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Quinta, 28 de Outubro de 2021
Novos mapas de estoque de carbono dos solos vão subsidiar políticas públicas de sustentabilidade
Novos mapas de estoque de carbono dos solos vão subsidiar políticas públicas de sustentabilidade Fonte: Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento

Foram lançados nesta quarta-feira (27), no âmbito do Programa Nacional de Levantamento e Interpretação de Solos do Brasil (PronaSolos), os novos mapas de estoque de carbono orgânico dos solos brasileiros. O material é uma importante ferramenta para subsidiar políticas públicas relacionadas às mudanças climáticas e à diminuição da emissão dos Gases de Efeito Estufa (GEEs), com gestão eficiente dos recursos naturais. 

Conhecer a distribuição do carbono nos solos do Brasil, nas diferentes regiões, estados, municípios, biomas e nas fronteiras agrícolas é fundamental para a definição de estratégias e direcionamento de políticas públicas, principalmente aquelas cuja temática está ligada à descarbonização da agricultura e recarbonização do solo, como o Plano ABC+ e o programa Águas do Agro, ambos do Mapa.

Por meio desse trabalho, desenvolvido pela equipe de pesquisadores da Embrapa Solos, em parceria com a Embrapa Agricultura Digital, será possível identificar quais são as áreas potenciais no Brasil para a prática de economia verde, o que impactará positivamente no cumprimento dos compromissos brasileiros para a mitigação das mudanças climáticas.

O secretário adjunto de Inovação, Desenvolvimento Rural e Irrigação do Mapa e representante da coordenação do Comitê Estratégico do PronaSolos, Cleber Soares, destacou a importância dos solos para a agropecuária. “O maior patrimônio do produtor rural chama-se o solo que ele é responsável. É por meio dos nossos solos que produzimos alimentos, fibras, energia e outras funcionalidades derivadas da agricultura. Neste momento, é oportuno apresentarmos e disponibilizarmos esses mapas, porque é o momento em que o mundo discute e clama, cada vez mais, por uma agenda de sustentabilidade. E os solos são um dos maiores reservatórios de carbono da natureza. Então, nós precisamos conhecer mais e de forma profunda os nossos solos”.

 

Ao aproximar os mapas de Estoque de Carbono do Solo do Brasil de 2017 e de 2020 é possível perceber a melhoria na qualidade da imagem, o que otimizará a utilização dos dados  

Os novos mapas apresentam informações inéditas no país ao fornecerem um retrato detalhado do carbono orgânico estocado no solo brasileiro até a profundidade de 2 metros, na resolução espacial de 90 metros (escala equivalente entre 1:250.000 e 1:100.000). Além disso, as informações de carbono até 1 metro de profundidade estão destrinchadas em cinco camadas: 0-5 cm; 5-15 cm; 15-30 cm; 30-60 cm; e 60-100 cm de profundidade. Esse detalhamento mostra a evolução do levantamento com relação aos mapas anteriores, divulgados em 2017, cuja análise foi realizada a 0-30 cm de profundidade, na resolução de 1 km.

Dentre as variáveis utilizadas para geração dos mapas estão as de relevo, como índice de fundo de vale plano, elevação e índice de rugosidade do terreno, e também as de clima, como precipitação média anual, temperatura do quadrimestre mais frio e radiação solar.

Os novos conjuntos de mapas estão disponíveis para consulta e download no Portal de Dados do PronaSolos (SigWeb). O ambiente virtual reúne, em um sistema de informações geográficas, mapas e dados de solos produzidos pelo Serviço Geológico do Brasil (CPRM), Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária (Embrapa) e Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), e permite o cruzamento entre alguns desses produtos, a partir das seleções solicitadas pelo usuário. 

>> Clique aqui para acessar o Portal de Dados do PronaSolos (SigWeb)

Apresentação na COP26

Os novos mapas se somarão a outras iniciativas brasileiras que serão apresentadas durante a Conferência das Nações Unidas sobre Mudanças Climáticas de 2021 (COP26), que acontecerá em Glasgow, na Escócia, de 31 de outubro a 12 de novembro. “O Brasil se posiciona na vanguarda e na fronteira do conhecimento e da inovação em sustentabilidade. Nesses dias, que estamos às vésperas da COP 26, além de termos anunciado o plano ABC+, um programa de descarbonização da nossa agricultura, hoje, junto com outros parceiros, estamos apresentando os novos mapas de carbono no solo. Também apresentamos esta semana, em parceria com os ministérios da Economia e do Meio Ambiente, o Programa de Crescimento Verde. É a agricultura fazendo o seu papel de contribuir não só para descarbonização das suas atividades, mas, principalmente, com uma agenda de segurança climática, de segurança alimentar e sustentabilidade como um todo”, disse Soares.

Segundo a chefe-geral da Embrapa Solos, Maria de Lourdes Brefin, os solos têm um papel decisivo nas mudanças climáticas. “Esses mapas têm muito a ver com essa linha de base, com esse conhecimento dos solos brasileiros na questão de carbono. Especialmente para esse momento tão importante antes da COP 26 e onde os solos agrícolas devem ser parte da solução de mitigação das mudanças climáticas”.

De acordo com Brefin, os solos funcionam tanto como fonte quanto como sumidouro de carbono. “São fonte de CO² quando são mal manejados e quando transmitem para a atmosfera Gases de Efeito Estufa. E o seu papel mais importante é como sumidouro, é sequestrar esse carbono da atmosfera e estabilizá-lo na matéria orgânica do solo”, disse Brefin.

O solo é um dos cinco reservatórios de carbono do ecossistema terrestre, juntamente com a biota, oceanos, atmosfera e formações geológicas. “Se você somar biota e atmosfera, o solo tem mais carbono do que esses dois juntos. Na verdade, 2/3 de todo o pool de carbono estão no solo. Então, cabe a nós pesquisadores, aos agricultores e aos tomadores de decisão gerar ações e políticas públicas que possam manter e aumentar a matéria orgânica do solo e manter no solo esse carbono”, ressaltou a chefe-geral da Embrapa Solos.

Distribuição

A distribuição espacial do estoque de carbono no solo pode variar de acordo com o tipo de solo, o clima, o material geológico que formou o solo e, especialmente, em função do uso e manejo do solo. Quanto maior o conteúdo de matéria orgânica de um solo, maior o seu poder de sequestrar o carbono.

Os mapas foram gerados com o uso de metodologia de Mapeamento Digital de Solos e computação de alto desempenho a partir de dados organizados pela equipe de projeto da Embrapa Solos intitulado “Mapas Nacionais de Atributos do Solo: Contribuição ao PronaSolos, GlobalSoilMap e Aliança Mundial pelo Solo”. 


 

De acordo com os mapas apresentados pelo chefe de Pesquisa e Desenvolvimento da Embrapa Solos, Gustavo Vasques, a região da Amazônia e o Sul do Brasil possuem uma maior quantidade de estoque de carbono. “Tem um grande bolsão nas serras do Sul, onde tem solos formados com material mais rico, formado de basalto, e solos formados em altitude, em locais planos e de altitude. Esse ambiente propicia o acúmulo de carbono, porque a degradação é mais lenta, por causa do frio, e, ao mesmo tempo, tem uma boa produção de massa vegetal. Na Amazônia, a produção de massa vegetal e a produtividade primária são muito grandes. Então, apesar de ter um clima quente e com muita chuva, que promove a degradação, a ciclagem de nutrientes é muito grande, o que faz o carbono acumular”.

Em contraponto, a concentração de carbono é menor nos solos do Pantanal e da Caatinga. “O Pantanal tem solos mais arenosos. Então, apesar de ter uma quantidade de solos alagados, esses solos acumulam muito pouco, porque não têm material argiloso onde esse carbono pode ficar retido, onde a matéria orgânica é retida. Então, ela é perdida nas chuvas. A Caatinga é outro exemplo onde você tem estoques baixos, porque com pouca chuva você produz pouca vegetação. Como você não tem vegetação aportando carbono e matéria orgânica, esses solos, ao longo de milhares de anos, acumularam pouco carbono”, disse Vasques.

Ao comparar os mapas de estoque de carbono de 2017 e 2021, a 0-30 cm, o chefe de pesquisa da Embrapa Solos avaliou que o Brasil está no caminho certo. “Me chama a atenção o fato de que o estoque total, de mais ou menos 36 bilhões de toneladas de carbono, é bastante similar entre 1 km e 90 m. O que nos traz uma consciência de que estamos acertando no alvo, pelo menos de uma forma global. Esse estoque é 5% do estoque global de carbono de 0-30 cm e o Brasil é o país tropical de destaque, pelo seu tamanho, entre os países do mundo, contribuindo para o estoque global”.

>>  Clique aqui para assistir a live de lançamento dos mapas de estoque de carbono orgânico dos solos do Brasil  

Solos do Brasil

O PronaSolos é o maior programa de investigação do solo brasileiro, que visa consolidar a integração de dados e colaborar com o avanço do conhecimento dos solos no país. Sua criação teve início em 2015, quando foi constituído um grupo de trabalho coordenado pela Embrapa Solos e composto por pesquisadores de outras unidades da Embrapa, do Mapa, do IBGE, da Sociedade Brasileira de Ciência do Solo (SBCS), da Companhia de Pesquisa de Recursos Minerais (CPRM), da Universidade Federal Rural do Rio de Janeiro (UFRRJ), da Universidade Federal do Piauí (UFPI), da Universidade do Estado de Santa Catarina (UDESC) e da Universidade Federal de Lavras (UFLA), que formularam o documento base para a criação do programa.

O PronaSolos foi oficializado com a assinatura do Decreto nº 9.414, de 19 de junho de 2018, e a sua estrutura de governança, que possui comitês Estratégico e Executivo, foi instituída pelo Decreto nº 10.269, de 6 de março de 2020.

Por um período de 30 anos, o programa tem a missão de fomentar o conhecimento sobre os solos brasileiros, a partir do mapeamento de todo o território nacional, envolvendo instituições parceiras dedicadas à investigação, documentação, formação de profissionais, sistematização das informações de ciências do solo, incremento na realização de inventários e interpretação dos dados de solos brasileiros. O objetivo é mapear os solos de 1,3 milhão de km² do país nos primeiros dez anos e mais 6,9 milhões de km² até 2048.

Atualmente, o PronaSolos conta com a cooperação de mais de 40 instituições públicas e privadas que se uniram em um desafio continental para uma melhor gestão dos solos do Brasil. A partir do detalhado conhecimento sobre os solos, disponibilizados em uma única plataforma tecnológica, a iniciativa busca proporcionar o aumento da usabilidade dos dados e informações, aprimorando a aplicação dos conhecimentos.

As informações levantadas pelo PronaSolos contribuirão para a potencialização da produtividade agrícola, otimização da expansão urbana, prevenção de riscos e catástrofes, valorização de terras e concessão de crédito agrícola. Especialmente para a agricultura, os resultados do programa poderão permitir que se conheça onde estão as áreas mais aptas para o crescimento sustentável da produção agrícola e pecuária no território nacional.

Fonte: Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento – Adriana Rodrigues

Quinta, 28 de Outubro de 2021
Soja segue caminhando de lado na Bolsa de Chicago nesta 5ª e espera notícias novas
Soja segue caminhando de lado na Bolsa de Chicago nesta 5ª e espera notícias novas Fonte: Noticias Agrícolas

Os futuros da soja operam com estabilidade na Bolsa de Chicago nesta manhã de quinta-feira (28). Por volta de 7h50 (horário de Brasília), as cotações subiam entre 2,25 e 3,50 pontos nos principais vencimetos, levando o novembro a valer US$ 12,41 e po maio a US$ 12,71 por bushel. 

O mercado segue lateralizado, esperando por notícias mais fortes e consistentes para definir uma tendência mais clara, como explicam analistas e consultores. Até lá, vai se valendo das notícias dia a dia e dos fundamentos já conhecidos. 

Paralelamente, o mercado segue muito atento ao comportamento dos óleos vegetais, combustíveis e energias, atento às baixas de mais de 1% do petróleo nesta quinta, de 1,4% do gás natural, além do dólar index, que registrava um pequeno ganho de 0,03%. Ainda na CBOT, baixa no farelo e no óleo de soja. 

Ontem, um dos destaques do mercado de grãos foi o milho, que ao longo do dia chegou a subir mais de 3% puxado pelo bom momento do etanol. Dados da Agência de Energia dos EUA indicaram a segunda maior produção do combustível da história. 

Fonte: Noticias Agrícolas – Carla Mendes

Quinta, 28 de Outubro de 2021
Venda de máquinas cresce 9% em setembro
Venda de máquinas cresce 9% em setembro Fonte: Agrolink

A Associação Brasileira da Indústria de Máquinas e Equipamentos (Abimaq) divulgou os números do setor referentes a setembro. No período o crescimento das receitas de vendas foi de 9,1% em relação a setembro de 2020. Os setores com melhor desempenho em 2021 são os fabricantes de máquinas para agricultura, máquinas rodoviárias e máquinas para a indústria de transformação.

Já quando se fala em receita líquida houve queda de 4,8% na margem, anulando parte do crescimento do mês de agosto. O desempenho negativo, ante ao mês imediatamente anterior, se deu tanto no mercado doméstico quando externo. Ainda assim na comparação interanual a recuperação prevalece, com alta de 9,1%. As receitas no mercado doméstico cresceram 8,5% e no externo 46,9%. Com este resultado, no ano (jan-set) a indústria brasileira de máquinas e equipamentos acumulou crescimento de 29,5%.

Em relação às exportações o incremento foi de 46,9%, sexto aumento seguido neste tipo de comparação, elevando o resultado acumulado no ano de crescimento de 28% para 31%. Em setembro de 2021 o valor acumulado das exportações representaram 23,3% da receita de vendas do setor. No ano o setor de máquinas para a agricultura tem um dos melhores desempenhos entre todos os segmentos, com alta superior a 35% nas vendas externas. No mês houve queda de -8,4%.

O mês de setembro também registrou aumento de 11,5% nas importações de máquinas e equipamentos na comparação com o mês de agosto. Na comparação interanual o crescimento foi de 54,7%. O segmento de máquinas agrícolas importou 34,7% mais no ano e 9,5% mais no mês. Entre as principais origens das importações, China, EUA e Alemanha comandam o ranking respectivamente.

Fonte: Agrolink - Eliza Maliszewski

Quinta, 28 de Outubro de 2021
Comercialização de químicos recua em setembro
Comercialização de químicos recua em setembro Fonte: Agrolink

O índice de produção de químicos de uso industrial caiu 2,48% em setembro de 2021 sobre agosto e 4,47% sobre setembro de 2020, de acordo com a Associação Brasileira da Indústria Química (Abiquim). Enquanto isso, o índice de vendas internas teve recuo de 4,83% em relação ao mês anterior e de 15,70% sobre igual mês do ano passado. 

“Para suprir a demanda local, que cresceu 5,2% em volume no mês de setembro, sobre agosto, as importações subiram expressivos 16,8% em igual comparação. Apesar do desempenho negativo de setembro, no acumulado do 3º trimestre, sobre o 2º trimestre deste ano, os volumes são positivos: o índice de produção foi 2,95% superior, o de vendas internas teve desempenho 11,22% melhor, a demanda local - medida pelo consumo aparente nacional (CAN) -  cresceu 10,1%, o volume importado subiu 17,3%, e o volume exportado teve alta de 10,2%. O índice de preços apresentou deflação de 0,41% entre julho e setembro deste ano, sobre os três meses imediatamente anteriores”, indica, por meio da assessoria de imprensa. 

Em relação ao 3º trimestre do ano passado, por conta da elevada base de comparação, os índices do período julho-setembro de 2021 apresentam recuo: produção -0,55% e vendas internas -11,41%. “O CAN, no entanto, teve alta de 2,9%, tendo sido suprido por parcela maior de importações, cujo volume cresceu 4,0% nessa mesma base de comparação. No 3º trimestre de 2021, a taxa de ocupação das instalações foi de 72%, cinco pontos abaixo daquela registrada em igual período do ano passado”, completa. 

“Com relação aos últimos 12 meses - de outubro de 2020 a setembro de 2021 -, o índice de produção foi positivo em 7,21%, enquanto o de vendas internas subiu 6,52%. O CAN teve elevação de 9,6%, enquanto o volume de importações cresceu 11,6% e o de exportações recuou 11,4%”, conclui. 

Fonte: Agrolink - Leonardo Gottems

Imagem: inpEV

Quinta, 28 de Outubro de 2021
IGP-M acumula inflação de 21,73% em 12 meses
IGP-M acumula inflação de 21,73% em 12 meses Fonte: Agência Brasil

O Índice Geral de Preços-Mercado (IGP-M), usado no reajuste de contratos de aluguel do país, registrou inflação de 0,64% em outubro. Em setembro, houve deflação (queda de preços) de 0,64%. Em relação a outubro do ano passado, ocorreu recuo da taxa, já que, naquela ocasião, o IGP-M teve inflação de 3,23%.

Com o resultado, o índice acumula inflação de 16,74% no ano e de 21,73% em 12 meses, informou a Fundação Getulio Vargas (FGV), no Rio de Janeiro.

A alta da taxa de setembro para outubro foi puxada pelos preços no atacado. O Índice de Preços ao Produtor Amplo (IPA), que acompanha este segmento, teve inflação de 0,53% em outubro, ante uma deflação de 1,21% em setembro.

O Índice Nacional de Custo da Construção (INCC) também subiu ao passar de 0,56% em setembro para 0,80% em outubro.

Por outro lado, a inflação do Índice de Preços ao Consumidor (IPC), que mede o varejo, caiu de 1,19% em setembro para 1,05% em outubro.

 

Fonte: Agência Brasil – Vitor Abdala

Imagem: Marcelo Camargo

Quinta, 28 de Outubro de 2021
Preço do leite pago em outubro recua 2,2%
Preço do leite pago em outubro recua 2,2% Fonte: Agrolink

O preço do leite captado em setembro e pago aos produtores em outubro registou queda de 2,2%, chegando a R$ 2,3305/litro na “Média Brasil” líquida do Cepea (Centro de Estudos Avançados em Economia Aplicada), da Esalq/USP. Esse valor é 1,2% menor do que o observado no mesmo período do ano passado, em termos reais (dados deflacionados pelo IPCA de setembro de 2021). Esta é a primeira desvalorização do leite no campo em seis meses e evidencia o início da safra da produção leiteira.

Vale lembrar que é típico que se observe queda de preços no campo a partir de setembro, devido ao incremento na oferta, tendo em vista que a produção é favorecida pelo retorno das chuvas da primavera e pela consequente melhoria da qualidade das pastagens. De fato, de agosto para setembro, o Índice de Captação Leiteira (ICAP-L) do Cepea aumentou 2,2% na “Média Brasil”, favorecido pelo clima e pela melhor relação de troca do leite frente ao milho, insumo básico da atividade.

De acordo com dados do Cepea, em setembro, foram precisos 38,8 litros de leite (média Brasil) para se adquirir uma saca de milho 60 kg (Indicador ESALQ/BM&FBovespa Campinas-SP), melhora de 7,2% no poder de compra do pecuarista frente ao observado em agosto. Ainda assim, em 2021, o incremento na oferta tem ocorrido de forma mais lenta do que no ano passado, tendo em vista justamente os elevados custos de produção. Vale lembrar que, em setembro de 2020, o ICAP-L registou alta de 3,1% e foram necessários 28,2 litros para a compra de uma saca de milho.

Além do início da safra, é importante destacar que a retração da demanda também desempenhou papel relevante para a retração de preços no campo em outubro. A crescente perda no poder de compra do consumidor tem desacelerado as vendas de derivados desde meados de agosto. Com demanda enfraquecida e pressão dos canais de distribuição, os estoques se elevaram, forçando as indústrias a reduzirem os preços dos lácteos ao longo de setembro. As negociações do leite spot em Minas Gerais também perderam força em setembro, e os preços caíram de R$ 2,58/litro na primeira quinzena, para R$ 2,50/litro na segunda, recuo de 3%.

A expectativa do setor é de que o preço do leite captado em outubro e pago ao produtor em novembro registre nova queda, tendo como fundamentos o retorno das chuvas, o consequente crescimento da oferta e a continuidade do movimento de desvalorização dos derivados lácteos e do leite spot em outubro.

* informações do Cepea

Fonte: Agrolink - Eliza Maliszewski

Imagem: Marcelo Oliveira

Quinta, 28 de Outubro de 2021
Ministra pede apoio dos estados na implementação das tecnologias sustentáveis do ABC+
Ministra pede apoio dos estados na implementação das tecnologias sustentáveis do ABC+ Fonte: Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento

     A ministra Tereza Cristina (Agricultura, Pecuária e Abastecimento) pediu nesta quarta-feira (27) apoio aos secretários estaduais de agricultura para a implantação das técnicas previstas no Plano Setorial de Adaptação e Baixa Emissão de Carbono na Agropecuária, chamado de ABC+. Em videoconferência com os representantes das 27 unidades da federação, ela destacou a importância do engajamento dos estados para que a implementação aconteça de forma mais rápida. 

“Estamos falando com quem terá o comando nos estados para fazer que essa política seja muito bem sucedida e que possa trazer frutos para seus estados, para o Brasil e para o mundo”, disse a ministra aos secretários, colocando o Mapa à disposição dos estados na implementação das tecnologias do ABC+. 

Entre as metas do ABC+ até 2030 estão a adoção de tecnologias sustentáveis em mais de 72 milhões de hectares de áreas degradadas e a mitigação de 1,1 bilhão de toneladas de CO² equivalente, superando o recorde alcançado pela fase anterior do plano ABC.

Tereza Cristina lembrou que o mundo todo tem essa preocupação com as mudanças climáticas e com a agricultura sustentável. “A agricultura tem que ser parte da solução e não um problema para esse tema das emissões. Temos muita tecnologia embarcada para fazer com que a nossa agricultura, principalmente a brasileira, seja cada vez mais sustentável”, lembrando que o tema será debatido durante a COP 26, em Glasgow. 

A  coordenadora-geral de Mudanças do Clima e Agropecuária Sustentável do Mapa, Fabiana Villa Alves, apresentou as principais metas e tecnologias previstas no ABC+ e ressaltou que, apesar de ambiciosas, as metas são factíveis. "Precisamos da ajuda dos estados para a implementação do Plano de acordo com os biomas locais”, disse. 

O presidente do Conselho Nacional dos Secretários de Estado de Agricultura (Conseagri) e secretário da Paraíba, Efraim Morais, disse que é responsabilidade de todos os estados colaborar na implantação do ABC+. “Esse assunto será pauta constante das reuniões do Conselho. Nós temos consciência da importância das ações que estão incorporadas ao Plano para a sustentabilidade do agronegócio  brasileiro”.

Fonte: Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento

 

Quinta, 28 de Outubro de 2021
Preços dos insumos subiram mais de 100% em 2021, aponta CNA
Preços dos insumos subiram mais de 100% em 2021, aponta CNA Fonte: Canal Rural

No acumulado do ano, os preços de insumos como ureia, MAP e KCL subiram 70,1%, 74,8% e 152,6%, respectivamente

A escalada dos preços dos insumos foi a principal responsável pelo aumento dos custos de produção da agropecuária em 2021.

O fertilizante, por exemplo, subiu mais de 100% de janeiro a setembro deste ano, em razão da alta demanda, escassez da oferta mundial, elevação dos preços internacionais e problemas logísticos.

No acumulado do ano, os preços da ureia, do MAP (fosfato monoamônico) e do KCL (cloreto de potássio) subiram 70,1%, 74,8% e 152,6%, respectivamente. Esse cenário de tendência de valorização dos preços de fertilizantes deve permanecer em 2022, impactando na margem de lucro dos produtores rurais.

As informações são do projeto Campo Futuro, iniciativa do Sistema CNA/Senar que faz o levantamento de dados econômico-financeiros e técnicos, assim como o acompanhamento dos preços dos insumos utilizados em mais de 40 atividades agropecuárias.

O projeto é realizado em parceria com o Centro de Estudos Avançados em Economia Aplicada (Cepea-Esalq/USP), a Labor Rural (Universidade Federal de Viçosa – UFV), o Pecege (Esalq/USP) e o Centro de Inteligência de Mercados da Universidade Federal de Lavras (CIM/UFLA).

Metodologia

Em 2021 foram realizados 127 painéis virtuais de levantamento de custos de 24 atividades produtivas, com a participação de 1.604 produtores rurais de 20 estados e 110 municípios com significativa participação na produção agropecuária brasileira.

O Custo Operacional Efetivo (COE) é uma das principais variáveis analisadas no projeto Campo Futuro, pois inclui todos os itens considerados variáveis ou gastos diretos, como insumos (fertilizantes, sementes e defensivos agrícolas), operações mecânicas, comercialização agrícola, entre outros.

Glifosato

De acordo com os resultados do Campo Futuro, dentre os defensivos agrícolas, o glifosato foi o que sofreu a maior alta (126,8%), influenciada principalmente pela interrupção da operação de indústrias fabricantes do insumo na China e problemas com o fornecimento de matéria-prima.

Segundo relato dos produtores, houve falta do produto em algumas regiões, trazendo preocupações que vão além da elevação do custo.

Impacto do clima

Além dos insumos, o clima também afetou algumas atividades agropecuárias. A estiagem no segundo semestre de 2020 e início de 2021 comprometeu o desenvolvimento da safra de café colhida este ano. No caso do tipo arábica, houve redução de 10% da produção com relação ao volume pesquisado em 2020.

Para as culturas de soja, milho, arroz, trigo, feijão e algodão, o clima foi o principal desafio. As condições climáticas – desde a falta de chuvas durante os plantios até o excesso no período da colheita – tiveram muita influência em culturas com uma produção acima da safra anterior (soja, trigo e arroz). O clima também afetou negativamente as produções de milho e algodão.

As safras de feijão da seca e milho segunda safra foram significativamente prejudicadas pela estiagem no primeiro semestre de 2021 e geadas nos meses de inverno. Com isso, a produtividade do feijão teve redução de 30,4% e do milho segunda safra de 39,3%, quando comparada ao cenário pesquisado em 2020.

Custo de produção por cultura

Soja – O Custo Operacional Efetivo (COE) da soja na safra 2020/2021 foi cerca de 17% superior se comparado à safra anterior, na média de todos os painéis. O grande aumento ocorreu pela alta dos preços de fertilizantes e defensivos, que subiram 14,8% e 16,9% respectivamente. Entretanto, a produtividade média das lavouras de soja também aumentou, atingindo 59,4 sacas por hectare, 8,6% acima da safra anterior. O preço médio de venda do grão subiu 46,9% frente ao levantamento do ano anterior.

 

Milho 1ª safra – O principal gasto do milho primeira safra foi com o controle de pragas, 25,7% superior à safra passada. Parte desse aumento se deve ao ataque da Cigarrinha (Dalbulus maidis), que afetou a produtividade de regiões ao Sul do país. Os municípios de Campos Novos e Xanxerê, em Santa Catarina, por exemplo, registraram produtividades de 110 e 130 sacas por hectare respectivamente. A produtividade média de todos os painéis avaliados pelo Campo Futuro para o milho de primeira safra foi de 160 sacas por hectare.

 

Milho 2ª safra – O atraso no plantio da soja retardou o plantio do milho de inverno, que também passou por geadas próximas à colheita. A produtividade média da cultura em 2020/2021 foi de 63,8 sacas por hectare, 39,3% abaixo do observado na safra anterior, com 105,2 sacas por hectare de média. Regiões no Sul e Sudeste do país, como Paraná, Mato Grosso do Sul e São Paulo, foram as mais afetadas. Em Londrina (PR), a área média da região definida para o cultivo de milho safrinha foi de 90 hectares, com apenas 20,7 sacas por hectare de produtividade média. Em Dourados (MS), com 280 hectares, a produtividade foi de 15 sacas por hectare.  O bom momento dos preços de venda do cereal auxiliaram a assegurar uma receita bruta 2,7% acima do ano anterior. A margem bruta, porém, ficou 4,1% abaixo da média do ano anterior, mas ainda assim positiva.

 

Feijão – O Custo Operacional Efetivo do feijão primeira safra em Santa Catarina e no Paraná registrou aumento de 7% ante a média pesquisada para a safra anterior. Os fertilizantes foram responsáveis pela maior parte da alta, subindo 17,8% de uma safra para a outra. A produtividade recuou 20,6% devido a problemas causados principalmente pelo clima. O preço médio de venda 38,7% acima da temporada anterior garantiu uma margem bruta positiva, e praticamente igual ao observado na última safra.

 

Arroz e Trigo – Ambas as culturas cultivadas principalmente no Sul do país tiveram ganhos consideráveis de produtividade. O arroz cultivado no Rio Grande do Sul registrou produtividade 5% superior ao ano anterior. Enquanto o trigo, no Paraná, teve um incremento de 19%. O COE também subiu para os dois cultivos, com 34% de alta para o arroz e 23,7% para o trigo. Porém, os elevados preços médios de venda garantiram boas margens para as duas culturas, que apresentavam nível elevado de risco de cultivo. A boa safra deste ano dá um suporte adicional aos produtores e ameniza parte do prejuízo de safras passadas.

 

Café – Os painéis de levantamento de custos da cafeicultura foram realizados nos estados do Espírito Santo, Minas Gerais, Bahia, Rondônia, Paraná e São Paulo. O Custo Operacional Efetivo do tipo arábica teve aumento de 15% em relação ao levantamento realizado em 2020. Já o COE do conilon sofreu alta de 31,3% ante 2020. O fertilizante foi o item que mais impactou no bolso do produtor, sendo 20,8% para o arábica e 34,2% para o conilon na média das regiões. Houve aumento de receita (preço de comercialização do produto no período x produção) de 54% do café arábica e 35,4% do café conilon. A valorização das cotações do café foi resultado da menor oferta mundial (produção brasileira de bienalidade negativa + redução de produtividade) e problemas logísticos para escoamento da safra em países produtores. Para 2022 deve haver aumento ainda mais significativo nos custos com fertilizantes, podendo impactar negativamente na margem dos produtores.

 

Cana-de-açúcar – Apesar do clima adverso e da alta de custos, a atividade teve resultados positivos. A recuperação dos preços ocorreu ao longo do ano, sendo que a safra nordestina, iniciada em setembro de 2020, beneficiou-se menos das altas que o Centro-Sul, cuja safra começou em abril de 2021. Esse cenário favoreceu a obtenção de resultados econômicos positivos aos produtores. Na região Nordeste (PE, PB e AL), houve aumento de 29% do Custo Operacional Efetivo, em relação ao levantamento realizado em 2020. Já na região Centro-Sul (GO, MT, MG, SP e PR), essa alta foi de 27%. Fertilizante foi o item que mais impactou no bolso do produtor de cana. Na região Nordeste a alta foi de 163% e no Centro Sul 110%. Já os defensivos tiveram alta de 114% no Nordeste e de 43% no Centro-Sul.

 

Pecuária de corte – Dos 22 modais produtivos, pesquisados entre junto a setembro deste ano, 8 não foram capazes de gerar recursos suficientes para arcar com os custos diretos de produção, bem como as despesas com depreciação e pró-labore, operando com margem líquida negativa. Nos painéis de recria e engorda, o desembolso com a aquisição de animais para reposição representou em média 64,8% do COE e nos de confinamento 62,6%. Dado a um ágio médio de 35% da arroba desses animais sobre a arroba que o produtor comercializou, o desafio em termos de margem foi alto. De janeiro a setembro de 2021, o Custo Operacional Efetivo dos sistemas de recria e engorda acumularam alta de 15,2% em relação a 2020. Já o modelo de ciclo completo teve aumente de 10,6% no COE e os sistemas de cria 16,1% ante os painéis do ano passado. Para obter os dados, o projeto Campo Futuro visitou 17 regiões nos estados de Mato Grosso, Mato Grosso do Sul, Paraná, Rio Grande do Sul, Goiás e São Paulo.

 

Pecuária de leite – O Campo Futuro visitou 19 regiões produtoras nos estados do Paraná, Rio Grande do Sul, Minas Gerais, Mato Grosso do Sul e Rondônia, de junho a setembro. Segundo dados do levantamento, os sistemas de produção de leite que operaram com maior eficiência produtiva, alcançando resultados maiores que 10 mil litros por hectare ao ano, foram os que apontaram os melhores resultados financeiros. Em média uma margem liquida de R$ 0,04 por litro. Já os modelos de média e baixa produtividade acabaram operando com margem líquida negativa, sendo os que mais sentiram os efeitos da alta nos custos na atividade leiteira. Em linhas gerais, de janeiro a setembro, o Custo Operacional Efetivo acumula 15,7% de elevação, sendo que os componentes ração/concentrado tiveram alta de 15% e o sal mineral 24,7%. No mesmo período, a receita gerada pela comercialização do leite cresceu 15,8%.

 

Avicultura de corte – Os modelos analisados pelo Campo Futuro apontam a realidade produtiva de cinco sistemas de integração situados nos estados de Santa Catarina e Paraná. Em termos médios, a taxa de giro do capital investido foi de 18%, fruto de uma receita com atividade pressionada e um elevado estoque de capital médio por ave (em média R$ 4,50 por ave alojada). O item de maior impacto nos custos de produção foi o gasto com a mão-de-obra (26,7%). Em seguida os com energia (19,5%) e aquecimento dos aviários (18,2%).

 

Suinocultura – Os modelos de integração para Unidades de Terminação de Suíno obtiveram como maior item de custo o gasto com mão-de-obra, em média 41,5% do custo operacional. Os painéis ocorreram em Minas Gerais, Santa Catarina e Paraná.

 

Aquicultura (piscicultura) – Os dados de piscicultura evidenciaram que no cultivo de tilápia, no Paraná, o custo com ração é o principal item que pesa no bolso do produtor, em média R$ 4,30 por quilo de peixe produzido.

 

Fonte: Canal Rural

Imagem: Daniel Popov

Quinta, 28 de Outubro de 2021
ONU: adaptação climática pode custar US$ 300 bilhões por ano até 2030
ONU: adaptação climática pode custar US$ 300 bilhões por ano até 2030 Fonte: Agência Brasil

A adaptação às alterações climáticas custará aos países em desenvolvimento US$ 300 bilhões por ano até 2030, informou hoje (28) a Organização das Nações Unidas (ONU).

Se as metas de mitigação não forem atingidas, o valor aumentará para US$ 500 bilhões até 2050, advertiu.

O financiamento atual é apenas um quarto dos US$ 300 bilhões previstos para 2030, adverte relatório da Conferência das Nações Unidas sobre Comércio e Desenvolvimento (Unctad), divulgado antes da Conferência sobre Alterações Climáticas em Glasgow, na Escócia.

"Cumprir as promessas de US$ 100 bilhões por ano para o Fundo Climático Verde é uma obrigação em Glasgow", disse a secretária-geral da Unctad, Rebecca Grynspan, acrescentando que também são necessários outros compromissos.

"São necessários esforços em nível multilateral para assegurar o financiamento de que os países em desenvolvimento precisam para se adaptar ao agravamento dos impactos das alterações climáticas", acrescentou.

A organização pediu uma reforma do sistema financeiro, que incluiria aumento da ajuda estatal para o desenvolvimento.

"Se os países do G7 tivessem atingido o objetivo de 0,7% da ajuda ao desenvolvimento até 2020, estariam disponíveis US$ 155 bilhões adicionais", destaca o relatório da ONU.

O documento recomenda a reestruturação e o perdão da dívida dos países mais vulneráveis às alterações climáticas, mais empréstimos por parte dos bancos multilaterais de desenvolvimento e maior alcance dos mercados de obrigações verdes, que são atualmente severamente restringidos por várias políticas reguladoras.

A Unctad advertiu ainda que as pressões para liberalizar o mercado de produtos e serviços relacionados com a proteção ambiental beneficiariam principalmente os exportadores dos países desenvolvidos, reduzindo a capacidade fiscal das economias em desenvolvimento.

O relatório prevê que as economias em desenvolvimento poderão perder anualmente US$ 15 bilhões em receitas tarifárias se essa liberalização for alcançada.

Ao mesmo tempo, a agência da ONU destacou que as tecnologias verdes devem ser classificadas como bens públicos e, portanto, deve ser acessível a todas as economias.

Fonte: Agência Brasil – Marcelo Camargo

Quarta, 27 de Outubro de 2021
Chanceler diz que busca resolver pendências em acordo Mercosul–UE
Chanceler diz que busca resolver pendências em acordo Mercosul–UE Fonte: Agência Brasil

O Itamaraty está trabalhando para resolver as pendências que impedem a formalização do acordo de livre-comércio entre o Mercosul e a União Europeia, disse o ministro das Relações Exteriores, Carlos França. Segundo ele, a ampliação de acordos comerciais é uma prioridade do governo.

O chanceler fez a declaração no lançamento da agenda legislativa da Frente Parlamentar do Comércio Internacional e Investimentos (FrenComex), no Palácio do Itamaraty. Assinado em 2019, o acordo Mercosul–UE precisa ser aprovado pelos parlamentos dos países dos dois blocos para entrar em vigor. No entanto, questões ambientais e climáticas têm travado as votações.

“Os desafios são complexos, mas a diplomacia brasileira está e permanecerá atenta”, disse França. Segundo o ministro, o Oriente Médio e os países do sul e do leste asiático são prioridades do Brasil na busca de acordos comerciais.

O ministro das Relações Exteriores defendeu a modernização do Estado brasileiro por meio do ingresso do país na Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Econômico (OCDE) e pela agenda de privatizações. Na avaliação dele, existe espaço para que o Brasil diversifique as exportações, sem deixar de lado as commodities (bens primários com cotação internacional).

“Há espaço para diversificação da pauta exportadora sem negligenciar nossa estratégia de exportação de commodities, ampliando exportação de serviços e bens industrializados”, comentou.

Agressividade

O ministro da Economia, Paulo Guedes, também esteve presente ao evento e defendeu que o Brasil seja mais agressivo nas negociações comerciais, como a redução da tarifa externa comum do Mercosul e o afrouxamento das regras que permitem a cada país do bloco negociar individualmente acordos tarifários bilaterais.

“Parabenizo [o chanceler Carlos] França por avançar na agenda de tornar o Itamaraty mais agressivo. Ele é o good guy [sujeito bom], eu sou o bad guy [sujeito mau]. Acho que o Itamaraty devia ter muito mais agressividade. Nos Estados Unidos, os embaixadores são quase homens de negócio”, disse Guedes. Ele pediu mais aproximação entre os Ministérios da Economia e das Relações Exteriores.

Eixos

Ao lançar a agenda da FrenComex pelos próximos dois anos, o presidente da frente parlamentar, deputado federal Evair de Melo (PP-ES), disse que o Brasil está fortalecendo suas relações comerciais e que o país sairá “maior do que entrou” da Conferência das Nações Unidas sobre Mudança Climática (COP-26). O encontro ocorrerá de 1º a 12 de novembro, em Glasgow, na Escócia.

Em nota, a FrenComex informou que a agenda da frente parlamentar pelos próximos dois anos tem cinco eixos: facilitação do ambiente de negócios para o investidor estrangeiro, negociação e assinatura de acordos comerciais, melhoria da infraestrutura logística para exportação, simplificação e desburocratização das operações de comércio exterior e políticas de fomento à exportação.

Fonte: Agência Brasil – Welton Máximo

Imagem: Fábio Rodrigues Pozzebom