Notícias

Terça, 13 de Junho de 2023
Produtores de vinho e derivados têm até 10 de julho para fazer declaração obrigatória
Produtores de vinho e derivados têm até 10 de julho para fazer declaração obrigatória Fonte: Secretaria da Agricultura, Pecuária e Desenvolvimento Rural

Os estabelecimentos produtores de vinhos e derivados da uva e do vinho têm duas declarações obrigatórias para serem realizadas nos meses de julho e agosto, conforme previsto na Lei Federal 7.678/88:

prazo até o dia 10 de julho de 2023 para fazer a declaração obrigatória da quantidade de uva recebida, por variedade, que foi industrializada na safra 2023;
prazo até o dia 15 de agosto de 2023 para declarar a quantidade de vinhos, derivados da uva e do vinho produzidos durante a safra 2023 com as respectivas identidades.

As declarações devem ser realizadas no Sistema de Declarações Vinícolas do Estado do Rio Grande do Sul (Sisdevin), coordenado pela Secretaria da Agricultura, Pecuária, Produção Sustentável e Irrigação (Seapi).

Nesse período do ano, ocorrem as declarações de uvas recebidas para a industrialização durante a safra, e os produtos vitivinícolas elaborados com as uvas da safra 2023. “Estas informações declaradas pelas empresas são muito importantes, visto que é com base nelas que o setor tem acesso a informação de quantidade de uva produzida durante a safra, bem como, da quantidade de vinhos e outros derivados da uva e do vinho elaborados no Rio Grande do Sul na safra”, destaca Fabíola Boscaini Lopes, chefe da Divisão de Inspeção de Produtos de Origem Vegetal da Seapi.

A lei do vinho prevê quatro declarações obrigatórias, e todas devem ser realizadas no Sisdevin:

até o dia 10 de janeiro do ano subsequente, declaração das quantidades e identidades dos vinhos e derivados da uva e do vinho de safras anteriores em depósito (Art. 29, parágrafo 1º, da Lei 7.678/88);
no prazo de 10 dias após a vindima, a quantidade de uva recebida, por variedade, que será industrializada (Art. 29, III, da Lei 7.678/88);
até 45 dias após a vindima, a quantidade de vinhos, derivados da uva e do vinho produzidos durante a safra com as respectivas identidades (Art. 29, III, da Lei 7.678/88);
até o dia 10 do mês subsequente, mensalmente, vendas ou outras saídas devidamente documentadas, compras, transferências, manipulações ou transformações desses produtos ocorridas durante o mês, bem como a movimentação dos produtos enológicos utilizados (Art. 57 do Decreto 8.198/2014).

As dúvidas podem ser dirigidas para cadastrovinicola@agricultura.rs.gov.br.

Fonte: Secretaria da Agricultura, Pecuária e Desenvolvimento Rural

Imagem: Fernando Dias/Seapi

Terça, 13 de Junho de 2023
Irga realiza 15° Seminário do Arroz Irrigado na Fenarroz
Irga realiza 15° Seminário do Arroz Irrigado na Fenarroz Fonte: IRGA

No primeiro dia da 23ª Fenarroz, que ocorreu de 6 a 11 de junho em Cachoeira do Sul, o Instituto Rio Grandense do Arroz (Irga) promoveu o 15° Seminário do Arroz Irrigado. Realizado no Auditório Ito Zimmer, no Ginásio da Fenarroz, o evento apresentou importantes informações sobre a safra, bem como os resultados de pesquisa de terras baixas para a região e as novas recomendações para a adubação da lavoura de arroz.

O engenheiro agrônomo Pedro Hamann, coordenador da Região Central do Irga, compartilhou os resultados da Safra 2022/2023, seguido pela engenheira agrônoma Dra. Mara Grohs, pesquisadora do Irga, que apresentou os mais recentes resultados da pesquisa "Terras baixas para a região central". O engenheiro agrônomo Msc. Luiz Fernando Siqueira, extensionista do Irga, trouxe as "Novas recomendações de adubação para arroz irrigado", enquanto o engenheiro agrônomo Dr. Cleiton Ramão, coordenador da Fronteira Oeste do Irga, discorreu sobre o "Uso de Geotecnologias aplicadas ao arroz e às culturas em rotação".

O seminário também contou com um painel sobre as "Transformações e Tendências da Nova Lavoura de Terras Baixas", moderado pela Dra. Mara Grohs e composto por especialistas renomados, como Dr. Enio Marchesan (professor da UFSM), Dr. Paulo Regis da Silva (consultor do Irga), Jair Buske (produtor rural de Agudo/RS) e engenheiro agrônomo Mairson Santana (líder de Negócios de Arroz, Soja e Trigo da Basf).

Fonte: Irga

Terça, 13 de Junho de 2023
Novos sistema de avaliação registra alto índice de sustentabilidade em sistemas de integração
Novos sistema de avaliação registra alto índice de sustentabilidade em sistemas de integração Fonte: EMBRAPA

Um modelo inovador de análise baseado na coleta de métricas de sustentabilidade – dados econômicos, ambientais e sociais – aponta que as fazendas que praticam modalidades de sistemas de integração (lavoura, pecuária e floresta) apresentaram os melhores desempenhos nessas três dimensões. O estudo, desenvolvido por pesquisadores da Embrapa e de outras instituições, atribuiu uma escala numérica para cada variável analisada, permitindo comparações e categorizações. Os resultados comprovaram que os índices de sustentabilidade nos sistemas de integração foram maiores do que os de estabelecimentos exclusivamente voltados à produção de grãos ou de pecuária.

O artigo publicado no periódico Agronomy for Sustainable Development propõe um modelo baseado na lógica difusa, composto por 18 indicadores que permitem avaliar a sustentabilidade de sistemas agrícolas e apresenta 22 estudos de caso com os sistemas produtivos mais comuns na fronteira agrícola mato-grossense em seus três biomas (Amazônia, Cerrado e Pantanal). Segundo os autores, o modelo de análise contempla o conhecimento científico e a percepção de especialistas na formulação dos indicadores, considera a grande variabilidade de desempenho dos sistemas agrícolas, bem como as interações entre as dimensões econômica, ambiental e social da sustentabilidade, podendo ser ajustado a diferentes contextos ambientais e socioeconômicos.

“Escolhemos esse método porque incorpora as principais características dos modelos multicritério já descritos na literatura científica para avaliar a sustentabilidade de sistemas agrícolas, além de oferecer a vantagem de compatibilizar variáveis contínuas e categóricas e considerar a imprecisão inerente à análise da sustentabilidade, oferecendo um resultado numérico”, diz o pesquisador Júlio César dos Reis, da Embrapa Cerrados (DF), um dos autores do artigo. O conjunto de indicadores e o modelo de análise foram construídos associando as atividades produtivas aos efetivos resultados econômicos, ambientais e sociais, indicando que a sustentabilidade é considerada como um todo, e não como a soma de seus componentes.

A estrutura do modelo forma um índice de sustentabilidade (IS), composto por três indicadores parciais (correspondentes às três dimensões da sustentabilidade), cada um com seis subindicadores, calculados a partir de dados levantados em cada fazenda.

 

Essa estrutura permite a comparação entre os diferentes sistemas agrícolas e favorece a análise das contribuições de cada indicador para a dimensão de sustentabilidade correspondente e para o resultado final. O conjunto de indicadores e subindicadores foi selecionado considerando o gerenciamento das decisões dos produtores rurais, o que permite a análise da sustentabilidade a partir do dia a dia de cada propriedade. Assim, todos os dados das dimensões econômica, ambiental e social são derivados dos registros comumente feitos nas fazendas e calculados sem a necessidade de grandes recursos matemáticos e computacionais.

O IS é gerado a partir da premissa de que, quanto mais elevados e equilibrados forem os valores em todas as três dimensões da sustentabilidade, maior será a sustentabilidade alcançada.

Foram realizados nove estudos de caso de rotação soja-milho e um de rotação soja-milho-feijão, representando as      dez fazendas de grãos; sete casos com criação de gado de corte, representando as propriedades de pecuária; e cinco casos de fazendas com sistemas de integração, sendo quatro com rotação soja-milho integrada com a criação de gado (Integração Lavoura-Pecuária) e um com gado pastejando entre árvores de teca destinadas à produção de madeira (Integração Pecuária-Floresta).

Desempenhos elevados e equilibrados geram maiores índices de sustentabilidade

As propriedades com sistemas de integração receberam valores médios e altos para o índice de sustentabilidade (IS). Duas fazendas com sistemas de integração – uma com Integração Pecuária-Floresta (IPF) e outra com Integração Lavoura-Pecuária (ILP) – mostraram os maiores índices de sustentabilidade (91,87 e 91,78, respectivamente), com elevados desempenhos nas três dimensões, ou seja, um favorável equilíbrio em termos econômicos, sociais e ambientais.

A fazenda com IPF é especializada na produção de madeira de teca para exportação, combinada a uma pecuária de alta tecnologia. Apesar dos níveis medianos de lucro e produtividade, a elevada organização e expertise na produção de teca explicam os altos índices social e econômico. A eficiência no uso de fertilizantes e pesticidas e os serviços ecossistêmicos proporcionados pelas florestas, como baixa perda de solo superficial, sequestro de carbono e baixo escoamento superficial, se destacaram na dimensão ambiental, que obteve excelente resultado, o que contribuiu para um elevado IS.

Já a propriedade com ILP mostrou alto desempenho produtivo baseado em práticas de gestão para melhorar os resultados financeiros e operacionais, como estratégias de comercialização para mitigar os impactos negativos da volatilidade do preço das commodities e a divisão de lucros com os empregados. Além disso, o sistema pecuário é focado apenas na engorda do gado, aproveitando as pastagens consorciadas com o milho. A fazenda colhe três safras ao longo do ano agrícola, sendo duas de grãos (soja e milho) e um período de três meses de engorda dos animais na mesma área. A propriedade apresentou o segundo maior lucro (969,91 dólares por hectare) entre as 22 fazendas analisadas e um desempenho ambiental similar à fazenda com IPF, particularmente quanto à reduzida perda de solo superficial, ao uso de fertilizantes e a emissões de GEE.

Por outro lado, os pesquisadores também encontraram desempenhos desequilibrados mesmo em propriedades com sistemas de integração, com elevados resultados nos indicadores econômico e ambiental, e mais baixo desempenho social, o que comprometeu o seu IS. Uma delas, com sistema de ILP, apresentou baixas escolaridade e atratividade do emprego; já outra, também com ILP, obteve baixos valores para treinamentos e cursos e qualidade do emprego.

Segundo os autores, os diferentes resultados entre os sistemas de integração demonstram que é difícil estabelecer uma conclusão geral sobre os benefícios da intensificação sustentável, pois eles são específicos para cada contexto. “O simples fato de as fazendas utilizarem sistemas de integração não garante um elevado IS. Elas precisam ter um desempenho elevado e equilibrado entre as três dimensões da sustentabilidade”, diz o pesquisador Geraldo Stachetti, da Embrapa Meio Ambiente (SP).

Já as propriedades de pecuária receberam os valores de IS mais baixos. Mesmo uma fazenda que utiliza manejo de pastagem, melhoramento genético e sistemas de confinamento dos animais não alcançou bons resultados. Apesar de ter apresentado o melhor desempenho econômico entre as propriedades de pecuária, o baixo IS se deve aos baixos desempenhos social e ambiental. As propriedades foram agrupadas em três categorias

Na categoria A (desempenho alto) há apenas três fazendas – a com IPF e duas com ILP, que apresentaram bom desempenho econômico e excelente desempenho ambiental, porém desempenho mediano no indicador social.

A categoria B (desempenho mediano) contempla quase todas as fazendas de grãos e apenas duas com sistemas de integração e foi dividida em dois subgrupos: B1, composto, em geral, por aquelas que apresentaram bom desempenho econômico associado a indicadores social e ambiental medianos; e B2, formado por fazendas que apresentaram baixo desempenho econômico associado a indicadores social e ambiental medianos.

Já a categoria C (desempenho baixo) reúne todas as fazendas de pecuária e duas de grãos, e também foi dividida em dois subgrupos: C1, com propriedades caracterizadas por valores muito baixos em duas ou nas três dimensões da sustentabilidade; e C2, com as três fazendas que obtiveram resultados muito baixos nas três dimensões e, consequentemente, com os piores IS.

Integração proporciona sistemas mais sustentáveis ao longo do tempo

O modelo de análise proposto no estudo mostra que a interação harmoniosa entre as dimensões da sustentabilidade nas fazendas com sistemas de integração proporciona situações de ganha-ganha e gera uma trajetória contínua e sustentável.

Apesar de não estarem no topo de todos os três indicadores parciais, as fazendas do grupo A mostram alto desempenho em todos eles. “Esses resultados demonstram que não existe necessariamente um ‘perde e ganha’ inerente entre as três dimensões e destacam o papel central que a gestão desempenha para que os produtores se beneficiem das interações entre as dimensões da sustentabilidade nos sistemas de integração, que requerem um alto grau de gerenciamento e consciência ambiental para aumentar a eficiência no uso dos recursos, o que, em consequência, leva também a melhores desempenhos econômicos e sociais”, comenta Inácio de Barros, pesquisador da Embrapa Gado de Leite (MG).

Os pesquisadores ressaltam que os resultados econômicos para lucro bruto, nível de endividamento e salários dos gerentes estão intimamente relacionados a baixos custos de produção devido a maior eficiência no uso de insumos externos. “Além disso, essa eficiência explica o elevado desempenho ambiental, particularmente menores emissões de gases de efeito estufa (GEE), maior cobertura florestal e menores perdas de solo superficial, garantindo condições produtivas para fazendas com sistemas de integração ao longo do tempo, e ajuda a explicar os resultados superiores para o valor da terra, indicando que o mercado percebe e valoriza o desempenho superior e equilibrado entre todas as dimensões da sustentabilidade”, afirmam.

As fazendas de grãos, por outro lado, apresentaram valores elevados de perdas de solo superficial e, particularmente, de escoamento superficial, que indicam impactos ambientais negativos das lavouras contínuas em larga escala, o que compromete a capacidade desse sistema de permanecer produtivo com o passar dos anos. Para manterem os níveis de produção elevados, essas propriedades consomem grandes e crescentes quantidades de insumos externos, em especial fertilizantes e pesticidas, acarretando custos de produção cada vez maiores e a necessidade de expansão das áreas de cultivo para aproveitarem os ganhos de escala. Essa situação, segundo os autores, ilustra a frágil sustentabilidade dessas fazendas altamente especializadas, com baixa diversidade produtiva.

Quanto às fazendas de pecuária, eles argumentam que a intensificação sustentável a pasto com o emprego de tecnologias disponíveis poderia aumentar significativamente a produtividade, permitindo a liberação de áreas para a produção de carne, grãos, madeira e combustível para atender à demanda mundial por esses produtos. Para as áreas inadequadas à adoção de sistemas de integração, políticas públicas que promovam a ampla adoção de práticas de manejo das pastagens, com elevado grau de tecnologias gerenciais, associadas à concessão de crédito específico, seriam fundamentais para aumentar o desempenho da atividade no Cerrado e na Amazônia.

Os pesquisadores acreditam que o modelo apresentado é uma ferramenta útil aos formuladores de políticas para análise da sustentabilidade dos sistemas de produção na escala das fazendas, bem como para auxiliar as decisões dos produtores rurais.

Fonte: Embrapa

Terça, 13 de Junho de 2023
Câmara Setorial de Bebidas Regionais debate produção de lúpulo no RS
Câmara Setorial de Bebidas Regionais debate produção de lúpulo no RS Fonte: Secretaria da Agricultura, Pecuária e Desenvolvimento Rural

POR ELAINE PINTO

O cenário atual das microcervejarias gaúchas e da emergente cultura de lúpulo no Estado foram temas da reunião da Câmara Setorial de Bebidas Regionais nesta terça-feira (13/6), realizada de forma híbrida pela Secretaria da Agricultura, Pecuária, Produção Sustentável e Irrigação (Seapi).

O coordenador da câmara, João Giovanella, apontou que o Brasil é o terceiro maior produtor de cerveja no mundo, e que o Rio Grande do Sul vem se consolidando como o segundo estado brasileiro com mais fábricas da bebida. O Estado responde por um terço do volume de cerveja artesanal produzido nacionalmente. “As cervejas artesanais representam agora 4% do mercado no Brasil. Parece pouco, mas antes era 2%, então dobramos a participação. Isso é significativo”, avalia. A taxa de crescimento médio anual de produção de cerveja no Rio Grande do Sul é de 19,4%, conforme dados apresentados pela Associação Gaúcha de Microcervejarias (AGM).

Giovanella apontou para a importância da articulação da iniciativa privada com os órgãos públicos para o compartilhamento de informações e o desenvolvimento de ações que fortaleçam a cadeia produtiva das bebidas, especialmente das cervejas artesanais.

O engenheiro agrônomo Stéfano Kretzer, proprietário da Lúpulo do Vale e consultor do Ministério da Agricultura, apresentou ações de fomento ao cultivo do lúpulo conduzidas em Santa Catarina.

Ele apontou para a importância de se estabelecer unidades de processamento para grupos ou associações de produtores realizarem a separação, secagem e enfardamento do lúpulo, além de uma unidade central que faça a peletização do produto, uma vez que 99% da comercialização do lúpulo ocorre nesse formato.

“A estrutura é bem semelhante à cadeia produtiva da uva e do vinho, e como ela, precisa de políticas públicas em linhas de crédito e isenções, unidades de processamento, cooperativas ou associações de produtores. E, para manter essas unidades de processamento e os grupos de produtores, tem que haver garantia de comercialização”, completou.

Entre os gargalos na produção de lúpulo no Brasil, Kretzer identifica que os principais são o volume de produção, que ainda é pequeno frente à demanda; a homogeneidade da produção ao longo do ano; e a própria estrutura da cadeia produtiva.

Os pesquisadores Alexander Cenci e Carlos Alberto de Oliveira, do Departamento de Diagnóstico e Pesquisa Agropecuária da Seapi, apresentaram algumas ações de pesquisa e extensão rural voltadas para a cultura do lúpulo. As atividades são feitas numa parceria interinstitucional entre a Secretaria, a Emater/RS-Ascar, a Universidade Estadual do Rio Grande do Sul (Uergs) e a Universidade de Caxias do Sul (UCS).

Entre as principais ações realizadas, desde 2021, estão: pesquisa sobre produtores de lúpulo na Serra do Nordeste; cultura de tecidos para mudas de lúpulo; exposição de plantas na Expointer e na Festa das Colheitas; um censo sobre os produtores de lúpulo do Rio Grande do Sul; capacitação de técnicos da Emater/RS-Ascar; instalação de uma unidade demonstrativa de cultivo do lúpulo, no Centro Estadual de Diagnóstico e Pesquisa em Vitivinicultura (CEVITIS), em Caxias do Sul; e montagem de uma casa de vegetação para plantas de lúpulo.

Cenci destacou a necessidade de ter mais instituições incluídas na parceria interinstitucional e a continuidade de ações conjuntas com a Emater/RS-Ascar para pesquisas e cursos de capacitação. “Queremos também finalizar a estruturação da área experimental de lúpulo que temos no Centro de Pesquisa de Caxias do Sul, ampliando o escopo para outros insumos cervejeiros, como o malte, por exemplo”, acrescentou.

Carlos apresentou alguns dados sobre a 1ª Pesquisa de produtores de lúpulo (Censo RS), realizado com 40 agricultores distribuídos pelo Estado. O produtor médio de lúpulo no Rio Grande do Sul é do sexo masculino, de 30 a 39 anos, com menos de quatro anos envolvido no cultivo da planta. Sua propriedade é de até cinco hectares, mas a área de cultivo do lúpulo, na maioria dos casos, fica restrita a menos de mil metros quadrados, 10% de um hectare. “É bem característico de um cultivo que está começando, que está sendo testado pelos produtores”, avaliou o pesquisador.

A boa notícia, de acordo com Carlos, é que a maioria dos produtores (82,5%) pretende ampliar a área de cultivo. “Muitos pontos positivos são associados ao lúpulo: é uma cultura produtiva nas nossas condições climáticas e de solo, rústica, de fácil adaptação. Além disso, pode ser cultivada em pequenas áreas, é um cultivo perene com fácil produção de mudas”, enumerou. Entre os pontos negativos elencados pelos produtores, estão o custo de implantação, a falta de conhecimento técnico e a ausência de linhas de financiamento e produtos químicos que sejam registrados junto ao Ministério da Agricultura para utilização na cultura do lúpulo.

Ao final da reunião, o extensionista da Emater/RS-Ascar Carlos Gabriel Nunes dos Santos informou sobre a realização do Webinar Estadual da Cultura do Lúpulo, nesta quinta-feira (15/6), com transmissão pelas redes sociais da Emater.

Participaram da reunião representantes das seguintes entidades: Associação Gaúcha de Microcervejarias (AGM), Banco do Brasil, Emater/RS-Ascar, Lúpulo do Vale, Salva Craft Beer e Secretaria de Desenvolvimento Rural (SDR).

Fonte: Secretaria da Agricultura, Pecuária e Desenvolvimento Rural

Imagem:  Fernando Dias

Sexta, 09 de Junho de 2023
Pesquisa mostra que cultura do trigo absorve mais CO2 do que emite
Pesquisa mostra que cultura do trigo absorve mais CO2 do que emite Fonte: EMBRAPA

Pesquisa, conduzida pela Embrapa Trigo (RS) e a Universidade Federal de Santa Maria (UFSM), comprovou que o trigo é capaz de sequestrar mais carbono do que emite para a atmosfera. Os cientistas observaram que durante o ciclo produtivo, o trigo absorveu um total de 7.540 kg de dióxido de carbono (CO2) por hectare da atmosfera, neutralizando as emissões dos períodos de pousio (sem plantas de cobertura do solo ou cultura geradora de renda sob a forma de forragem ou produção de grãos), e garantindo a oferta líquida de 1.850 kg de CO2 por hectare. Os resultados deram origem ao artigo "CO2 flux in a wheat/soybean succession in subtropical Brazil: a carbon sink", que pode ser acessado aqui.

A pesquisa contou com a instalação de uma torre de fluxo, em uma lavoura de grãos, em Carazinho, município na região norte do Rio Grande do Sul. Esse equipamento é utilizado pela UFSM para avaliar a emissão de gases de efeito estufa (GEE) desde a década de 1990. O objetivo foi avaliar as diferenças entre emissão e retenção de carbono (balanço) no sistema de produção trigo-soja, quantificando os fluxos de CO2 em lavoura comercial de grãos.

Utilizando o método de Covariância de Fluxos Turbulentos ou Eddy Covariance (EC), a torre de fluxo capturou informações capazes de identificar o balanço de carbono em cada etapa do sistema de produção ao longo do ano. A pesquisa envolveu dez profissionais de diferentes segmentos, como engenheiros-agrônomos, físicos, matemáticos e profissionais da ciência da computação.

De acordo com a professora Débora Roberti, do departamento de Física da UFSM, apesar do equipamento apresentar alto custo para aquisição (que pode chegar a 180 mil dólares), ele permite uma resposta rápida sobre os fluxos de gases no sistema, gerando uma sólida base de dados em apenas um ano, enquanto outras técnicas de campo demandam longos períodos de tempo para uma resposta segura em relação ao balanço de carbono no ambiente.

“O método que utilizamos ajudou a estabelecer parâmetros para orientar o manejo mais eficiente das áreas agrícolas na retenção de carbono em prol de um sistema de produção de grãos mais sustentável”, explica a pesquisadora, lembrando que as informações geradas podem chegar ao produtor de forma prática, ajudando na tomada de decisão: “Traduzimos uma série de algoritmos numa linguagem simples, acessível ao produtor e à assistência técnica, para que os conhecimentos possam ser adotados na lavoura”, acrescenta.

 

Carbono: nobre vilão

O CO2 é indispensável para as plantas realizarem a fotossíntese, processo que promove o crescimento da biomassa e a formação de frutos ou grãos. Na fotossíntese, a planta absorve o carbono e libera o oxigênio para a atmosfera. Contudo, durante o desenvolvimento, as plantas também liberam carbono, principalmente no período noturno, quando as plantas respiram mais e não há luz para fazer a fotossíntese.

Além disso, há o processo de decomposição dos resíduos agrícolas, que embora dependente de diversos fatores (ambientais, de solo, de manejo e da composição), é responsável por quantidade significativa de CO2 emitido para a atmosfera. “A emissão e a retenção de CO2 pelas plantas são muito variáveis, dependendo das condições de ambiente e da atividade agrícola, mas o manejo do CO2 é fator primordial para a produção de alimentos”, lembra o pesquisador Jorge Alberto de Gouvêa, da Embrapa.

Na atmosfera, o dióxido de carbono faz parte, junto com o metano e o óxido nitroso, dos gases que causam o efeito estufa, uma barreira que impede o resfriamento do planeta. No Brasil, a agropecuária é uma das principais fontes de gases de efeito estufa, com cerca de 27% das emissões do país, segundo levantamentos recentes do Sistema de Estimativas de Emissões e Remoções de Gases de Efeito Estufa - SEEG.

Segundo o SEEG, dentro das emissões da agropecuária, a agricultura responde por quase a totalidade das emissões de CO2, No entanto, as emissões de metano e óxido nitroso, pela pecuária têm maior impacto no efeito estufa. Por isso, são convertidas para CO2 equivalente e aí, segundo o SEEG, respondem por 69,3% das emissões de carbono da agropecuária. Além disso, as mudanças no uso da terra (desmatamentos e queimadas) afetam os reservatórios naturais de carbono, contribuindo para a elevação das emissões e para o aumento do efeito estufa.

A alternativa é investir em tecnologias capazes de aprimorar o sequestro de carbono por meio de florestas plantadas e, principalmente, na atividade agrícola, em que sistemas intensivos de rotação de culturas podem ser implementados com essa finalidade. “É dentro desse objetivo que a nossa pesquisa fez uma importante descoberta, pois, além de ter demonstrado que o trigo sequestra mais carbono da atmosfera do que emite, obtendo assim a nobre função de acumular carbono, também apresentou o vilão do sistema de produção, que é o pousio, prática agrícola que aumenta a emissão de carbono para a atmosfera”, conta o pesquisador da Embrapa Anderson Santi.

O produtor Paulo Vargas acompanhou de perto o experimento instalado na sua propriedade, a Fazenda Capão Grande, em Carazinho, RS. “O produtor sempre foi o mais interessado em preservar o meio ambiente, justamente porque depende dos recursos naturais para trabalhar. Ainda assim, o agro geralmente é apontado como vilão, por ser emissor de gases para a atmosfera. Acredito que agora, com a apresentação de informações geradas pela pesquisa, essa imagem comece a mudar, mostrando aquilo que, na prática, a gente já sabia: a rotação de culturas e a cobertura permanente do solo trazem mais benefícios do que impactos ao meio ambiente”, destaca.

Carbono: nobre vilão

O CO2 é indispensável para as plantas realizarem a fotossíntese, processo que promove o crescimento da biomassa e a formação de frutos ou grãos. Na fotossíntese, a planta absorve o carbono e libera o oxigênio para a atmosfera. Contudo, durante o desenvolvimento, as plantas também liberam carbono, principalmente no período noturno, quando as plantas respiram mais e não há luz para fazer a fotossíntese.

Além disso, há o processo de decomposição dos resíduos agrícolas, que embora dependente de diversos fatores (ambientais, de solo, de manejo e da composição), é responsável por quantidade significativa de CO2 emitido para a atmosfera. “A emissão e a retenção de CO2 pelas plantas são muito variáveis, dependendo das condições de ambiente e da atividade agrícola, mas o manejo do CO2 é fator primordial para a produção de alimentos”, lembra o pesquisador Jorge Alberto de Gouvêa, da Embrapa.

Na atmosfera, o dióxido de carbono faz parte, junto com o metano e o óxido nitroso, dos gases que causam o efeito estufa, uma barreira que impede o resfriamento do planeta. No Brasil, a agropecuária é uma das principais fontes de gases de efeito estufa, com cerca de 27% das emissões do país, segundo levantamentos recentes do Sistema de Estimativas de Emissões e Remoções de Gases de Efeito Estufa - SEEG.

Segundo o SEEG, dentro das emissões da agropecuária, a agricultura responde por quase a totalidade das emissões de CO2, No entanto, as emissões de metano e óxido nitroso, pela pecuária têm maior impacto no efeito estufa. Por isso, são convertidas para CO2 equivalente e aí, segundo o SEEG, respondem por 69,3% das emissões de carbono da agropecuária. Além disso, as mudanças no uso da terra (desmatamentos e queimadas) afetam os reservatórios naturais de carbono, contribuindo para a elevação das emissões e para o aumento do efeito estufa.

A alternativa é investir em tecnologias capazes de aprimorar o sequestro de carbono por meio de florestas plantadas e, principalmente, na atividade agrícola, em que sistemas intensivos de rotação de culturas podem ser implementados com essa finalidade. “É dentro desse objetivo que a nossa pesquisa fez uma importante descoberta, pois, além de ter demonstrado que o trigo sequestra mais carbono da atmosfera do que emite, obtendo assim a nobre função de acumular carbono, também apresentou o vilão do sistema de produção, que é o pousio, prática agrícola que aumenta a emissão de carbono para a atmosfera”, conta o pesquisador da Embrapa Anderson Santi.

O produtor Paulo Vargas acompanhou de perto o experimento instalado na sua propriedade, a Fazenda Capão Grande, em Carazinho, RS. “O produtor sempre foi o mais interessado em preservar o meio ambiente, justamente porque depende dos recursos naturais para trabalhar. Ainda assim, o agro geralmente é apontado como vilão, por ser emissor de gases para a atmosfera. Acredito que agora, com a apresentação de informações geradas pela pesquisa, essa imagem comece a mudar, mostrando aquilo que, na prática, a gente já sabia: a rotação de culturas e a cobertura permanente do solo trazem mais benefícios do que impactos ao meio ambiente”, destaca.

Trigo “descarbonizante”

A torre de fluxo foi instalada em uma lavoura de grãos, conduzida sob sistema de plantio direto, semeada com trigo no inverno e com soja no verão. O balanço de carbono foi registrado em cada etapa do sistema de produção, abrangendo o cultivo do trigo, o pousio de primavera (entre a colheita do trigo e a semeadura da soja), o cultivo da soja e o pousio de outono (após a colheita da soja até a entrada da cultura de inverno). Para avaliar o balanço de CO2, a pesquisa considerou a retenção no sistema de produção e a emissão para a atmosfera, descontado o carbono que foi exportado nos grãos colhidos.

“Na avaliação dos resultados, o trigo mostrou que é capaz de retirar mais carbono da atmosfera do que emite, ou seja, é uma cultura “descarbonizante”, que ajuda a reduzir gases de efeito estufa da atmosfera como o CO2”, constata Genei Dalmago, também pesquisador da Embrapa.

O balanço de carbono em cada etapa da produção de grãos, após descontada a quantidade extraída pelos grãos na colheita, mostrou que o trigo incorporou no sistema 5,31 gramas (g) de CO2 por metro quadrado (m²) ao dia; a soja, 0,02 g (ou seja, praticamente zero); e os dois períodos de pousio emitiram 6,29 g.

O trigo apresentou o que os pesquisadores chamam de “balanço negativo” de carbono, já que a cultura sequestra mais carbono do que emite para a atmosfera. A cultura do trigo absorveu um total de 7.540 kg por hectare de CO2 da atmosfera durante o ciclo, neutralizando as emissões dos períodos de pousio e garantindo a oferta líquida de 1.850 kg/ha, comprovando a possibilidade de o trigo atuar como cultura “descarbonizante” na produção de grãos do Sul do Brasil.

Os resultados da pesquisa apontam ainda os impactos negativos do pousio no sistema de produção de grãos em relação à emissão de CO2. Em apenas 30 dias, foi capaz de emitir 27% de todo o carbono que o trigo e a soja acumularam em 11 meses de cultivo. “É possível observar que o pousio no sistema de produção emitiu CO2, principalmente após a colheita do trigo, quando o calor acelera a decomposição dos restos culturais. No experimento, foram apenas 15 dias de pousio na primavera, com a emissão de 11,5 gramas de CO2 por metro quadrado por dia, um valor muito alto que precisa ser sanado no sistema”, avalia Dalmago.

Segundo ele, o cultivo de inverno ajuda a equilibrar o sistema, já que a soja absorve praticamente o mesmo valor de CO2 que emite, enquanto o trigo retira CO2 da atmosfera. O pesquisador alerta, porém, que já existem alternativas para reduzir ou eliminar o pousio entre as culturas no outono, como plantas de cobertura, plantas para produção de grãos ou, ainda, para a produção de forragens. “Esse foi um estudo inicial que buscou verificar o desempenho do trigo na fixação do CO2 no sistema de produção de grãos do Sul do Brasil, mas acredito que outras culturas de outono e inverno e mesmo plantas de cobertura possam apresentar um balanço de carbono ainda mais negativo”, conta o pesquisador.

Gouvêa complementa destacando que o projeto está em busca de parcerias para ampliar a infraestrutura de avaliação e monitoramento, especialmente de novas torres de medição, que poderão ser instaladas em diferentes ambientes de produção de grãos da Região Sul: “Nossa meta é ampliar o estudo, contemplando diferentes sistemas de produção e combinando novas variáveis como a fixação de carbono no solo, a influência do regime de chuvas e de outras variáveis meteorológicas, a topografia, maiores teores de lignina nas espécies e a sua relação com a decomposição das plantas, entre outras”, pontua.

 

Créditos de Carbono

O potencial de impacto das pesquisas com a fixação de carbono no sistema de produção de grãos tem reflexos tanto na esfera ambiental quanto na econômica. O mercado de compra e venda de créditos de carbono ainda está em regulamentação no mundo, mas a partir do Protocolo de Kyoto, firmado em 1997, a redução das emissões de gases do efeito estufa passou a ter valor econômico. Assim, quem reduz suas emissões pode vender esses créditos de carbono aos países que emitem mais gases.

Desde 2009, o Brasil conta com a Política Nacional sobre Mudança do Clima (Lei nº 12.187/2009) que representa o compromisso do País junto às Nações Unidas para a redução de emissões de GEE. Diferentes empresas e instituições brasileiras já estão negociando créditos de carbono, no mercado voluntário de carbono, mesmo sem base jurídica definida.

De acordo com Santi, o Projeto de Lei 528/2021, que regulamenta o Mercado Brasileiro de Redução de Emissões, estabelece 1 crédito de carbono igual a 1 tonelada de CO2. O valor hipotético é estimado em 10 dólares por crédito de carbono, ressaltando que ainda não há mercado consolidado no País, somente inferências sobre valores.

Conforme a proposta, os créditos de carbono deverão estar atrelados a projetos de redução ou remoção de gases de efeito estufa da atmosfera, sendo que esta redução (em toneladas) será convertida em títulos. Os títulos gerados serão objeto de negociação com governos, empresas ou pessoas físicas que têm metas obrigatórias para redução da emissão de gases de efeito estufa. Tais negociações serão definidas por leis e/ou tratados internacionais.

“Para entrar no mercado internacional de créditos de carbono, primeiramente precisamos da lei que regulamente este mercado no País, para então partirmos para a quantificação do balanço de CO2 nos sistemas de produção agropecuários nas mais diversas regiões produtivas, visando à geração dos créditos. Nesse contexto, a pesquisa assume papel fundamental para inserir o Brasil, de forma competitiva, no mercado de carbono”, conclui o pesquisador.

Fonte: Embrapa

Sexta, 09 de Junho de 2023
CNA debate mercado de carbono
CNA debate mercado de carbono Fonte: CNA - Confederação da Agricultura

A Confederação da Agricultura e Pecuária do Brasil (CNA) participou, na quarta (7), de uma audiência pública na Comissão de Meio Ambiente do Senado que discutiu o Projeto de Lei nº 412/2022, que regulamenta o Mercado Brasileiro de Redução de Emissões previsto na Lei 12.187/2009 (Política Nacional sobre Mudança do Clima).

O consultor de Meio Ambiente da CNA, Rodrigo Justus, afirmou que o agro considera importante a implantação do mercado de carbono, “desde que não haja imposição de mecanismos e taxações que onerem ou tirem a competividade do setor”.

“Vemos que a aprovação do mercado regulado de carbono é necessária, porém, com todos os cuidados, observando o cenário internacional e a competitividade dos nossos produtos.”

Uma das questões abordadas na audiência foi a questão da imposição de barreiras pelos europeus ao reconhecimento do carbono estocado em florestas protegidas e boas práticas agropecuárias usadas no Brasil, visando impedir a viabilização da emissão de créditos de carbono nessas situações.

Segundo Justus, aplicando a adicionalidade nesses casos, impede que as áreas conservadas sirvam para geração de crédito de carbono, “embora o Brasil tenha a soma de 47 países da Europa em área conservada e isso está ficando de fora da nossa possibilidade de receber”.

Para ele, a pretensão do Brasil é ser recompensado pelos grandes emissores pela sua conservação, por isso, antes de se aprovar uma lei brasileira sobre o tema, o país precisa se posicionar frente às negociações para criação do mercado internacional de crédito de carbono.

“O Senado deve acompanhar junto com o Poder Executivo as negociações internacionais e reforçar a posição do Brasil lá fora de que queremos o reconhecimento sobre a conservação das florestas brasileiras. Elas devem sim servir para aplicação no mercado internacional de carbono."

Rodrigo Justus reforçou que as discussões sobre o projeto de lei nº 412/2022 devem ser aprofundadas, inclusive com a tramitação em outras comissões do Senado. “Esse PL merece uma maturação para que tenhamos uma proposta que atenda os interesses nacionais e o Brasil possa cumprir suas metas estabelecidas no acordo de Paris.”

Assessoria de Comunicação CNA
flickr.com/photos/canaldoprodutor
cnabrasil.org.br
twitter.com/SistemaCNA
facebook.com/SistemaCNA
instagram.com/SistemaCNA
facebook.com/SENARBrasil
youtube.com/agrofortebrasilforte

Fonte: CNA - Confederação da Agricultura

Sexta, 09 de Junho de 2023
Trigo é semeado no RS
Trigo é semeado no RS Fonte: Emater

A área cultivada com trigo no Rio Grande do Sul na safra 2022 foi de 1.528.992 hectares (IBGE). Para este ano, o levantamento de intenção de plantio de trigo no Estado será finalizado nos próximos dias. De acordo com o Informativo Conjuntural divulgado pela Emater/RS-Ascar nesta quarta-feira (07/06), as atividades de semeadura do trigo foram aceleradas, aproveitando as condições favoráveis de umidade do solo e a ausência de chuvas, o que possibilitou o acesso das máquinas agrícolas às lavouras para a realização da operação. As lavouras semeadas em maio apresentam boa uniformidade na germinação, emergência satisfatória e crescimento rápido.

No entanto, mesmo em período recomendado para o plantio, alguns produtores estão em processo de tomada de decisão quanto à escolha da cultura a ser plantada ou quanto à extensão de seu cultivo, devido às incertezas presentes no mercado e às previsões climáticas menos favoráveis. Na região administrativa da Emater/RS-Ascar de Bagé, estima-se expansão de área de cultivo com o trigo em relação à safra passada. Na de Frederico Westphalen, a tendência é de que a semeadura ocorra em uma área semelhante ao ano anterior, com maior concentração durante o mês de junho. Estima-se que 10% da área já tenha sido semeada, encontrando-se atualmente na fase de germinação e desenvolvimento vegetativo. Já na região de Santa Rosa, o plantio do trigo evoluiu de 13% para 34% da área total semeada. Estima-se aumento na extensão das áreas cultivadas na safra de 2023 em relação à safra de 2022.

Aveia branca - Avança a semeadura no RS, onde a cultura se apresenta como alternativa de um investimento mais barato em relação ao trigo, para a ocupação das áreas no inverno. Na região administrativa da Emater/RS-Ascar de Ijuí, a semeadura está se aproximando do término. A operação foi realizada com o solo em condições ideais de umidade, o que beneficia o rendimento da atividade e a qualidade do plantio. A cultura apresenta desenvolvimento inicial considerado muito bom. Na região de Santa Rosa, onde a implantação ocorreu ainda no mês de abril, já é possível observar o avanço das plantas para o estágio reprodutivo. Algumas plantas exibem panículas, enquanto outras ainda estão no estágio de emborrachamento. No entanto, as lavouras que foram implantadas na primeira quinzena de maio enfrentam estresse devido às condições climáticas mais quentes e à presença de ventos, resultando na queima das partes apicais das plantas, o que causa uma coloração pardacenta ou avermelhada. Na safra 2022, o RS cultivou 360.139 hectares (IBGE) de aveia branca.

Canola - As condições meteorológicas têm sido favoráveis para a execução das etapas de dessecação, preparo do solo e implantação da cultura, fatores que têm sido benéficos para a germinação adequada e bom desenvolvimento inicial. Na região de Ijuí, a semeadura da cultura foi priorizada. Na de Santa Rosa, a área de plantio apresenta expansão. Em alguns municípios, o plantio já foi concluído, como em Giruá, que possui a maior área destinada ao cultivo da oleaginosa, abrangendo aproximadamente 4.500 hectares. No momento, na região, 96% dos cultivos estão na fase de desenvolvimento vegetativo, e os restantes 4% já estão na fase de florescimento. A área cultivada de canola no Estado, na safra 2022, foi de 56.786 hectares (IBGE).

SAFRA DE VERÃO
Soja - A área cultivada de soja no Estado é de 6.513.891 hectares e a produtividade estimada, de 1.923 kg/ha. A colheita está tecnicamente encerrada. Entre 29/05 e 04/06, o tempo seco permitiu a colheita em pequenas áreas cultivadas, após o período indicado no Zoneamento Agrícola de Risco Climático (Zarc). As últimas lavouras colhidas também registraram considerável variação na produtividade, especialmente as áreas que apresentaram bom estande de plantas. Algumas dessas lavouras atingiram até 2.000 kg/ha.

Os extensionistas da Emater/RS-Ascar estão promovendo orientações aos produtores rurais acerca do novo método de classificação física do solo, o qual será empregado na obtenção de financiamentos para as atividades agrícolas, conforme disposto na recém-publicada portaria do Zarc. As dúvidas referem-se principalmente à coleta e ao encaminhamento de amostras de solo para análise. Também é necessário observar as alterações estabelecidas na nova Portaria SPA/Mapa nº 87, de 24 de abril de 2023, referente ao zoneamento para a cultura. Essa atualização introduz o conceito de "Água Disponível" para a definição dos períodos decendiais recomendados para o plantio e modifica a anterior, o que requer uma análise aos agentes envolvidos na cadeia produtiva.

Os agentes financeiros já estão realizando pré-custeios para a safra 2023/2024 da cultura da soja. O objetivo é disponibilizar recursos aos produtores para antecipar a aquisição de insumos e evitar comprá-los durante períodos em que geralmente ocorre aumento de preços, mais próximos ao plantio.

Em termos de comercialização, em virtude das recentes oscilações negativas nos preços, observou-se uma diminuição no volume de faturamento da produção. No entanto, a maioria dos produtores já havia comercializado seus produtos logo após a colheita.

Milho - A área de cultivo no Estado está estimada em 810.380 hectares. A produtividade estimada é de 4.440 kg/ha. A colheita progrediu para 97% da área de cultivo no RS. No entanto, o avanço da operação foi condicionado pelas lavouras de safrinha, que estão progredindo nas fases de enchimento de grãos e maturação.

As áreas destinadas à cultura na próxima safra apresentam o desenvolvimento pleno de culturas de cobertura. Observa-se uma demanda intensa, com aquisição e reserva de sementes, disponibilizadas pelo Programa Troca-Troca ou ofertadas no comércio local.

Milho silagem - A área implantada no Estado é de 357.476 hectares. A produtividade atual indica produção de 20.000 kg/ha. Houve prosseguimento no corte e conservação em silos da massa vegetal produzida, a reservada à alimentação dos rebanhos no futuro. Estima-se que 99% dos cultivos foram colhidos.

Arroz - A cultura está em entressafra. Durante esse período, os preços do cereal podem ser acompanhados no documento Cotações Agropecuárias, elaborado pela Emater/RS-Ascar/Gerência de Planejamento/Núcleo de Informações e Análises, disponível em http://bit.do/eRWGv.

Feijão 1ª safra - A área cultivada em 1ª safra no Estado somou 31.449 hectares. A colheita está encerrada. A estimativa final de produtividade é de 1.576 kg/ha.

Feijão 2ª safra - A área ocupada pelo cultivo em 2ª safra corresponde ao total de 20.127 hectares. A produtividade estimada é de 1.376 kg/ha. A continuidade da colheita foi condicionada pela desaceleração do ciclo da leguminosa, ocasionando um atraso na colheita das lavouras que demandam maior período de amadurecimento.

LEITE E MEL
Na maior parte das regiões, a produção do leite vem apresentando aumento devido à melhora na oferta de pastagens. A redução na ocorrência das precipitações ajuda na não formação de barro próximo ao local de ordenha, o que facilita o manejo e reduz a chance de contaminação do leite. Além da Declaração Anual dos Rebanhos, os produtores estão sendo orientados a realizar a vacinação contra raiva bovina nos locais indicados pelas IDAs.

A colheita do mel já foi finalizada na maior parte das regiões. A queda das temperaturas já impacta a produção, diminuindo a atividade das abelhas e as floradas. A comercialização do mel embalado está reduzida, pois a manutenção de dias quentes para esta época do ano não tem estimulado o aumento do consumo de mel pela população, como tipicamente ocorre no período frio.

Na região administrativa da Emater/RS-Ascar de Bagé, os resultados da colheita de mel do outono, realizada em áreas de silvicultura de eucalipto, nos apiários transferidos de Dom Pedrito para Candiota, foi muito abaixo da média normal, não chegando a cobrir os custos. Em contrapartida, a produção nas áreas de migração para os bosques situados na divisa com o Uruguai foi melhor e se manteve dentro da média histórica para o período.

Na de Pelotas, em Canguçu, os produtores estão estocando a produção para a comercialização posterior, devido aos baixos preços praticados no momento. Os enxames já estão bem reduzidos e com suas atividades em baixa. Porém, o clima está favorável e, por isso, ainda não há necessidade de alimentação suplementar.



Assessoria de Imprensa da Emater/RS-Ascar
Jornalista Adriane Bertoglio Rodrigues
imprensa@emater.tche.br
www.emater.tche.br
www.facebook.com/EmaterRS
https://twitter.com/EmaterRS
www.youtube.com/EmaterRS
Instagram: @EmaterRS
tv.emater.tche.br

 

Fonte: Emater

Quarta, 07 de Junho de 2023
Governo abre crédito extraordinário de R$ 200 milhões para o Mapa
Governo abre crédito extraordinário de R$ 200 milhões para o Mapa Fonte: Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento

A Medida Provisória Nº 1.177, publicada no Diário Oficial da União desta terça-feira (6) abre crédito extraordinário de R$ 200 milhões em favor do Ministério da Agricultura e Pecuária. Os recursos serão aplicados nas ações de enfrentamento à Influenza Aviária de Alta Patogenicidade (IAAP).

Com o estado de emergência zoossanitária em vigor no país e a confirmação de casos de Influenza Aviária em aves silvestres em quatro estados, as ações de controle e contenção da doença serão intensificadas. Assim, o crédito extraordinário será aplicado no Sistema Unificado de Atenção à Sanidade Agropecuária (Suasa). A MP é assinada pelo presidente Luiz Inácio Lula da Silva e pela ministra do Planejamento e Orçamento, Simone Tebet. 

“O combate à gripe aviária é uma questão que merece a atenção de todos, pois o avanço da doença poderia impactar diversos setores do país. Por isso, essa medida do presidente Lula e o trabalho que estamos fazendo conjunto com os ministérios da Saúde e do Meio Ambiente e Mudança do Clima, Ibama e Defesa Civil, além dos órgãos estaduais, vai nos dar mais segurança para o enfrentamento a esta crise sem maiores riscos”, explicou o ministro da Agricultura e Pecuária, Carlos Fávaro.

Entre as ações de controle e combate à Influenza Aviária estão a rápida identificação, testagem e cuidados sanitários dos casos suspeitos. Para isso, as equipes técnicas poderão contar com reforço para as ações pontuais in loco.

O Brasil continua livre de influenza aviária na criação comercial e mantém seu status de livre de influenza aviária perante a Organização Mundial de Saúde Animal, exportando seus produtos para consumo de forma segura. 

Fonte: Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento

Quarta, 07 de Junho de 2023
CNA participa da 111ª conferência da OIT na Suíça
CNA participa da 111ª conferência da OIT na Suíça Fonte: CNA - Confederação da Agricultura

A CNA participa, até 16 de junho, da 111ª Conferência da Organização Internacional do Trabalho (OIT), em Genebra, na Suíça. O evento reúne governos, empregadores e trabalhadores de todo o mundo para discutir e abordar questões sobre a legislação trabalhista em nível global.

O diretor jurídico, Rudy Ferraz, e o coordenador da Comissão Nacional de Relações do Trabalho e Previdência Social, Rodrigo Hugueney, compõem a delegação de empregadores e participam como conselheiros técnicos.

“A conferência é um evento anual de extrema importância para o mundo laboral. Durante os dias do evento, os participantes têm a oportunidade de compartilhar experiências, debater políticas e buscar soluções inovadoras para os desafios enfrentados pelos trabalhadores e empregadores do mundo”, afirma Ferraz.

Esse ano a conferência retoma a discussão sobre aprendizagem profissional iniciada em 2022, para elaborar novas normas sobre o tema.

“A ideia é que seja elaborada uma recomendação das boas práticas a serem adotadas na aprendizagem, com vista a melhorar o acesso dos trabalhadores ao mercado de trabalho com maior capacitação”.

Além da aprendizagem, o evento discutirá as questões de proteção social e laboral, além da transição para uma economia mais sustentável.

“Essas questões cruciais afetam não apenas os trabalhadores individualmente, mas também a sociedade como um todo, uma vez que um ambiente de trabalho justo e seguro é essencial para promover a prosperidade e o bem-estar”, ressalta o diretor jurídico da CNA.

Também integram a comitiva como observadores pela CNA: o vice-presidente da Faemg, Renato Laguardia; a coordenadora jurídica da Faemg, Mariana Ehrenberger; o gerente jurídico da Faep, Klauss Kuhnen, o assessor Jurídico da Faesc, Clemerson Pedroso, e o assessor jurídico da Faet, Luiz Renato Provenzano.

Assessoria de Comunicação CNA
flickr.com/photos/canaldoprodutor
cnabrasil.org.br
twitter.com/SistemaCNA
facebook.com/SistemaCNA
instagram.com/SistemaCNA
facebook.com/SENARBrasil
youtube.com/agrofortebrasilforte

Fonte: CNA - Confederação da Agricultura

Quarta, 07 de Junho de 2023
Inflação oficial cai para 0,23% em maio e acumula 2,95% este ano
Inflação oficial cai para 0,23% em maio e acumula 2,95% este ano Fonte: Agência Brasil

O Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA), que mede a inflação oficial do país, ficou em 0,23% em maio deste ano. A taxa é menor que a de abril último (0,61%) e de maio de 2022 (0,47%). 

Com o resultado, divulgado no Rio de Janeiro, nesta quarta-feira (7), pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), o IPCA – a inflação oficial  do país – é de 2,95% no ano. Em 12 meses, o acumulado é de 3,94%, abaixo dos 4,18% acumulados até abril. 

O principal impacto na inflação de maio veio do grupo de despesas, saúde e cuidados pessoais, que registrou alta de preços de 0,93%, puxada por itens como planos de saúde (1,20%), itens de higiene pessoal (1,13%) e produtos farmacêuticos (0,89%). 

Queda de preços

Dois grupos de despesas acusaram deflação (queda de preços) e evitaram uma inflação maior: transportes (-0,57%) e artigos de residência (-0,23%).

O comportamento dos transportes foi influenciado pela queda de preços das passagens aéreas (-17,73%) e combustíveis (-1,82%) como óleo diesel (-5,96%), gasolina (-1,93%) e gás veicular (-1,01%). 

Os alimentos continuaram registrando inflação (0,16%), mas em nível abaixo de abril (0,71%), devido ao comportamento de itens como preços das frutas (-3,48%), do óleo de soja (-7,11%) e das carnes (-0,74%).

Fonte: Agência Brasil – Vitor Abdala

Imagem: Marcello Casal Jr.