagamento e os preços da carne suína seguem pressionados na nação asiática, o que ajuda a manter a demanda mais contida pela oleaginosa. 

Nos EUA, as condições de chuvas e elevação das temperaturas continuam aparecendo nos mapas e trazendo pressão sobre os grãos em Chicago. 

O mapa abaixo, do NOAA, mostra a previsão de chuvas para o período de 21 a 28 de maio, indicando bons volumes para as Dakotas, Illinois, Iowa, Wisconsin, Minnesota, entre outros estados-chave na produção. 

Para 26 a 30 de maio, as imagens também indicam temperaturas acima da média para quase todo o Corn Belt, o que também favorece a safra agora. 

Fonte: Noticias Agrícolas - Carla Mendes

Sexta, 21 de Maio de 2021
Preços do boi gordo reagem com demanda chinesa e devem subir mais
Preços do boi gordo reagem com demanda chinesa e devem subir mais Fonte: Safras & Mercados

    O mercado físico de boi gordo registrou preços de estáveis mais altos ao longo da semana. Segundo o analista de SAFRAS & Mercado, Fernando Henrique Iglesias, houve negócios acima da referência média para animais que cumprem os requisitos de exportação com destino ao mercado chinês.

    “Os frigoríficos não conseguem exercer pressão sobre o mercado. Assim, os sinais de alta serão ainda mais visíveis a partir da virada de mês, quando haverá maior dependência da oferta de bois confinados para compor as escalas de abate”, disse ele.

     O primeiro giro de confinamento apresentará queda no ano de 2021. “Ou seja, entre os meses de junho e julho haverá uma sensível redução do volume de animais ofertados. No entanto a atual curva dos preços futuros é um importante estímulo ao segundo giro de confinamento”, assinalou Iglesias.

   Os agentes seguem com muita atenção aos números de exportação de carne bovina, uma vez que a Argentina confirmou a suspensão por 30 dias das exportações, abrindo uma grande oportunidade para o mercado brasileiro.

   No mercado atacadista, os preços da carne bovina seguem acomodados. Conforme Iglesias, a tendência é de maior espaço para reajustes no decorrer da primeira quinzena de junho, período que conta com maior apelo ao consumo.

    Somado a isso, os frigoríficos devem apresentar esvaziamento dos estoques em junho, conforme aumenta a dificuldade da composição das escalas de abate. “Por outro lado, é sempre relevante salientar que a carne de frango ainda dispõe da predileção do consumidor médio, algo natural em um momento de lenta recuperação da atividade econômica”, apontou Iglesias.

    Com isso, os preços a arroba do boi gordo na modalidade a prazo nas principais praças de comercialização do País estavam assim no dia 20 de maio:

* São Paulo (Capital) – R$ 305,00 a arroba, contra R$ 303,00 a arroba na comparação com 13 de maio (+0,66%).

* Minas Gerais (Uberaba) – R$ 300,00 a arroba, ante R$ 295,00 (1%).

* Goiânia (Goiás) – R$ 290,00 a arroba, estável.

* Mato Grosso do Sul (Dourados) – R$ 300,00 a arroba, ante R$ 295,00 (+1,7%).

* Mato Grosso (Cuiabá) – R$ 303,00 a arroba, estável.

Fonte: Safras & Mercado - Fábio Rübenich

Quinta, 20 de Maio de 2021
CNA entrega à ministra da Agricultura propostas para o Plano Agrícola e Pecuário 2021/2022
CNA entrega à ministra da Agricultura propostas para o Plano Agrícola e Pecuário 2021/2022 Fonte: Noticias Agrícolas

A Confederação da Agricultura e Pecuária do Brasil (CNA) entregou na quarta (19) à ministra da Agricultura, Tereza Cristina, as propostas da entidade para o Plano Agrícola e Pecuário (PAP) 2021/2022, construídas de forma conjunta com as Federações de Agricultura e Pecuária nos Estados, o Serviço Nacional de Aprendizagem Rural (Senar), sindicatos rurais e produtores.

O documento foi entregue pelo presidente da CNA, João Martins, pelo presidente da Comissão Nacional de Política Agrícola da entidade, deputado federal José Mário Schreiner (DEM/GO), e pelo diretor-geral do Serviço Nacional de Aprendizagem Rural (Senar), Daniel Carrara. Os vice-presidentes da CNA José Zeferino Pedrozo, Muni Lourenço, Mário Borba e Júlio Rocha acompanharam de forma remota a entrega.

O diretor técnico da CNA, Bruno Lucchi; a assessora técnica de Política Agrícola da CNA, Fernanda Schwantes; o secretário de Política Agrícola, César Halum; o secretário de Agricultura Familiar e Cooperativismo, Fernando Schwanke; e o diretor do Departamento de Financiamento e Informação da Secretaria de Política Agrícola do ministério, Wilson Vaz de Araújo, também participaram da reunião.

O documento elaborado pela CNA é constituído de quatro pilares: 1. ajustes estruturantes para aumentar a oferta de crédito, como revisão da regulação prudencial a que estão sujeitas as instituições financeiras e dos custos administrativos e tributários (CAT’s) que elas cobram na operacionalização da política de crédito rural; 2. redução dos custos intrínsecos às contratações de crédito, como os custos cartorários, venda casada, e taxas que os bancos cobram para avaliar projetos; 3. prioridades dos pequenos e médios produtores e suas principais dificuldades no acesso ao crédito e seguro; e 4. propostas para a melhoria da gestão de riscos.

Juntamente com as propostas, a CNA entregou uma pesquisa feita com produtores que recebem Assistência Técnica e Gerencial (ATeG) do Senar que mostra as prioridades e principais dificuldades deles em acessar o crédito e o seguro rural.

“Apesar dos avanços que tivemos nos últimos anos, a safra 2021/2022 será um grande desafio para os produtores, pois os custos de produção têm se elevado significativamente, as taxas de juros estão em ascensão e a piora de expectativas dos indicadores macroeconômicos tende a tornar os ofertantes de crédito mais seletivos”, afirmou o presidente da CNA, João Martins, que também participou da entrega de forma virtual.

Entre os 10 pontos prioritários para a política agrícola na próxima safra, a CNA propõe elevar de R$ 415 mil para R$ 550 mil o limite de Renda Bruta Anual para enquadramento dos produtores no Programa Nacional de Fortalecimento da Agricultura Familiar (Pronaf), e de R$ 2 milhões para R$ 2,65 milhões para enquadramento no Programa Nacional de Apoio ao Médio Produtor Rural (Pronamp).

Nesse sentido, a Confederação sugere priorizar recursos para as finalidades de investimento, especialmente para pequenos e médios produtores (Pronaf e Pronamp), e para os programas para construção de armazéns (PCA), irrigação (Moderinfra), investimentos necessários à incorporação de inovações tecnológicas nas propriedades rurais (Inovagro) e o Programa ABC.

“As propostas da CNA estão muito afinadas com o que a nossa Secretaria de Política Agrícola vem trabalhando. Precisamos esperar pela definição do orçamento para fazer alguns ajustes. Pretendemos resolver isso o mais rápido possível, pois a agricultura não espera. Só existe tempo de plantar e de colher”, disse Tereza Cristina.

Juros e seguro rural - Outra proposta é garantir orçamento de R$ 15 bilhões, em 2021, para equalização de taxa de juros, e de R$ 1,6 bilhão para a subvenção econômica ao prêmio do seguro rural (PSR).

Também estão entre as sugestões apoiar as iniciativas legislativas que viabilizem a redução dos custos cartorários e a melhoria dos procedimentos registrais dos quais os produtores dependem para a sua atividade, garantir previsibilidade de execução do Programa de Subvenção ao Prêmio do Seguro Rural (PSR), aumentar a transparência sobre as exigências das instituições financeiras nas concessões de credito rural e a fiscalização sobre a prática de venda casada.

Entre as prioridades está, ainda, a derrubada dos vetos presidenciais à Lei 14.130/2021, pois conferem tratamento tributário diferente aos Fundos de Investimento nas Cadeias Produtivas Agroindustriais (Fiagro) em relação aos outros setores, ceifando a sua competitividade, e criar um programa de subvenção às opções de venda de milho, com o objetivo de incentivar a produção do cereal.

“Na gestão da ministra, o setor obteve diversas conquistas ao defender essa agenda estruturante, como a aprovação da Lei do Agro, a Lei do Fiagro, e a emissão de CRA garantido pelo BNDES. No entanto, estamos trabalhando para otimizar os gastos públicos, auxiliar mais produtores a produzir nas faixas de maior produtividade e renda e promover a inclusão financeira dos produtores”, disse Schreiner.

Fonte: Noticias Agrícolas

Quinta, 20 de Maio de 2021
Brasil pode embarcar 16,19 milhões de t de soja em maio, aponta ANEC
Brasil pode embarcar 16,19 milhões de t de soja em maio, aponta ANEC Fonte: Safras & Mercados

      As exportações brasileiras de soja em grão deverão fechar maio em 16,19 milhões de toneladas, conforme levantamento semanal da Associação Nacional dos Exportadores de Cereais (ANEC). Em maio do ano passado, as exportações ficaram em 13,87 milhões de toneladas. Em abril, o país embarcou 15,67 milhões de toneladas.

     Na semana entre 9 e 15 de maio, o Brasil embarcou 3,15 milhões de toneladas. Para o período entre 16 e 22 de maio, a ANEC indica a exportação de 4,11 milhões de toneladas.

     Para o farelo de soja, a previsão é de embarques de 1,79 milhão de toneladas em maio. No mesmo mês do ano passado, o total exportado foi de 1,77 milhão de toneladas. Em abril, volume ficou em 1,58 milhão de toneladas. Na semana passada, as exportações ficaram em 423,83 mil toneladas e a previsão para esta semana é de 561,3 mil toneladas.

     A ANEC não projeta embarques de milho em maio. Em maio do ano passado, o Brasil exportou 29,7 mil toneladas. Em abril, as vendas ao exterior somaram 22 mil toneladas.

Fonte: Safras & Mercado -  Dylan Della Pasqua

Quinta, 20 de Maio de 2021
Carne de baixo carbono pode representar maior produção
Carne de baixo carbono pode representar maior produção Fonte: Agrolink

O Brasil desenvolve o primeiro protocolo para produção de carne com baixa emissão de carbono, a Carne Baixo Carbono (CBC) ou Low Carbon Brazilian Beef (LCBB). O estudo e conduzido pela Embrapa em parceria com a Marfrig, e divulgou os primeiros resultados.

Os dados saíram de uma Unidade de Referência Tecnológica (URT) de pecuária de corte, localizada no Cerrado baiano, em em Jaborandi (BA), com avaliações de estoque de carbono no solo, ganho de peso dos bovinos, qualidade da carne e emissão de metano.

O estudo de caso teve início em maio de 2019 na propriedade que é referência na produção de bovinos de corte mediante as Boas Práticas Agropecuárias (BPA), com dados estruturados e sequenciais de todo o sistema produtivo. A URT foi composta por dois talhões, bem como por uma área de vegetação nativa (Cerrado). O primero talhão, com a forrageira Brachiaria brizantha cv. Marandu, conta com 115 hectares divididos em quatro piquetes, representando o manejo convencional. O segundo talhão, de pastagem recuperada, com Brachiaria brizantha cv. BRS Piatã, conta com 85 hectares, também dividido em quatro piquetes e manejado segundo as diretrizes técnicas para produção de carne com baixa emissão de carbono em pastagens tropicais (CBC). As áreas foram usadas para recria e terminação de machos da raça Nelore.

O que foi observado é que com o manejo adequado do sistema de produção pecuário é possível ter 125% a mais de animais por hectare e um peso de carcaça/ha 163% superior em relação ao manejo convencional, tudo isso garantindo a qualidade do produto final, a fixação de carbono no solo e o controle das emissões de metano.
 
Conforme a pesquisadora da Embrapa Pecuária Sul (RS) Márcia Silveira, que coordena o trabalho de validação do protocolo, a marca-conceito CBC busca valorizar sistemas pecuários que não possuem o componente florestal, mas que apresentam potencial de mitigação das emissões de gases de efeito estufa (GEEs) por meio do adequado manejo da pastagem e adoção de boas práticas agropecuárias.
 
“O estudo buscou avaliar a produção de bovinos de corte em sistemas com pastagens bem manejadas no intuito de validar as diretrizes em ambiente comercial. Os resultados iniciais demonstram que, pela implementação das diretrizes CBC, é possível garantir produtividade e qualidade da carne, de forma a aumentar a lucratividade do produtor, sem abrir mão da manutenção ou aumento do estoque de carbono do solo e da mitigação da emissão de GEEs, além do efeito poupa-terra, relacionado aos ganhos de produtividade do sistema, que possibilitam o aumento da produção de carne com menor pressão sobre a vegetação nativa. É mais um passo na busca pela eficiência produtiva que leva em conta a qualidade do produto e do seu ambiente de produção”, destacou a cientista.
 
As diretrizes técnicas para produção da Carne Baixo Carbono, avaliadas na pesquisa, envolvem o cumprimento de práticas adequadas de manejo da pastagem, como monitoramento de altura, ajuste de carga animal, adubação adequada à demanda das plantas forrageiras e ao nível de intensificação do sistema, assim como a adoção de Boas Práticas Agropecuárias (BPA).
 
O protocolo integra a Plataforma Pecuária de Baixa Emissão de Carbono (PBC), projeto em rede liderado pelo pesquisador Roberto Giolo da Embrapa Gado de Corte (MS), e pretende desenvolver mecanismos de certificação para alguns produtos da pecuária de corte, produzidos em sistemas pecuários com foco em baixa emissão de carbono, a partir de marcas-conceito, como Bezerro Carbono Neutro (BCN), Carne Baixo Carbono (CBC), Carbono Nativo (CN) e Couro Carbono Neutro (Couro-CN), além de uma calculadora de carbono (calc-C).
 
“Os ganhos são do produtor, da cadeia da carne como um todo e do Brasil, ao promover maior valorização do produto e melhor visibilidade do País no mercado global”, analisa Giolo, ao afirmar que a iniciativa contribui também para minimizar a pressão por abertura de novas áreas para a pecuária, pois apresenta efeito poupa-terra e, portanto, auxilia nos esforços para equacionar a questão do desmatamento no Brasil.
 
Com a manutenção da altura do pasto recomendada para a forrageira cultivada, o talhão com manejo CBC possibilitou cargas médias de 4,34 unidade animal (UA) por hectare contra 1,93 UA/ha no talhão sob manejo convencional, assim como possibilitou cobertura do solo sempre acima de 80%. Essa cobertura do solo sempre alta no talhão CBC visa contribuir com palhada para a matéria orgânica do solo e retenção de carbono no sistema. Ao longo do primeiro ano de avaliação, os animais dos talhões CBC e sob manejo convencional ganharam em média 154 kg e 149 kg a pasto, respectivamente. “Assim, além do maior número de UA por hectare, os animais do talhão CBC entraram mais pesados no confinamento e chegaram ao peso de abate com pelo menos 20 dias a menos de confinamento em relação aos animais do talhão sob manejo convencional”, ressalta Márcia.
 
“Com a fertilização dos pastos, suplementação estratégica e manejo correto, foi possível garantir alta produção de peso corporal por unidade de área no talhão CBC, sendo que os valores de produtividade registrados estão acima da média da produtividade brasileira. Já no talhão sob manejo convencional, apesar de o ganho médio diário não ter sido muito diferente do talhão CBC, observou-se um ganho por área aquém do potencial”, destaca a pesquisadora da Embrapa Pecuária Sul.
 
Na avaliação de carcaça e qualidade de carne dos animais do talhão CBC, foram registrados pesos médios de abate e de carcaça de 573 kg e 306 kg, respectivamente, proporcionando um rendimento médio de carcaça da ordem de 53,4%, sendo que 100% das carcaças apresentaram acabamento tipo 3 (gordura mediana) e maturidade de dois dentes. Para a análise da qualidade da carne, foi observado que o escore médio de marmorização foi de 7,7, ou seja, a marmorização média foi do tipo pequena. A força de cisalhamento (corte) média foi de 6,3 kg, variando entre 4,87 e 8,17 kg.

“Enquanto nenhum animal apresentou carne considerada dura (> 9kg), praticamente dois a cada três animais apresentaram carne com menos de 7 kg, o que poderia ser considerada como carne aceitavelmente macia se avaliada por um painel de degustadores treinados. Assim, a qualidade da carne, a marmorização e a força de cisalhamento observadas são compatíveis com os sistemas de produção existentes no Brasil e atendem ao que o mercado exige”, destaca o pesquisador da Embrapa Gado de Corte responsável pelos dados, Gelson Feijó.

Fonte: Agrolink - Eliza Maliszewski

Imagem: Marcel Oliveira