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Quinta, 17 de Dezembro de 2020
Mercado do Arroz: Preço atingiu alta de 130% no ano, chegando a média mensal de R$ 105/saca
Mercado do Arroz: Preço atingiu alta de 130% no ano, chegando a média mensal de R$ 105/saca Fonte: AF News Agricola

Mercado do Arroz Brasil

O mercado do arroz começou o ano colhendo o cereal da safra 2019/20 e visualizando a subida nas cotações mesmo em um período de maior oferta do grão. Essa valorização nos preços foi presenciada já em janeiro, porque os estoques brasileiros de arroz estavam bem limitados, enquanto que a demanda sinalizava aumento na procura.

A produção de arroz da safra 2019/20 ficou em 11,183 milhões de toneladas, aumentando 6,67% em relação a safra anterior. Porém, mesmo com o mercado apresentando uma oferta maior, os indicadores subiram porque o consumo interno passou de 10,278 milhões de tons para 10,800 milhões de toneladas de um ano para o outro.

Além da lei da oferta e demanda atuarem fortemente nos preços, a alta do dólar que começou a se elevar rapidamente após o anúncio dos primeiros casos da Covid-19 pelo mundo, também deu suporte para os preços continuarem subindo. Isso inclusive foi o fator que mais atuou no mercado do arroz durante o ano, porque essa valorização do dólar também impactava no aumento do custo para importação do arroz vindo de fora.

Com a inviabilidade da importação de arroz dos principais parceiros do Brasil, os produtores passaram a pedir valores ainda mais altos pelo grão.

Para acentuar ainda mais a valorização do cereal no mercado doméstico, com a implantação das medidas restritivas para a contenção da Covid-19, medidas de isolamento social foram tomadas e isso aumentou a procura dos consumidores por itens alimentícios da cesta básica, incluindo é claro, o tradicional arroz.

Deste modo, já no primeiro semestre a amplitude na cotação do arroz chegou a acumular 40% de alta em relação ao ano anterior.

Com o dólar batendo R$ 6 e influenciando o mercado de forma contínua, os produtores continuaram exigentes em relação aos preços, irredutíveis em ofertar o produto a preços mais baixos, uma vez que mesmo mais cautelosas nos negócios, as beneficiadores seguiam apresentando necessidade de comprar a matéria-prima para suprir a necessidade do consumidor final.

Outra questão que deu ainda mais relevância a subida dos preços, foi a atratividade que os orizicultores tiveram em exportar o arroz, aumentando em mais de 50% o volume destinado ao mercado externo em 2020 quando comparado ao ano anterior. As vendas externas muitas vezes eram mais vantajosas que os negócios internos, fazendo com que o mercado local competisse as aquisições do produto com os compradores de outros países.

Esse quadro foi visualizado em boa parte do ano e somente no último trimestre, com a desvalorização do dólar e um leve recuo na demanda doméstica é que os preços finalmente pararam de subir e se estabilizaram. Ainda assim, o ano terminou com o preço do arroz valendo 115% a mais no Rio Grande do Sul, maior produtor brasileiro de arroz. Demais regiões também tiveram aumentos, com alta entre 38,32% a 108,52%.

Cotação do Arroz

Entrando então no assunto das cotações, o mercado do arroz sentiu uma escalada nos preços que começou já no mês de janeiro e seguiu desenfreada até o mês de outubro. Em novembro é que os indicadores apresentaram uma leve estabilidade, chegando no mês de dezembro, marcando um leve recuo.

Essa queda se deve em função do baixo volume de arroz para negócio neste momento, já que quase toda a safra 2019/20 já foi comprometida, com as beneficiadoras supridas de produto e, porque os produtores estão focados nas atividades do campo neste momento, já realizando os tratos culturais da safra 2020/21.

A média no preço do arroz do Rio Grande do Sul saca 50 kg paga ao produtor FOB, finalizou o ano a 70,93. A variação atual registrada ficou em 115,78%.

Já no levantamento do Cepea/Esalq, com informações do Senar/RS, os indicadores do arroz do Rio Grande do Sul flutuaram em uma valorização de 23,5% a 130% durante os meses do ano, comparado a igual período do ano anterior. Os meses de setembro e outubro foram os que apresentaram os maiores ganhos, com a saca valendo R$ 105,38 no décimo mês do ano.

 

Oferta e Demanda e Produção para Safra 2020/21

Segundo o terceiro levantamento da Conab sobre a safra brasileira de grãos 2020/21, o Brasil deverá produzir 10,943 milhões de toneladas de arroz no próximo ciclo, com uma queda de 2,1% em relação ao resultado passado.

Embora a área cultivada tenha apresentado 3,2% de aumento comparado a safra anterior, a produtividade caiu 5,2% e deverá ter um rendimento médio de 6,366 mil kg/ha.

A forte seca que predominou por um longo período do Rio Grande do Sul, trouxe um quadro de incertezas frente a produção de arroz irrigado 2020/21, já que os reservatórios de água chegaram a níveis mínimos para o desenvolvimento da cultura. Com o atraso no desenvolvimento, a produtividade fica comprometida.

Ainda conforme outros indicadores da Conab, os estoques de arroz estão em 473,5 mil toneladas, um dos menores dos últimos anos. Somados a produção da próxima safra e uma estimativa de importação de 1,1 milhões de toneladas de arroz, o suprimento total ficaria em 12,481 milhões de tons. Se o consumo local permanecer 10,8 milhões de tons e a exportação se manter na projeção de 1,1 milhões de tons, os estoques finais do próximo ciclo deverão chegar em 581,2 mil tons.

 

Exportação do Arroz Brasil

Em 2020 a cotação do arroz brasileiro foi favorecida com a alta do dólar, que tornou o cereal atrativo para os compradores externos.

Deste modo as exportações deslancharam totalizando 1,368 milhões de toneladas, com aumento de 54,25% em relação ao ano anterior (dados de jan-nov).

Os principais compradores foram: 1º Venezuela, 2º Senegal, 3º Costa Rica, 4º Peru e 5º Serra Leoa.

O mês que mais apresentou variação nos embarques, foi o mês de junho, quando em 2020 foram exportadas 245,97 mil toneladas contra os 18,348 mil tons movimentados em igual período de 2019.

Nas importações, o Brasil realizou a aquisição de 750 mil toneladas de janeiro a novembro, com queda diante dos mais de um milhão de tons importados em igual período do ano passado.

 

Arroz Mercado Externo

De acordo com o levantamento mundial de oferta e demanda do USDA em sua versão de dezembro, a produção mundial de arroz safra 2020/21 deve ficar em 501,2 milhões de toneladas, que somados ao estoque inicial ficarão em 679,42 milhões de tons, aumento de 0,95% na oferta em relação a safra passada.

A demanda mundial foi projetada em 500,44 milhões de toneladas com incremento de 1,14% em relação a safra 2019/20. Isso deve resultar em um estoque final de 178,98 milhões de toneladas, com 0,43% de aumento diante da safra passada.

A pandemia da Covid-19 impactou todo o mercado mundial e também a demanda sobre os alimentos mais básicos, incluindo o consumo de arroz, como foi notado nos dados do Departamento de Agricultura dos EUA.

Esse cenário alavancou as cotações do grão por todo o mundo e deste modo, a Bolsa de Chicago também registrou aumentos nos contratos futuros em maior parte do ano, porém, apresentando maior volatilidade, diante das incertezas causadas pela pandemia.

Ainda assim, o ano finalizou com a CBOT tendo uma valorização de 5% nos vencimentos de mar/21.

Fonte: AF News Agricola - Giulia Zenidin

Quinta, 17 de Dezembro de 2020
Banco Central revisa previsão de queda da economia neste ano
Banco Central revisa previsão de queda da economia neste ano Fonte: Agência Brasil

O Banco Central (BC) espera por uma retração menor da economia brasileira neste ano e inflação mais elevada em relação à expectativa anterior. Em 2021, a inflação será menor e a economia voltará a crescer, segundo projeções divulgadas hoje (17) no Relatório de Inflação.

A estimativa para a queda do Produto Interno Bruto (PIB), soma de todos os preços, bens e serviços produzidos no país, neste ano foi revisada de 5%, em setembro, para 4,4%.

Para o BC, a incerteza sobre o ritmo de crescimento em 2021 segue “acima do usual” e depende do “arrefecimento gradual” da crise gerada pela pandemia de covid-19, de ajuste fiscal e da continuidade das reformas da economia. Com isso, o BC reduziu a previsão de crescimento do PIB, no próximo ano, de 3,9% para 3,8%.

Sobre a economia mundial, o BC avalia que o aumento de casos de covid-19 leva a novas medidas de isolamento social, o que reduz a atividade econômica, mas com efeito esperado apenas no curto prazo. “A ressurgência da pandemia em algumas das principais economias tem revertido os ganhos na mobilidade e deverá afetar a atividade econômica no curto prazo. No entanto, os resultados promissores nos testes das vacinas contra a covid-19 tendem a trazer melhora da confiança e normalização da atividade no médio prazo”, diz no relatório.

Inflação

O BC ajustou a previsão de inflação, calculada pelo Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA), de 2,1% para 4,3%, em 2020. Para o próximo ano, a estimativa passou de 2,9% para 3,4%. Para o BC, a inflação permanecerá em 3,4% em 2022 e cairá para 3,3% em 2023.

“A inflação ao longo do ano tem refletido basicamente o forte movimento de atividade econômica, associado à crise da pandemia de covid-19 e aos programas de crédito e de recomposição de renda [como o auxílio emergencial], em conjunto com pressões de custos decorrentes do aumento dos preços de commodities [produtos primários com cotação internacional] e de taxa de câmbio em níveis persistentemente mais elevados”, diz o BC.

No relatório, a instituição acrescenta que “pressões localizadas em alguns produtos também têm contribuído, como nos casos da carne, do arroz e da soja”.

Crédito

O relatório também traz projeção para o crescimento do saldo das operações de crédito no país. Essa estimativa subiu de 11,5%, em setembro, para 15,6%. “O aumento decorre tanto da demanda acentuada de crédito das empresas quanto pela recuperação do crédito às famílias, em especial no segmento com recursos livres”, afirma o BC.

Para 2021, a estimativa de crescimento do estoque de crédito foi elevada para 7,8%, ante previsão anterior de 7,3%.

Contas externas

A projeção de déficit em transações correntes, que são as compras e vendas de mercadorias e serviços e transferências de renda do Brasil com outros países, foi reduzida em 2020 para US$ 7 bilhões (0,5% do PIB), refletindo “o desempenho favorável das exportações. “Essa melhora foi em parte compensada pelo aumento nas importações e pelo maior déficit na conta de renda primária [lucros e dividendos, pagamentos de juros e salários]”. A previsão anterior era de saldo negativo de US$ 10 bilhões neste ano.

A previsão para os investimentos diretos no país (IDP), que vão para o setor produtivo da economia, neste ano é US$ 36 bilhões, com recuperação em 2021. A previsão para esses investimentos no próximo ano passou de US$ 65 bilhões para US$ 60 bilhões.

 

Fonte: Agência Brasil - Kelly Oliveira

Imagem: Marcello Casal

Quarta, 16 de Dezembro de 2020
FAESP cria Centro da Agricultura do Estado de São Paulo para fortalecer a agropecuária estadual
FAESP cria Centro da Agricultura do Estado de São Paulo para fortalecer a agropecuária estadual Fonte: Canal Rural

A FAESP (Federação da Agricultura e Pecuária do estado de São Paulo), em conjunto com a rede sindical patronal do Estado de São Paulo, realizou em 3 de dezembro, uma assembleia virtual para reativar o projeto do estabelecimento do CAESP (Centro da Agricultura do Estado de São Paulo).

A ativação do CAESP, realizada após a reunião, ocorreu depois de meses de estudos e reuniões virtuais entre as equipes técnica e jurídica do Sistema FAESP/SENAR-SP. Foram mais de 20 reuniões especiais para tratar do desenvolvimento e aplicação do referido Centro, que prevê ainda a ampliação dos serviços oferecidos aos produtores por parte dos sindicatos rurais filiados.

Para Fábio Meirelles, presidente do Sistema FAESP/SENAR-SP, o CAESP será um “forte condutor de novos dispositivos dentro e fora da porteira”. Ainda segundo Meirelles, a proposta é que com o novo estatuto, aprovado por unanimidade na assembleia, possa originar caminhos para o desenvolvimento do agronegócio paulista: “Não pouparemos esforços para disponibilizar ferramentas que sejam intuitivas e de fácil aplicação à rotina dos produtores rurais, tendo sempre em vista a agregação de valor e segurança econômica à cadeia produtiva”, completou.

O anúncio da nova estrutura reforça a determinação do setor em enfrentar os percalços impostos pela pandemia. Comentou Meirelles, ao mencionar as razões que levaram à concepção do CAESP: “Os trabalhos se intensificaram com o fim de ano justamente porque buscamos simplificar instrumentos que se aplicam ao dia a dia do agropecuarista. Essa vontade de unir o que é eficaz ao que é fácil de usar foi determinante, seja pela retomada do diálogo sobre os serviços de maior interesse aos associados, ou pela decisão de reativar o centro como forma de fomentar o setor”.

Fábio Meirelles ainda destacou como primordial para a retomada das atividades do CAESP, a união de esforços entre FAESP/SENAR-SP e Sindicatos Rurais, e completou: “Unidos, trabalharemos para oferecer alternativas para o real desenvolvimento sustentável da agropecuária, simplificando instrumentos de coordenação de estudos, aquisição de insumos e estimulando também a criação de consórcios, de maneira a torná-los mais objetivos e eficazes frente à realidade do campo”.

Um projeto com objetivos claros

O projeto do CAESP busca promover a defesa dos interesses dos produtores rurais, do agronegócio e a prestação de amparo e assistência para os sindicatos associados. Como associação civil de direito privado e sem fins lucrativos, prevê, ainda, ampliar a capacitação técnica e difundir parcerias e serviços importantes como Plano de Saúde, Certificação Digital, até a criação de câmaras de conciliação e mediação para assuntos jurídicos.

A administração do projeto será realizada por um corpo diretivo constituído de líderes com ampla experiência em assuntos relevantes ao setor, assessorados por especialistas e consultores altamente qualificados.

Entre os principais objetivos do CAESP, destacam-se:

Criar e/ou operar câmaras de conciliação, mediação e arbitragem e organismos de certificação de conformidade técnica;
Coordenar a aquisição de produtos e insumos agrícolas, pecuários e florestais, visando o interesse de seus associados;
Fomentar, junto aos produtores rurais, a organização para compra consorciada de insumos agrícolas, pecuários e florestais;
Estimular, estruturar e coordenar consórcios de produtores/associados, tendo em vista a venda de seus produtos;
Desenvolver estudos e coordenar a disponibilização de serviços agrícolas, pecuários e florestais, inclusive modalidades de seguros e plano de saúde aos seus associados, entre outros serviços de interesse da categoria.

O CAESP tem grande potencial para, futuramente, transformar-se também em um centro de análise, estudos políticos e agrícolas e se tornar um marco na economia do agronegócio.

Com acesso à capacitação técnica e consultoria especializada, promovidas pelo Sistema FAESP/SENAR-SP e pelos sindicatos rurais, o produtor rural poderá aperfeiçoar suas atividades. Para isso, basta entrar em contato com os canais de comunicação do seu sindicato e garantir o desenvolvimento econômico e sustentável dos seus negócios.

Fonte: Canal Rural

Quarta, 16 de Dezembro de 2020
Abertura de novos mercados para exportação de produtos de origem animal registra alta em 2020
Abertura de novos mercados para exportação de produtos de origem animal registra alta em 2020 Fonte: Portal DBO

Somente em novembro, foram realizados 48 turnos adicionais de abate que foram requisitados de forma emergencial pelos abatedouros frigoríficos de aves, bovinos e suínos registrados junto ao SI

 

Em 2020, foram abertos 24 novos mercados para exportação apenas de produtos de origem animal para consumo humano e produtos para a alimentação animal. Além disso, houve a reabertura do mercado dos Estados Unidos para a carne bovina brasileira. Os dados estão no 9º relatório de atividades do Serviço de Inspeção Federal (SIF), divulgado nesta terça-feira (15/12), pelo Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Mapa).

“Isso demonstra que, mesmo durante a pandemia, o trabalho realizado pelo setor produtivo e pela Secretaria de Defesa Agropecuária do Mapa manteve-se forte. A exportação para mais de 180 países demonstra a robustez do serviço oficial brasileiro”, afirma Ana Lucia Viana, diretora do Departamento de Inspeção de Produtos de Origem Animal.

De acordo com o ministério, para que um mercado seja aberto, as autoridades sanitárias dos países importadores avaliam o serviço oficial brasileiro, o que muitas vezes ocorre por meio de missões internacionais que auditam o serviço de inspeção e os estabelecimentos produtores. “Além disso são negociados entre as autoridades sanitárias brasileira e dos países importadores modelos de certificados sanitários internacionais contendo os requisitos sanitários exigidos pelos países”, diz a pasta.

Durante este ano, ainda conforme a pasta, as tratativas para que essas missões pudessem ser viabilizadas foram realizadas por meio de videoconferência. No período de julho a novembro, por exemplo, foram avaliados 54 estabelecimentos registrados no Departamento de Inspeção de Produtos de Origem Animal para verificar o atendimento de requisitos específicos para habilitação para exportar seus produtos para o mercado chinês.

Abates

Estão registrados no SIF 3.342 estabelecimentos de produtos de origem animal nas áreas de carnes e produtos cárneos, leite e produtos lácteos, mel e produtos apícolas, ovos e pescado e seus produtos derivados. Além de 2.999 estabelecimentos de produtos destinados à alimentação animal.

No mês de novembro foram realizados 48 turnos adicionais de abate que foram requisitados de forma emergencial pelos abatedouros frigoríficos de aves, bovinos e suínos registrados junto ao SIF.

Em novembro, não foi registrada nenhuma paralisação de atividades de abatedouros frigoríficos sob inspeção federal por motivos relacionados a ocorrência de Covid-19.

Fonte: Portal DBO

Quarta, 16 de Dezembro de 2020
Superávit da balança comercial em 2021 poderá ser recorde histórico
Superávit da balança comercial em 2021 poderá ser recorde histórico Fonte: Agência Brasil

As exportações brasileiras deverão atingir US$ 237,334 bilhões no próximo ano, com aumento de 13,7% em relação aos US$ 208,791 bilhões estimados para este ano de 2020. As importações poderão chegar a US$ 168,316 bilhões, com crescimento de 7,3% ante os US$ 156,916 bilhões esperados para este ano. Estimado em US$ 69,018 bilhões, o superávit para 2021 mostrará evolução de 33% na comparação com os US$ 51,875 bilhões previstos para 2020, o que poderá representar recorde histórico, caso se concretizem as projeções. O maior superávit até agora registrado no país, foi US$ 67 bilhões, em 2017.

As previsões foram divulgadas hoje (16) pela Associação de Comércio Exterior do Brasil (AEB).

Em entrevista à Agência Brasil, o presidente executivo da AEB, José Augusto de Castro, disse que três fatores contribuem para essas projeções: o forte aumento do preço da soja, o forte aumento do preço do minério e a recuperação do preço do petróleo.

Cotações

Os três produtos (soja, minério de ferro e petróleo) lideram as exportações brasileiras de commodities (produtos agrícolas e minerais comercializados no mercado internacional) e tiveram aumento da cotação média em dólar por tonelada de 25%, 42% e 12%, respectivamente, entre as cotações efetivadas em 2020 e as projetadas para 2021.

De acordo com a AEB, soja, petróleo e minério responderão pelo recorde de 40,2% das exportações totais do país projetadas para 2021, mantendo-se como motor de sustentação das vendas do Brasil no exterior. Em 2021, pelo sétimo ano consecutivo, a soja continuará sendo o produto líder de exportação, com US$ 36,550 bilhões, novo recorde, aposta a AEB.

A China continuará sendo o maior comprador da soja e do minério de ferro brasileiros. José Augusto de Castro disse não acreditar que as críticas do governo brasileiro à China possam afetar as relações comerciais bilaterais. “Poder [afetar], pode, mas não neste momento”, afirmou.

PIB

Segundo Castro, o comportamento das importações será fortemente influenciado pelo Produto Interno Bruto (PIB, soma de todos os bens e serviços produzidos no país). A AEB avalia entre 2,5% e 4% o crescimento do PIB brasileiro em 2020, o quw poderá mitigar o nível de desemprego, aumentar o consumo das famílias e do governo, ampliar a demanda interna e acelerar as importações.

Castro disse também que é preciso observar como o auxílio emergencial concedido aos trabalhadores informais durante a pandemia do novo coronavírus vai influenciar no crescimento do país, mas admitiu que as importações poderão ser desestimuladas, caso não haja demanda interna.

Em documento, a AEB destaca ainda que o ritmo da vacinação contra a covid-19 será outro fator importante para concretização do quadro de alta da balança comercial brasileira. Alguns fatores, entretanto, ficarão pendentes de definição, entre os quais a possibilidade de atraso na vacinação, a posse do novo presidente dos Estados Unidos e o anúncio de suas diretrizes; a guerra comercial entre os Estados Unidos e a China, o comportamento das commodities no “novo normal” e seus impactos na balança comercial do Brasil.

O presidente executivo da AEB salientou que o Brasil continua altamente dependente das exportações de commodities, em detrimento dos produtos manufaturados, de maior valor agregado, que sofrem o impacto negativo da falta de competitividade decorrente do elevado custo Brasil.

Fonte: Agência Brasil - Alana Gandra

Imagem – Banco Mundial

Quarta, 16 de Dezembro de 2020
Importações de produtos químicos batem recorde
Importações de produtos químicos batem recorde Fonte: Agrolink

Exportações foram 4,3% superiores na comparação com outubro

O Brasil importou US$ 3,9 bilhões em produtos químicos no mês de novembro, de acordo com informações da Associação Brasileira da Indústria Química (Abiquim), sendo que o valor representa aumentos de 10,5% em relação a outubro deste ano e de 10,6% na comparação com novembro de 2019. “Em termos das quantidades movimentadas, o volume importado, de mais de 5,2 milhões de toneladas (respectivamente aumentos de 13,5% frente a outubro e de expressivos 24,9% na comparação com igual mês do ano passado), fez de novembro a primeira vez, ao longo de todo o histórico de acompanhamento da balança comercial brasileira de produtos químicos, em que o total importado dentro de um único mês supera a marca de 5 milhões de toneladas”, diz, através de sua assessoria de imprensa. 

“No acumulado do ano, por sua vez, as compras externas de produtos químicos somam US$ 37,7 bilhões, recuo de 8,2% frente ao mesmo período do ano passado. Em termos de quantidades, contudo, as movimentações superaram 46,9 milhões de toneladas, até novembro, e significaram um aumento de 7,1% na comparação com o mesmo período de 2019. Os elevados níveis de aquisições deverão fazer de 2020, com projeção de mais de 50,5 milhões de toneladas, o quarto ano em que se terá batido consecutivamente o recorde setorial de volumes nas compras externas (anteriores eram de 47,6 milhões em 2019, de 45,2 milhões de toneladas em 2018 e de 43,1 milhões de toneladas em 2017), sobretudo em intermediários para fertilizantes, produtos que possuem plenas condições técnicas e econômicas de serem fabricados no País”, completa. 

Em relação às exportações, elas atingiram US$ 865,5 milhões e foram 4,3% superiores na comparação com outubro, mas uma considerável redução, de 7,1%, em relação ao mesmo mês de 2019. “Entre janeiro e novembro deste ano, as vendas para o exterior totalizaram US$ 9,9 bilhões, retração de 15,2% frente ao registrado em igual período do ano passado, tendo sido verificadas quedas nas vendas ao exterior em praticamente todos os grupos de mercadorias”, conclui. 

Fonte: Agrolink - Leonardo Gottems

Imagem: inPEV

Quarta, 16 de Dezembro de 2020
Abiove reage às críticas de membros do SoS Cerrado sobre compra de soja
Abiove reage às críticas de membros do SoS Cerrado sobre compra de soja Fonte: Safras & Mercado

 A ABIOVE – Associação Brasileira das Indústrias de Óleos Vegetais – divulgou nota reagindo às críticas das empresas europeias que fazem parte do SoS Cerrado.

      A entidade recebeu com indignação o conteúdo das cartas enviadas às suas associadas pelo SoS Cerrado – Statement of Support – em que 159 empresas do varejo, indústrias de alimentação e de processamento do continente europeu exigem adoção imediata de políticas de compra com zero de desmatamento na soja originada no Cerrado brasileiro. Entre os signatários, estão organizações amplamente conhecidas no Brasil, tais como Danone, Nestlé, Unilever, Kellogg, Mars, McDonald´s, Carrefour e Casino (Grupo Pão de Açúcar). 

     “Surpreende negativamente a ABIOVE que muitas dessas empresas exijam dos compradores de soja a imposição, sobre os produtores de soja, de uma política de originação com padrões superiores ao exigido pela lei brasileira. Certamente, estas empresas não defenderiam tal pleito se as exigências acima da lei fossem sobre elas impostas.”

      Segundo a Abiove, na prática, o SoS Cerrado quer impor uma moratória, exigindo que a soja plantada em área desmatada no Cerrado a partir de dezembro de 2020 não seja adquirida pelas associadas à ABIOVE, e que se estabeleça um sistema de controle de origem e fluxo para comprovar a efetividade dessa política. 

     A ABIOVE disse vir mantendo o diálogo com o SoS e com o Grupo de Trabalho do Cerrado (GTC) para buscar uma solução equilibrada para redução gradual e eliminação da originação de soja em áreas desmatadas do Cerrado.  “No entanto, não está nos compromissos da ABIOVE fixar uma data de corte abrupta, que resulte na exclusão de produtores de soja sem que tenham oportunidade para direcionar o crescimento da produção em áreas já consolidadas e voluntariamente optarem pela conservação”.

      O Mecanismo de Conservação do Cerrado, proposto pela ABIOVE e desenvolvido pelo GTC, que visa remunerar os produtores de soja pelo não desmatamento, teve adesão de apenas três das 159 signatárias do SoS Cerrado. 

      “A expansão da soja produzida no Cerrado é monitorada e controlada pela ABIOVE e suas associadas. Relatório publicado em 2020 mostra que a pegada de desmatamento da expansão da soja no Cerrado está caindo e é atualmente muito baixa. De uma expansão de 5 milhões de hectares na área plantada de soja da safra 2013/14 até 2018/19, apenas 7% foi em área desmatada”

      Segundo a entidade, individualmente, as associadas à ABIOVE possuem sistemas de controle de origem da soja, fazenda a fazenda, e monitoram o volume originado em municípios onde há desmatamento. As empresas também certificam a soja adquirida e possuem políticas restritas de compra para garantir que a produção não esteja em desacordo com a legislação brasileira ambiental e trabalhista. 

Fonte: Safras & Mercado -  Dylan Della Pasqua

Sexta, 11 de Dezembro de 2020
Destaques da Economia (07 a 11/12)
Destaques da Economia (07 a 11/12) Fonte: AF News Agricola

Em sua última reunião do ano, o Comitê de Política Monetária (Copom), do Banco Central, decidiu pela 3ª vez seguida manter a taxa básica de juros da economia em 2% ao ano. Com isso, a taxa Selic segue no menor patamar da série histórica.

Economia Brasileira

Cotação do Dólar: No fechamento de quinta-feira (10), o preço do dólar registrou uma variação negativa diária em 2,59% sendo cotado a R$ 5,037. Na variação semanal, o indicador apresentou queda de 2,00% tendo em vista que a moeda americana estava cotada a R$ 5,14 a uma semana.

Banco Central mantém Selic em 2%: Em sua última reunião do ano, o Comitê de Política Monetária (Copom), do Banco Central, decidiu pela 3ª vez seguida manter a taxa básica de juros da economia brasileira em 2% ao ano. Com isso, a taxa Selic segue no menor patamar da série histórica. A decisão ocorre em meio à alta dos preços: nos últimos 12 meses até novembro, a inflação ficou em 4,31%, acima do centro da meta para este ano, que é de 4%. Em nota, o Copom afirmou que está mais preocupado com a inflação, mas reforçou que a alta é temporária e deve arrefecer em 2021, horizonte em que o comitê acredita que a política monetária terá efeito.

Inflação tem maior alta para novembro em 5 anos: Puxada novamente por alimentos e combustíveis, a taxa da inflação registrou alta de 0,89% em novembro em relação a outubro, segundo dados do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). Trata-se da maior alta para o mês desde 2015. No acumulado do ano, o índice está em 3,13% e, em 12 meses, em 4,31% —acima do centro da meta estipulada para 2020, que é de 4%. A alta nos preços atingiu todas as 16 regiões pesquisadas, com o registro mais intenso em Goiânia (1,41%) e o mais brando em Brasília (0,35%).

Contratação por concurso é a menor em 10 anos: O número de servidores públicos federais que ingressaram nas carreiras por concurso caiu ao menor patamar em dez anos. Segundo dados do Ministério da Economia, houve 665 novos servidores públicos entre janeiro a outubro de 2020, e não há previsão de novas contratações em novembro e dezembro. Enquanto isso, cresce a contratação de temporários: até outubro, 22,8 mil profissionais ingressaram no serviço público com contratos de seis meses a seis anos. Em 2010, a entrada de temporários não passou de 9,5 mil.

Agronegócio Brasileiro e Balança Comercial

Segundo dados da Secex (Secretaria de Comércio Exterior - Ministério da Indústria, Comércio Exterior e Serviços), disponibilizados na terça (24), na 1ª semana de Dezembro de 2020, a balança comercial registrou déficit de US$ -0,572 bilhão e corrente de comércio de US$ 8,067 bilhões, resultado de exportações no valor de US$ 3,747 bilhões e importações de US$ 4,32 bilhões. No ano, as exportações totalizam US$ 195,303 bilhões e as importações, US$ 144,839 bilhões, com saldo positivo de US$ 50,464 bilhões e corrente de comércio de US$ 340,142 bilhões.

Nas exportações dos produtos agrícolas, a Secex informou que:

As exportações de café torrado contabilizaram um volume de 56,57 mil toneladas na primeira semana de dezembro. O resultado foi 14,29% inferior ao da semana passada. A média diária ficou em 14,14 mil tons.

A soja em grãos obteve um volume de 120,374 mil de toneladas durante o período de 01 a 04 de dezembro, com queda de 46,74% ante a semana passada.  A média diária movimentada foi de 30,09 mil tons.

Na exportação do milho, a Secex informou a movimentação de 1,145 milhão de toneladas na primeira semana de dezembro, com redução de 18,26% no comparativo com a semana anterior. A média diária nos quatro primeiros dias úteis de dezembro ficou em 286,2 mil tons.

Economia Mundial

Por conta da Covid-19, Fitch prevê queda da economia mundial de 3,7% em 2020: A agência de rating Fitch espera que a economia mundial recue 3,7% este ano, apontando para uma recuperação de 5,3% em 2021, segundo as perspectivas divulgadas na quarta-feira (08).

De acordo com a Fitch, a vacina para a Covid-19 “providencia o caminho para a recuperação”, aumentando “a perspectiva para uma descida significativa da crise de saúde global a meio de 2021 e uma recuperação económica mais segura posteriormente”.

“A recuperação da atividade económica no terceiro trimestre de 2020 depois dos confinamentos foi muito mais rápida do que o antecipado” nas 20 economias analisadas pela Fitch, “particularmente na Europa”, algo que não teve seguimento no quarto trimestre.

Além de ter revisto em alta as perspectivas para o Produto Interno Bruto mundial (PIB) para 2020 (de -4,4% para -3,3%) e 2021 (5,2% para 5,3%), a Fitch está agora “significativamente mais otimista” para 2022, apontando para um crescimento de 4,0%. Para 2021, “um crescimento forte esperado nos Estados Unidos e na China será largamente descompensado por um crescimento mais fraco na Europa”, antecipa a agência de notação financeira.

Já relativamente a 2022, a revisão em alta “implica uma recuperação significativamente mais rápida da tormenta face à que se seguiu à crise financeira mundial”, notando a Fitch, porém, que o PIB mundial ainda ficará “2,5% abaixo do nível implicado nas previsões pré-vírus“. Para a zona euro, a Fitch aponta para uma quebra do PIB de 7,6% em 2020 e um crescimento de 4,7% e 4,4% em 2021 e 2022, respetivamente.

Já a China “mostra que conter o vírus é a chave”, dado que o PIB chinês “está agora 3% acima do valor pré-vírus e está a crescer rapidamente, ajudado por uma flexibilização dos balanços e uma subida no crescimento do crédito”.

Segundo a Fitch, “a distribuição das vacinas é chave” para baixar os riscos económicos, nomeadamente “repetidos confinamentos de quebra de tendências, pressão constante sobre os sistemas de saúde e distanciamento social voluntário extensivo”.

A Fitch estima ainda que a recessão de 2020 seja de 3,5% nos Estados Unidos, 5,3% no Japão e 11,2% no Reino Unido, apontando para um crescimento econômico de 2,3% na China. Para 2021, a agência de notação financeira espera um crescimento económico de 4,5% nos Estados Unidos, 3,5% no Japão, 4,1% no Reino Unido e 8,0% na China.

As medidas para combater a Covid-19 paralisaram setores inteiros da economia mundial e o Fundo Monetário Internacional (FMI) alertou que a pandemia reverterá os progressos feitos desde os anos de 1990, em termos de pobreza, e aumentará a desigualdade.

O FMI prevê uma queda da economia mundial de 4,4% em 2020, com uma contração de 4,3% nos Estados Unidos e de 5,3% no Japão, enquanto a China deverá crescer 1,9%. Para 2021, a organização com sede em Washington antecipa um crescimento da economia mundial de 5,2%, face a 2020 (OBSERVADOR).

Fonte: AF News Agricola - Giulia Zenidin

Sexta, 11 de Dezembro de 2020
Preços do boi gordo voltam a cair com frigoríficos reduzindo abates
Preços do boi gordo voltam a cair com frigoríficos reduzindo abates Fonte: Safras & Mercado

Os preços do boi gordo voltaram a cair nas principais praças de produção e comercialização do país durante a segunda semana de dezembro. Segundo o analista de SAFRAS & Mercado, Fernando Henrique Iglesias, os frigoríficos mantiveram a estratégia de pressionar por queda nos preços da matéria-prima junto aos pecuaristas.

    “Em linhas gerais, muitas unidades ainda operam com capacidade de abate reduzida no intuito de mitigar os efeitos da oferta restrita em grande parte do país. A demanda de carne bovina também chama a atenção negativamente durante dezembro. Os preços da carne no atacado iniciaram o mês em queda, o que é bastante atípico para este período que marca o auge do consumo. Por fim, o desempenho das exportações está bastante abaixo do habitual neste final de 2020, com um menor apetite de compra por parte da China”, assinalou Iglesias.

     Na sua avaliação, o ambiente de negócios sugere pouca capacidade para reajustes para cima na carne bovina no atacado, mesmo em um período em que teoricamente há excepcional nível de consumo.

     “Em linhas gerais, o consumidor final está saturado e não consegue absorver novos reajustes da carne bovina. Mesmo com a recente queda, os patamares de preços seguem elevados, mantendo a preferência de consumo sobre a carne de frango. O resultado das exportações na primeira semana de janeiro é outro foco de atenção do mercado, com uma possível redução das compras da China após posicionar os estoques para o seu principal feriado, o Ano Novo Lunar”, disse Iglesias.

     Com isso, os preços a arroba do boi gordo na modalidade a prazo nas principais praças de comercialização do País estavam assim no dia 10 de dezembro:

* São Paulo (Capital) – R$ 264,00 a arroba, contra R$ 272,00 a arroba em 03 de dezembro (-2,94%).

* Goiás (Goiânia) – R$ 255,00 a arroba, contra R$ 260,00 a arroba (-1,92%).

* Minas Gerais (Uberaba) – R$ 262,00 a arroba, ante R$ 271,00 a arroba, caindo 3,3%.

* Mato Grosso do Sul (Dourados) – R$ 252,00 a arroba, ante R$ 260,00 a arroba (-3,1%).

* Mato Grosso (Cuiabá) – R$ 255,00 a arroba, contra R$ 260,00 a arroba (-1,92%).

Exportação

     As exportações de carne bovina fresca, refrigerada ou congelada do Brasil renderam US$ 96,930 milhões em dezembro (4 dias úteis), com média diária de US$ 24,232 milhões. A quantidade total exportada pelo país chegou a 21,863 mil toneladas, com média diária de 5,465 mil toneladas. O preço médio da tonelada ficou em US$ 4.433,60.

    Na comparação com dezembro de 2019, houve baixa de 31,63% no valor médio diário, perda de 22,85% na quantidade média diária e queda de 11,38% no preço médio. Os dados são da Secretaria de Comércio Exterior.

Fonte: Safras & Mercado - Fábio Rübenich

Quinta, 10 de Dezembro de 2020
Produção de Grãos
Produção de Grãos Fonte: AF News Agricola

A Companhia Nacional de Abastecimento (Conab) fez uma leve revisão para baixo da safra de soja 2020/2021 do Brasil. Agora, a entidade acredita que o país tenha potencial para produzir 134,4 milhões de toneladas, contra as 134,9 do relatório de novembro.

O ajuste se deu devido a redução na safra do Rio Grande do Sul, Santa Catarina, mas principalmente em Mato Grosso do Sul, estado que registrou maior corte, puxado por uma revisão na área plantada.

A previsão de novembro indicava que Mato Grosso do Sul tinha potencial para produzir 12,235 milhões de toneladas, mas agora em dezembro a Conab acredita que a safra não deve passar dos 11,508 milhões de toneladas. Se isso se confirmar, o estado irá aumentar em apenas 1,3% sua produção ante 2019/2020, quando colheu 11,362 milhões de toneladas.

 “Devido ao baixo acumulado hídrico em novembro, muitas áreas começam a demonstrar sintomas de estresse, onde algumas, localizadas em solos mais arenosos, já indicam a necessidade da ressemeadura quando do retorno das chuvas. A situação só não é pior devido à maior parte das lavouras estarem em desenvolvimento vegetativo, estágio onde a soja apresenta menor demanda hídrica. Até o momento, aproximadamente 0,7% da área estadual deverá ser replantada”, diz a entidade.

Vale ressaltar que a nova previsão da Conab também cortou a estimativa de área do estado, que agora em dezembro foi estimado em 3,152 milhões de hectares, contra as 3,351 milhões de hectares de novembro.

Outras reduções

No Rio Grande do Sul e Santa Catarina a revisão foi bem menor. Os gaúchos tem agora em dezembro potencial para produzir 19,861 milhões de toneladas, 96,8 mil toneladas a menos que o relatório de novembro. Ainda assim, vale destacar que o estado deve se recuperar com sobras da queda do último ano, quando foram colhidos apenas 11,443 milhões de toneladas.

Em Santa Catarina, a entidade cortou 91,9 mil toneladas nesta nova projeção, chegando a 2,317 milhões de toneladas (dezembro), contra as 2,409 milhões de toneladas de novembro.

Quem teve a produção aumentada

Seis estados tiveram suas estimativas de produção elevadas no relatório de dezembro da Conab. A maior delas foi em Minas Gerais que agora tem potencial para colher 6,512 milhões de toneladas, contra as 6,311 milhões de toneladas de novembro.

Ainda completam a lista:

Mato Grosso, que agora pode produzir 36,943 milhões de toneladas, contra as 36,836 milhões de toneladas de novembro;

Tocantins, que agora pode produzir 3,633 milhões de toneladas, contra as 3,570 milhões de toneladas de novembro;

Paraná, que agora pode produzir 20,191 milhões de toneladas, contra as 20,151 milhões de toneladas de novembro;

Amapá, que agora pode produzir 6,5 mil de toneladas, contra as 4,6 mil de toneladas de novembro;

Distrito Federal, que agora pode produzir 291,3 mil de toneladas, contra as 290,6 mil de toneladas de novembro;

Área um pouco menor no Brasil

Em novembro a expectativa da Conab era que a área de soja ocuparia um total de 38,254 milhões de hectares, mas em dezembro revisou para baixo esse total, chegando a 38,175 milhões de hectares. Ainda assim, a área plantada é maior que a de 2019/2020, que foi de 36,949 milhões de hectares. A revisão se deu devido ao corte de área em Mato Grosso do Sul.

“As condições de mercado atrativas para a comercialização da soja, em razão da expectativa positiva para praticamente todos os segmentos do agronegócio, previsto para o exercício 2020/21, estima-se continuado crescimento da área plantada com a oleaginosa, com previsão de incremento de 3,3% em comparação à safra anterior”, diz a Conab.

Fonte: AF News Agricola - Giulia Zenidin