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Quinta, 25 de Novembro de 2021
Contas externas têm saldo negativo de US$ 4,5 bilhões em outubro
Contas externas têm saldo negativo de US$ 4,5 bilhões em outubro Fonte: Agência Brasil

As contas externas tiveram saldo negativo de US$ 4,464 bilhões em outubro, informou hoje (25) o Banco Central (BC). No mesmo mês de 2020, o déficit foi de US$ 1,152 bilhão nas transações correntes, que são as compras e vendas de mercadorias e serviços e transferências de renda com outros países.

A diferença na comparação interanual se deve ao resultado do superávit comercial que reduziu US$ 2,4 bilhões, enquanto o déficit em renda primária aumentou US$ 1,3 bilhão e o déficit em serviços recuou US$ 207 milhões.

Em 12 meses, encerrados em outubro, o déficit em transações correntes é de US$ 26,704 bilhões, 1,66% do Produto Interno Bruto (PIB, soma dos bens e serviços produzidos no país), ante o saldo negativo de US$ 23,392 bilhões (1,47% do PIB) em setembro de 2021 e déficit de US$ 23,270 bilhões (1,54% do PIB) no período equivalente terminado em outubro de 2020.

Segundo o BC, a relação déficit-PIB em 12 meses se reduziu muito em razão dos efeitos da pandemia nas atividades. Em 12 meses encerrados em fevereiro de 2020, por exemplo, período pré-pandemia, o déficit em transações foi US$ 69 bilhões ou 3,79% do PIB.

Já nos dez primeiros meses do ano, o déficit é de US$ 15,783 bilhões, contra saldo negativo de US$ 13,571 bilhões de janeiro a outubro de 2020.

Balança comercial e serviços

As exportações de bens totalizaram US$ 22,764 bilhões em outubro, aumento de 27,8% em relação a igual mês de 2020. As importações somaram US$ 21,461 bilhões, incremento de 52% na comparação com outubro do ano passado. Com esses resultados, a balança comercial fechou com superávit de US$ 1,303 bilhão no mês passado, ante saldo positivo de US$ 3,683 bilhões em outubro de 2020. Isso se deve à retomada do dinamismo da atividade econômica interna, aumentando déficit em transações correntes.

O déficit na conta de serviços (viagens internacionais, transporte, aluguel de equipamentos, seguros, entre outros) manteve a trajetória de retração mas com déficit menor, com saldo negativo de US$ 1,468 bilhão em outubro, redução de 12,4% ante os US$ 1,675 bilhão em igual mês de 2020.

A rubrica de aluguel de equipamentos foi responsável por parte da redução do déficit da conta de serviços, devido à importação de equipamentos no âmbito do Repetro. Com a propriedade na mão de residentes não há mais necessidade de pagar aluguel para estrangeiros. Na comparação interanual, houve redução de 28,7% nas despesas líquidas de aluguel de equipamentos, de US$ 845 milhões em outubro de 2020 para US$ 602 milhões em outubro de 2021.

O Repetro é o regime aduaneiro especial, que suspende a cobrança de tributos federais, de exportação e de importação de bens que se destinam às atividades de pesquisa e de lavra das jazidas de petróleo e gás natural, principalmente as plataformas de exploração.

Em linha com a expansão do volume de comércio e aumento das despesas com viagens, as despesas líquidas de transporte aumentaram na comparação interanual, de US$ 194 milhões em outubro de 2020 para US$ 536 milhões no mês passado.

No caso das viagens internacionais, as receitas de estrangeiros em viagem ao Brasil chegaram a US$ 266 milhões, enquanto as despesas de brasileiros no exterior ficaram em US$ 531 milhões. Com isso, a conta de viagens fechou o mês com déficit de US$ 265 milhões, ante déficit de US$ 103 milhões em outubro de 2020, contribuindo para elevar o déficit em serviços

De acordo com o BC, esta é uma conta muito afetada pelas restrições impostas pela pandemia e pelas taxas de câmbio, mas vem se recuperando com o avanço da vacinação e reabertura dos países, com média acima de US$ 200 milhões de déficit nos últimos meses. Ainda assim, os valores estão muito abaixo do período pré-pandemia.

Rendas

Em outubro de 2021, o déficit em renda primária (lucros e dividendos, pagamentos de juros e salários) chegou a US$ 4,596 bilhões, ampliação de 38,9% antes os US$ 3,310 bilhões no mesmo mês de 2020. Normalmente, essa conta é deficitária, já que há mais investimentos de estrangeiros no Brasil, que remetem os lucros para fora do país, do que de brasileiros no exterior.

No caso dos lucros e dividendos associadas aos investimentos direto e em carteira, houve déficit de US$ 3,715 bilhões no mês passado, frente ao observado em outubro de 2020, que foi US$ 2,343 bilhões. As despesas líquida com juros passaram de US$ 975 milhões para US$ 899 milhões.

Segundo o BC, o volume de receitas e despesas estão crescendo em relação aos patamares muito baixos do ano passado, causados pela pandemia, o que também aponta para a normalização da atividade econômica e recuperação da lucratividade tanto das empresas estrangeiras no país quanto das subsidiárias brasileiras no exterior.

A conta de renda secundária (gerada em uma economia e distribuída para outra, como doações e remessas de dólares, sem contrapartida de serviços ou bens) teve resultado positivo de US$ 298 milhões, contra US$ 150 milhões em outubro de 2020.

Investimentos

Os ingressos líquidos em investimentos diretos no país (IDP) somaram US$ 2,493 bilhões no mês passado, ante US$ 3,136 bilhões em outubro de 2020. A totalidade dos ingressos ocorreu em participação no capital, US$ 3,040 bilhões, como compra de novas empresas e reinvestimentos de lucros. Enquanto isso, as operações intercompanhia (como os empréstimos da matriz no exterior para a filial no Brasil) tiveram déficit de US$ 547 milhões.

Nos 12 meses encerrados em outubro de 2021, o IDP totalizou US$ 49,223 bilhões, correspondendo a 3,06% do PIB, em comparação a US$ 49,866 bilhões (3,13% do PIB) no mês anterior e US$ 45,911 bilhões (3,05% do PIB) em outubro de 2020.

Quando o país registra saldo negativo em transações correntes, precisa cobrir o déficit com investimentos ou empréstimos no exterior. A melhor forma de financiamento do saldo negativo é o IDP, porque os recursos são aplicados no setor produtivo e costumam ser investimentos de longo prazo.

Para o mês de novembro de 2021, a estimativa do Banco Central para o IDP é de ingressos líquidos de US$ 3,9 bilhões.

O estoque de reservas internacionais atingiu US$ 367,927 bilhões em outubro de 2021, redução de US$ 959 milhões em comparação ao mês anterior. O resultado decorreu de vendas à vista, US$ 500 milhões, e contribuição negativa das variações de preços, US$ 1,3 bilhão. A contribuição positiva das variações por paridades somou US$ 504 milhões, e a receita de juros totalizou US$ 423 milhões.

Revisões de 2020 e 2021

Desde outubro de 2019, a política do BC estabelece revisão ordinária anual do balanço de pagamentos e da posição de investimento internacional nos meses de julho e novembro.

Para 2020, a revisão das estatísticas do setor externo resultou em redução de US$ 1,4 bilhão do déficit em transações correntes, de US$ 25,9 bilhões (1,8% do PIB) para US$ 24,5 bilhões (1,7% do PIB). De acordo com o BC, essa revisão decorreu da variação na renda primária, cujo déficit foi revisto de US$ 39,7 bilhões para US$ 38,3 bilhões.

Em relação à conta financeira, ocorreu revisão nos passivos de investimento direto e em carteira. A revisão das despesas de lucros reinvestidos reduziu US$ 7 bilhões do IDP em participação no capital, enquanto os ingressos líquidos em operações intercompanhia registraram ligeiro aumento, US$ 94 milhões. Quanto aos passivos de investimento em carteira, as saídas líquidas se mostraram menores em US$ 720 milhões, revistas de US$ 2,6 bilhões para US$ 1,9 bilhão.

No total, a revisão reduziu o IDP de 2020 em US$ 6,9 bilhões, passando a totalizar ingressos líquidos de US$ 37,8 bilhões (2,62% do PIB) ante US$ 44,7 bilhões (3,09% do PIB) anteriormente estimados.

Para 2021, nas transações correntes, a revisão mais significativa ocorreu nas estimativas de despesas de lucros de investimento direto, que aumentaram US$ 4 bilhões, de US$ 28,5 bilhões para US$ 32,6 bilhões, de janeiro a setembro de 2021. A revisão das receitas de lucro de investimento direto somou US$ 800 milhões, de US$ 17,4 bilhões para US$ 18,2 bilhões. Por conseguinte, as despesas líquidas da renda primária aumentaram US$ 3,2 bilhões no período, revistas de US$ 33,1 bilhões para US$ 36,3 bilhões.

Nos demais componentes das transações correntes houve revisão apenas da balança comercial de bens, com redução de US$ 76 milhões no superávit comercial. Dessa forma, o déficit em transações correntes acumulado de janeiro a setembro de 2021 foi revisado de US$ 8,1 bilhões para US$ 11,3 bilhões, elevação de US$ 3,2 bilhões.

A revisão do IDP de janeiro a setembro de 2021 aumentou o ingresso líquido em US$ 2,6 bilhões, de US$ 40,7 bilhões para US$ 43,3 bilhões. Houve acréscimo de US$ 4 bilhões decorrente da revisão das estimativas de lucros reinvestidos e redução de US$ 1,5 bilhão nos ingressos líquidos de operações intercompanhia.

Fonte: Agência Brasil – Andreia Verdélio

Imagem: Diego Baravelli

Terça, 23 de Novembro de 2021
Senar-RS e Farsul realizam etapa do fórum `Para Onde Irão os Novilhos?’ em São Borja
Senar-RS e Farsul realizam etapa do fórum `Para Onde Irão os Novilhos?’ em São Borja Fonte: SENAR-RS

Evento, com Dia de Campo e Seminário, ocorre nos dias 18 e 19 de novembroA cidade de São Borja vai sediar a 105ª etapa do Fórum Permanente do Agronegócio - Para Onde Irão os Novilhos?.  O evento, cuja programação compreende um Dia de Campo e um seminário, será realizado nos dias 18 e 19 de novembro. O evento é uma realização do Serviço Nacional de Aprendizagem Rural (Senar-RS) e Federação da Agricultura do Rio Grande do Sul (Farsul). As inscrições podem ser feitas pelo e-mail eventos@senar-rs.com.br.

O evento visa atingir produtores, técnicos e estudantes de ciências agrárias, no que tange a possibilidades e oportunidades da intensificação nos sistemas de recria e terminação, a partir do conhecimento gerado em centros de pesquisas e universidades; além de troca de experiências práticas com produtores, que servirão de exemplo aos demais.

"O que nos incentivou a iniciar esse projeto, no ano de 2016, foi a necessidade melhorar a taxa de desfrute no Estado, a partir da intensificação dos sistemas de recria e engorda, e consequente redução da idade de abate, produzindo assim carne de qualidade, adequada às demandas do mercado consumidor e agregando renda ao produtor", explica o médico veterinário Pedro Faraco, técnico da Formação Profissional Rural do Senar-RS.

Pedidos dos produtores

A ideia do fórum é levar aos produtores informações, técnicas e manejos que aumentem a  produtividade, reduzam a idade de abate e promovam melhoria da qualidade de carcaça para obtenção de um produto desejável pelo mercado consumido. Por isso, no Dia de Campo, programado para o dia 18, os participantes visitarão propriedades consideradas modelo na região.

"São propriedades que se destacam por seus sistemas produtivos e posicionamento no mercado, produzindo carne de qualidade e com valor agregado", valoriza Faraco, acrescentando que a atividade oportuniza aos participantes trocar ideias com os proprietários, que compartilharão informações sobre suas práticas e objetivos.

Na manhã seguinte, o evento segue no Pavilhão Senar, dentro do Parque de Exposições Serafim Dornelles Vargas. O local recebe as atividades do seminário, que contará com palestras de professores da UFRGS e da UFSM, pesquisadores e técnicos da Embrapa e do Senar-RS. Os temas - como suplementação, controle de carrapato, manejo de forrageiras - foram sugeridos pelos próprios produtores da região.

"É fundamental que produtor se aproprie desse conhecimento, aplique-o na prática e continue evoluindo em produtividade, aplicando tecnologias e manejos com o objetivo final de melhorar os índices produtivos, reduzir a idade de abate, melhorar a qualidade do produto final", finaliza Faraco.


Inscrições
eventos@senar-rs.com.br

Fonte: senar-rs.com.br – Assessoria de Comunicação

Terça, 23 de Novembro de 2021
Acordo global para redução de emissão de metano
Acordo global para redução de emissão de metano Fonte: Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento

A adesão do Brasil ao compromisso global para a redução das emissões de metano, durante a COP 26, em Glasgow, foi uma das principais conquistas da Conferência, na avaliação da ministra Tereza Cristina (Agricultura, Pecuária e Abastecimento). Em coletiva de imprensa realizada nesta segunda-feira (22) a ministra disse que o Brasil já desenvolve técnicas para a redução de gases de efeito estufa, como o metano e o carbono. Também participaram da coletiva o ministro do Meio Ambiente, Joaquim Leite, e das Relações Exteriores, Carlos França. 

“Muito mais do que problemas, isso trará grandes oportunidades para nossa pecuária ser cada vez mais eficiente. A nossa agricultura tropical já faz a redução de vários gases, não só do metano e também do carbono. Temos muito a mostrar do que já vem sendo feito e o que mais vamos poder fazer, principalmente na pecuária, a partir das novas tecnologias que surgiram nos últimos anos”, disse. 

O Brasil levou para a COP26 vários temas em que já trabalha para a sustentabilidade na agricultura e na pecuária e levou cases de realidades que já acontecem no nosso campo. O Ministério da Agricultura apresentou a segunda etapa do Plano ABC+, com tecnologias de baixa emissão de carbono praticadas pela agropecuária brasileira e as metas para a próxima década. 

“Nós precisamos levar toda essa tecnologia e processos de produção, cada vez mais, principalmente para os pequenos produtores. O Brasil tem 6 milhões de propriedades rurais e nós precisamos democratizar e universalizar essas tecnologias para que os produtores rurais produzam de maneira cada vez mais sustentável”, destacou a ministra. 

A ministra explicou que o compromisso global de redução de 30% nas emissões é voluntário e que o Brasil já desenvolve várias ações que podem contribuir para essa meta. “Já temos uma série de processos que vão ser melhor quantificados por nós, para que o Brasil possa assumir qual será a sua meta dentro desses 30%”, disse. 

Entre as estratégias que já são utilizadas para reduzir a emissão de metano na pecuária brasileira estão o melhoramento genético de pastagens para desenvolver alimentos mais digestíveis para os animais e o melhoramento genético dos animais, que permite o abate precoce. Também está em estudo a utilização de aditivos que podem ser agregados na alimentação animal, com substâncias como taninos e óleos essenciais. 

O ministro do Meio Ambiente, Joaquim Leite, disse que o Brasil aderiu ao acordo do metano para demonstrar ao mundo os programas nacionais que já existem, como o ABC+ e o Lixão Zero.  “O mundo não conhece as políticas nacionais, então queremos mostrar ao mundo que o Brasil é parte da solução, já temos programas, já fazemos essa atividade e por isso, nós tínhamos que estar dentro deste acordo, para trazer os outros países para esse desafio”, destacou Leite. 

O ministro das Relações Exteriores, Carlos França, destacou que o compromisso para a redução de metano e a declaração de Glasgow sobre florestas e uso de terra demonstram o compromisso inequívoco que o Brasil tem com os esforços globais para o enfrentamento à mudança do clima. "O que tivemos em Glasgow foi um acordo possível, para que todos os países, grande e pequenos, ricos e pobres pudessem prosseguir sobre o marco da Convenção-Quadro e seus instrumentos, no enfrentamento desse que é o desafio comum: a mudança global do clima", disse.

França também comentou o posicionamento de países da Europa em relação à produção brasileira, quando muitos oferecem subsídios à agricultura. "Na Europa há muita agricultura subsidiada. Terra e água são recursos escassos. Seria sustentável manter o uso ineficiente desses recursos nesses países, às custas de subsídios? Não seria isso antiecológico, contra o meio ambiente?", questionou.

Fonte: Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento

Imagem: Guilherme Martimon

Terça, 23 de Novembro de 2021
China aceitará carne bovina do Brasil certificada até 4 de setembro
China aceitará carne bovina do Brasil certificada até 4 de setembro Fonte: Agência Brasil

As autoridades alfandegárias da China disseram nesta terça-feira (23) que aceitarão pedidos de importação de carne bovina brasileira que tenha recebido certificado sanitário antes de 4 de setembro, potencialmente permitindo que os carregamentos retidos nos portos chineses finalmente sejam liberados na alfândega.

O Brasil suspendeu as exportações de carne bovina para a China em 4 de setembro após detectar dois casos atípicos de doença da vaca louca, mas a carne que já estava nos portos continuou sendo exportada, com a maior parte não conseguindo passar pela alfândega na chegada à China.

Os casos foram considerados "atípicos" por serem de um tipo espontâneo, e não por transmissão no rebanho.

De acordo com a Organização Internacional de Saúde Animal (OIE, na sigla em inglês), casos "atípicos" não oferecem riscos à saúde humana e animal, e são em geral detectados em bovinos mais velhos.

A alfândega chinesa atualizou seu site nesta terça-feira para informar que agora está aceitando pedidos de importação de carne bovina certificada antes da suspensão.

Não ficou claro quanto tempo esses procedimentos levariam, ou a quantidade de produto presa no limbo desde a suspensão.

O Brasil é o principal fornecedor de carne bovina da China, atendendo a cerca de 40% de suas importações, e os compradores esperavam inicialmente que o comércio fosse retomado em algumas semanas.

Desde que os casos em bovinos foram anunciados, o Brasil também notificou dois casos de distúrbio neurodegenerativo em pessoas, embora autoridades tenham dito que eles não estavam relacionados ao consumo de carne bovina.

Fonte: Agência Brasil – Dominique Patton

Imagem: Marcello Casal Jr.

Terça, 23 de Novembro de 2021
Comissão aprova proposta que suspende cobrança de dívidas com o Pronaf durante pandemia
Comissão aprova proposta que suspende cobrança de dívidas com o Pronaf durante pandemia Fonte: Agência Câmara de Notícias

A Comissão de Agricultura, Pecuária, Abastecimento e Desenvolvimento Rural da Câmara dos Deputados aprovou proposta que suspende a cobrança das parcelas dos financiamentos do Programa Nacional de Fortalecimento da Agricultura Familiar (Pronaf) enquanto durar no País a pandemia de Covid-19.

Foi aprovado o substitutivo do relator, deputado Vilson da Fetaemg (PSB-MG), ao Projeto de Lei 944/21, do deputado José Airton Félix Cirilo (PT-CE). “A proposta original amplia a proteção a ser conferida pelo poder público aos agricultores familiares, mas foi preciso aprimorar o texto”, explicou o relator.

Entre outros pontos, o substitutivo aprovado adia para 2022 e 2023 as parcelas do Pronaf com vencimento em 2020 e 2021, prevê prorrogação automática dos contratos e impede a cobrança de duas parcelas simultaneamente no mesmo mês. Além disso, amplia a possibilidade de repactuação para todas as dívidas.

A versão original tratava de contratos feitos por meio dos bancos do Brasil, do Nordeste e da Amazônia formalizados até dezembro de 2019. “Devido à crise econômica causada pela Covid-19, muitos agricultores familiares não têm condições de quitar o financiamento”, disse na época José Airton Félix Cirilo.

Tramitação
O projeto tramita em caráter conclusivo e ainda será analisado pelas comissões de Finanças e Tributação; e de Constituição e Justiça e de Cidadania.

Fonte: Agência Câmara de Notícias

Terça, 23 de Novembro de 2021
Agro fecha outubro com exportações de US$ 8,8 bilhões
Agro fecha outubro com exportações de US$ 8,8 bilhões Fonte: CNA - Confederação da Agricultura

As exportações do agro alcançaram US$ 8,8 bilhões em outubro deste ano, crescimento de 10% em relação ao mesmo mês de 2020, de acordo com análise da Confederação da Agricultura e Pecuária do Brasil (CNA) com base nos dados do Ministério da Economia.

No acumulado de janeiro a outubro, de 2021, as vendas externas totalizam US$ 102,4 bilhões, alta de 19,5% na comparação com os 10 primeiros meses do ano passado e valor recorde na série histórica, superando os US$ 101,2 bilhões registrados em todo o ano em 2018.

A soja em grãos liderou a lista de produtos exportados em outubro, com participação de 19,5%, a receita de US$ 1,7 bilhão, 94,3% a mais do que em outubro de 2020. O açúcar em bruto foi o segundo item mais embarcado (US$ 720,4 milhões), embora as vendas para o exterior tenham caído 27,3% frente ao mesmo mês do ano passado.

O aumento mais expressivo nas vendas externas foi para o óleo de soja em bruto, de 862,1%, que passou de US$ 18,5 milhões em outubro de 2020 para US$ 178,3 milhões no mês passado. Na sequência, aparecem soja em grãos (94,3%), carne de frango in natura (61,9%) e papel (37%).

Em outubro de 2021, 66% das vendas do agronegócio tiveram 10 países como principais destinos. O primeiro foi a China, com participação de 25,5% do total, seguida por União Europeia (14,2%), Estados Unidos (9,9%), Japão (3,3%) e Vietnã (2,9%). Completam a lista Chile (2,4%), Irã (2,1%), Tailândia (2,0%), Coreia do Sul (1,9%) e Índia (1,9%).

Agro.BR – A CNA também compilou os dados sobre as exportações mensais dos setores prioritários do Projeto Agro.BR, uma iniciativa feita com a Apex-Brasil para aumentar a oferta de produtos do agro brasileiro no comércio exterior e promover a diversificação da pauta exportadora brasileira.

Chá, mate e especiarias tiveram o crescimento mais significativo nas exportações em outubro deste ano (78,4%) frente a outubro de 2020. Já o embarque mensal de produtos apícolas subiu 67,1% frente ao mesmo período do ano passado. Outro setor que teve expansão das vendas externas foram os pescados, de 52,5% em outubro/2021 em relação a outubro/2020.

Fonte: CNA - Confederação da Agricultura - Assessoria de Comunicação

Segunda, 22 de Novembro de 2021
Pesquisa confirma segurança para consumo dos vegetais comercializados no país
Pesquisa confirma segurança para consumo dos vegetais comercializados no país Fonte: Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento

Pesquisa do Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Mapa), realizada em 2019 e 2020, e divulgada nesta sexta-feira (19), no Diário Oficial da União, mostra que 89% das amostras de produtos de origem vegetal analisadas pelo Plano Nacional de Controle de Resíduos e Contaminantes em Produtos de Origem Vegetal (PNCRC/Vegetal) estão dentro do nível de conformidade. Isso significa que os vegetais comercializados no Brasil são seguros para consumo.

Os resultados são referentes ao PNCRC/Vegetal, que tem como objetivo monitorar e fiscalizar os resíduos de defensivos agrícolas e de contaminantes químicos e biológicos em produtos de origem vegetal nacionais e importados. Desde 2019, quando a fiscalização passou a autuar as irregularidades, o Mapa já aplicou mais de R$ 4 milhões em multas. 

Segundo o levantamento, dos 89% de conformidade apontados nas análises, 49% não apresentaram nenhum resíduo e contaminante e outros 40% apresentaram valores abaixo do Limite Máximo de Resíduos (LMR) estabelecido no Brasil.

Apenas 11% das amostras apresentaram algum tipo de inconformidade. Desse total, 10 pontos percentuais representam inconformidades relacionadas a resíduos de defensivos agrícolas e um ponto percentual mostrou a presença de contaminantes, como Salmonella e micotoxinas.

Dos produtos que apresentaram inconformidades pelo uso de defensivo agrícola não permitido para a cultura, temos o feijão comum (Phaseolus vulgaris) e o feijão-de-corda (Vigna unguiculata). O Mapa autuou as empresas embaladoras dos produtos e vem trabalhando em conjunto com a Associação Brasileira da Indústria do Feijão (Abifeijão), Instituto Brasileiro do Feijão e Pulses (Ibrafe), Confederação da Agricultura e Pecuária do Brasil (CNA) e Associação Brasileira de Feijões e Legumes Secos (Abrafe) estratégias de monitoramento de resíduos e rastreabilidade de produtos. Uma ação já adotada pelos embaladores é a execução de teste rápido para resíduos de defensivos no recebimento dos feijões. 

Segundo parecer da Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa), as irregularidades encontradas nos feijões não apresentam risco agudo no consumo desses alimentos.  

"O estabelecimento dos procedimentos fiscais nas coletas de amostras do PNCRC foi muito importante. Ao passo que o Mapa continua monitorando a situação dos produtos, já é possível a responsabilização dos agentes da cadeia produtiva, nos casos de não conformidade", explica o diretor do Departamento de Inspeção de Produtos de Origem Vegetal, Glauco Bertoldo. Até 2019, as irregularidades detectadas pelo PNCRC eram apenas notificadas aos infratores.

Análises

O PNCRC analisou no período 37 produtos de origem vegetal: amêndoa, avelã, amendoim, amêndoa de cacau, arroz, alho, alface, abacaxi, batata-inglesa, banana, beterraba, café grão verde, café torrado e moído, castanha de caju, castanha do Brasil, cebola, cevada malteada, citros, cenoura, farinha de trigo, feijão comum (Phaseolus vulgaris), feijão-de-corda (Vigna unguiculata), goiaba, kiwi, manga, mamão, maçã, milho, melão, morango, pimenta do reino, pera, pimentão, soja, trigo, tomate e uva.

Ao todo, foram 2.601 amostras coletadas e encaminhadas para análises na Rede Nacional de Laboratórios Federais de Defesa Agropecuária (Rede LFDA). As amostras são oficiais e coletadas por auditores fiscais federais agropecuários em propriedades rurais, estabelecimentos beneficiadores e em centrais de abastecimento.

As análises do PNCRC são feitas em amostras de produtos nacionais e importados. No período, foram analisados 91% de produtos nacionais e 9%, importados.

Dentre os produtos de origem vegetal que apresentaram 100% de conformidades no período, temos alho, amêndoa, avelã, café, castanha de caju, castanha do Brasil, cebola, cevada malteada, manga e pimenta do reino. Nas inconformidades, abaixo de 70% (a maioria por uso de produtos não permitidos para a cultura) aparecem feijão comum, goiaba, morango, feijão-de-corda e pimentão.

O Mapa utiliza métodos de controle e fiscalização da Instrução Normativa Conjunta nº 02 de 2018, que estabelece a obrigatoriedade de rastreabilidade por todos os entes da cadeia de produção e comercialização de produtos de origem vegetal.

O Plano do Ministério da Agricultura, em conjunto com o Programa de Análise de Resíduos em Alimentos (PARA), realizado pela Anvisa, formam o sistema de monitoramento de resíduos de agrotóxicos em alimentos no Brasil.

Defensivos agrícolas  

Das 2.601 amostras coletadas, 1.777 foram direcionadas para o monitoramento de ocorrência de resíduos de defensivos agrícolas, sendo 1.521 amostras conformes e 256 não conformes.

As violações em produtos nacionais chegaram a 14%. Desses, 10% foram de defensivos agrícolas não permitidos para a cultura - que não significa, necessariamente, risco para a saúde dos consumidores - e 4% com uso acima do limite máximo de resíduos – que indica uso inadequado do produto, não seguindo as orientações da bula.

“Neste biênio, não constatamos nenhuma violação por agrotóxicos proibidos no Brasil nas análises, o que demonstra a segurança dos produtos brasileiros”, destaca Bertoldo. 

Fonte: Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento

Segunda, 22 de Novembro de 2021
Artigo/Lígia Dutra: A Ásia além da China
Artigo/Lígia Dutra: A Ásia além da China Fonte: CNA - Confederação da Agricultura

Em geral, quando escuto falar do comércio do agro com a Ásia, o assunto costuma ser, na realidade, o comércio com a China. Não é coincidência que o país seja chamado de gigante asiático. O peso geopolítico e a crescente demanda chinesa por produtos agropecuários chamam mais a atenção do que as oportunidades comerciais que despontam em seus vizinhos. O poder de atração da China é tão grande que, por vezes, nos esquecemos de olhar para outras partes do Sudeste Asiático, região de economias dinâmicas, comercialmente interconectadas e com mercados consumidores crescentes.

Cingapura, por exemplo, tem uma renda per capita acima de US$ 65 mil, com consumidores exigentes para produtos de qualidade. O Vietnã apresenta PIB per capita bem menor, aproximadamente US$ 2,7 mil, mas o país tem um crescimento expressivo de renda, acima de 30% entre 2015 e 2019. Tailândia, Indonésia e Malásia também tiveram aumento de renda per capita acima de dois dígitos.

O reflexo do aumento de renda é sentido diretamente no consumo de alimentos. Segundo dados da FAO, o consumo de café no Vietnã aumentou mais de 30% entre 2014 e 2018. No mesmo período, o consumo de leite cresceu 13,2% no país. As frutas também se tornaram mais presentes na dieta da população da região. O consumo de maçãs aumentou mais de 5,7% na Malásia e as vendas de uvas subiram 20% na Indonésia.

O crescimento da renda ajuda a formar uma nova classe média e impacta diretamente no aumento da demanda por alimentos de maior valor agregado. Esses cinco países juntos - Cingapura, Malásia, Indonésia, Tailândia e Vietnã - reúnem mais de 470 milhões de habitantes. Pela dimensão, pelo dinamismo, a região não pode ficar de fora dos planos de atuação internacional do setor agropecuário brasileiro.

Para ampliar suas ações de internacionalização das empresas do agro, a Confederação da Agricultura e Pecuária do Brasil (CNA) deu um passo importante no mês de novembro: instalou em Cingapura sua segunda representação na Ásia - a primeira foi aberta em 2020 em Xangai, na China.

Nova frente de atuação da CNA, Cingapura se tornou no último século um centro cosmopolita, moderno, que busca conectar ocidente e oriente. Ampla presença de capital e facilidade para negócios são apenas algumas características desse país que também é um eficiente hub logístico, com impressionante capacidade portuária, responsável por distribuir cerca de 30% dos produtos comercializados na região.

A representação da CNA tem o objetivo de buscar oportunidades de negócios para empresas do setor agropecuário no Sudeste Asiático. Não apenas no mercado de Cingapura, mas também em países como Tailândia, Indonésia, Malásia e Vietnã. Em 2020, as exportações de produtos do agro brasileiros para esse conjunto de países somaram US$ 7,2 bilhões, o que representou um crescimento de 32% em relação a 2019. Mas ainda bastante concentradas em produtos como grãos, proteína animal, açúcar e algodão.

O valor exportado para os países do Sudeste Asiático é superior ao total de exportações do agro para os Estados Unidos no mesmo período. No entanto, com os norte-americanos conseguimos estabelecer uma pauta mais diversificada, que inclui não apenas estrelas da nossa balança comercial, como celulose, carne bovina e suco de laranja, mas também produtos como mel, frutas e castanhas.

O fato de não exportarmos diretamente não significa que as populações dos países do Sudeste Asiático não estejam consumindo produtos com qualidade brasileira. Elas estão, mas não sabem. E isso acontece porque as marcas são europeias ou norte-americanas, mas os insumos são brasileiros.

A Europa e os Estados Unidos se especializaram em importar produtos agrícolas de todo o mundo. Processam, adicionam uma marca e reexportam em seguida. Viraram grandes exportadores de alimentos porque absorveram etapas de agregação de valor e, assim, conquistam consumidores em todo o mundo. É o caso do café brasileiro vendido para torrefação na Europa e que invade os supermercados da Ásia com indicação de origem italiana, alemã ou suíça.

Instalar-se na Ásia é mais do que apenas buscar novos mercados para o agro. É criar atalhos para permitir o contato direto com os consumidores e para favorecer a agregação de valor de produtos no Brasil. É uma estratégia para abrir novos caminhos para negócios que envolvam maior número de elos nas diferentes cadeias agropecuárias.

O agro brasileiro precisa olhar para a região sem ser ofuscado pela grandiosidade da demanda do mercado chinês. Aliás, a demanda chinesa é um facilitador para a presença na Ásia, pois permite ganhos de escala na complexa logística de distribuição de produtos na região. Nesse quesito, a excelência de Cingapura em infraestrutura portuária e de distribuição complementa o esforço exportador de empresas que buscam entrar na região. Por isso, as oportunidades de negócios no sudeste asiático demonstram que é possível ir além da China, combinando estratégias que favoreçam o produto brasileiro.

A CNA quer estimular uma estratégia de internacionalização coordenada, a partir da presença em Cingapura e em Xangai, para permitir ao setor aproveitar as oportunidades do mercado chinês, sem perder de seu campo de visão as dinâmicas economias do sudeste asiático. Porque é naquela parte do mundo que está o grande consumidor dos produtos do agro brasileiro. Cabe ao setor privado construir atalhos para agregar valor aos seus produtos e, com isso, conquistar esses mercados ávidos por alimentos de qualidade.

Lígia Dutra é diretora de Relações Internacionais da Confederação da Agricultura e Pecuária do Brasil (CNA)

(*) Artigo originalmente publicado na Broadcast

Fonte: CNA - Confederação da Agricultura

Segunda, 22 de Novembro de 2021
Mercado financeiro eleva projeção da inflação para 10,12%
Mercado financeiro eleva projeção da inflação para 10,12% Fonte: Agência Brasil

A previsão do mercado financeiro para o Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA), considerada a inflação oficial do país, subiu de 9,77% para 10,12% neste ano. É a 33ª elevação consecutiva da projeção. A estimativa está no Boletim Focus de hoje (22), pesquisa divulgada semanalmente pelo Banco Central (BC), com a expectativa das instituições para os principais indicadores econômicos.

Para 2022, a estimativa de inflação ficou em 4,96%. Para 2023 e 2024, as previsões são de 3,42% e 3,1%, respectivamente.

Em outubro, puxada pelo aumento de preços de combustíveis e alimentos, a inflação acelerou 1,25%, a maior para o mês desde 2002, de acordo com o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). Com isso, o indicador acumula altas de 8,24% no ano e de 10,67%, nos últimos 12 meses.

A previsão para 2021 está acima da meta de inflação que deve ser perseguida pelo BC. A meta, definida pelo Conselho Monetário Nacional (CMN), é de 3,75% para este ano, com intervalo de tolerância de 1,5 ponto percentual para cima ou para baixo. Ou seja, o limite inferior é 2,25% e o superior de 5,25%. Para 2022 e 2023, as metas são 3,5% e 3,25%, respectivamente, com o mesmo intervalo de tolerância.

Taxa de juros

Para alcançar a meta de inflação, o Banco Central usa como principal instrumento a taxa básica de juros, a Selic, definida em 7,75% ao ano pelo Comitê de Política Monetária (Copom). Para a próxima reunião do órgão, no mês que vem, o Copom já sinalizou que pode elevar a Selic em mais 1,5 ponto percentual.

As projeções do BC para a inflação também estão ligeiramente acima da meta para 2022 e ao redor da meta para 2023. Isso reforça a decisão da autarquia de manter a política mais contracionista, com elevação dos juros, para manter o IPCA dentro do intervalo de tolerância definido pelo CMN.

Para o mercado financeiro, a expectativa é de que a Selic encerre 2021 em 9,25% ao ano, em linha com a sinalização do BC. Para o fim de 2022, a estimativa é de que a taxa básica suba para 11,25% ao ano. E para 2023 e 2024, a previsão é de Selic em 7,75% ao ano e 7% ao ano, respectivamente.

Quando o Copom aumenta a taxa básica de juros, a finalidade é conter a demanda aquecida, e isso causa reflexos nos preços porque os juros mais altos encarecem o crédito e estimulam a poupança. Desse modo, taxas mais altas também podem dificultar a recuperação da economia. Além disso, os bancos consideram outros fatores na hora de definir os juros cobrados dos consumidores, como risco de inadimplência, lucro e despesas administrativas.

Quando o Copom reduz a Selic, a tendência é de que o crédito fique mais barato, com incentivo à produção e ao consumo, reduzindo o controle da inflação e estimulando a atividade econômica.

PIB e câmbio

As instituições financeiras consultadas pelo BC reduziram a projeção para o crescimento da economia brasileira este ano de 4,88% para 4,8%. Para 2022, a expectativa para o Produto Interno Bruto (PIB) - a soma de todos os bens e serviços produzidos no país - é de crescimento de 0,7%. Em 2023 e 2024, o mercado financeiro projeta expansão do PIB em 2% para ambos os anos.

A expectativa para a cotação do dólar se manteve em R$ 5,50 para o final deste ano. Para o fim de 2022, a previsão é de que a moeda americana também fique nesse mesmo patamar.

Fonte: Agência Brasil – Andreia Verdélio

Imagem: Marcello Casal Jr.

Segunda, 22 de Novembro de 2021
Big Data revoluciona agronegócio com monitoramento e previsibilidade
Big Data revoluciona agronegócio com monitoramento e previsibilidade Fonte: Agência Dialetto

Tecnologia permite a tomada de decisões para maior produtividade e economia. Próximo passo devem ser máquinas agrícolas totalmente autônomas.

 Os profissionais do campo sempre tomaram as suas decisões com base em dados. Primeiro, eram aqueles coletados pela própria experiência e observação; depois, com a introdução de ferramentas básicas, como os pluviômetros. Hoje, com a transformação digital, tecnologias de ponta passam a fazer um controle completo das mais diversas métricas, consolidando a era do Big Data, com otimização das operações e automatização do campo.

 “O Big Data vem como um sucessor do Business Intelligence, o BI, que utilizava diversos dados internos de uma empresa para gerar insights. Só que isso era em um volume limitado, como em uma planilha de Excel. De uns seis anos para cá, pudemos integrar muito mais métricas, incluindo variáveis de fora da empresa”, comenta Alexandre de Alencar, Diretor de Pesquisa e Desenvolvimento da divisão de Agricultura da Hexagon, que desenvolve soluções digitais para o campo.

 Três fatores são essenciais para o fortalecimento dessa tendência: a velocidade altíssima, garantida pelos grandes provedores em nuvem; a variedade de informações, que estão cada vez mais acessíveis; e o volume gigante de dados, garantido pelo aumento de sensores e tecnologias. “O Big Data basicamente consiste na coleta, organização e análise dessa grande quantidade de métricas para que se cheguem a padrões e relações que ajudem na elaboração de ações estratégicas”, resume Alencar. 

 No agronegócio, a tecnologia foi acompanhando o aumento da mecanização das atividades, que permitiu a instalação de computadores de bordo nas máquinas agrícolas. “Esses computadores possuem sensores que registram centenas de informações a cada segundo, desde as mais simples, sobre a velocidade da máquina ou o seu nível de combustível, até as mais complexas, fluxos hidráulicos, acionamento de controles e leitura de sensores”, explica o diretor de P&D. Tudo isso vai direto para bases remotas em nuvem, onde os dados ainda podem ser cruzados com outras variáveis do ambiente agrícola.

 

Da previsibilidade à automação: as vantagens do Big Data

 Um dos principais benefícios do Big Data hoje é a previsibilidade, que permite a tomada de decisões mais assertivas e,  indiretamente, traz um aumento da produtividade e da eficiência  das lavouras.

 

“Imagine que, no meio de um processo agrícola, uma das colhedoras quebra. O trator e o reboque que a acompanham também irão parar, assim como os seus operadores, que ficarão sem trabalhar até a chegada do mecânico - o que pode demorar, se a máquina estiver no meio do campo. Todo esse tempo e recurso é desperdiçado, e acaba gerando um efeito cascata nos dias seguintes”, comenta Alencar. 

 

Com o Big Data, é feito um monitoramento constante da situação das máquinas, o que resulta em uma previsão sobre a necessidade de manutenção. Assim, basta programar a atividade com antecedência, efetuando uma parada mais curta ou mesmo alocando máquinas reservas na data prevista.

 

A tecnologia também permite monitorar a condição do solo, variações na temperatura, índices de umidade, velocidade do vento, entre outros aspectos, auxiliando em escolhas bem específicas,  como a profundidade ideal de sulcação e plantio ou a aplicação de uma determinada dosagem de herbicida em parte da plantação. As técnicas trazem como resultados a redução no desperdício de insumos, mais qualidade na produção e, consequentemente, um aumento nos lucros.

 

Atualmente, a divisão de agricultura da Hexagon já oferece um portfólio de produtos com Big Data. “Temos soluções diversas aplicando esse tipo de tecnologia, indo desde a manutenção preditiva de equipamentos até a orientação de condução das máquinas, para que o operador execute as atividades de forma mais eficiente, tanto em termos da qualidade do trabalho como também com economia de combustível”, comenta o diretor de P&D.

 

A empresa também já oferece uma solução com piloto automático, que é a base para o próximo avanço tecnológico da agricultura: máquinas totalmente autônomas. “Com certeza, o futuro do Big Data está na linha da automação. Para que uma máquina autônoma não cometa erros e nem provoque acidentes, ela precisa desse volume imenso de informações vindas de sensores, que se transformam em decisões com apoio de outra tecnologia, o Machine Learning”.

 Para Alexandre, o que falta para acelerar ainda mais o Big Data no país é a comunicação no campo. “O percentual de cobertura no campo brasileiro hoje ainda é baixo, muito diferente da realidade dos Estados Unidos e da Europa, por exemplo. Esse é um dos grandes desafios para se viabilizar essa tecnologia nos próximos anos, e assim conseguirmos colher os resultados que dela se espera”, comenta.

Fonte: dialetto.com.br

Imagem: Amanda Rosa (Assessoria de Imprensa)